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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BARRA MANSA
PRÓ-REITORIA ACADÊMICA
CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
MODELO JAPONÊS DE PRODUÇÃO
TURMA UN
RENATO VILLELA DA ROCHA MIRANDA – C670857
Exercícios apresentado à disciplina de
Fundamentos de Administração como
requisito parcial para a obtenção da
Nota II, sob a orientação da Profª.:
Giovana Furtado.
Barra Mansa
Outubro/2012
1 - INTRODUÇÃO
A administração japonesa tem como a filosofia básica de evitar
qualquer tipo de desperdício e de promover o melhoramento continuo,
agregada a busca de conhecimentos e tecnologias de produção avançadas como
controle estatístico de processos, engenharia de produtos e planejamento
de produção, assim os produtos japoneses alcançaram um diferencial
competitivo no mercado internacional , aliados ao favorecimento da política
econômica governamental Japonesa. A partir disso, a gestão da produção
passou a ser novamente incluída na discussão das estratégias do negócio.
Buscou-se, então, adaptar o sistema de produção japonês a outros ambientes,
desprendendo-o de sua origem na manufatura, buscando implementá-lo
amplamente em qualquer tipo de indústria e em outros setores.
O sistema de produção japonês nasceu nos setores operacionais da
manufatura, no chão de fabrica e evoluiu nos vinte e cinco anos seguintes à
Segunda Guerra Mundial, na Toyota Motor Co. tal como é estruturado hoje.
Seu grande idealizador foi o engenheiro Taiichi Ohno. Daí decorre as duas
outras denominações do método: Sistema Toyota de Produção ou Ohnoismo.
2- CARACTERISTICAS DO TOYOTISMO:
JUST IN TIME (JIT) – Pilar principal do Sistema Toyota de Produção.
Caracteriza-se por um sistema de administração da produção onde nada deve
ser produzido, transportado ou comprado antes da hora exata. Representa a
manutenção de matérias-primas e componentes em stock apenas em quantidade
suficiente para manter o processo produtivo no momento, no seu limite,
potanto as quantidades de stocks são nulas. Conceito relacionado a
produção por demanda, primeiro vende-se o produto para depois comprar a
matéria prima e posteriormente fabricá-lo ou montá-lo.
Este tipo de gestão de stocks pode traduzir-se em fortes reduções de
investimento em stocks, libertando liquidez para outros fins e na redução
dos custos de armazenamento, espaço e pessoal nas fábricas onde está
implementado, porém, para que funcione eficazmente e sem estrangulamentos
no processo produtivo, o JIT obriga à manutenção de relações privilegiadas
com os fornecedores, pois os stoks são suficientes para poucas horas de
produção.
Como exemplo temos as modernas fábricas de automóveis, que são construídas
em condomínios industriais, onde os fornecedores just in time estão a
poucos metros e fazem entregas de pequenos lotes na mesma frequência da
produção da montadora, criando um fluxo contínuo.
O sistema de produção adapta-se mais facilmente às montadoras de produtos
onde a demanda de peças é relativamente previsível e constante, sem grandes
oscilações.
Uma das ferramentas que contribui para um melhor funcionamento do sistema
Just in Time é o Kanban
KANBAN – Sistema de informação visual, que aciona e controla a produção
O sistema de gestão Kanban funciona dentro de uma lógica de reposição de
materiais, onde devemos controlar com atenção dois parâmetros: O consumo
(ou saída) e o tempo de reposição, também conhecido como lead time. O ponto
chave do kanban é a identificação visual do estoque e o sistema mais usado
para isso é o sistema por cartões.
Exemplo de sistema Kanban por cartões
Ao dimensionar o kanban define se o numero de cartões kanban. No
exemplo acima
teríamos 60 cartões, um para cada peça. Na medida que uma peça entra no
estoque, ela ganha um cartão. No momento da saída, o cartão volta para o
quadro, onde estão
identificadas as zonas verde, amarela e vermelha. Os cartões são colocados
no quadro de cima para baixo, dessa forma todos os itens cujos cartões
estão atingindo a zona vermelha, são críticos. Os cartões podem também ser
enviados diretamente ao setor de produção do item, que providencia a
fabricação para reposição das caixas consumidas.
O Sistema KANBAN, embora não seja algo novo, as primeiras
implementações no Brasil datam das décadas de 80 e 90, vem sendo muito
difundido e utilizado na indústria brasileiras nos últimos anos, e mais
recentemente tem sido implementado com sucesso também na indústria de
softwares.
Pode-se dizer que o Kanban é apenas mais uma, dentre tantas outras,
ferramenta para a redução e eliminação de desperdícios que contribui para
que o processo atinja nível mais elevado de competitividade seguindo o
conceito de produção e entrega na exata medida das necessidades do cliente
(just in time).
KAIZEN – busca do melhoramento continuo em todos os aspectos, portanto se
refletindo na produtividade e na qualidade, sendo os círculos de controle
da qualidade apenas um dos seus aspectos.
Hoje em dia ter apenas um bom produto não é mais suficiente, a sede por
coisas novas toma conta da população, e isso causa uma avalanche de
interesses, principalmente na nova geração, a geração que vive, fala e
respira o mundo da tecnologia.
Nessa nova realidade em que nos encontramos falar em qualidade sem
falar de melhoria é impossível, por mais que um produto seja bom e tenha
aceitação de mercado, alguém sempre vem com algo melhor, seja no produto no
preço ou na propaganda. Quando falamos em KAI ZEN falamos disto, "melhoria
continua" não somente na sua empresa ou no seu produto, o essencial é que
se comece pela sua vida. O segredo para a excelência é nos tornarmos
melhores, primeiro em nossas vidas, depois em nosso trabalho, se apaixonar
por aquilo que se faz é muito importante e tem um retorno incrível. Temos
que parar de viver do passado e sonhar menos com o futuro, para assim
começarmos a enxergar o presente. É agora, o momento é este, e amanhã tem
que ser melhor que hoje, e assim sucessivamente. Buscar sempre melhor, com
foco no crescimento profissional sem esquecer do pessoal
Pode ser visto como um processo diário, cujo propósito vai além de
aumento da produtividade. Quando corretamente executado, é também um
processo que humaniza o ambiente de trabalho, elimina o trabalho duro,
ensina as pessoas como realizar experimentos no seu trabalho usando o
método científico e também como identificar e eliminar desperdícios nos
negócios. Em geral, o processo sugere uma relação humanizada com os
trabalhadores e com aumento de produção.
3- Características Gerais da Administração Japonesa
As outras características do Sistema Toyota de produção são de certa forma,
decorrentes dessas citadas e outras são parcialmente independentes, mais
relacionadas ao ambiente cultural que privilegia a coletividade.
ADMINISTRAÇÃO PARTICIPATIVA - A administração japonesa se baseia na
forma participativa de gestão, envolvendo participação dos funcionários no
processo decisório, negociação de metas trabalha em grupo, controle
exercido através de liderança, comunicação bilateral, participação nos
resultados.
PREVALÊNCIA DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO – A falta de planejamento
desperdiça mão-de-obra, recursos materiais e tempo, elevando os custos de
produção, gerando perdas de mercado e desemprego. Através do
estabelecimento de um planejamento estratégico a empresa ganha
flexibilidade, utilizando seus pontos fortes para atender às necessidades
de seus clientes e conquistar os clientes da concorrência.
VISÃO SISTÊMICA – A empresa é um sistema, pressupondo o conhecimento
das inter-relações de seus diversos componentes. O desempenho de cada
componente do sistema deve ser considerado por sua contribuição ao objetivo
do sistema. Os objetivos propostos só podem ser atingidos eficientemente
quando os membros da organização agem de forma eficiente. O trabalhador tem
consciência de que se a empresa alcançar lucros maiores, ele terá
benefícios diretos (melhorando seu nível de vida) e indiretos (participando
dos resultados).
SUPREMACIA DO COLETIVO – O coletivo prevalece sobre o individual. O
ser humano, visto como o bem mais valioso das organizações deve ser
estimulado a direcionar seu trabalho para as netas compartilhadas da
empresa, preenchendo suas necessidades humanas e se auto-realizando através
do trabalho. Satisfação e responsabilidade também passam a ser valores
coletivos.
BUSCA DA QUALIDADE TOTAL – A Qualidade Total é assegurada pelo
Controle de Qualidade Total – (TQC ou TQM), baseado em um sistema de
métodos estatísticos, centralizado no melhoramento do desempenho
administrativo. Seus resultados são garantia da qualidade, redução de
custos, cumprimento dos programas de entrega, desenvolvimento de novos
produtos e administração do fornecedor. A abrangência do TQC ultrapassa os
limites físicos da empresa, começando com os esforços totais de treinamento
de gerentes e operários. Verticalmente tem início na alta gerencia,
prolongando-se até supervisores e operários. Horizontalmente, inclui de
fornecedores a consumidores externos. A forma mais usual de se por em
prática o TQC é através dos círculos de controle de qualidade, grupos
pequenos, que executam voluntariamente as atividades de controle de
qualidade.
PRODUTIVIDADE – O aumento da produtividade é um dos objetivos de
qualquer organização. A administração japonesa propõe que, para atingi-lo
seja adotada uma visão cooperativa dos funcionários, incentivando o
envolvimento de todos na consecução das metas da empresa. Além da
participação nas decisões e da auto-realização profissional, resultante do
sucesso da empresa, as gratificações por níveis de produtividade são
freqüentes nas organizações orientais. Apesar de calcar sua filosofia nos
valores de realização pessoal dos funcionários, a empresa japonesa
reconhece que o incentivo monetário é uma poderosa ferramenta na busca do
comprometimento de seus membros com os objetivos empresariais.
FLEXIBILIDADE – Para responder rapidamente às flutuações de mercado, a
flexibilidade é refletida em vários aspectos: racionalização do espaço,
equipamentos de utilidade geral e versáteis, layout celular, nivelamento e
seqüenciamento da produção em pequenos lotes, redução de estoques, quadro
de trabalhadores qualificados e flexíveis.
RECURSOS HUMANOS – A ênfase é no trabalho em grupo, na cooperação no
aproveitamento da potencialidade humana. Nas grandes empresas existe
estabilidade no emprego, distribuição de bônus e outros benefícios. A
ascensão na carreira é lenta. O treinamento é intenso e a estrutura de
cargos é extremamente vaga (distanciada).
TECNOLOGIA E PADRONIZAÇÃO – busca-se a harmonia entre o homem, máquina
e processo. O trabalho padronizado é tido como fundamental para garantir um
fluxo contínuo de produção. Primeiro ocorre à racionalização do processo,
depois se conveniente, a automação.
MANUTENÇÃO – Os operadores são responsáveis pela manutenção básica,
dispondo de enorme autonomia para interromper um processo errado. A
manutenção preventiva também é privilegiada.
LIMPEZA E ARRUMAÇÃO - São responsabilidades de todos, visando à
manutenção do ambiente e a facilitação da administração dos recursos.
RELAÇÃO COM FORNECEDORES E DISTRIBUIDORES – A subcontratação externa,
prática antiga no Japão, mantém-se e é reforçada pela formação dos
Keiretsu. Com o desenvolvimento no pós-guerra, ela evoluiu para uma relação
de apoio técnico e financeiro, cooperação e confiança.
CULTURA ORGANIZACIONAL – Procura-se estabelecer um clima de confiança
e responsabilidade, baseado no respeito à hierarquia, na participação das
pessoas no desenvolvimento da tarefa, nas decisões consensuais e na
harmonia das relações.
VULNERABILIDADES E PONTOS FORTES: Conforme ressaltado, o sistema de
produção japonês não é um sistema perfeito, como alguns de seus defensores
querem fazer crer. Dois pontos frágeis são bastante visíveis, o sistema
depende da cooperação irrestrita das pessoas, e é um sistema praticamente
sem folgas. Sendo assim, qualquer erro gera graves repercussões em todo o
processo. Ele depende basicamente das pessoas, da sua competência,
exigindo, portanto qualificação, treinamento e reciclagem constantes.
Outros pontos vulneráveis poderiam ser inferidos. A busca de consenso e o
emprego vitalício, por exemplo, podem favorecer a burocracia e a morosidade
no processo decisório. A estabilidade no emprego implica no rigoroso
planejamento das necessidades de pessoal, seu plano de carreira e critérios
de avaliação, mas depende principalmente da relativa estabilidade do
faturamento da empresa, que é cada vez mais influenciado pelas tendências e
preferências de um mercado globalizado.
Outro aspecto vulnerável não tão explicita é a eficiência das
atividades administrativas, outros é o crescimento excessivo do número de
produtos, a diminuição do seu ciclo de vida, o desenvolvimento de um
consumismo ambientalmente irresponsável e a concorrência predatória também
podem ser ressaltados como pontos vulneráveis do modelo.
ADMINISTRAÇÃO JAPONESA: É um modelo de gestão empresarial fortemente
embasado na participação direta dos funcionários, ou seja, na busca do
aprimoramento continuo com o envolvimento de todos os funcionários e
executivos. Busca qualidade total e dá ênfase ao trabalho em equipe com
base no aproveitamento da potencialidade humana.
CONCEITOS DE IDEIAS CENTRAIS: a família clã (pessoas de descendência
comum), o coletivo prevalece sobre o individual, base cultural compatível –
cultura organizacional, decisão compartilhada (participativa),
responsabilidade compartilhada, produtividade e qualidade com valores-
busca da qualidade total, informalidade, conhecimento mutuo, grupo se auto
avalia, emprego vitalício, controle implícito, que esta envolvido, mas não
de modo claro, prevalecencia do planejamento estratégico, visão sistêmica,
flexibilidade.
4- Bibliografia
GHINATO, P. Sistema Toyota de Produção - Mais do que Simplesmente Just-In-
Time. Editora da Universidade de Caxias do Sul, Caxias do Sul, 1996.
SISTEMA TOYOTA DE PRODUÇÃO. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida:
Wikimedia Foundation, 2012. Disponível em:
. Acesso em: 25 out. 2012.