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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA
RELATÓRIO: AMBIENCIA ANIMAL DURANTE A 30ª EXPOJANAÚBA F.R.B. Luiz1 1
Mestrando em Zootecnia pela Universidade Estadual de Montes Claros E-mail:
[email protected]
Durante a 30ª Expojanaúba realizada no mês de junho de 2012 no Parque de Exposição do município de Janaúba – MG, foram observadas as práticas de manejo e as condições das instalações nas quais estavam alojados os animais e os tratadores.
Já na recepção dos animais, havia por alguns transportadores um certo descaso com os animais, aonde foi muito comum observar prática antiquadras de embarque e desembarque. Fugindo as recomendações de bem estar animal, estes animais, principalmente os que participaram eram manejados a base de gritos. Outro ponto negativo, foi o descaso com a higiene do embarcadouro, onde era comum encontrar a maior parte do tempo com “lamas” e não havia troca do material do pedilúvio, portanto, este era mais um meio de contaminação do que um meio de prevenção (Figuras 1 e 2).
Figura 1: Desembarque dos animais.
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Figura 2: Pedilúvio no embarcadouro
Observando estes atos, alunos do curso e de Zootecnia da Unimontes fizeram um trabalho de concientização com estas pessoas, esclarecendo a importância das práticas de bem estar. Baseado nisto, alguns tratadores e transportadores comaçaram a manejar estes racionais de forma mais racional, onde o simples uso de varrouras invés de forrões, diminuição dos gritos e deixar os animais seguirem o seu tempo natural, melhoram notoriamente o comportamento dos mesmos (Figuras 3 e 4).
Figura 3: Boas práticas de manejo no embarque e desembarque.
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Figura 4: Embarque dos animais respeitando o tempo natural
Passado o setor de embarque e desembarque, os animais seguiam para a instalação referente ao seu papel no evento.
Os animais comerciais que participariam dos leilões eram alojados em currais, sem alimentação, e nenhuma sombra e a uma densidade muito elevada. Geralmente, permaneciam por volta de 2 a 3 dias nestas condições, era um verdadeiro descaso e estava longe de respeitar o bem estar animal (Figura 5). A água destes animais era dificilmente trocada, sendo um forte vetor de contaminação (Figura 6), o idel seria que ouvesse a troca pelo menos a cada lote.
Figura 5: Currais para alojamento dos animais de leilão
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Figura 6: Bebedouro dos animais de leilão
O Parque de Exposição deJanaúba possui dois tipos de currais destinados a estes animais, um com cercas de cordoalhos e piso de chão batido (Figura 7) onde as práticas de limpeza podem ser mais dificultadas quando comparado ao outro curral (Figura 8), com cercas de alvenaria e piso de concreto com leve declive e ralo para facilitar a lavagem e apresenta ranhuras para evitar que o animal escorregue. Neste segundo, geralmente estavam alojados os animais de maior valor comercial.
Figura 7: Curral de cordoalho
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Figura 8: Curral de alvenaria
Já os bovinos de elite e que iriam participar de julgamentos, eram alojados em pavilhões (Figura 9) para exposições. Com estes animais a preocupação com alimentação, água, banho e troca de cama era bem maior, isto devido serem animais com um valor comercial nem mais elevados e a perda de um animal resultaria em um grande prejuízo. A cama era composta de casquinha de arroz e se encontra sempre seca, o ideal para controle de parasitas (Figura 10). Para estes animais, o ponto principal de estresse eram os visitantes e o alto som.
Figura 9: Pavilhão de bovinos de elite
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Figura 10: Casca de arroz
No setor de equinos, o descaso era ainda maior, eram alojados em dois tipos de baias, uma de alvenaria, sendo a parede de acesso ao corredor com meia parede e grade até o alto (Figura 11). Estas baias encontravam-se sujas, cheias de teias de aranhas, e o pior, não nenhum procedimento de limpeza e desinfecção antes da chegada destes animais, o que é lamentável devido a grande fragilidade desta espécie.
Figura 11: Baia de alvenaria
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O outro tipo de baia apresentava péssimo aspecto ambiental, construída de material metálico pintado de preto, telhas de zinco, e pé direito muito baixo, por volta de 2 metros Figura 11). Todas estas características são indesejadas pois o metal e o preto possuem grande capacidade de absorver calor aumentando o desconforto destes animais.
Figura 11: Baias de ferro
Os tratadores também eram alojados em condições lamentáveis, durante todo o período de exposições os mesmos dormiam junto com as rações em barracas alojadas próximos aos animais que eles eram responsáveis (Figura 12). Não haviam um local digno para descansarem, muitos relatavam que não dormiam bem a vários dias devido o grande movimento de pessoas e forte barulho.
Figura 12: barracas dos tratadores
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Notou-se m todo o parque, poucas áreas de sombreamento, o que pode aumantar ainda mais o desconforto dos animais, tratadores e visitantes. O ideal seria um trabalho de educação de toda a sociedade sobre as boas práticas de manejo. Associado a isto, algumas modificações físicas podem ser realizadas, como a construção de mais baias de alvenaria e alojamento para os tratadores.
Uma maneira de tentar diminuir um pouco do estresse destes animais é que estes pavilhões sejam fechados no período noturno onde o público ali presente na grande maioria tem maior interesse nos shows.
Simples práticas de manejo como não gritar, não bater, troca de água, fornecimento ideal de alimento, manutençao de camas, pisos e pedilúvio, podem melhorar o conforto e a sanidade dos animais ali presentes.
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