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Administração Financeira

Ciências Contábeis

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Administração Financeira Conteúdo E.D. Ciências Contábeis 2017 Caro Aluno Seja bem vindo. Nesta disciplina trataremos de assuntos importantes no campo das demonstrações contábeis com o objetivo de inseri-lo no contexto da análise e do diagnóstico empresarial por meio da avaliação dos demonstrativos contábeis. Nossa expectativa que você aprenda bastante. Considerando que será você quem administrará seu próprio tempo, nossa sugestão é que você dedique ao menos 3 (três) horas por semana para esta disciplina, estudando os textos sugeridos e realizando os exercícios de auto avaliação. Uma boa forma de fazer isso é já ir planejando o que estudar, semana a semana. Para facilitar seu trabalho, apresentamos na tabela abaixo, os assuntos que deverão ser estudados e, para cada assunto, a leitura fundamental exigida e a leitura complementar sugerida. No mínimo você deverá buscar entender bastante bem o conteúdo da leitura fundamental, só que essa compreensão será maior, se você acompanhar, também, a leitura complementar. Você mesmo perceberá isso, ao longo dos estudos. Conteúdos (assuntos) e leituras sugeridas ASSUNTOS/MÓDULOS 0 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º LEITURAS SUGERIDAS FUNDAMENTAL COMPLEMENTAR Apresentação Material Explicativo LEMES JUNIOR, Antônio Barbosa; RIGO, Cláudio Objetivo e Ambiente da Miessa; CHEROBIM, Ana Administração Financeira Paula Mussi Szabo. Editora Campus. LEMES JUNIOR, Antônio Decisões de Investimento e Barbosa; RIGO, Cláudio Financiamento a Curto e Longo Miessa; CHEROBIM, Ana Prazo Paula Mussi Szabo. Editora Campus HOJI Masakazu. Editora Planejamento de Caixa Atlas. LEMES JUNIOR, Antônio Barbosa; RIGO, Cláudio Administração de Crédito, Miessa; CHEROBIM, Ana Contas a Receber Paula Mussi Szabo. Editora Campus LEMES JUNIOR, Antônio Barbosa; RIGO, Cláudio Administração de Estoques Miessa; CHEROBIM, Ana Paula Mussi Szabo. Editora Campus Mercado de Capitais, Leasing e HOJI Masakazu. Editora Debêntures Atlas. HOJI Masakazu. Editora Risco, Retorno e Hedge Atlas. LEMES JUNIOR, Antônio Barbosa; RIGO, Cláudio Indicadores de Desempenho e Miessa; CHEROBIM, Ana Diagnóstico Empresarial Paula Mussi Szabo. Editora Campus Referências bibliográficas Bibliografia Básica HOJI, M. Administração Financeira, Uma Abordagem Prática. São Paulo: Atlas, 2005. MORANTE, A. S.; JORGE, F.T. Administração Financeira. São Paulo: Atlas, 2007. LEMES J. A. B. et al. Administração Financeira, Princípios, Fundamentos e Práticas Brasileiras. Rio de Janeiro: Campus, 2004. Bibliografia Complementar ROSS, S. A. Administração Financeira, Corporate Finance. São Paulo: Atlas, 2002. GROPPELLI, A. A. ; NIKBAKHT, E. Administração Financeira, Um modo fácil de dominar os conceitos básicos. São Paulo: Saraiva, 2001. GITMAN, L. J. Princípios de Administração Financeira. São Paulo: Harbra, 2003. EHRHARDT, M. C.; BRIGHAM, E. F. Administração Financeira: Teoria e prática. São Paulo: Cengage Learning, 2011. MARION, J. C. Análise das Demonstrações Financeiras. São Paulo: Atlas, 2005. Bibliografia Virtual GITMAN, L.J. Princípios de Administração Financeira. São Paulo: Harbra, 2003. CAMARGO, C. Planejamento Financeiro. IBPEX. ISBN: 8576490706. MEGLIORINI E. E.; VALLIM, M.A. Administração Financeira. Pearson. ISBN: 9788576052067. 1 – Objetivos e Ambiente da Administração Financeira 1.1 – Objetivos e Funções do Administrador Financeiro A Decisão Financeira e a Empresa Introdução O objetivo da administração financeira é maximizar a riqueza dos acionistas da empresa. O administrador financeiro é o principal responsável pela criação de valor e pela mitigação de riscos e, para isso, se envolve nos negócios como um todo. A função financeira de modo geral, está organizada em duas áreas: gerência financeira e controladoria. A gerência financeira abrange atividades de administração de caixa, crédito e cobrança, risco, câmbio, investimento, financiamento, planejamento e controle financeiro, relacionamento com acionistas e investidores e relacionamento com bancos. A controladoria engloba atividades de administração de custos e preços, auditoria interna, avaliação de desempenho, contabilidade, orçamento, controle patrimonial, planejamento tributário, relatórios gerenciais e sistemas de informação financeira. Para maximizar a riqueza dos acionistas, o administrador financeiro toma três decisões fundamentais: A) Decisão de investimento, B) Decisão de financiamento e C) Decisão de resultados. O administrador financeiro recebe várias denominações, tais como: vice-presidente de finanças, diretor financeiro, executivo financeiro, superintendente financeiro, supervisor financeiro, dependendo do porte e da natureza de cada empresa. O campo de abrangência das finanças é amplo, incluindo o processo financeiro, o mercado financeiro, o mercado de capitais, os instrumentos financeiros, as finanças pessoais, governamentais e corporativas. Nesta disciplina trataremos das finanças corporativas que são as finanças que visam maximizar a riqueza dos acionistas das empresas; normalmente constituídas na forma de sociedade anônima, capital aberto ou fechado, empresas de natureza jurídica limitada e firmas individuais, sendo estas as principais formas de constituição da sociedade. Algumas empresas constituídas na forma de cotas de responsabilidade limitada também podem ser objeto de estudo das finanças corporativas. Empresa brasileira constituída na forma de cotas de responsabilidade limitada que, por seu porte, requer uma boa governança corporativa. Como oportunidade de carreira, o administrador financeiro pode atuar como analista de crédito e cobrança, gerente de projetos, gerente financeiro, controller, coordenador de planejamento e controle financeiro e analista de investimentos. Pode trabalhar em bancos, corretoras, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, bolsas de valores, como consultor autônomo de investimentos, analista de risco, orientador de seguros, enfim, em diversos cargos que envolvam, direta ou indiretamente, gestão de recursos financeiros. A administração financeira procura responder as seguintes questões fundamentais: 1. Quais investimentos de longo prazo são necessários? 2. Quais fontes de financiamentos são as mais adequadas para viabilizar os investimentos? 3. Qual a margem atende às exigências dos acionistas? 4- Qual a capacidade de geração de caixa do investimento? Os administradores financeiros contribuem para o sucesso dos negócios empresariais ao darem respostas adequadas a essas questões. Nas decisões de investimento, por exemplo, criam, recebem e desenvolvem alternativas de negócios de longo prazo, com retornos favoráveis aos acionistas, buscando sempre a maximização da riqueza da empresa. Essas alternativas podem se restringir a um ramo específico de negócios ou abranger vários setores da atividade econômica, conforme a estratégia de mercado da empresa. Os investimentos podem ocorrer ao longo da cadeia produtiva da empresa, por exemplo, no caso das redes de supermercados, que investem em produzir suas marcas próprias como forma de tornar seus clientes fiéis e de diminuir a dependência de fornecedores de produtos para revenda. As decisões financeiras ocorrem ao longo do tempo. Quando se referem às atividades normais da empresa, relacionadas aos pagamentos e recebimentos do dia a dia, são ditas decisões financeiras de curto prazo, conhecidas também como administração do capital de giro. As decisões financeiras de longo prazo são aquelas pertinentes aos investimentos, e financiamentos e resultados, com prazos superiores a um ano. As instituições financeiras, por sua vez, desempenham papel relevante na economia porque como os recursos financeiros não estão distribuídos de maneira uniforme entre os agentes econômicos, há necessidade da intermediação financeira, captando os excedentes dos agentes superavitários e alocando-os aos agentes deficitários. Objetivo e Funções da Administração Financeira A administração financeira é a ciência de administrar recursos financeiros, utilizando suas técnicas, para maximizar a riqueza dos acionistas. A administração financeira pode ser exercida nas mais diversas organizações: indústria, comércio ou serviços, empresas públicas ou privadas; voltadas ou não para lucros; governo, escolas, hospitais, clubes recreativos, ONGs e outras. Existem inúmeros enfoques da administração financeira, destacando-se os de retorno, risco. Liquidez, endividamento, eficácia operacional, alavancagem, valor, fusões e aquisições, mercado financeiro, mercado de capital, mercados futuros e de opções. A administração financeira pode ser exercida em pequenas, médias e grandes empresas. Discutiremos os princípios, os fundamentos e as práticas que, a nosso ver, constituem a essência da administração financeira. Para o aluno de Administração e de outros cursos de áreas afins, o estudo de administração financeira é importante, mesmo quando seus objetivos profissionais não estejam ligados diretamente a atividades financeiras, pois os recursos financeiros estão presentes em todas as atividades econômicas, políticas e sociais. Um dos fatores de maior relevância para o desenvolvimento das empresas é a existência de um forte mercado financeiro e de capitais, com boas instituições, que assegurem a eficiência da intermediação de recursos. No âmbito empresarial, os recursos são gerados internamente, advindos dos lucros, ou captados externamente, por meio de financiamentos dos bancos ou de emissão de ações, e são utilizados nas atividades operacionais ou em projetos de investimento. O objetivo da administração financeira é maximizar a riqueza dos acionistas. A maximização do lucro, tida por muito tempo como o objetivo principal da empresa, é objetivo impreciso, pois ações tomadas para maximizar os lucros atuais podem diminuir os lucros futuros e vice-versa. Exemplos disso são: retardar gastos com propaganda, deixar de fazer manutenção de instalações e equipamentos. A maximização da riqueza é mais precisa porque envolve os conceitos de valor presente líquido, incorporando conceitos de risco, de custo de capital e de melhora da imagem da empresa. Nas instituições não voltadas ao lucro, existem outros objetivos que não a maximização da riqueza. No entanto, essas organizações não prescindem da boa administração financeira, pois precisam garantir boa saúde econômicofinanceira para sobreviver e para se desenvolver. Funções Financeiras O Quadro 1 mostra as funções financeiras agrupadas em duas áreas: a gerência financeira e a controladoria. Essas funções surgem e se expandem ou desaparecem dependendo do interesse e das necessidades de cada empresa, variando segundo sua natureza, porte e estágio de desenvolvimento. Quadro 1: Funções da administração financeira: GERÊNCIA FINANCEIRA CONTROLADORIA * Administração de caixa * Administração de custos e preços * Administração de crédito e cobrança * Auditoria Interna * Administração de risco * Avaliação de desempenho * Administração de câmbio * Contabilidade * Decisão de financiamento * Orçamento * Decisão de investimento * Patrimônio * Planejamento e controle financeiro * Planejamento tributário * Relações com acionistas e investidores * Relatórios gerenciais * Relações com bancos * Sistemas de informação financeira Fonte: LEMES (2010:pag.6) As funções financeiras de curto prazo envolvem as operações do dia a dia. Como administração do caixa, do crédito e contas a receber e a pagar, dos estoques e dos financiamentos de curto prazo. A empresa precisa dispor de recursos suficientes para saldar os compromissos com fornecedores, salários, tributos e demais contas. Para tanto, os recebimentos das vendas e/ou prestação de serviços aos clientes precisam ocorrer antes ou simultaneamente ao vencimento dos compromissos. Quando há falta de sincronia entre prazos de recebimentos e de pagamentos, é necessário buscar recursos no mercado financeiro, por meio de empréstimos. A administração financeira de curto prazo também é chamada de administração do capital de giro. Essa falta de sintonia entre recebimentos e pagamentos origina-se nas políticas de concessão de crédito a clientes e na obtenção de prazos junto a fornecedores; diferentes prazos legais para pagamentos de salários e tributos; diferentes políticas de estocagem e diferentes ciclos de produção dos produtos vendidos e serviços prestados. Há um princípio administrativo denominado controle interno: quem faz não controla e quem controla não faz. É uma prática que visa à proteção dos acionistas. Observa-se no entanto, que operações que não envolvam fluxos de caixa são realizadas pela controladoria, como administração de custos e preços, por exemplo. As funções financeiras de longo prazo envolvem decisões de orçamento de capital, de estrutura de capital e de gestão de resultados. O Papel do Gerente Financeiro, do Controller e do Diretor Financeiro As funções financeiras são executadas por diversas pessoas, e a forma como estas estão organizadas depende do porte da empresa e das atividades por ela desenvolvidas. Nas micro e pequenas empresas, os proprietários acumulam as funções financeiras com as demais funções gerenciais (produção, comercialização, logística, pessoas, tecnologia da informação). A contabilidade normalmente é terceirizada. Nas médias empresas, os sócios acumulam algumas funções, sendo comum a figura de gerente administrativo-financeiro, acumulando funções financeiras, gestão de pessoas e de informática, por exemplo. Nas grandes empresas, as funções financeiras são separadas das demais funções gerenciais, existindo um diretor para cada uma das áreas. Nas sociedades anônimas de capital aberto, o diretor financeiro assume novas atribuições, sendo responsável pelo relacionamento com acionistas e investidores. Outra característica dessas empresas é a separação entre proprietários (acionistas) e administradores. Portanto, o papel do administrador financeiro ganha dimensão à medida que a empresa cresce e vai se tornando mais complexa. A função de controller no Brasil, por exemplo, até alguns anos atrás, era exercida pelos contadores. Apenas as multinacionais ou grandes companhias tinham esse cargo. Decisões Financeiras A administração financeira envolve basicamente a gestão de recursos financeiros. Como obter esses recursos e onde aplicá-los é a atividade principal do administrador financeiro. A obtenção de recursos diz respeito às decisões de financiamento, e sua utilização, às decisões de investimento e com resultados positivos. Como obter esses recursos e onde aplicá-los é a atividade principal do administrador financeiro. O diretor financeiro é responsável direto pela criação de valor, pela saúde econômico-financeira e pela credibilidade no mercado financeiro e de capitais. Decisão de Investimento Entende-se por investimento toda a aplicação de capital em algum ativo, tangível ou não, para obter determinado retorno futuro. Por exemplo, a criação de uma nova empresa ou implantação de um projeto em uma já existente. O processo de geração de propostas, determinação das alternativas viáveis, tomada de decisão, implantação e avaliação de desempenho é chamado de orçamento de capital. No setor industrial, o projeto de investimento mais clássico é a aquisição de novas linhas de produção. Mas também são importantes os projetos de reposição de equipamentos, reforma de linhas de produção antigas, projetos para automação industrial, projetos de substituição de mão de obra, projetos para adoção de novas tecnologias e projetos linha verde, objetivando reduzir os impactos ambientais nocivos dos processos produtivos. Os projetos de investimentos podem ser realizados conjuntamente com outras empresas, ou ainda, os equipamentos podem ser arrendados ou alugados. Nessa decisão estão contempladas também as fusões e aquisições. No setor agroindustrial, os projetos envolvem aplicações de recursos na aquisição de maquinário agrícola, na construção de silos e armazéns, no melhoramento genético e do solo, no aumento da produtividade, na formação de cooperativas, no processamento de produtos in natura agregando valor, na informatização do controle da produção e nos canais de comercialização. No setor de serviços, os projetos de investimento referem-se desde reforma das instalações até campanhas publicitárias. Os gastos com automação comercial e sistemas de informações gerenciais também são projetos de investimento, na medida em que podem aumentar ou diminuir o valor da empresa, no longo prazo. O Quadro 2 ilustra as principais questões que devem ser respondidas antes de se tomar uma decisão de investimento, utilizando-se da estrutura do ativo. Sabemos que essa estrutura se altera em função do ramo de negócios e de suas características específicas. No entanto, podemos dizer que as questões a serem respondidas são semelhantes. Uma empresa de capital intensivo requer grandes investimentos em ativos imobilizados. Exemplos desse tipo de empresa são: Ambev, Embraer, Vale, Petrobras, Gerdau, Renault, Telefônica, Copel entre outros. Para empresas do ramo varejista, que não exigem grandes imobilizações, e sim grandes investimentos em estoques, serão dadas outras respostas. Exemplos desse tipo de empresas são: Casas Pernambucanas, Casas Bahia, Pão de Açúcar, Supermercados Condor, Lojas Riachuelo, entre outras. Quadro 2: Decisão de Investimento Questões a serem respondidas ATIVO CIRCULANTE * Onde serão aplicados os recursos financeiros? Caixa e bancos * Quanto está aplicado em ativos circulantes? Contas a receber * Quanto em ativos permanentes? Em quais? Estoques * Qual a melhor composição dos ativos? Outros * Qual o risco do investimento? ATIVO NÃO CIRCULANTE * Qual o retorno do investimento? Realizável a longo prazo * Quais as novas alternativas de investimento? Investimentos * Em quais novos ativos investir? Imobilizado * Como maximizar a rentabilidade dos investimentos existentes? Intangível * O que deve ser descartado, reduzido ou eliminado. TOTAL Fonte: LEMES(2010:pag.8) Organizações não voltadas ao lucro, tais como associações, fundações, organizações não governamentais e sindicatos, normalmente demandam mais recursos de curto prazo, ativos circulantes, especialmente caixa. Da mesma forma, existem empresas que têm maior necessidade de recursos de curto prazo, como pequenos varejos, por exemplo, postos de combustíveis, panificadoras, butiques, locadoras de vídeo e outras com necessidades de recursos de longo prazo. Decisão de Financiamento Também chamada de decisão sobre estrutura de capital, esta decisão envolve a consideração da composição das fontes de financiamento, em termos de capital próprio e de terceiros, cujos conceitos serão vistos na sequência. Quando uma empresa tem a capacidade de obter recursos com taxas e prazos compatíveis, ela consegue viabilizar bons projetos de investimento, consequentemente trazendo maior valor para seus acionistas. A composição de recursos é chamada de estrutura financeira e pode ser verificada do lado direito do balanço, o PASSIVO. O Quadro 3 apresenta o Passivo e uma série de questões que devem ser respondidas antes de se tomar uma decisão de financiamento. Da mesma forma que tratamos a decisão de investimentos, com base no ATIVO, podemos tecer alguns comentários sobre o passivo e as formas de financiamento das empresas. Quadro 3: Decisão de financiamento PASSIVO Questões a serem respondidas PASSIVO CIRCULANTE * Qual a estrutura de capital? Fornecedores * De onde vêm os recursos? Empréstimos e financiamentos * Qual a participação de capital próprio? Debêntures * Qual a participação de capital de terceiros? outros * Qual o perfil do endividamento? PASSIVO NÃO CIRCULANTE * Qual o custo de capital? Como reduzí-lo? Exigível a longo prazo * Quais as fontes de financiamento utilizadas s seus respectivos custos? Financiamentos * Quais deveriam ser substituídas ou eliminadas? PATRIMÔNIO LÍQUIDO * Qual o risco financeiro? Capital Social * Qual o sincronismo entre os vencimentos das dívidas e a geração de meios de pagamentos? Reserva de capital Ajustes de avaliação Reservas de lucros Ações em tesouraria Prejuízos acumulados TOTAL Fonte: LEMES (2010:pag.9) Uma série de fatores, como ramo de negócio, porte, condição econômica do país, além de outros, determinarão as respostas mais adequadas para cada uma das questões formuladas. Empresas multinacionais, ou grandes empresas nacionais com livre acesso aos mercados financeiros internacionais, por exemplo, podem preferir captar recursos no exterior, onde o custo de capital é menor, no entanto, estarão incorrendo num aumento de risco cambial. As decisões de financiamento envolvem a escolha da estrutura de capital, a determinação do custo de capital e a captação de recursos. Remetem, portanto, à definição das fontes de financiamentos a serem utilizadas nas atividades da empresa e nos projetos de investimento. Os recursos financeiros advêm de duas fontes: capital próprio e capital de terceiros. O capital próprio é formado por recursos dos acionistas da empresa. Pessoas físicas e jurídicas superavitárias aplicam seus recursos excedentes nas empresas. Essas aplicações são feitas no longo prazo, por meio de compras de ações no mercado de capitais ou de quotas das empresas de capital fechado (S/A ou limitadas). A motivação para a aplicação dos recursos pessoais e empresariais em projetos de investimento é a perspectiva de obtenção de lucro. Esse lucro é representado pela distribuição de lucros, de dividendos e valorização do preço da ação no mercado e distribuição de bonificações. Os principais investidores, hoje, são os fundos de pensão e os fundos de investimentos. Decisão sobre Resultados Para atingir o objetivo de maximização da riqueza dos acionistas, o administrador preocupa-se também com a administração do capital de giro e com os resultados, que são expressos nas demonstrações financeiras, por exemplo, a Demonstração de Resultados do Exercício. O Quadro 4 apresenta as principais questões a serem respondidas, com base nessa demonstração. Quadro 4: Resultados Demonstração de esultados Questões a serem respondidas Receita Operacional * Os objetivos de vendas estão sendo alcançados? (-) Dedução da Receita * Os preços praticados estão adequados? Impostos Incidentes * Quais os resultados obtidos? Como mantê-los/melhorá-los Devoluções * Qual o crescimento das vendas? E dos custos? E das despesas? (=) Receita Operacional Líquida * Qual a participação dos custos e das despesas em relação às receitas (-) Custos dos Produtos Vendidos * Qual a margem líquida de vendas? (=)Lucro Bruto * Quais os custos e as despesas que podem ser reduzidos? (-) Despesas Operacionais * As receitas obtidas estão compatíveis com os investimentos? * Os lucros têm atingido as metas estabelecidas? *Como são comparados com as melhores empresas do ramo? Administrativas Financeiras Outras Despesas (=) Lucro Operacional (-) Despesas Não Operacional (+) Receita Não Operacional (=) Lucro Líquido antes do IR (-) Provisão de Imposto de Renda (=) Lucro Líquido do Exercício Fonte: LEMES (2010:pag.11) Da mesma forma que nas decisões de investimento e de financiamento, as respostas a essas questões dependem de uma série de fatores, praticamente os mesmos já citados: ramo, porte, estágio de desenvolvimento, situação econômica do país, dentre outros. Cabe ao administrador financeiro planejar, acompanhar e controlar as atividades e os projetos, de forma a assegurar que os objetivos de resultados estabelecidos sejam cumpridos. Essas atividades dependem da interação com a contabilidade da empresa. O Importante Conceito de Valor Um conceito muito importante no mundo das finanças é o de Valor. Existem pelo menos dois conceitos de valor: a) Valor de uso é o valor atribuído à capacidade de bens e serviços satisfazerem as necessidades daqueles que os possuem; e b) Valor de troca é a quantia de recursos que, de comum acordo entre as partes, permite a troca da posse de um bem ou serviço. As finanças preocupam-se com o valor de troca. Ao se afirmar que a função primordial da administração financeira é a criação de valor para o acionista, se está dizendo que todas as atividades deverão, direta ou indiretamente, aumentar a riqueza do acionista, ou seja, aumentar o valor de troca da empresa. Podemos aumentar esse valor de duas formas: a) Internamente. Ao vender bens e serviços por preços acima de seus custos, a empresa gera uma diferença, a qual é chamada de lucro operacional. Quanto maior esse lucro, maior é a eficiência da empresa em suas atividades fins. b) Externamente. A empresa tem uma imagem junto ao mercado, e prováveis acionistas apostam no aumento de seu valor e pagam mais por suas ações no mercado. Existem várias formas de se expressar o valor da empresa, sendo os mais adotados: a) Valor patrimonial contábil. É o valor dos recursos registrados na contabilidade e dele é subtraído o valor das dívidas, ou seja, o valor expresso como Patrimônio Líquido. b) Valor patrimonial real. É o valor dos ativos e passivos, prédios, máquinas e equipamentos, veículos, estoques, contas a receber, dentre outros; e contas a pagar, empréstimos, outras obrigações computados ao valor de reposição correspondente ao estado em que se encontram ou ao seu valor atualizado. c) Valor presente líquido. É o valor obtido em função de caixa livre descontado. Para isso é utilizado uma taxa de desconto, chamada custo de capital. d) Valor de mercado. É o somatório do valor das ações da empresa ao preço em que estão sendo comercializadas no mercado, nas bolsas de valores. Em empresas que não operam em bolsas de valores, ou que não são constituídas em sociedade por ações, o valor da empresa é definido pelo valor que o mercado está disposto a pagar. e) Valor de liquidação. É o valor obtido pela empresa numa situação de encerramento do negócio. Normalmente esse valor costuma ser muito baixo. Modernamente, discute-se qual é o valor que importa: o valor patrimonial, em função da capacidade instalada da empresa, da tecnologia empregada no processo produtivo e da diferença entre ativo e passivo; ou o valor de mercado, em função da cotação das ações da empresa nas bolsas de valores, às quais decorrem das expectativas dos investidores em relação ao seu desempenho e valorização. Grupos de Relacionamento Os grupos de relacionamento incluem empregados, clientes, fornecedores, credores e outros que possuem um vínculo econômico direto com a empresa. Uma empresa atenta aos seus grupos de relacionamento evitará conscientemente medidas que possam ser prejudiciais a eles, ou seja, afetando sua riqueza. Zelar pelos interesses dos grupos de relacionamento faz parte da responsabilidade social da empresa, e espera-se que proporcione benefícios máximos, de longo prazo, aos proprietários. A boa prática empresarial no que tange aos relacionamentos deve seguir uma boa política de Governança Corporativa, com destaque para a transparência (disclosure) e a ética. Finanças e Outras Ciências A administração financeira é interdisciplinar, assim como todas as áreas da administração. Vamos apresentar a seguir algumas das relações mais relevantes. A Economia, ciência da escassez, ordena os agentes econômicos e estuda o seu comportamento. A Economia relaciona-se com as finanças empresariais sob duas formas: a Microeconomia e a Macroeconomia. A Microeconomia empresta à Teoria Financeira parte de seus conceitos, porque estuda a teoria da firma. Os estudos e as teorias microeconômicas procuram compreender o comportamento da empresa, as relações de preço com oferta e demanda de bens e serviços, o comportamento do consumidor e do investidor. Esses fatores influenciam os preços praticados no mercado, a disponibilidade de recursos e as oportunidades de investimento, preocupações das Finanças. A Teoria da Preferência pela Liquidez afirma que o investidor prefere sempre dispor de seus recursos no presente, e que, para deixar de consumir hoje e aplicar os recursos em bens que não de consumo, exige remuneração. A taxa de juros e o valor de revenda dos bens anteriormente adquiridos representam essa remuneração, que deve possibilitar que o consumo de amanhã seja maior do que o consumo hoje. A Macroeconomia estuda o sistema econômico: seus agentes, inter-relações, fluxo de bens e serviços, fluxo de recursos e taxas de juros. A empresa está inserida nesse ambiente e interage com ele na busca por recursos para financiamento, na identificação de oportunidades de investimento, na submissão às leis e às normas e no acompanhamento do ritmo da atividade econômica. A economia internacional é cada vez mais importante para as Finanças, em função do crescente processo de internacionalização dos processos produtivos e da intensificação dos fluxos de capitais. Mais recentemente, a área chamada de economia de empresas tem reunido os principais elementos da ciência econômica relevantes ao estudo dos negócios. Essa é uma tentativa de compreender como as ferramentas da economia podem explicar as mudanças na estrutura da firma, da indústria e dos mercados. Micro finanças - Entidades micro financeiras: são aquelas especializadas em crédito ao microempreendedor, constituídas na forma de: ONG – Organizações não governamentais; OSCIP – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público; cooperativas de crédito de pequeno porte; SCM – Sociedade de crédito ao microempreendedor; fundos institucionais; bancos comerciais públicos e privados or meio de carteiras especializadas e correspondentes bancários (por exemplo, Bradesco e Correios – Banco Postal; Caixa Econômica e Casas Lotéricas). Fonte: Banco Central do Brasil: Democratização do Crédito no Brasil. A contabilidade: Os registros das operações financeiras são responsabilidade da Contabilidade e obedecem ao denominado regime de competência, no qual as informações são registradas e reconhecidas independentemente de recebimento ou pagamento. Todas as entradas de recursos, na forma de bens e equipamentos, ou na forma de dinheiro e títulos, são quantificadas e registradas. Do mesmo modo, todas as saídas também são registradas. Os aportes de capital dos sócios, os empréstimos contratados, as valorizações patrimoniais e as vendas efetuadas e ainda não recebidas são contabilizadas, assim como a depreciação, os pagamentos de juros e amortização de empréstimos e os pagamentos devidos e ainda não efetuados. Esses registros são formalizados em relatórios chamados balanço geral ou demonstrações financeiras. As demonstrações financeiras são exigência fiscal e societária. Constituem importante fonte de informação do desempenho da empresa para os acionistas atuais e futuros, fornecedores, clientes e instituições financeiras. Os registros são feitos em livros específicos (ou arquivos eletrônicos) conforme princípios contábeis geralmente aceitos, estabelecidos em normas legais, as quais variam entre os países. O IASC – International Accounting Standards Comitee sugere normas padrões para o registro das operações, nos diversos relatórios contábeis. Nos Estados Unidos, as normas são estabelecidas pela FASB – Financial Accounting Standards Board. Como muitas das empresas internacionais têm sua sede nos Estados Unidos ou negociam papéis em bolsas de valores americanas, os padrões estabelecidos pela normas FASB acabam sendo seguidos por grande parte das empresas ao redor do mundo. Na Grã-Bretanha, o ASB – Accounting Standards Board e, na Irlanda, o Institute of Chartered Accountants fazem a regulação contábil. No Brasil os registros contábeis são feitos de acordo com as normas estabelecidas pela CFC – Conselho Federal de Contabilidade, que publica e fiscaliza as NBC – Normas Brasileiras de Contabilidade. Para o alinhamento de nossas normas às normas internacionais foi criado o CPC – Comite para Pronunciamentos Contábeis. Este órgão é o responsável pela análise e discussão no Brasil de normas editadas pelo IASB e FASB, com o fim de alinhamentos, dando transparência aos demonstrativos contábeis das empresas. Em relação às leis/decretos/Orientações dos órgãos do estado principalmente os tributários, a empresa deve ter fontes de atualizações legais e corpo técnico interno. A Matemática e a Estatística têm importante relação com as Finanças, pois estabelecem as medidas quantitativas, explicativas e preditivas do objeto das Finanças: a criação do valor. A Estatística e a Matemática são responsáveis por grande parte da modelagem quantitativa das teorias financeiras e pelos testes das hipóteses levantadas. Os conceitos de média, desvio-padrão, variância e covariância são utilizadas para estudar o comportamento dos ativos, em especial os ativos financeiros. O conceito de risco de investimento é entendido como a variabilidade dos retornos possíveis desse investimento. Essa variabilidade é medida pelo desvio-padrão e pela variância dos retornos esperados. A relação existente entre os ativos de um investimento ou entre os papéis que compõem uma carteira de investimentos é medida pela correlação e pela covariância de seus retornos. A Ciência da Computação vem em auxílio às finanças por meio de softwares específicos para os controles operacionais, de bancos de dados para coleta e sistematização de informações e de sistemas eletrônicos de informação gerencial, conhecidos por ERP – Enterprise Resource Planning (Planejamento de Recursos Empresariais). É difícil conceber o controle e a tomada de decisão em finanças sem auxílio do computador. A empresa opera em ambiente de leis e normas, daí sua interface com o Direito. O conhecimento das normas não apenas permite o perfeito desenrolar das atividades da organização, como também oportuniza novos negócios. O Direito normatiza as relações sociais, nas quais as relações empresariais estão incluídas. O conhecimento das leis das Sociedades Civis permite ao gestor financeiro adequar os fluxos financeiros às exigências legais, evitando multas e suspensões. A carga tributária no Brasil é alta, uma boa gestão tributária possibilita grandes economias para as empresas, dentro da legalidade. Reforma fiscal. A reforma fiscal conduzida pelo governo brasileiro, no final do ano de 2003, pouco alterou o Sistema Tributário Nacional. A comunidade empresarial não acreditava na possibilidade de alteração ampla no sistema, assim como não antevia desoneração da carga fiscal para as empresas; o que realmente aconteceu foram alterações parciais e em dois sentidos: por um lado, simplificação dos recolhimentos e, por outro, desoneração de setores específicos da economia. Por exemplo, redução da incidência de tributos sobre produtos destinados à exportação. Ainda na esfera do direito, as leis trabalhistas regulamentam a contratação de funcionários, as responsabilidades da empresa para com eles e os encargos a serem pagos. Esses elementos têm peso significativo na pauta de custos e nas decisões de investimentos em novas tecnologias redutoras de mão de obra. As leis de zoneamento e proteção ambiental são relevantes nas decisões de localização industrial e adoção de tecnologias verdes. Administração Financeira com Ética A discussão sobre o conceito de Ética não é recente, sua origem remonta à Filosofia de Sócrates e Aristóteles, na Grécia antiga. Sócrates questionava os costumes estabelecidos (valores morais transmitidos d geração para geração) e também o que significavam esses valores (se eles correspondiam de fato ao que se referiam). Aristóteles definiu a ética como saber prático, porque a essência do seu conhecimento só existe como consequência da ação. Nesse sentido, a ética está ligada à práxis, e não existe separação entre o agente, a ação e a finalidade do agir. O objetivo primordial da Ética é buscar aquilo que é considerado “correto”, dentro da pluralidade de morais e das mudanças morais que ocorreram ao longo da história. Então, a Ética pode ser definida em nossos dias como “a ciência do comportamento moral dos homens em determinada sociedade” (Vasquez, 2005). Robert A. Cooke sugere que as seguintes questões sejam usadas para avaliar a viabilidade ética de uma determinada ação: 1. O ato de ...é arbitrário ou caprichoso? Discrimina um indivíduo ou um grupo? 2. O ato de ...viola a moral ou os direitos legais de qualquer indivíduo ou grupo? 3. O ato de ...está em conformidade com os padrões morais aceitos? 4. Há cursos alternativos de ação que possam causar menos dano real ou potencial? O posicionamento socialmente responsável é considerado diferencial competitivo capaz de trazer bons resultados às organizações. A reputação das marcas e das organizações está, sem dúvida, mais vulnerável diante dos debates envolvendo questões como ecologia, preservação do meio ambiente, saúde, bem-estar, diversidade, direitos humanos e comunidades. Os administradores de empresas, de todos os portes, já perceberam que é preciso tomar decisões de modo a equilibrar os interesses da empresa com os interesses dos públicos com quem se relacionam, uma vez que a continuidade das atividades depende de sua aceitação pela sociedade em que está inserida. O administrador financeiro tem responsabilidade sobre o nível de endividamento, não apenas para honrar os compromissos financeiros junto a credores, mas principalmente para garantir a solvência e a continuidade das atividades da empresa. Dessa forma, os empregos estarão assegurados; os fornecedores terão certeza quanto à demanda futura; os clientes poderão planejar suas compras, especialmente no caso de produtos que exigem a assistência técnica e peças de reposição. Quanto maior o porte da empresa, maior a responsabilidade ética do administrador financeiro, porquanto maior o grupo de relacionamento da empresa. As decisões financeiras de grandes corporações, de atuação global, têm impacto significativo muitas vezes até nas economias nacionais. No Brasil, de dimensões continentais, os impactos normalmente são regionalizados. Mercado Financeiro A existência da intermediação financeira pressupõe que o sistema econômico tenha superado o estágio primitivo das trocas diretas em espécie, onde em uma economia em que as trocas se estabelecem por meio de escambo, não há possibilidade de formação de mercados monetários e de intermediação de ativos financeiros. O funcionamento de uma economia sujeita a estas condições é sem dúvida, precário. Trata-se de uma forma primitiva de organização da atividade econômica. No entanto, em decorrência do próprio desenvolvimento espontâneo do sistema, formas assim primitivas cedem lugar a tipos mais avançados de organização, em que a moeda, em um primeiro estágio e a intermediação financeira, em um estágio subsequente, são inevitavelmente introduzidas. As atividades dos agentes econômicos restringem-se à produção, ao intercâmbio direto, ao consumo e à estocagem de ativos reais. A poupança, quando ocorre, assume a forma de um aumento dos estoques dos ativos reais produzidos e não consumidos no período corrente. E os investimentos ocorrem sob a forma de produção de determinados tipos de ativos reais, cuja destinação é a de servir, em período futuros, como novos instrumentos de produção. A dimensão e as características da intermediação financeira em uma economia em determinado período de tempo dependerão não só da magnitude dos déficits e dos superávits de seus agentes econômicos, mas também da predisposição desses mesmos agentes, respectivamente, em financiar seus déficits e em aplicar seus superávits. Além da magnitude dos déficits e dos superávits e da predisposição em ajustá-los por meio do mercado de ativos financeiros, outros fatores também determinarão a dimensão e as características da intermediação. As bases institucionais vigentes, em que a intermediação se apoia, destacam-se como um dos fatores de mais significativa importância. Figura 1: Intermediação Financeira: poupadores e investidores AGENTES ECONOMICOS SUPERAVITARIOS INTEMEDIARIOS FINANCEIROS AGENTES ECONOMICOS DEFICITARIOS OFERTA DE RECURSOS FINANCEIROS DEMANDA DE RECURSOS FINANCEIROS O processo de intermediação e o estabelecimento do mercado financeiro. Ao canalizar recursos captados junto aos agentes superavitários para os deficitários, os intermediários financeiros operacionalizam os fluxos de financiamento indireto e da economia. Tipos de Empresas A constituição das empresas tem aspectos técnicos, administrativos, legais e de mercado. Os aspectos técnicos e administrativos relacionam-se à atividade-fim da empresa, que pode ser: · Instituições financeiras · Empresas privadas, comerciais, industriais e prestadoras de serviços · Empresas e órgãos públicos · Organizações sem fins lucrativos, por exemplo, as ONGs – Organizações não governamentais. Do ponto de vista legal, as empresas podem organizar-se sob diversas formas: firma individual, sociedade limitada e a sociedade por ações. Essa constituição depende do porte da empresa, do interesse dos seus organizadores e das implicações administrativas de cada uma delas. Empresas Individuais São empresas pequenas, normalmente registradas como microempresas, de simples constituição, quase sempre de único dono, que também é o gerente. No Brasil, essas empresas muitas vezes emergem da informalidade, quando os negócios começam a aumentar. São pequenos estabelecimentos industriais, comerciais, prestadores de serviços, profissionais liberais e autônomos. A responsabilidade do proprietário da empresa individual é ilimitada; ou seja. Seus bens pessoais respondem por todas as dívidas da empresa, no caso de inadimplência. A documentação exigida para a abertura da empresa e dos registros necessários para cada negócio específico pode ser obtida junto aos balcões do SEBRAE – Serviço Brasileiro de Atendimento Empresarial, órgão que também presta assessoria na condução das atividades da empresa. Sociedade por Cotas de Responsabilidade Limitada Nas empresas limitadas, como são usualmente conhecidas, os sócios estabelecem um Contrato Social. Esse contrato define a participação de cada um dos sócios: aporte de capital de cada um deles, responsabilidade das partes e a natureza da atividade a ser desenvolvida. No caso de inadimplência, as dívidas da empresa poderão ser pagas com os bens dos sócios, até o limite de sua participação no capital. No Brasil, normalmente, na constituição de empresas limitadas, os sócios não atentam para esse detalhe, incorrendo posteriormente em grandes conflitos. Outra característica dessas empresas é sua origem familiar. Muitas vezes, infelizmente, as despesas das famílias dos sócios são confundidas com as despesas da empresa. Para evitar inconvenientes familiares e para proteger a liquidez, sugere-se o estabelecimento prévio das retiradas pró-labore de cada um dos sócios vinculados ao desempenho da empresa, e não de acordo com as necessidades de cada uma das famílias. Com o processo de fusões e aquisições, essas empresas tendem a ser adquiridas por outras empresas maiores, mas existem muitos nichos de mercado que podem ser ocupados por elas: prestação de serviços, comércios especializados, industrialização terceirizadas, por exemplo. Sociedades por Ações As sociedades por ações ou sociedades anônimas são grandes empresas com capital diluído entre milhares e até milhões de acionistas, que possuem participações no capital da empresa, por meio de ações. Cada interessado na empresa adquire essas ações no mercado de capitais, que, por sua vez, se constitui numa das grandes fontes de recursos nos países desenvolvidos. As sociedades anônimas podem ser de capital fechado ou aberto. As de capital fechado são aquelas cujas ações estão nas mãos de pessoas físicas e jurídicas determinadas e não são comercializadas em bolsas de valores. No Brasil, normalmente são grandes empresas de origem familiar. As de capital aberto são aquelas cujas ações são comercializadas em bolsas de valores, estando, portanto, acessíveis a qualquer interessado. O valor da ação no mercado, os dividendos, as bonificações, a ação social, o respeito ao meio ambiente são acompanhados pelos seus acionistas, que a qualquer momento podem ir ao mercado alterar a composição de sua carteira de investimentos, vendendo as ações das empresas cujo desempenho não é satisfatório e comprando ações de empresas com melhor desempenho. Teoria de Agência Em pequenas empresas, o proprietário é normalmente quem detém todo o controle da empresa, desde as atividades operacionais sobre, por exemplo, as quantidades a serem vendidas, até as decisões estratégicas sobre quanto se endividar junto às instituições financeiras. À medida que cresce o tamanho da empresa, sua estrutura organizacional fica mais complexa. Começam a ocorrer divisões de tarefas em produção, vendas, finanças, administração de pessoas e marketing. O proprietário não mais consegue exercer o controle direto sobre todas as atividades. Historicamente, o setor financeiro é o último a ser abandonado pelo sócio proprietário. Nas Sociedades por Ações, mesmo os acionistas majoritários, aqueles considerados os donos da empresa, acabam por delegar a terceiros a gestão de muitas, senão de todas, atividades. Essa separação entre a propriedade da empresa e a sua gestão pode implicar alguns conflitos. Em princípio, os gestores devem buscar maximizar a riqueza do acionista; mas nem sempre os ganhos para o gestor estão diretamente relacionados com o valor da empresa: as decisões que maximizam a riqueza do acionista não necessariamente aumentam os ganhos dos executivos. Isso significa dizer que, ao delegar poder aos executivos, os proprietários podem estar perdendo parte de sua riqueza. A gerência pelos proprietários implica na busca dos melhores retornos, pecuniários ou não, para si e para a empresa; tais como: aspectos físicos do escritório, Aparência do pessoal de secretaria, o nível e disciplina dos funcionários, um grande computador, compra de matérias-primas dos amigos etc. Em outras palavras, o enriquecimento da empresa tem a mesma importância que o enriquecimento pessoal do proprietário. A partir do momento que o proprietário, ainda gerente, vende parcela de sua participação a terceiros, não mais vai despender o mesmo esforço na busca do enriquecimento da empresa, como antes. Isso se deve ao fato de agora ele precisar dividir os resultados com outros. Então, é melhor pensar primeiro no seu enriquecimento pessoal, depois no da empresa. O enriquecimento pessoal pode se dar não apenas por meio de maiores lucros da empresa, mas também pela obtenção de benefícios pecuniários e não pecuniários concedidos aos gerentes. Objetivo dos Administradores e Remuneração O objetivo dos administradores pode ser, em primeiro lugar, manter o seu cargo. Algumas vezes, se fossem deixados por sua conta, tenderiam a maximizar o volume de recursos que controlam, ou, em termos mais amplos, maximizariam seu poder empresarial ou sua riqueza. Os administradores podem tender a dar ênfase excessiva à sobrevivência da organização, para fortalecer a segurança de seus empregos. Além disso, podem não gostar da interferência externa, e assim outros objetivos importantes podem ser a independência e a autossuficiência da empresa. Uma forma de reduzir o conflito é remunerar os administradores com base nos resultados. Quando as empresas utilizam um sistema de remuneração pelo qual os administradores têm participação nos resultados, há maior probabilidade de que os interesses coincidam. Normalmente, se recebem opção de compra de ações a preços vantajosos, procuram fazer com que as ações valham mais. O segundo incentivo relaciona-se com as suas perspectivas de emprego. Os que tiverem melhor desempenho tenderão a ser promovidos, e com isso obterão melhor remuneração. 1.2 - Ambiente Econômico e Financeiro das Empresas Introdução No item 1.1 , tratamos dos Objetivos e das Funções do Administrador Financeiro, do mercado financeiro, dos tipos de empresas e da separação entre propriedade e controle. Neste item, 1.2, serão apresentados e discutidos aspectos dos ambientes econômico e financeiro das empresas. O administrador financeiro necessita conhecer a estrutura de mercado em que sua empresa está inserida para atuar melhor em negociações empresariais. Nesse sentido, serão analisadas as políticas econômicas do governo em sua função de controlar e regular a atividade econômica. Serão analisados os principais aspectos da política monetária, as operações de mercado aberto, os recolhimentos compulsórios e as taxas de redesconto; da política fiscal, como impostos, taxas e contribuições de melhoria; da política cambial, sua implicações no estabelecimento da competitividade das empresas nacionais nas exportações e aspectos ligados ao hedging cambial; e das políticas de rendas, como fator do desenvolvimento da produção e no fortalecimento de determinados setores e regiões. Será apresentado o Sistema Financeiro Nacional, com detalhes de cada um dos seus componentes. Pela sua importância, a função do Banco Central, em sua atuação como principal autoridade monetária do país. Serão tratados aspectos relevantes das finanças corporativas, como as taxas de juros e as cotações de moedas e papéis negociados diariamente em bolsas de valores e diretamente entre os intermediários financeiros. As Empresas no Ambiente Econômico As empresas compram, vendem, prestam serviços, pagam impostos, tomam recursos emprestados, enfim, interagem com outros agentes econômicos no país e no exterior. Essas relações ocorrem sob a vigência de normas legais, fiscais, fitossanitárias e outras. Inserem-se muitas vezes em acordos de comércio internacional e blocos econômicos. As empresas, além de serem pressionadas por seus clientes, que exigem melhores serviços e menores preços, são fiscalizadas por diversos órgãos governamentais. Muitas vezes, estão sujeitas a variações em suas condições de operação: demanda de seus produtos e serviços, custo do dinheiro, alterações nas leis regulatórias do setor de atuação, mudanças tributárias e variações na conjuntura internacional. Esse conjunto de fatores caracteriza o ambiente econômico no qual a empresa está inserida. Estruturas de Mercado A atuação das empresas no ambiente econômico, o seu planejamento estratégico e suas possibilidades de sucesso dependem muito da forma como estão inseridas no ambiente econômico. Empresas com muitos concorrentes têm menores possibilidades de aumentar os preços praticados. Empresas com muitos fornecedores têm maior poder de barganha na aquisição de matérias-primas e insumos. Os perfis dos fornecedores, dos clientes e dos produtos da empresa caracterizam o próprio mercado. A forma de organização dos mercados recebe o nome de Estrutura de Mercado. O Quadro 5 apresenta as possíveis estruturas de mercado, em que se destacam, na sequência, as mais importantes para a realidade empresarial brasileira. Quadro 5: Estruturas de Mercado Monopolio Oligopólio. Concorrêncial Concorrência: o mercado é dito concorrencial quando existem muitos vendedores do mesmo produto. Se o produto é exatamente o mesmo, então há concorrência perfeita. Se não forem considerados o padrão de atendimento e a localização dos postos de serviços, a venda de combustíveis e gás de cozinha é um exemplo. Existe grande número de fabricantes, muitos compradores e os produtos são bastante similares. A melhoria nos padrões de atendimento e as grifes são parte das ações de marketing para diferenciar o produto. Oligopólio: caracteriza-se pelo grande número de compradores de produto ou serviço produzido por pequeno número de empresas. Exemplo de oligopólio puro no Brasil é o caso das operadoras de telefonia fixa: os usuários de ligações telefônicas dispõem de duas ou três opções (dependendo da região do país) de operadoras de telefonia para efetuarem ligações de longa distância. Esse é um bom exemplo de mudanças na estrutura de mercado que imprime mais competitividade à prestação de serviço. Monopólio: existe apenas um fabricante do produto ou prestador do serviço. As empresas nessa situação têm grande poder sobre o mercado para impor preço e condições de venda. Suas limitações estão no tamanho do mercado e nos custos de produção, além das regulamentações governamentais. Existem formas especiais de monopólio, como os garantidos por lei, caso da distribuição primária de derivados de petróleo no Brasil, realizada exclusivamente pela Petrobras, e os monopólios naturais. A concorrência monopolística está mais perto da realidade empresarial brasileira, o que pode ser observado na indústria de confecções. A economia brasileira tem sido contemplada com sucessivos desregulamentações dos monopólios. Isso constitui desafio para os administradores financeiros que detinham monopólio de alguns produtos ou serviços, porque os preços praticados ficam sujeitos às forças de mercado. Monopsônio: Em economia, monopsônio é uma forma de mercado com apenas um comprador, chamado de monopsonista, e inúmeros vendedores. É um tipo de competição imperfeita, inverso ao caso do monopólio, onde existe apenas um vendedor e vários compradores. O termo foi introduzido por Joan Robinson. Um monopsonista tem poder de mercado, devido ao fato de poder influenciar os preços de determinado bem, variando apenas a quantidade comprada. Os seus ganhos dependem da elasticidade da oferta. Oligopsônio: Em economia, oligopsônio é uma forma de mercado com poucos compradores, chamados de oligopsonistas, e inúmeros vendedores. É um tipo de competição imperfeita, inverso ao caso do oligopólio, onde existem apenas alguns vendedores e vários compradores. Os oligopsonistas tem poder de mercado, devido ao fato de poderem influenciar os preços de determinado bem, variando apenas a quantidade comprada. Os seus ganhos dependem da elasticidade da oferta. Seria uma situação intermediária entre a de monopsônio e a de mercado plenamente competitivo. O administrador financeiro necessita conhecer a estrutura de mercado em que sua empresa está inserida para atuar melhor em negociações comerciais, no estabelecimento de preços de venda e de cotações de compra. Políticas Econômicas As políticas econômicas referem-se às ações do governo no sentido de controlar e regular a atividade econômica. Mesmo os países com governos liberais interferem-na economia para fomentar o crescimento e a estabilidade econômicos e garantir a equitatividade. São estabelecidos princípios político-administrativos, com base na ideologia dominante, e então especificadas as metas a serem atingidas. É chamado de instrumentos de política econômica o conjunto de ações e medidas à disposição do governo, para a regulação da atividade econômica. Esses instrumentos estão divididos em quatro tipos: Política Monetária, política Fiscal, Política Cambial e Política de Rendas. Política Monetária: são as ações do governo, decididas pelo Conselho Monetário Nacional e operacionalizadas pelo Banco Central, para controlar o volume de moeda em circulação e o montante de crédito disponível. Os instrumentos clássicos de política monetária são: a) Operações de mercado aberto (open Market): emissão e recompra de títulos públicos. Normalmente, títulos do Tesouro Nacional, títulos da carteira do Banco Central e títulos de emissão própria, os Bônus e as Notas do Banco Central, estas últimas emitidas em série. Cada série tem características próprias de montante, prazos, vencimento e taxa de juros. Por exemplo, NBC-Es são títulos cambiais, com vencimento em dois anos, cuja remuneração depende da expectativa de variação do dólar, acrescida de prêmio pelo risco Brasil. Quando o Banco Central vende esses papéis no mercado, está recolhendo moeda, diminuindo a liquidez do sistema. Como normalmente esses papéis são vendidos para o governo fazer caixa e saldar dívidas, os recursos voltam ao sistema financeiro, devolvendo liquidez ao sistema. Se os recursos são tomados emprestados por dois anos e o governos está saldando dívidas de prazos menores, diz-se que o governo está alongando o perfil da dívida. As taxas de juros menores refletem maior credibilidade dos investidores na manutenção do equilíbrio e no crescimento econômico do país. O contrário, tomar recursos de curto prazo para saldar dívidas de longo prazo, significa que o governo está encurtando o perfil da dívida. Isso ocorre quando se reduz a credibilidade nas ações do governo e na sua capacidade de honrar suas dívidas. Nessa situação, o governo precisa oferecer taxas de juros maiores para atrair investidores preocupados como aumento do risco. b) Depósitos compulsório: é o percentual dos depósitos a vista e a prazo, efetuados pelos correntistas nos bancos comerciais, que deve ser recolhido ao Banco Central. Esse montante fica esterilizado junto ao Banco Central, não sendo possível às instituições financeiras utilizá-los para novos empréstimos. Quanto maior a taxa de recolhimento compulsório, menor o volume de recursos disponível para as instituições financeiras emprestarem e, por consequência, menor liquidez do sistema. c) Taxa de redesconto: é a taxa cobrada dos bancos comerciais para o Banco Central descontar seus títulos. Quando ao final do dia determinada instituição financeira está com dificuldade para “fechar” seu caixa, precisam solicitar empréstimos a outras instituições financeiras, os chamados empréstimos interbancários. Quando ainda assim faltam recursos, a instituição precisa “vender” ao Banco Central parte de seus títulos em carteira. A taxa que o BACEN cobra é a taxa de redesconto. Quanto maior essa taxa, mais cara é para a instituição refinanciar sua dívida e, portanto, ela se tornará mais seletiva na concessão de novos créditos a clientes, diminuindo a liquidez do sistema. Alguns aspectos importantes da política monetária para os administradores financeiros: ü Quanto maior a dificuldade de o governo captar recursos, maiores as taxas de juros exigidas pelos investidores para emprestar dinheiro. Como o governo paga taxas mais elevadas, o custo do dinheiro sobe para todos os agentes da economia. ü Quanto menor a liquidez do sistema, mais difícil e mais caro contrair empréstimos. Diminuem os recursos disponíveis para os bancos emprestarem e aumentam as taxas de juros cobradas. ü Quanto mais elevadas forem as taxas de juros, mais interessante aplicar recursos no mercado financeiro e mais caro tomar recursos emprestados. Política Fiscal: compreende as decisões dos governos federal, estadual e municipal referentes à tributação. Os impostos, as taxas e contribuições de melhoria objetivam a manutenção das atividades de Estado e a prestação de serviços à comunidade. Podem atuar como reguladores e incentivadores da atividade econômica e, ainda, facilitar políticas de distribuição de rendas. Importam ao administrador financeiro na medida em que os tributos incidem nas operações de abertura da empresa, nas operações de compra e venda de produtos e serviços, na propriedade de ativos, na contratação e no desligamento de funcionários e no encerramento das atividades da empresa. No Brasil, O ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) tem sido utilizados pelos governos dos Estados Federados para atrair empresas. Isso tem gerado uma “Guerra Fiscal”, porque os governantes postergam a cobrança do imposto ou a suspendem temporariamente, como forma de reduzir os custos de produção para as empresas que optarem por se estabelecer nos Estados beneficiados. Política Cambial: refere-se às ações do governo para controle da taxa de câmbio e das condições de ingresso e saída de capitais externos no país. A importância do controle das taxas de câmbio está na manutenção de: A - Paridade de compra da moeda nacional em relação à moeda estrangeira. B - Competitividade em preço do produto nacional a ser exportado. C - Controle de custos dos produtos importados. D - Equilíbrio da balança comercial (exportações menos importações). E - Equilíbrio do balanço de pagamentos (todos os recebimentos do exterior menos todos os pagamentos ao exterior) F - Controle das taxas de juros pagas aos investidores estrangeiros e aos credores internacionais. É importante que o administrador financeiro acompanhe o comportamento da política cambial para, no curto prazo: A - Avaliar o preço de suas exportações na moeda nacional; B - Acompanhar o custo efetivo das suas importações; C - Controlar suas dívidas em moeda estrangeira. Quando a moeda nacional está desvalorizada em relação à moeda estrangeira, no Brasil, as exportações recebem maior quantia de reais pelo mesmo preço de venda em dólares. Quando o real está valorizado, as exportações são menos interessantes. Raciocínio inverso pode ser aplicado às importações e as dívidas contraídas no exterior. As políticas monetárias de outros países e blocos econômicos também têm importância para o administrador financeiro. Quando uma moeda está valorizada em relação ao dólar, as compras internacionais nessa moeda ficam mais baratas em dólares. Desse modo, será mais vantajoso o exportador brasileiro vender para o país que utiliza essa moeda. Políticas de Rendas: são medidas tomadas pelo governo no sentido de prover renda mínima aos trabalhadores e aposentados (salário mínimo), incentivar a produção e o consumo de determinados produtos (subsídios) e fortalecer determinado setor ou região (incentivos fiscais). Inclui ainda investimentos diretos do governo em atividades específicas. O Programa Bolsa Família é exemplo da Política de Rendas. A obrigatoriedade da destinação de 2% dos recursos captados pelos bancos por meio de depósitos a vista para operações de microcrédito, estabelecida na Resolução Bacen nº 3.109/2003, também é uma forma de destinar recursos às camadas mais carentes da população, nesse caso, os microempreendedores. No Brasil, é importante que o administrador financeiro esteja atento a essas políticas de modo a aproveitar, por exemplo, incentivos fiscais oferecidos por determinadas cidades para a instalação de novas plantas industriais. A economia decorrente da postergação ou isenção de impostos deve ser incluída no fluxo de caixa do projeto relativo ao investimento em novas plantas industriais. Também é importante perceber as oportunidades referentes às exportações, pois, no Brasil, é relativamente mais fácil e mais barato financiar, no curto prazo, operações de exportação do que operações do mercado interno. Hedge cambial: é o ato de proteger as operações financeiras das variações cambiais. Você compra hoje no mercado financeiro um título que lhe possibilita comprar, em data futura, determinada quantia de dólares a um preço preestabelecido. Quando chega a data do vencimento do título, a qual é coincidente com a sua dívida na moeda estrangeira, você consulta o preço do dólar no mercado. Se estiver acima do contratado no hedge, usa o seu direito de comprar a moeda estrangeira no preço previamente contratado. Caso o dólar esteja no mercado com um preço abaixo do que está contratado no titulo, você não exerce o seu contrato, compra a moeda no mercado e perde apenas a quantia paga pela contratação do hedge. As Empresas no Ambiente Financeiro Bancos, companhias de crédito, taxas de juros, taxas de câmbio, títulos de dívida constituem o ambiente financeiro das empresas. Há outros fatores que, apesar de não estarem diretamente relacionados à atividadefim das empresas industriais, comerciais e prestadoras de serviços, têm grande influência nas finanças empresariais. As trocas realizadas por esses agentes, ditos deficitários, superavitários e intermediários financeiros ocorrem nos mercados financeiros. O ambiente financeiro tem uma organização formal na grande maioria dos países, denominada sistema financeiro. Com algumas variações, constitui-se de órgãos reguladores e órgãos executores. Estes podem ser públicos ou privados, e aqueles são públicos, com maior ou menor autonomia, de acordo com a legislação e a orientação política dos países. O Brasil encontra-se em situação intermediária. SFN – Sistema Financeiro Nacional O Sistema Financeiro Nacional está proposto no art.192 da atual Constituição Brasileira, promulgada em 1988. Reza esse artigo que o SFN será estruturado de forma a promover o desenvolvimento equilibrado do país e a servir aos interesses da coletividade, regulamentada pela Lei nº 4.595/1964. Sistema Financeiro Nacional - Ministerio da Fazenda - Banco Central do Brasil - Instituições financeiras Estatais - Instituições financeiras Privadas - Bolsa de Valores a) INSTITUIÇÕES NORMATIVAS: é aquele que normatiza, que cria as normas que orientarão o funcionamento do sistema. Suas funções são regular, controlar e exercer fiscalização sobre as instituições intermediadoras, disciplinar todas as modalidades de crédito bem como a emissão de títulos e valores mobiliários. Fazem parte deste subsistema: - o Conselho Monetário Nacional - CMN; - o Banco Central do Brasil - BACEN; - a Comissão de Valores Mobiliários - CVM. - a Superintendência de Seguros Privados – SUSEP - a Secretaria de Previdência Complementar - SPC b) INSTITUIÇÕES OPERATIVAS: é aquele que funciona em segmentos específicos do mercado financeiro, de capitais (longo prazo), monetário (curto prazo) e cambial, subordinando-se às normas emanadas do subsistema normativo. Fazem parte deste subsistema: b.1) Instituições financeiras bancárias ou monetárias: são aquelas com capacidade de criar moeda: - Bancos Comerciais; - Bancos Múltiplos; - Caixas Econômicas - Cooperativas de Crédito. b.2) Instituições financeiras não bancárias ou não monetárias: são aquelas que não criam moeda: - Bancos de Investimento -BI’s; - Bancos de Desenvolvimento; - Sociedades de Arrendamento Mercantil (Leasing); - Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento (financeiras); - Sociedades de Crédito Imobiliário. c) INSTITUIÇÕES DISTRIBUIDORAS: são aquelas cuja finalidade é negociar e distribuir títulos e valores mobiliários (ações, debêntures, NP’s, Commercial Papers etc.): - BM&FBOVESPA - Bolsas de Valores e Bolsa de Mercadorias e Futuros - Caixa de Registro e Liquidação; - Sociedade de Compensação e Liquidação de Operações; - Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários - SCTVM; - Sociedades Corretoras de câmbio - SCC; - Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários - SDTVM; - Agentes Autônomos de Investimento. d) AGENTES ESPECIAIS: são instituições que complementam funções do subsistema normativo e operam em nome do Tesouro Nacional: - Banco do Brasil S.A. - BB; - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES; - Banco do Nordeste do Brasil S.A. - BNB - Banco da Amazônia S.A. - BASA. Os três primeiros integrantes CMN, CVM e BACEN, fazem parte do subsistema normativo, que regula e controla o subsistema operativo. Essa regulamentação e controle são exercidos através de normas legais, expedidas pelas autoridades monetárias, ou pela oferta de crédito levada a efeito pelo BB e BNDES. As demais instituições financeiras fazem parte do subsistema operativo, competindo no mercado financeiro. Segundo foi definido pela Lei nº 4.595, as instituições financeiras, para efeito legal, são pessoas jurídicas, públicas ou privadas que tenham como atividade principal ou acessória a coleta, intermediação ou aplicação de recursos financeiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, e a custódia de valor de propriedade de terceiros. Para efeito desta Lei, equiparam-se às instituições financeiras as pessoas físicas que exerçam quaisquer das atividades referidas de forma permanente ou eventual. Daí a razão dos Agentes Autônomos de Investimento figurar como instituições financeiras auxiliares. Em suma, os principais órgãos do governo que integram o SFN são o CMN, o BACEN, o BNDES e a CVM, que operam fiscalizando e promovendo o funcionamento do mercado financeiro, tendo como principais funções a prestação de serviços e a intermediação de recursos entre aqueles que possuem disponibilidades e aqueles que necessitam desses recursos. O Sistema Financeiro Nacional conforme apresentado por Lopes & Rossetti é caracterizado por quatro fases distintas: "A primeira, mais longa, abrange o fim do período colonial, o Império e os primeiros anos da República; esta fase é passível de pelo menos três subdivisões, demarcadas pelo início da intermediação financeira no período colonial até o final da década de 1830, pelos primeiros anos da década de 1840 até o final do Império e pelos primeiros anos da República até o início da Primeira Guerra Mundial. A segunda abrange o período das Guerras e da Grande Depressão. A terceira, iniciada em 1945, vai até as reformas institucionais de 1964 e 1965. E a quarta inicia-se com essa reforma, estendendo-se até os dias atuais”. O Sistema Financeiro Nacional em sua primeira fase caracterizou-se pela intermediação financeira na sua forma mais simples através de atividades relacionadas ao setor cafeeiro e a implantação de projetos no setor de infraestrutura. No final do Império, para atender as consequentes pressões por maior volume de crédito, o Tesouro estendeu aos bancos o poder de emissor. Gerando nos próximos anos períodos de crescimento acelerado, excitação das atividades de intermediação financeira, surta inflacionária e em decorrência austeridade financeira, através da condução de uma fase de contra reforma (1892 - 1906). A partir de 1906, ao término da crise financeira do início do século, que resultou em significativas mudanças com fusões, incorporações e liquidações de instituições, as atividades de intermediação financeira do país voltaram à normalidade. A partir da segunda fase caracterizada pelo período das Guerras e da Depressão, que se estendeu de 1914 a 1945, houve uma série de processos de considerável importância no quadro geral da intermediação financeira no Brasil, com destaque aos seguintes: A - Expansão do sistema de intermediação financeira de curto e médio prazos; B - Disciplina, integração e ampliação das margens de segurança, face a criação da Inspetoria Geral dos Bancos (1920), instalação da Câmara de Compensação (1921) e a implantação da Carteira de Redescontos do Banco do Brasil (1921); C - Estudos para criação de um Banco Central no país. Esses destaques trouxeram amplos benefícios ao sistema financeiro do país, à medida que deu maior consistência ao processo de intermediação. Nesse período as instituições desenvolveram-se com relativa segurança, ampliando o seu raio de ação e dando sustentação às mudanças na estrutura de produção do país. A captação de recursos, depósitos à vista e empréstimos concedidos elevaram-se de forma consistente durante todo o período, não obstante a interrupção dos anos da Grande Depressão e períodos de Guerra. A terceira fase que se estendeu de 1945 a 1964, caracterizou-se como fase de transição entre a estrutura simples de intermediação financeira da primeira metade do século e a complexa estrutura montada a partir das reformas institucionais de 1964-65. Nos anos de transição as principais transformações no sistema financeiro nacional foram: A - Consolidação e penetração no espaço geográfico da rede de intermediação financeira de curto e médio prazo; B - Implantação de um órgão normativo, de assessoria, controle e fiscalização, o SUMOC Superintendência da Moeda e do Crédito; C - Criação de uma instituição financeira central de fomento, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico, BNDE; D - Criação de instituições financeiras de apoio a regiões carentes; E - Desenvolvimento espontâneo de companhias de crédito, financiamento e investimento de médio e longo prazos. A última fase da evolução da intermediação financeira no Brasil iniciou-se em 1964-65, com a promulgação de três leis que introduziram profundas alterações na estrutura do sistema financeiro nacional: A - Lei nº 4.380 - 21/08/64: instituiu a correção monetária nos contratos imobiliários de interesse social, criou o Banco Nacional de Habitação e institucionalizou o Sistema Financeiro de Habitação; B - Lei nº 4.595 - 31/12/64: definiu as características e as áreas específicas de atuação das instituições financeiras e transformação do SUMOC e seu Conselho em Banco Central do Brasil e Conselho Monetário Nacional, respectivamente; C - Lei nº 4.728 - 14/07/65: disciplinou o mercado de capitais e estabeleceu medidas para seu desenvolvimento. "A partir desses três institutos legais, o sistema financeiro brasileiro passou a contar com maior e mais diversificado número de intermediários financeiros não bancários, com áreas específicas e bem determinadas de atuação. Ao mesmo tempo, foi significativamente ampliada a pauta de ativos financeiros, abrindo-se um novo leque de opções para aplicação de poupanças e criando-se, decorrente, condições mais efetivas para a ativação do processo de intermediação". A quarta fase iniciou-se pela implementação dessas reformas até os dias atuais. Além daquelas instituições citadas, foi incorporado ao quadro do sistema a Comissão de Valores Mobiliários, criada pela Lei nº 6.385, de 7/12/76. Após o período de 1968 a 1973, o país passou a conviver com uma conjuntura adversa internacional (choque do petróleo de 73 e 79 e a crise da dívida externa de 82) e conturbada a nível interno (redemocratização e inflação). Influenciado também por esses acontecimentos, surgiu por parte dos agentes econômicos a necessidade de se protegerem quanto as oscilações adversas a que estão sujeitos, tanto a fatos e políticas interna, quanto externa. A transformação que vem passando a intermediação financeira nos últimos anos é motivada pelo desenvolvimento da economia, refletindo em processos de fusões e incorporações, resultando em aumento de competitividade. Diante disso a atividade de intermediação financeira, além de minimizar a incerteza e os riscos a níveis compatíveis com as exigências de maximização dos ganhos, terá que proporcionar cada vez mais segurança e agilidade no julgamento e previsão de melhores retornos. BANCO CENTRAL DO BRASIL Órgão executivo central do sistema financeiro, com responsabilidade de cumprir e fazer cumprir as disposições que regulam o funcionamento do sistema e as normas expedidas pelo CMN. Através do BC o Estado intervém diretamente no sistema financeiro e, indiretamente, na economia. Principais atribuições: - Emitir moeda de acordo com condições do CMN; - Executar os serviços do meio circulante; - Receber os recolhimentos compulsórios dos bancos; - Realizar operações de redesconto e empréstimo às instituições financeiras; - Regular a compensação de cheques e outros papéis; - Efetuar política monetária através da compra e venda de títulos federais; - Exercer o controle de crédito; - Fiscalizar as instituições financeiras; - Autorizar o funcionamento e operacionalidade das instituições; - Controlar o fluxo de capitais estrangeiros. COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS – CVM Órgão normativo do sistema financeiro, voltado para o desenvolvimento, disciplina e fiscalização do mercado de valores mobiliários, basicamente o mercado de ações e debêntures. Principais objetivos: - Estimular a aplicação de poupança no mercado acionário; - Assegurar o funcionamento às bolsas de valores e instituições auxiliares; - Proteger os titulares de valores mobiliários contra irregularidades; - Fiscalizar a emissão, o registro, a distribuição e a negociação de títulos emitidos; - Fortalecimento do Mercado de Ações. BANCO DO BRASIL Até 1986 o Banco do Brasil atuou como co-responsável pela emissão de moeda, através do ajustamento das contas das autoridades monetárias e do Tesouro Nacional. Atualmente atua como banco comercial sendo agente financeiro do Governo Federal. Principais atribuições: - Principal executor da política de crédito rural e industrial; - Responsável pelo Departamento de Comércio Exterior (Decex); - Câmara de Compensação de cheques e outros papéis; - Executar os serviços ligados ao orçamento geral da União; - Executar o serviço da dívida pública consolidada; - Adquirir os estoques de produção exportável; - Executar a política de preços mínimos de produtos agropecuários. BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL É a instituição responsável pela política de investimentos de longo prazo do Governo Federal, sendo a principal instituição financeira de fomento do País. Principais objetivos: - Impulsionar o desenvolvimento econômico e social do País; - Fortalecer o setor empresarial nacional; - Criar novos pólos de produção regionais; - Promover o desenvolvimento agrícola, industrial e de serviços; - Promover o crescimento e a diversificação das exportações; - Gerir o processo de privatização das empresas estatais. Referência bibliográfica: Administração Financeira: Princípios, Fundamentos e Práticas Brasileiras. LEMES JUNIOR, Antônio Barbosa; RIGO, Cláudio Miessa; CHEROBIM, Ana Paula Mussi Szabo. Editora Campus. 2 – Decisões de Investimento e Financiamento a Curto e Longo Prazo 2.1- Decisões de Investimento a Curto e Longo Prazo Valor do Dinheiro no Tempo A circulação dos recursos é importante para as atividades das pessoas, das empresas e de todas as formas de organização. Os agentes superavitários têm recursos sobrando, e podem emprestá-los para os agentes deficitários. Em face da diversidade de possibilidades de investimentos, é preciso conhecer técnicas que avaliem as condições em que são realizados e quais as possibilidades de retorno existentes. A primeira noção importante para esse estudo é o valor do dinheiro no tempo: O dinheiro recebido hoje tem mais valor do que a mesma quantia de dinheiro recebida amanhã. Mesmo que não exista inflação, que os preços permaneçam constantes, que as necessidades das pessoas não mudem, a possibilidade de comprar um produto hoje, fazer um investimento hoje, desfrutar um serviço hoje; vale mais do que a mesma possibilidade amanhã. Essa é a Teoria da Preferência pela Liquidez. Como o dinheiro vale mais hoje do que amanhã, então quem tem o recurso, o agente superavitário, só abre mão do consumo hoje, se for receber um valor maior no futuro. O que faz os recursos aplicados hoje aumentarem de valor no futuro? As taxas de juros. Para os nossos cálculos, quando nada for dito em contrário, a taxa de juros a que nos referimos é a taxa de juros nominal i. Resumindo: o dinheiro é aplicado hoje, para ser remunerado a uma taxa de juros i, que cubra todos os aspectos de remuneração do custo do dinheiro: recuperação do poder de compra daquele recurso, em função da inflação; remuneração pelo risco de não se receber o dinheiro de volta, ou no caso de títulos financeiros, remuneração pela dificuldade de revender esse papel no mercado e ainda a remuneração pelo risco de as taxas de juros básicas vierem a mudar ao longo do período de aplicação, Naturalmente quem toma recursos emprestados deverá arcar com o pagamento dessa taxa de juros. Para facilitar os cálculos do valor do dinheiro no tempo, os valores e as taxas são representados por letras. O Quadro 1 apresenta algumas dessas notações. Quadro 1: O valor do dinheiro no tempo Valor Presente PV, P, C, CI Present Value (Valor Presente), Principal, Capital, Capital Inicial É o valor emprestado no início do período. Valor presente hoje do empréstimo ou da aplicação. Taxa de Juros i expresso em percentual É a remuneração a ser paga pelos recursos emprestados. Valor Futuro FV, VF, M, VN Future Value (Valor Futuro), Valor Final, Montante, Valor Nominal É o montante a ser devolvido ou resgatado ao final do prazo do empréstimo ou período de aplicação. Prestação PMT, PR Parcelas, Prestação Prestação ou pagamentos intermediários. Tempo t Tempo Período de tempo da aplicação. Períodos n Período Número de períodos da aplicação. Juros J Juros em valor Valor Total de Juros Pagos. Fonte: LEMES (2010:pág. 105) Formas de Capitalização Como se calculam os juros? Os juros pagos são calculados como percentuais do valor emprestado. A forma como esse valor de juros é somado ao valor emprestado se chama capitalização. Em uma situação simples, o cálculo dos juros é direto: toma o recurso emprestado e, no vencimento, paga o principal mais os juros, segundo o princípio da capitalização simples. Capitalização Simples A capitalização Simples, o valor de juros a ser pago é calculado sempre sobre o principal emprestado. Por exemplo: Uma empresa toma $ 1.000,00 emprestado, para pagar dali a um mês, com juros de 5% ao mês. PV = 1.000,00 n = 1 mês FV = ? i = 5% am => 0,05 PV = 1.000,00 J=PV.i.n J= 1.000,00x0,05x1 J= 50,00 FV=PV(1+i.n) FV= 1.000,00(1+0,05x1) FV= 1.000,00(1,05) FV = 1.050,00 O tomador do empréstimo vai pagar: De juros = 50,00 O montante no vencimento = 1.050,00 Sempre que você estiver em face de um problema de valor do dinheiro no tempo, siga: a) Desenhe a linha do tempo b) Identifique as variáveis que você já conhece, lembre-se de que as taxas vêm expressas em percentual e devem ser transformadas em decimal. c) Identifique qual é a sua dúvida, ou que você precisa calcular. Exercícios resolvidos: 1) Quanto você deverá aplicar hoje, em uma aplicação que paga juros simples de 1,5% ao trimestre, para receber $ 537,50 daqui a cinco trimestres? PV=? i= 1,5% at => 0,015 at FV = 537,50 n= 5 trimestres FV=PV(1+i.n) PV = FV (1+i.n) PV = 537,50 (1+0,015x5) PV = 537,50 1+ 0,075 PV = 537,50 1,075 PV = 500,00 Devo aplicar $ 500,00 hoje. 2) Você foi promovido à função de tesoureiro de uma pequena empresa comercial. Desconfiado de que o cheque especial da empresa está custando muito caro, você vai fazer os cálculos de quanto está pagando de juros por essa fonte de financiamento de curto prazo. Recentemente a conta ficou devedora em $ 1.350,00 nos últimos sete dias do mês. No oitavo dia, coincidentemente o último dia do mês, um cliente depositou $ 2.000,00 e saldo ficou positivo em $621,65. Calcule qual a taxa de juros cobrada por dia. FV = 2.000,00 – 621,65 = 1.378,35 PV = 1.350,00 n= 7 dias i= ? FV=PV(1+i.n) 1.378,35 = 1.350,00(1+7xi ) 1.378,35 = 1+7i 1.350,00 1,021 = 1+7i 1,021 – 1 = 7i 0,021 – 7i I = 0,003 ou 0,30% ao dia. Capitalização Composta As operações financeiras realizadas no regime de capitalização composta são as mais usuais no ambiente dos negócios. O empréstimo é realizado por determinado número de períodos, e os juros de cada período vão sendo incorporados ao principal emprestado. Por exemplo: A empresa contraiu um empréstimo de $ 20.000,00 para quitar dali a dois meses, pagando juros de 3% ao mês, no regime de capitalização composta. PV = 20.000,00 n= 2 meses i= 3%am => 0,03 ao mês FV=PV(1+i)n FV = 20.000,00(1+0,03)2 FV = 20.000,00(1,03)2 FV = 20.000,00(1,0609) FV = 21.218,00 Exercícios resolvidos: 3) Quanto deverá ser aplicado hoje, em uma aplicação financeira que paga juros líquidos de 1% ao dia, para se poder resgatar $ 2.109,13 daqui a 75 dias? PV = ? i = 1% ad. => 0,01 ad. FV = 2.109,13 n = 75 dias FV=PV(1+i)n PV = FV (1+i)n PV = 2.109,13 (1+0,01)75 PV = 2.109,13 (1,01)75 PV = 2.109,13 2,10913 PV = 1.000,00 4) Uma empresa contraiu um empréstimo de $ 12.000,00 no mês de fevereiro. Pagou integralmente sua dívida, no mês de outubro, quitando o valor de $ 18.000,00. Qual foi a taxa de juros mensal cobrada na operação? PV = 12.000,00 FV = 18.000,00 i=? n = 8 meses JUROS = FV – PV ou JUROS = J = PV[(1+i)n – 1] J = PV[(1+i)n – 1] JUROS = FV – PV JUROS = 18.000,00 – 12.000,00 JUROS = 6.000,00 J = PV[(1+i)n – 1] 6.000,00 = 12.000,00[(1+i)8 – 1] 6.000,00 = [(1+i)8 – 1] 12.000,00 0,5 + 1 = (1+i)8 1,5 = (1+i)8 1,5 1/8 = 1+i 1,5 0,125 = 1+i 1,05199 = 1+i 1,05199 – 1 = i i = 0,05199 ou 5,2% am. Série de Pagamentos Quando ocorrerem mais de uma entrada e/ou mais de uma saída de recursos, durante a operação, temos uma série de pagamentos. VALOR ATUAL DE UMA RENDA IMEDIATA (postecipada) ( 0 + n) O primeiro pagamento será dado no final do primeiro período VALOR ATUAL(Valor à vista, Valor Presente) Por exemplo: João comprou um carro que irá pagar em quatro prestações mensais de R$ 2.626,24 sem entrada. As prestações serão pagas à partir do mês seguinte ao da compra e o vendedor afirmou estar cobrando uma taxa de juros compostos de 2% a.m. Qual o preço do carro à vista ? PMT = 2.626,24 POSTECIPADA i = 2% am n = 4 meses PV = ? POSTECIPADA PV = PMT (1 + i)n - 1 (1 + i)n x i PV = 2.626,24 (1+ 0,02)4 – 1 (1+ 0,02)4 x0,02 PV = 2.626,24 (1,02) 4 – 1 (1,02) 4 x0,02 PV = 2.626,24 x 1,08243216 – 1 0,02164864 PV = 2.626,24 x 0,08243216 0,02164864 PV = 2.626,24 x 3,80772926 PV = 10.000,00 Exercícios resolvidos: 5) Numa agência de automóveis o preço de um carro, à vista é de R$ 50.000,00.Qual é o valor da prestação mensal, se o carro for financiado em 24 meses, sem entrada, e a taxa de juros for de 3% a.m. ? PV = 50.000,00 PMT = ? n = 24 meses ic = 3% am POSTECIPADA PMT = PV (1 + i)n x i (1 + i)n - 1 PMT = 50.000,00 (1+0,03) 24 x 0,03 (1+0,03) 24 - 1 PMT = 50.000,00 (1,03) 24 x 0,03 (1,03) 24 - 1 PMT = 50.000,00 (2,03279411) x 0,03 (2,03279411) - 1 PMT = 50.000,00 x 0,06098382 1,03279411 PMT = 50.000,00 X 0,05904742 PMT = 2.952,37 VALOR ATUAL DE UMA RENDA ANTECIPADA ( 1 + n-1) O primeiro pagamento dado no início do período. Por exemplo: Uma dona de casa compra um televisor em cores em 24 prestações de 630,64, sendo que a 1a. prestação é dada como entrada. Sabendo - se que a taxa de mercado é de 4 % a.m. Qual seria o valor do T.V. à vista ? n = 24 PMT = 630,64 ANTECIPADA i = 4% am PV = ? PV = PMT (1+i)n - 1 (1+i)n¯¹ x i PV = 630,64 (1+0,04) 24 - 1 (1+0,04) 24-1 x 0,04 PV = 630,64 (1,04) 24 - 1 (1,04) 23 x 0,04 PV = 630,64 x 2,563304 - 1 2,464716 x 0,04 PV = 630,64 x 1,563304 0,098589 PV = 630,64 X 15,856779 PV = 10.000,00 Exercício resolvido: 6) Qual a prestação mensal antecipada capaz de amortizar com 12 pagamentos, um financiamento de R$ 10.000,00 com juros de 3% a.m. PMT = ? ANTECIPADA PV = 10.000,00 i = 3% am PMT = PV (1+i)n¯¹ x i (1+i)n - 1 PMT = 10.000,00 (1+0,03)¹²¯¹ x 0,03 (1+0,03)¹² - 1 PMT = 10.000,00 (1,03)¹¹ x 0,03 (1,03)¹² - 1 PMT = 10.000,00 x 1,384234 x 0,03 1,425761 - 1 PMT = 10.000,00 x 0,041527 0,425761 PMT = 10.000,00 x 0,097536 PMT = 975,36 VALOR FUTURO OU MONTANTE DE UMA RENDA IMEDIATA(postecipada) Estudaremos agora as parcelas, também denominadas de depósitos (pagamentos) que se relacionam com o “VALOR FUTURO “, UM MONTANTE , após determinado número de depósitos(pagamentos) O primeiro pagamento dado no final do primeiro período e o valor futuro coincide com o último pagamento. Por exemplo: O pai de um estudante efetua mensalmente durante 3 anos, depósitos de R$ 2.000,00 em um banco que paga 2% a.m. sobre o saldo credor. Este dinheiro se destina ao custeamento do estudo superior do filho. Qual será o montante acumulado após ser efetuado o último depósito. PMT = 2.000,00 i = 2% am n = 3 anos è 3 x 12 = 36 meses FV = ? FV = PMT (1+i)n - 1 i FV = 2.000,00(1+0,02) 36 - 1 0,02 FV = 2.000,00(1,02) 36 - 1 0,02 FV = 2.000,00(2,03988734 – 1) 0,02 FV = 2.000,00(1,03988734) 0,02 FV = 2.000,00 x 51,99436720 FV = 103.988,73 Exercício resolvido: 7) Uma empresa deseja construir um fundo de provisão de forma que depois do décimo depósito possua o montante de 1.200.000,00. Quanto deve depositar, no fim de cada ano, num banco que paga juros de 10% a.a. FV = 1.200.000,00 n = 10 i = 10% aa PMT = ? PMT = FV x i (1+i)n - 1 PMT = 1.200.000,00 x 0,10 (1+0,10) 10 - 1 PMT = 1.200.000,00 x 0,10 2,59374246 - 1 PMT = 120.000,00 1,59374246 PMT = 75.294,47 VALOR FUTURO OU MONTANTE DE UMA RENDA ANTECIPADA O primeiro pagamento dado no início do primeiro pagamento e o valor futuro em período depois ao último pagamento Por exemplo: Prevendo que a taxa de juros de uma aplicação financeira é de 10% a.m., vou depositar no início de cada mês R$ 1.000,00 durante 1 ano. Qual será o montante no final de um ano ? PMT = 1.000,00 i = 10% am n = 12 m FV = ? FV = PMT ( 1 + i ) [( 1 + i )n -1] i FV = 1.000, (1,10) x [(1,10) 12 – 1] 0,10 FV = 1.000, (1,10) x [3,1384 – 1] 0,10 FV = 1.000 x 23,5227 FV = 23.522,71 Exercício Resolvido: 8) Quanto devo depositar em um banco a 18% a.a. ( taxa nominal ) no início de cada semestre para, possuir o montante de R$ 50.000,00 no final de 3 anos ? 18ª/2s = 9%as FV = 50.000 n = 3anos x 2s = 6 s PMT = PMT = PMT = PMT = PMT = FVxi ( 1 + i ) ( 1 + i )n -1 50.000, X 0,09 1,09 x [(1,09) 6 – 1] 4.500 1,09 x (1,6771 – 1) 4.500 0,7380 6.097,56 2.2.) As decisões de investimento de longo prazo, também chamadas decisões de investimento de capital. A análise de investimento tem como objetivo principal servir de ferramenta analítica para auxiliar a tomada de decisões entre investimentos alternativos ou, ainda, para que se possa verificar se determinado investimento apresenta condições de atingir o retorno exigido pelo capitalista ou pela empresa. Dessa maneira, a análise de investimento busca por meio de técnicas avançadas, utilizando Estatística, Matemática Financeira e Informática, uma solução eficiente para uma decisão compensadora. O termo investimento é extremamente genérico, pois permite aceitar desde investir numa microempresa até em uma mega fusão industrial. Portanto, é necessário o domínio de vários indicadores para estruturar um modelo que forneça resultados otimizados. A tomada de decisão em projetos de grande porte, a seleção de alternativas de ampliação, retração ou modificação de negócios, tudo isso é sempre motivo de polêmica. Selecionar investimentos não é uma tarefa muito fácil. A prévia avaliação econômica das decisões de investimento é considerada uma tarefa imprescindível no ambiente empresarial. As decisões de investimento são importantes para a empresa porque envolvem valores significativos e geralmente têm um alcance de longo prazo. O objetivo básico da análise de investimento é avaliar uma alternativa de ação ou escolher a mais atrativa entre várias, usando métodos quantitativos. Quando a análise de investimento refere-se a uma decisão de grande envergadura, um novo empreendimento ou a ampliação de um já existente, seu prognóstico é decisivo para aceitação ou rejeição da proposta. Para decisões de menor expressão, como comprar ou alugar um equipamento, automatizar ou não determinada tarefa, a conclusão da análise de investimento pode não ser o fator decisivo para a escolha. Outros elementos, inclusive de natureza qualitativa, podem influenciar a decisão a ser tomada. Existem diversas metodologias a serem seguidas para a tomada de decisão. Em geral, em uma seqüência é possível identificar principais fases: v Identificação das alternativas: parte criativa da tomada de decisão. Para esta fase, faz-se necessário definir o nível das análises a ser realizado, bem como perguntas do tipo: onde, quem, quando, como e por quê; v Estudo Preliminar de Viabilidade das Alternativas: nesse nível, são eliminadas as alternativas dominadas por outras ou aquelas em que a criatividade foi além da possibilidade efetiva de realização; v Seleção Preliminar das Alternativas: estimativas preliminares de custos de capital (Investimentos) e operacionais (Custos Fixos, Variáveis, Volume de Produção), receitas (Volume de Venda, Preço) que compõem o processo decisório; v Estudo de Viabilidade das Alternativas Selecionadas: nesse ponto, o estudo econômico passa a ser detalhado, envolvendo diversas estimativas, previsões científicas sobre o mercado, cronogramas de desembolso, culminando em fluxos de caixa, possíveis fontes de financiamento, estruturas de capital (próprio/financiado) e custo de capital (taxa de juros de empréstimos) e perfil da dívida (prazos para repagamento de empréstimo); v Considerações sobre Risco e Incertezas: etapa na qual se consideram as incertezas associadas aos fatoreschave do projeto e o grau de propensão ao risco do organismo empreendedor, além da sensibilidade dos resultados a possíveis variações em determinados fatores, as quais poderão vir a comprometer a viabilidade econômica do empreendimento; v Implementação das alternativas selecionadas v Análises a posteriori, melhoria do sistema decisório. DEFINIR ALTERNATIVAS DE INVESTIMENTOS Cabe a Engenharia Econômica definir, tão precisamente quanto possível, alternativas de investimentos e prever suas consequências, reduzidas a termos monetários, elegendo-se um instante de referência temporal e considerando o valor do dinheiro no tempo. Um mesmo objetivo pode ser atingido de várias maneiras. Neste mundo competitivo e globalizado, obtém sucesso quem alcançar o objetivo da maneira mais econômica, ou, ainda, para um mesmo nível de investimento, o investidor ou a empresa com maior rentabilidade. Muitas vezes, o objetivo proposto só será alcançado após decorrido um determinado tempo para maturação do investimento, durante o qual muito esforço terá que ser realizado, consumindo-se recursos escassos, tais como: capital, trabalho, insumos e capacidade gerencial. ALGUMAS PERGUNTAS A SEREM FEITAS v Por que, afinal, esse investimento tem que ser feito? Por exemplo, em vez de investir em dado setor da economia mais tradicional, como a industria automobilística, por que não entrar em um novo negócio, como o e-business, na chamada nova economia? Por que não estudar uma fusão ou aquisição? Atualmente, são muitas a s empresas cujo crescimento se dá por meio de Fusões e Aquisições (F&A), ou em inglês, Mergers & Acquisitions (M&A). v Por que fazê-lo agora? É possível ou deve ser adiado? Uma empresa quer se modernizar adquirindo computadores eletrônicos. Um pesadelo freqüente dos administradores é a obsolescência galopante dos recursos de hardware e software, hoje em dia. Por isso, muitas decisões são adiadas porque “uma nova plataforma de hardware será lançada ainda este ano”, ou “uma nova versão de sistema operacional será anunciada pelo fabricante”. Isso, irá atrasar todo o processo. v Por que fazê-lo dessa maneira? Estendendo o exemplo anterior, uma compra pode não ser tão interessante quanto o leasing, ou arrendamento mercantil, para equipamentos de informática. Ou então, todo o conceito pode ser revisto, com terceirização de serviços, incluindo hardware, software e mão de obra (humanware). OBJETIVOS, ESTIMATIVAS, MODELAGEM E DECISÃO. A solução dos problemas de Engenharia Econômica começa com a definição clara dos objetivos a serem alcançados. As alternativas disponíveis para atingir tais objetivos devem ser especificadas em dado grau de detalhamento, o qual irá crescer à medida que passa o tempo. A precisão com que as estimativas de custos são feitas cresce também à medida que uma idéia passa do papel para sua concretização. Ao final de todo o processo é que se saberá, por meio da contabilização de todos os custos, quanto o processo realmente custou. A modelagem econômico-financeira dessas opções tem que ser feita com determinado grau de confiabilidade, mas sempre haverá certo nível de incerteza ou risco na orçamentação de capital. A decisão entre duas opções, quando uma claramente predomina sobre a outra, é uma tranqüilidade. Quando há dúvidas, é hora de lançar mão de Análise de Sensibilidade, ou Análise de Cenários, ou de Risco. EXEMPLOS: A técnica de análise de investimento é usada na avaliação de projetos de investimentos, ou seja, no aumento do Ativo, com o objetivo de maximizar o retorno do capital investido. Suponha que um investidor tenha mais de uma alternativa para investir seu capital. Toda vez que ele decide por uma das alternativas, renuncia ao lucro que teria obtido com cada uma dessas alternativas. Essa renúncia é o seu custo de oportunidade, cujo valor é o lucro da melhor alternativa a qual renunciou, supondo que todas as alternativas tenham o mesmo risco e o mesmo período. Consequentemente, ele só realizará o investimento na alternativa escolhida, se a expectativa de lucro dessa alternativa for maior do que o lucro da melhor alternativa das que renunciou. A alternativa escolhida é a que tem a maior expectativa de retorno do investimento, maximizando o retorno do capital investido. No final do investimento, aumentará seu patrimônio. Na análise de investimentos consideram-se os Fluxos de Caixa incrementais do projeto e não os fluxos da empresa. MÉTODOS DE ANÁLISE DE INVESTIMENTOS Os métodos de análise de investimento se dividem em dois grupos: v Métodos práticos ou métodos simplificados v Métodos analíticos MÉTODOS PRÁTICOS OU MÉTODOS SIMPLIFICADOS São imprecisos e podem conduzir a decisões erradas, embora sejam utilizadas por muitas empresas, principalmente as pequenas e médias que tende a afetar negativamente a qualidade de suas decisões de investimento. MÉTODOS ANALÍTICOS Baseiam-se no valor do dinheiro no tempo, o que os torna consistentes, onde são empregados na análise de investimento a Taxa de Retorno Interno (TIR), o Valor Presente Líquido (VPL). Esses métodos são mais precisos do que os métodos práticos em decorrência de sua metodologia de cálculo. Para ilustrar a utilização dos vários métodos de análise de investimento, usaremos o seguinte projeto de investimento que designaremos por Projeto Bem-te-vi: Valor do investimento = $ 60.000, Vida útil = 6 anos Valor residual = zero Entradas anuais de caixa = $ 24.593,54 Saídas anuais de caixa = $ 10.000, O Fluxo de Caixa correspondente a esse projeto de investimento é o seguinte: ANOS INVESTIMENTO ENTRADAS DE CAIXA SAÍDAS DE CAIXA FLUXO DE CAIXA 0 (60.000) 1 (60.000,00) 2 3 4 5 6 24.593,54 10.000,00 14.593,54 24.593,54 10.000,00 14.593,54 24.593,54 10.000,00 14.593,54 24.593,54 10.000,00 14.593,54 24.593,54 10.000,00 14.593,54 24.593,54 10.000,00 14.593,54 MÉTODOS PRÁTICOS OU MÉTODOS SIMPLIFICADOS Existem dois métodos práticos de análise de investimento: v Taxa de Retorno Contábil v Tempo de Retorno (Payback) TAXA DE RETORNO CONTÁBIL A taxa de retorno contábil é a relação entre o fluxo de caixa anual esperado e o valor do investimento. Tem dois pontos fracos: 1. Não considera o valor do dinheiro no tempo; 2. Implicitamente admite que a vida útil dos ativos tem duração infinita. Esta última premissa torna a taxa de retorno contábil super avaliada em comparação com a taxa interna de retorno. TR = taxa de retorno contábil anual FL = fluxo de caixa anual esperado I = Investimento TR = FL I TR = $ 14.593,54 $ 60.000, TR = 0,2432 ou 24,32% aa Existem outras variantes para o cálculo da taxa de retorno contábil. As mais comuns são: a) Considerar o lucro contábil médio do projeto e seu investimento médio; b) Considerar o lucro contábil ao invés do fluxo de caixa. A taxa de retorno contábil ou qualquer de suas variantes pode trazer distorções muito grandes à verdadeira rentabilidade de um projeto de investimento, principalmente por não levar em conta o valor do dinheiro no tempo. Embora seja um critério frágil para análise prospectiva de investimento, a taxa de retorno contábil é utilizada pelas empresas para fazer o acompanhamento da rentabilidade de seus investimentos. TEMPO DE RETORNO (PAYBACK) O tempo de retorno, também conhecido como Payback, é a relação entre o valor do investimento e o fluxo de caixa do projeto (ou o lucro contábil anual). O tempo de retorno indica em quanto tempo ocorre à recuperação do investimento. Os pontos fracos desse método são: v Não considera o valor do dinheiro no tempo; v Não considera os fluxos de caixa após a recuperação do capital; v Não pode ser aplicado quando o fluxo de caixa não é convencional. Um fluxo de caixa não convencional é aquele em que existem mais de uma mudança de sinal (negativo para positivo ou vice-versa). T = Tempo de retorno em anos (Payback) I = Investimento E = Fluxo de caixa anual ou lucro contábil anual T= I E T = $ 60.000, $ 14.593,54 T = 4,1 anos MÉTODOS ANALÍTICOS DE ANÁLISE DE INVESTIMENTOS Os métodos analíticos são precisos porque se baseiam no valor do dinheiro no tempo. A precisão mencionada se refere à metodologia utilizada para analisar os dados do projeto. O valor do dinheiro no tempo para cada empresa é expressão por um parâmetro denominado Taxa Mínima de Atratividade (TMA). Essa taxa é específica para cada empresa e representa a taxa de retorno que ela está disposta a aceitar em um investimento de risco (projeto empresarial) para abrir mão de um retorno certo num investimento sem risco no mercado financeiro. Os métodos analíticos empregados em análise de investimentos são: v Valor Presente Líquido (VPL) v Taxa Interna de Retorno (TIR) v Tempo de Retorno Descontado (Discounted Payback) VALOR PRESENTE LÍQUIDO (VPL) O valor presente líquido (VPL) de um projeto de investimento é igual ao valor presente de suas entradas de caixa menos o valor presente de suas saídas de caixa. Para cálculo do valor presente das entradas e saídas de caixa é utilizada a Taxa Mínima de Atratividade (TMA) como taxa de desconto (ou taxa de retorno de mercado). O valor presente líquido calculado para um projeto significa o somatório do valor presente das parcelas periódicas de lucro econômico gerado ao longo da vida útil desse projeto. O lucro econômico pode ser definido como a diferença entre a receita periódica e o custo operacional periódico acrescido do custo de oportunidade periódica do investimento. Considerando-se uma TMA de 10% aa, encontramos para o projeto de investimento “bem-te-vi”, um valor presente líquido (VPL) igual a: VPL = -I + FLCX1 + FLCX2 + ..........+ FLCXn (1 + i)¹ (1 + i)² (1 + i)n VPL = -60.000,00 + 14.593,54 + 14.593,54+ 14.593,54+ 14.593,54+ 14.593,54+ 14.593,54 (1+0,10)¹ (1+0,10)² (1+0,10)³ (1+0,10)4 (1+0,10)5 (1+0,10)6 VPL = -60.000,00 + 14.593,54 + 14.593,54+ 14.593,54+ 14.593,54+ 14.593,54+ 14.593,54 (1,10)¹ (1,10)² (1,10)³ (1,10)4 (1,10)5 (1,10)6 VPL = -60.000,00 + 14.593,54 + 14.593,54+ 14.593,54+ 14.593,54+ 14.593,54+ 14.593,54 (1,1000)¹ (1,2100)² (1,3310)³ (1,4641)4 (1,6105)5 (1,7716)6 VPL = -60.000,00 + 13.266,85 + 12.060,78 + 10.964,34 + 9.967,58 + 9.061,44 + 8.237,67 VPL = 3.558,67 VPL > 0 è Investimento é viável. Considerando-se uma TMA de 12% aa, encontramos para o projeto de investimento “bem-te-vi”, um valor presente líquido (VPL) igual a: VPL = -I + FLCX1 + FLCX2 + ..........+ FLCXn (1 + i)¹ (1 + i)² (1 + i)n VPL = -60.000,00 + 14.593,54 + 14.593,54+ 14.593,54+ 14.593,54+ 14.593,54+ 14.593,54 (1+0,12)¹ (1+0,12)² (1+0,12)³ (1+0,12)4 (1+0,12)5 (1+0,12)6 VPL = -60.000,00 + 14.593,54 + 14.593,54+ 14.593,54+ 14.593,54+ 14.593,54+ 14.593,54 (1,12)¹ (1,12)² (1,12)³ (1,12)4 (1,12)5 (1,12)6 VPL = -60.000,00 + 14.593,54 + 14.593,54+ 14.593,54+ 14.593,54+ 14.593,54+ 14.593,54 (1,1200)¹ (1,2544)² (1,4049)³ (1,5735)4 (1,7623)5 (1,9738)6 VPL = -60.000,00 + 13.029,95 + 11.633,88 + 10.387,39 + 9.274,46 + 8280,77 + 7.393,54 VPL = 0,00 VPL = 0 è Investimento é indiferente na Teoria, mas é inviável na prática. Considerando-se uma TMA de 15% aa, encontramos para o projeto de investimento “bem-te-vi”, um valor presente líquido (VPL) igual a: VPL = -I + FLCX1 + FLCX2 + ..........+ FLCXn (1 + i)¹ (1 + i)² (1 + i)n VPL = -60.000,00 + 14.593,54 + 14.593,54+ 14.593,54+ 14.593,54+ 14.593,54+ 14.593,54 (1+0,15)¹ (1+0,15)² (1+0,15)³ (1+0,15)4 (1+0,15)5 (1+0,15)6 VPL = -60.000,00 + 14.593,54 + 14.593,54+ 14.593,54+ 14.593,54+ 14.593,54+ 14.593,54 (1,15)¹ (1,15)² (1,15)³ (1,15)4 (1,15)5 (1,15)6 VPL = -60.000,00 + 14.593,54 + 14.593,54+ 14.593,54+ 14.593,54+ 14.593,54+ 14.593,54 (1,1500)¹ (1,3225)² (1,5209)³ (1,7490)4 (2,0114)5 (2,3131)6 VPL = -60.000,00 + 12.690,03 + 11.034,81 + 9.595,49 + 8.343,90 + 7.255,57 + 6.309,19 VPL = - 4.771,00 VPL < 0 è Investimento inviável. Podemos ter as seguintes possibilidades para o Valor Presente Líquido de um projeto de investimento: VPL > 0 VPL = 0 VPL < 0 VPL > 0 => significa que o investimento é economicamente atrativo, pois o valor presente das entradas de caixa é maior do que o valor presente das saídas de caixa. VPL = 0 => o investimento é indiferente pois o valor presente das entradas de caixa é igual ao valor presente das saídas de caixa. VPL < 0 => indica que o investimento não é economicamente atrativo porque o valor presente das entradas de caixa é menor do que o valor presente das saídas de caixa. Entre vários projetos de investimento, o mais atrativo é aquele que tem maior Valor Presente Líquido. TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR) A Taxa Interna de Retorno é o percentual de retorno obtido sobre o saldo investido e ainda não recuperado em um projeto de investimento. Matematicamente, a Taxa Interna de Retorno é a taxa de juros que torna o valor presente das entradas de caixa igual ao valor presente das saídas de caixa do projeto de investimento. VPL = -I + FLCX1 + FLCX2 + FLCX3 + FLCX4 + FLCX5 + FLCX6 (1 + i)¹ (1 + i)² (1 + i)³ (1 + i)4 (1 + i)5 (1 + i)6 Para calcular a TIR, iguala a VPL a zero: VPL = 0 0= (60.000) + 14.593,54+ 14.593,54 + 14.593,54 + 14.593,54 + 14.593,54 + 14.593,54 (1 + i)¹ (1 + i)² (1 + i)³ (1 + i)4 (1 + i)5 (1 + i)6 Pode-se resolver essa equação de duas maneiras: 1º) por tentativa, vai substituindo o i por um percentual até o 2º membro ficar igual ao 1º membro, ou seja, quando zerar. 2º) utilizando a calculadora financeira 12C. Digitar: 60.000 CHS g CFO 14.593,54 g CFj 14.593,54 g CFj 14.593,54 g CFj 14.593,54 g CFj 14.593,54 g CFj 14.593,54 g CFj f IRR => i = 12,00% Este projeto será atrativo se a empresa tiver uma TMA menor do que 12,00% aa. TIR > TMA è O investimento é viável. A Taxa Interna de Retorno de um investimento pode ser: TIR > TMA èsignifica que o investimento é economicamente atrativo, pois a Taxa Interna de Retorno é maior do que o Custo do Capital (TMA) TIR = TMA èo investimento é indiferente, pois a Taxa Interna de Retorno é igual ao o Custo do Capital (TMA). TIR < TMA è=> indica que o investimento não é economicamente atrativo porque a Taxa Interna de Retorno é menor do que o Custo do Capital (TMA). Entre vários investimentos, o melhor será aquele que tiver a maior Taxa Interna de Retorno. TEMPO DE RETORNO DESCONTADO (DISCOUNTED PAYBACK) - PBD Uma alternativa para diminuir a imprecisão do critério do tempo de retorno é considerar os fluxos de caixa pelo seu valor presente. Para isso, considera-se uma taxa de desconto, ou seja, uma taxa de retorno de mercado. O PBD mostra quanto tempo a empresa leva para recuperar o investimento, levando em consideração o custo do dinheiro. TD = Tempo de retorno descontados em anos (Discounted Payback) I = Investimento E = Fluxo de caixa anual ou lucro contábil anual r = taxa de desconto ou taxa de retorno de mercado O Fluxo de Caixa no valor presente correspondente a esse projeto de investimento é o seguinte: Considerando a taxa de desconto igual a 10% aa. VPL = -I + FLCX1 + FLCX2 + ..........+ FLCXn (1 + i)¹ (1 + i)² (1 + i)n VPL = -60.000,00 + 14.593,54 + 14.593,54+ 14.593,54+ 14.593,54+ 14.593,54+ 14.593,54 (1+0,10)¹ (1+0,10)² (1+0,10)³ (1+0,10)4 (1+0,10)5 (1+0,10)6 VPL = -60.000,00 + 14.593,54 + 14.593,54+ 14.593,54+ 14.593,54+ 14.593,54+ 14.593,54 (1,10)¹ (1,10)² (1,10)³ (1,10)4 (1,10)5 (1,10)6 VPL = -60.000,00 + 14.593,54 + 14.593,54+ 14.593,54+ 14.593,54+ 14.593,54+ 14.593,54 (1,1000)¹ (1,2100)² (1,3310)³ (1,4641)4 (1,6105)5 (1,7716)6 VPL = -60.000,00 + 13.266,85 + 12.060,78 + 10.964,34 + 9.967,58 + 9.061,44 + 8.237,67 PBD = período 0 + período 1 + período 2 + período 3 + período 4 + período 5 + período 6 PBD = -60.000,00 – 46.733,15 – 34.672,37 – 23.708,03 – 13.740,45 – 4.679,01 + 3.558,66 Do período 5 para o período 6, o PBD passou de negativo para positivo. Portanto, em algum ponto o PBD zerou. Precisamos achar esse ponto. Então o PBD é igual a 5 anos. Os meses, vamos calcular do valor negativo até zerar, nesse caso faltam + 4.679,01, faremos o cálculo a seguir: 4.679,01 = 0,568002 ano 8.237,67 1 ano = 12 meses 0,568002 = x X = 6,81602 è Então o PBD = 5 anos, 6 meses e vamos calcular os dias. 1 mês = 30 dias 0,81602 mês = x X = 24 dias è Então o PBD = 5 anos, 6 meses e 24 dias. Resposta: PBD = 5 anos, 6 meses e 24 dias Considerando-se uma TMA de 12% aa, encontramos para o projeto de investimento “bem-te-vi”, um valor presente líquido (VPL) igual a: VPL = -I + FLCX1 + FLCX2 + ..........+ FLCXn (1 + i)¹ (1 + i)² (1 + i)n VPL = -60.000,00 + 14.593,54 + 14.593,54+ 14.593,54+ 14.593,54+ 14.593,54+ 14.593,54 (1+0,12)¹ (1+0,12)² (1+0,12)³ (1+0,12)4 (1+0,12)5 (1+0,12)6 VPL = -60.000,00 + 14.593,54 + 14.593,54+ 14.593,54+ 14.593,54+ 14.593,54+ 14.593,54 (1,12)¹ (1,12)² (1,12)³ (1,12)4 (1,12)5 (1,12)6 VPL = -60.000,00 + 14.593,54 + 14.593,54+ 14.593,54+ 14.593,54+ 14.593,54+ 14.593,54 (1,1200)¹ (1,2544)² (1,4049)³ (1,5735)4 (1,7623)5 (1,9738)6 VPL = -60.000,00 + 13.029,95 + 11.633,88 + 10.387,39 + 9.274,46 + 8280,77 + 7.393,54 PBD = período 0 + período 1 + período 2 + período 3 + período 4 + período 5 + período 6 PBD = -60.000,00 – 46.970,05 – 35.336,17 – 24.949,14 – 15.674,68 – 7.393,91 + 0,00 Resposta: PBD = 6 anos. Considerando-se uma TMA de 15% aa, encontramos para o projeto de investimento “bem-te-vi”, um valor presente líquido (VPL) igual a: VPL = -I + FLCX1 + FLCX2 + ..........+ FLCXn (1 + i)¹ (1 + i)² (1 + i)n VPL = -60.000,00 + 14.593,54 + 14.593,54+ 14.593,54+ 14.593,54+ 14.593,54+ 14.593,54 (1+0,15)¹ (1+0,15)² (1+0,15)³ (1+0,15)4 (1+0,15)5 (1+0,15)6 VPL = -60.000,00 + 14.593,54 + 14.593,54+ 14.593,54+ 14.593,54+ 14.593,54+ 14.593,54 (1,15)¹ (1,15)² (1,15)³ (1,15)4 (1,15)5 (1,15)6 VPL = -60.000,00 + 14.593,54 + 14.593,54+ 14.593,54+ 14.593,54+ 14.593,54+ 14.593,54 (1,1500)¹ (1,3225)² (1,5209)³ (1,7490)4 (2,0114)5 (2,3131)6 VPL = -60.000,00 + 12.690,03 + 11.034,81 + 9.595,49 + 8.343,90 + 7.255,57 + 6.309,19 PBD = período 0 + período 1 + período 2 + período 3 + período 4 + período 5 + período 6 PBD = -60.000,00 – 47.309,97 – 36.275,16 – 26.679,67 – 18.335,77 – 11.080,021 – 4.771,01 No período 6, o PBD continua negativo. Portanto, esse investimento é inviável. Resposta: PBD = > 6 anos è INVIÁVEL 2.2 – Decisões de Financiamento a Curto e Longo Prazo Os principais conceitos e teorias de custo de capital e mostrar diversas fontes de financiamento. É de vital importância saber quanto você paga por seus recursos financeiros. O custo de capital é fundamental no desconto dos fluxos de caixa utilizados nas decisões de investimento de compra de ativos. Ele é afetado por diversos fatores como: condições gerais da economia, condições de mercado, decisões operacionais e financeiras da empresa e volume de recursos a serem financiados. As condições gerais da economia abrangem aspectos como a demanda, a oferta e a inflação; as condições de mercado implicam em considerações sobre a facilidade de negociação dos títulos e de obtenção de crédito; as decisões operacionais e financeiras implicam na avaliação dos riscos de negócios e financeiro e o volume de recursos a ser financiado e sua oferta. O sucesso empresarial depende muito do custo em que ela incorre para financiar seus projetos. O retorno médio exigido pelos acionistas, no caso de capital próprio, ou pelos intermediários financeiros, no caso de capital de terceiros, determina o custo médio ponderado de capital, mais comumente denominado de custo de capital. É calculado considerando as necessidades futuras de capital, as fontes de financiamento, os custos específicos de cada fonte. Portanto, é determinado em função das expectativas de custo das diversas fontes de financiamento. A capacidade que se tem de obter custo de capital a uma taxa menor que a de uma concorrente pode proporcionar uma vantagem competitiva. Custo de Capital Para tomar decisões financeiras de longo prazo, é preciso conhecer o custo de capital. Quando o tomamos como padrão financeiro é fundamental que entendamos, em detalhes, como esse custo é formado. Ele é calculado sempre considerando o custo das diversas fontes de financiamento de longo prazo, após o imposto de renda. Dessa forma, seu cálculo requer informações específicas de cada fonte de financiamento. É o caso, por exemplo, dos juros sobre o capital próprio, no Brasil onde é permitido abatimento do imposto de renda. Custo médio ponderado de capital é a remuneração recomendada para servir como taxa de desconto nas avaliações de projetos. É possível financiar-se inteiramente dom recursos próprios, emitindo ações. Poderá também financiar-se apenas com capital de terceiros. Capital é qualquer bem suscetível de ser aplicada à produção, toda riqueza capaz de proporcionar renda. É um fator necessário ao funcionamento do negócio e tem um custo. Custo de capital é remuneração mínima exigida nas propostas de orçamento de capital para manter o valor das ações. Custo de capital de terceiros é o custo de um componente dos financiamentos de terceiros, calculado após o imposto de renda. Custo de ações preferenciais é o custo d financiamento por meio de emissão de novas ações preferenciais. Não tem desconto de imposto de renda. Custo de lucros retidos é o custo dos lucros não distribuídos aos acionistas. Por se tratar de capital próprio interno não incorre em custo de corretagem. Custo de ações ordinárias é o custo de novas ações ordinárias lançadas no mercado, que incorrem em custos de corretagem. As principais fontes de financiamento de longo prazo disponíveis para as empresas no país. A captação de recursos financeiros de longo prazo no Brasil é um dos aspectos críticos, devido às altas taxas de juros praticados pelos bancos, com exceção do BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, a quem cabe operacionalizar as políticas públicas de apoio ao desenvolvimento empresarial brasileiro. Os bancos privados, em parte porque não conseguem captar recursos de longo prazo, e também porque conseguem aplicar no mercado de curto prazo a taxas altamente recompensadoras, deixam de oferecer linhas de financiamento de longo prazo às empresas, com exceção de repasses do BNDES. As principais formas de financiamento de longo prazo são: 1) recursos próprios gerados internamente por lucros retidos; 2) recursos de terceiros; 3) recursos sob a forma de emissão de ações. Os financiamentos de longo prazo no Brasil são praticamente balizados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, que de forma geral concede prazos de um a seis anos e é o principal “banco de investimento”. Bancos múltiplos e de investimento são os grandes agentes dessa modalidade, atuando muitas vezes como repassadores dos recursos do BNDES, no caso de financiamentos. Os bancos de investimento são os grandes agentes nos processos de abertura de capital, no lançamento de debêntures e nas operações de subscrições de novas ações, desempenhando o papel de intermediário entre as empresas e os investidores, institucionais e individuais; nacionais e estrangeiros. Referencia Bibliográfica: Administração Financeira: Princípios, Fundamentos e Práticas Brasileiras. LEMES JUNIOR, Antônio Barbosa; RIGO, Cláudio Miessa; CHEROBIM, Ana Paula Mussi Szabo. Editora Campus 3) Planejamento de Caixa A administração de caixa numa empresa abrange as atividades de planejamento e controle das disponibilidades financeiras que é a parcela do ativo circulante representada pelos depósitos nas contas correntes bancárias e aplicações financeiras de liquidez imediata. Em virtude de a Contabilidade utilizar o princípio da competência para a realização de seus registros, existe uma natural defasagem entre o resultado contábil e a efetiva situação de caixa da empresa. A administração de caixa começa com o planejamento de caixa, atividade que consiste em estimar a evolução dos saldos de caixa da empresa. Essas informações são fundamentais para a tomada de decisões. A necessidade de planejamento de caixa está presente tanto em empresas com dificuldades financeiras, como naquelas bem capitalizadas. Para as empresas com problemas financeiros, o planejamento de caixa é o primeiro passo no sentido de buscar seu equacionamento. Nas empresas em boa situação financeira, o planejamento de caixa permite-lhes aumentar a eficiência no uso de suas disponibilidades financeiras. O planejamento de caixa não é uma atividade fácil, pois lida com grande dose de incerteza. Entretanto, seus benefícios compensam largamente os esforços despendidos em sua implementação. Planejar o caixa, ou o disponível, significa mantê-lo diariamente sob controle efetivo, em havendo falta de numerário estuda-se a forma de supri-lo; em havendo sobra de numerário estuda-se a forma de aplicá-lo. Há duas modalidades de planejar as entradas e saídas de caixa: a) através do Fluxo de Entradas e Saídas b) através do Fluxo Diário de Caixa O fluxo de caixa é um instrumento de planejamento financeiro que tem por objetivo fornecer estimativas da situação de caixa da empresa em determinado período de tempo à frente. O fluxo de caixa é o instrumento capaz de traduzir em valores e datas os diversos dados gerados pelos demais sistemas de informação da empresa. O Fluxo de Entradas e Saídas é mais abrangente, e deve fazer parte do orçamento integrado anual. É através deste que se planejam valores anuais, semestrais, trimestrais, mensais ou diários, envolvendo de uma forma bastante genérica: a) entrada de numerário por vendas a prazo b) entrada de numerário por vendas a vista c) entrada de numerário por capitalização d) entrada de numerário por empréstimos e) entrada de numerário por receitas diversas f) saída de numerário por pagamento de despesas e custos g) saída de numerário por pagamento a fornecedores h) saída de numerário por pagamento de tributos i) saída de numerário por aquisições de ativos j) saída de numerário por pagamentos diversos O Fluxo Diário de Caixa é mais específico, e tem como objetivo controlar diariamente as mesmas entradas que chamamos de abrangentes e constantes do orçamento anual. É através dele que recorremos a bancos por alguns dias, que aplicamos sobras momentâneas por alguns dias, que corrigimos planejamentos inadequados ou imperfeitos. Planejar o caixa ou o disponível, é tão importante quanto a própria administração financeira, pois pode ser considerado como seu objetivo mais representativo. Exemplos de fluxo de caixa: FLUXO DE CAIXA 1. Entradas de caixa Recebimento de vendas a vista Recebimento de vendas a prazo 30 dias Recebimento de vendas a prazo 60 dias Recebimento de vendas a prazo 90 dias Recebimento de vendas c/cartão de crédito Recebimento de vendas pelo crediário Resgate de aplicações financeiras Juros de aplicações financeiras Recebimentos de aluguéis Aporte de capital Outras entradas de caixa 1.1 Total das Entradas 2. Saídas de Caixa Fornecedores Prestadores de serviços Folha de pagamento Encargos sociais Impostos Juros de financiamentos Pagamento de principal Despesas Bancárias Pagamento de aluguel Água, luz, telefone e internet Realização de aplicações financeiras Outras saídas 2.2 Total de Saídas 3. Saldo de caixa gerado ( 3 = 1.1 - 2.2 ) 4. Saldo anterior 5. 5. Saldo do dia ( 5 = 3 + 4 ) 6. Saldo inicial 7. (+) caixa / 8. (-) empréstimo ( 7 = 5 - 6 ) Por exemplo: FLUXO DE CAIXA ELEMENTOS 1. Entradas de caixa Recebimento de vendas a vista Recebimento de vendas a prazo 30 dias Recebimento de vendas a prazo 60 dias Recebimento de vendas a prazo 90 dias Recebimento de vendas c/cartão de crédito Recebimento de vendas pelo crediário Resgate de aplicações financeiras Juros de aplicações financeiras Recebimentos de aluguéis Aporte de capital Outras entradas de caixa 1.1 Total das Entradas 2. Saídas de Caixa Fornecedores Prestadores de serviços Folha de pagamento Encargos sociais Impostos Juros de fiananciamentos Pagamento de pincipal Despesas Bancárias Pagamento de aluguel Água, luz, telefone e internet Realização de aplicações financeiras Outras saídas 2.2 Total de Saídas 3. Saldo de caixa gerado ( 3 = 1.1 - 2.2 ) 4. Saldo anterior 5. Saldo do dia ( 5 = 3 + 4 ) 6. Saldo inicial 7. (+) caixa / (-) emprestimo ( 7 = 5 - 6 ) VENDAS 15% 10% 12% 18% 25% 20% MES 2490 374 498 12 200 1200 EXERC 1 3009 4098 4201 451 249 615 301 299 623 602 1109 12 200 752 820 630 410 361 448 1025 840 12 200 12 200 1098 2284 3246 72 3070 36% 896 1083 1475 1512 13,50% 10% 8% 336 249 199 406 301 241 33 553 410 328 33 12,00% 299 380 30 361 380 30 492 380 30 567 420 336 33 1200 504 380 30 2390 -106 310 204 50 154 38 2873 372 204 576 50 526 3701 -631 576 -54 50 -104 38 5021 3 -54 -51 50 -101 Referência Bibliográfica Administração Financeira: Uma Abordagem Prática. HOJI Masakazu. Editora Atlas. 5024 4 - Administração de Crédito, Contas a receber e Estoques 4.1 - Administração de Crédiro e Contas a Receber Introdução O crédito é fator facilitador das vendas. Por meio da concessão de crédito, as empresas podem vender muito mais do que venderiam se não utilizassem esse tipo de facilidade. Por outro lado, crédito é fator de risco para as empresas; porquanto, pode haver perda com devedores relapsos. A concessão do crédito exige também grandes volumes de investimentos em capital de giro, o que torna a sua administração complexa, exigindo de gestores e executivos atenção e uso de técnicas adequadas. O Crédito Nas sociedades muito antigas voltadas exclusivamente para as atividades rurais e agrícolas, o prazo entre o plantio e a colheita determinava a necessidade de antecipação de entrega, aos produtores, de sementes e implementos agrícolas. Essa entrega antecipada fez com que surgissem as primeiras formas de crédito. Os autores Homer s Sylla dizem que existem evidências de que o Código Hamurabi, 1.800 a.C., trazia seções referentes à regulamentação de crédito na Babilônia. Mais tarde, na Grécia Antiga, após o surgimento do dinheiro, as atividades comerciais deram origem às primeiras instituições bancárias, que passaram a realizar operações de crédito sob diversas formas, embora muito longe das formas praticadas atualmente. O crédito, no conceito atual, é a disposição de alguém ceder temporariamente parte de seu patrimônio ou prestar serviços a terceiros, com a expectativa de receber de volta o valor cedido ou receber pagamento, depois de decorrido o período de tempo estipulado, na sua integralidade ou em valor correspondente. É a troca de bens presentes por bens futuros. Por se tratar de aplicação de recursos em Ativo Circulante, a sua concessão deve ser suportada pela existência ou obtenção de recursos para financiá-la, pois interfere no equilíbrio econômico-financeiro da empresa. A concessão de crédito aos clientes resulta Ativos que têm várias denominações: como Valores a Receber, Duplicatas a Receber ou ainda Contas a Receber. Quanto maior o volume de vendas a crédito e o prazo médio de cobrança, maior será a necessidade de capital de giro para financiar esse ativo. O custo desse financiamento deve ser agregado aos custos dos produtos. O Faturamento Conceder crédito implica em proceder ao recebimento do valor do crédito em época futura, o que torna necessária a emissão de documento que será o instrumento de cobrança. A emissão desses documentos, geralmente denominados faturas, pode ser de grande complexidade para as empresas, dependendo do tipo de produto, mas principalmente os serviços são os que apresentam maiores dificuldades em serem faturados. Não raro encontram-se na imprensa reclamações de clientes de prestadoras de serviços, telecomunicações, por exemplo, que contestam as faturas apresentadas, nas quais constam serviços que, alegam, não terem sido prestados. Nesse caso, as faturas são objetos de atrito entre a empresa e o cliente e, por essa razão, há necessidade de grande suporte de informações para responder às queixas dos clientes. A NTT (Nippon Telegraphand Telecommunications), empresa de telefonia do Japão na década de 1980, emitia 6 milhões de faturas mensais, só na cidade de Tóquio. A meta da NTT era ter, no máximo, cinco erros por mês no total de suas faturas. Outras dificuldades, também na área de prestação de serviços, se apresentam em atividades de grande diversidade de serviços prestados a diversos tipos de clientes, que têm contratos com clausuras específicas de faturamento diferentes. É o caso dos Hospitais, cujas faturas são altamente complexas, não só pelos diferentes serviços prestados, como também pelos diversos clientes a quem prestam serviços, SUS (Sistema Único de Saúde), UNIMED (Cooperativa Médica), outros convênios, Prefeituras Municipais, particulares, cada um deles com regras específicas de faturamento. Existem outros problemas de faturamento vividos pelas prestadoras de serviços públicos de água, energia, telefone e gás que coexistem com clientes de baixíssimo consumo, dando origem a faturas de pequeno valor. Os custos de cobrança são praticamente os mesmos que os das faturas de grande valor. A solução adotada por alguns países, com a Inglaterra, por exemplo, onde as faturas de baixo valor são cobradas trimestralmente, encontra certas barreiras com os consumidores brasileiros de baixa renda que não se submetem a esse tipo de faturamento. Faturar bem emitindo faturas com qualidade é fator primordial para a obtenção de bons resultados nas empresas. Políticas de Crédito As políticas de crédito são base da eficiente administração de Valores a Receber, pois orientam a forma como o crédito é concedido, definindo padrões de crédito, prazos, riscos, garantias exigidas e diretrizes de crédito. As políticas de crédito definem formas de concessão de crédito com base nas condições da economia e do mercado em que empresa atua. Como tais, serão revistas sempre que houver alterações importantes nesses fatores. A ação repentina e agressiva da concorrência deve provocar alterações importantes nesses fatores. A ação repentina e agressiva da concorrência deve provocar alterações nas políticas de crédito, por exemplo. A definição das políticas de crédito pode não ser responsabilidade exclusiva da área financeira das empresas. Há que haver equilíbrio de influência das áreas de marketing e financeira. Forte influência da área financeira, voltada para redução de riscos, pode levar a condições de crédito excessivamente severas que impedirão vendas. Por outro lado, condições com exigências bastante brandas podem facilitar as vendas, mas tornar difícil o seu recebimento. Há que se lembrar que é melhor não vender, do que vender e não receber. Padrões de Crédito Os padrões de crédito estabelecem as condições mínimas que o pretendente deve possuir para receber crédito da empresa. Os padrões de crédito estão diretamente relacionados com o risco de não recebimento do todo ou parte da venda e influenciam as seguintes variáveis: 1. Vendas Condições mínimas muito exigentes restringem o universo de pretendentes a crédito e, consequentemente, de compradores. Isso dificulta a realização de vendas. Já padrões menos exigentes ampliam esse universo, abrindo as portas para a realização de maiores vendas. 2. Valores a Receber Padrões de crédito que facilitam a realização de vendas são indicativos de aumento de necessidade de mais recursos para financiamento de Valores a Receber. 3. Riscos Os riscos de não recebimento de Valores a Receber aumentam com a definição dos padrões de crédito menos exigentes. Aumenta o risco de perdas pelo não recebimento. Prazo O prazo de pagamento é o período de tempo concedido ao cliente para efetuar o pagamento do compromisso assumido. É fator considerado tanto por quem pleiteia o crédito, porque quanto maior o prazo obtido, menor o seu ciclo de caixa, como para quem está analisando a sua concessão, porque quanto maior o prazo concedido, maior o ciclo de caixa e maior a necessidade de aporte de recursos no ativo circulante. Conceder crédito significa investir em Ativo Circulante, e o prazo de crédito concedido representa o tempo pelo qual o investimento é realizado. Significa ter a disposição de assumir os custos visando benefício futuro, ou seja, rentabilidade. Os prazos de pagamento, definidos nas políticas de crédito, estão relacionados e são influenciados por vários fatores, como usos e costumes, mercado comprador ou recessivo, ação da concorrência, compra por encomenda, condições negociais, nível da atividade econômica, capacidade de a empresa sustentar capital de giro adicional. Representam influência direta no volume de investimentos em Valores a Receber. É prática comum às empresas terem definidos os prazos de pagamento oferecidos aos clientes. No entanto, como o prazo é componente negocial, pode ser analisado de acordo com as necessidades de cada cliente importante. Existem muitas práticas de definição de prazos. O consumidor final brasileiro costuma concentrar mais sua atenção no valor da prestação, do que no valor total de compras. Normalmente as famílias calculam qual o tamanho da prestação que “cabe” no seu orçamento. Ao se considerar a queda do poder aquisitivo da classe média nos últimos anos, e o aumento da renda das classes D e E, à população trabalhadora, fica fácil compreender a decisão dos administradores financeiros e planejadores mercadológicos de estender os prazos de pagamento, como forma de diminuir o “tamanho” das prestações. As empresas podem oferecer prazos flexíveis, com mais de uma data de vencimento. É definida a data do vencimento que figura formalmente no documento de cobrança e, no mesmo documento,mais duas ou tr\~es datas posteriores, não muito distantes da primeira, de 5 até 30 dias, cada uma delas com novo valor a ser cobrado incorporando os encargos financeiros dos novos prazos de pagamento. A definição do prazo influi no estabelecimento do preço a vista. Há casos em que a empresa não estabelece diferença entre preço a vista ou a prazo. Encontram-se situações em que o produto é vendido pelo mesmo preço a vista ou em três parcelas, por exemplo. Essa política induz o comprador a adquiri-lo a prazo, pois não recebe recompensa pela compra a vista. Cabe aqui lembrar que as vendas por meio de cartão de crédito constituem-se vendas a prazo, mas no Brasil, a legislação exige que sejam praticados preços iguais a vista e no cartão de crédito. O prazo de pagamento vincula-se também ao desconto oferecido. Os descontos são ofertados nas negociações para pagamento antecipado à data previamente negociada e, até mesmo, para pagamento na data do vencimento da obrigação. No Brasil, algumas indústrias e laboratórios de produtos farmacêuticos utilizam essa sistemática. É comum, no lugar de multa por atraso, a empresa oferecer desconto para pagamento no vencimento; após o vencimento, o desconto deixa de existir e é equivalente à multa, só que com nome diferente e mais bens aceitos por parte do devedor. As taxas de condomínio e os aluguéis normalmente apresentam essa característica. Descontos atraentes influenciam o comportamento dos clientes e reduzem os períodos médios de cobrança, no entanto podem reduzir os lucros da empresa se maiores que os custos de empréstimos, ou seja, o custo da fonte de financiamento de curto prazo tem de ser maior do que o desconto concedido ao cliente. Garantias O mecanismo utilizado para reduzir o risco nas vendas a crédito é a exigência de garantias sobre o valor do crédito concedido ao cliente no ato da formalização do crédito. As garantias representam o comprometimento de outras pessoas, físicas ou jurídicas, pela dívida assumida ou a definição de bens, que podem ser móveis ou imóveis, que responderão pela dívida caso o devedor não consiga pagá-la. As garantias são classificadas em garantias pessoais, também chamadas de fidejussórias, e as denominadas garantias reais, conforme a Quadro 1: Quadro 1: Garantias Pessoais e Reais GARANTIAS PESSOAIS REAIS ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA AVAL HIPOTECA FIANÇA PENHOR ANTICRESE Fonte: LEMES (2010:pág.396) As garantias estabelecidas pela forma de aval são geralmente utilizadas em títulos de crédito. A garantia pessoal representada pelo aval estabelece a obrigação de avalista pelo valor do título de crédito no qual foi formalizada a garantia, representada pela assinatura do garantidor denominado avalista. É obrigatório que o cônjuge assine com o avalista, no caso de casamento em comunhão de bens. O garantidor responde pelo aval com todos os seus bens, exceto os denominados bens de família. A outra garantia pessoal representada pela fiança é um tipo de garantia estabelecido sob a forma de contrato no qual o fiador, que pode ser pessoa física ou jurídica, presta garantia de cumprimento da obrigação assumida pelo comprador caso ele não o faça. Nesse caso, se o fiador for pessoa física e for casado, com comunhão de bens, deverá ser exigida também a assinatura do cônjuge. As garantias reais compreendem a alienação fiduciária, a hipoteca, o penhor e a anticrese. A alienação fiduciária é o tipo de garantia feito através de instrumento público ou particular arquivado no Registro de Títulos e Documentos, na qual o devedor detém a posse e utilização dos bens móveis oferecidos em garantia, mas a propriedade é do credor. O devedor será o responsável pela preservação e manutenção dos bens alienados e pro danos sofridos pelos bens. A hipoteca representa o tipo de garantia no qual, por instrumento público, são utilizados bens imóveis, veículos, aeronaves e embarcações para garantir dívida contraída pelo devedor. É preciso considerar que os denominados bens de família não devem ser objeto de hipoteca porque são protegidos por lei. O penhor consiste no estabelecimento de quantidade suficiente de mercadorias, máquinas, equipamentos, produtos agrícolas ou títulos de crédito, oferecidos para garantir a dívida. A definição da quantidade está na razão direta do valor da dívida contraída. Se o que for penhorado ficar depositado na propriedade do devedor, este deve ser designado fiel depositário do que for penhorado e ficará responsável pela sua guarda. São previstas severas punições se o fiel depositário não cumprir sua função de acordo com o estabelecido na legislação. A anticrese é o tipo de garantias em que o bem garantidor é um imóvel denominado frugífero cujos resultados, pelo uso, o credor pode utilizar para receber o valor de seu crédito. Atualmente, no lugar desse tipo de garantia está sendo utilizado o penhor de safras futuras. Ainda com respeito às garantias reais é possível o estabelecimento de garantias flutuantes que não impedem a negociação dos bens oferecidos, desde que os bens não negociados sejam suficientes para garantir a dívida. Risco de Crédito As políticas de crédito também definem o grau de risco relacionado às vendas a crédito. O risco nesse caso representa a possibilidade de não recebimento do todo ou de parte da venda a crédito realizada. Como o não recebimento significa perda financeira e redução do lucro, as políticas de crédito definem condições tais para a concessão de crédito que permitam o estabelecimento de previsões de perdas. Havendo concessão de crédito há risco inerente de perdas com devedores duvidosos. A grande dificuldade está em estabelecer o grau de risco com precisão. Como as perdas representam custos, as empresas devem incluir nos custos de comercialização parcela que representa a reposição desses custos. Tal prática, embora utilizada, tem suas reservas, pois faz com que os bons pagadores sejam punidos pela existência de maus pagadores. A legislação brasileira permite às empresas reconhecer perdas com devedores incobráveis que não honrarão seus compromissos. São denominados “devedores duvidosos”. O valor é deduzido do lucro, reduzindo os valores do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro a serem recolhidos pela empresa. A concessão de crédito a clientes aumenta o valor das contas a receber da empresa; conforme a flexibilidade na concessão do crédito, a empresa estará mais exposta ao risco do não recebimento. Isso compromete, no curto prazo, o fluxo de caixa, quando ocorrem atrasos de pagamentos; e no médio e longo prazos, a lucratividade da empresa, caso não ocorra o pagamento. O Processo de Concessão de Crédito Na análise para concessão de crédito a literatura específica de administração financeira refere-se às diretrizes tradicionais e subjetivas, conhecidas como cinco “Cs”, para a definição da capacidade de crédito: clientes solicitantes, o caráter, a capacidade, o capital, o colateral e as condições. · CARÁTER Refere-se ao comportamento dos antecedentes do cliente no cumprimento de suas obrigações assumidas como cliente. A constatação de descumprimento de compromissos deve trazer reflexos na avaliação do caráter do cliente. A existência de títulos protestados pode ser evidência de que o cliente passou ou passa por dificuldade financeira, fato que deve influenciar a decisão sobre a concessão ou não do crédito pretendido. · CAPACIDADE Considera se os ganhos ou p desempenho operacional e financeiro do cliente permitirão a geração de recursos para efetuar o pagamento do compromisso pretendido. No caso de pessoas jurídicas, os demonstrativos financeiros são úteis para o cálculo de índices de liquidez e de endividamento. Comprovações de rendimentos e compromissos assumidos são também importantes para a análise de crédito de pessoas físicas. · CAPITAL Preocupam-se com o comprometimento do patrimônio líquido com valores exigíveis da empresa e respectivos índices de lucratividade. Para as pessoas físicas, a indicação da existência de comprometimento de seus ganhos, como prestações mensais, aluguéis, consórcios etc., pode mostrar insuficiência de recursos para pagamentos do crédito pretendido. · COLATERAL Leva em conta o que o cliente pode oferecer como garantia, real ou não, do crédito; se ele possui bens e outros recursos disponíveis para cobrir o valor exigido pela transação. · CONDIÇÕES Avalia o grau de exposição aos possíveis efeitos de ocorrências exógenas sobre a capacidade do cliente para pagar suas dívidas, como por exemplo, influências de variação no nível da atividade econômica, agressividade da concorrência etc. No caso de pessoa física é importante considerar como os ganhos estão condicionados às variações da atividade econômica, nível de emprego, estabilidade no emprego etc. Obtenção de Informações sobre o Cliente A empresa deve ter procedimentos muito bem estruturados para coletar informações sobre o pretendente a crédito. As chamadas “informações comerciais” são a base da análise para o estabelecimento do crédito a ser concedido. Tais procedimentos serão diferentes para pessoas físicas e jurídicas e, ao mesmo tempo, para clientes atuais e futuros clientes. O nível de profundidade das informações a serem utilizadas está relacionado ao valor do limite do crédito pretendido, entendendo-se que à medida que os valores de crédito pretendidos forem maiores, maior será o nível de profundidade das informações. Se houver disposição para maiores perdas com incobráveis, certamente serão exigidos níveis menores de informações. Havendo pouca disposição para perdas com incobráveis, serão exigidos maiores níveis de informações. As informações geralmente utilizadas e fornecidas pelos clientes são as seguintes: Pessoas jurídicas: · Documentação legal da pessoa jurídica, como estatuto ou contrato social, acionistas majoritários, proprietários, vínculos com outras empresas, eleição de pessoas autorizadas a assinar pela pessoa jurídica, poderes de quem assina, documentação legal de bens etc. · Demonstrações financeiras dos últimos três anos, de preferência com parecer de Auditor Independente, visando à elaboração de análise financeira e, com ela, a definição do limite de crédito. · Ficha cadastral da empresa indicando principais clientes e fornecedores, acionistas majoritários, proprietários e dirigentes. Pessoas físicas: · Ficha cadastral de pessoa física. · Cópia da documentação, RG, CPF, comprovante de residência, comprovantes de rendimento, comprovantes de propriedade dos bens e se estão onerados ou não. · Comprovantes de renda de outras pessoas da família (renda familiar). Os limites de crédito devem ser revisados com frequência mínima anual. Nesse caso, algumas informações solicitadas de clientes novos podem ser dispensadas aos clientes antigos. Porém, a empresa deve manter o cadastro ou histórico de seus clientes para facilitar seu relacionamento com o cliente e, ao mesmo tempo, reduzir perdas com vendas a prazo. Confirmação das Informações De posse das informações, analistas de crédito da empresa devem verificar sua veracidade. É importante salientar que existem muitos “golpistas” no mercado que constituem verdadeiras quadrilhas especializadas em se beneficiar da ingenuidade ou despreparo das empresas para iludir e obter benefícios desonestos comprando e não pagando. Vem daí a importância desta fase do processo de concessão de crédito. As informações obtidas são então confirmadas através de consultas diversas, tais como: a) Cadastro próprio, no caso de não ser cliente novo. b) Para clientes novos e antigos, estão disponíveis e são utilizadas agências ou empresas especializadas em não só emprestar e confirmar informações sobre pessoas físicas e/ou jurídicas, mas também informar sobre seu comportamento financeiro. Entre as Agências ou empresas destacamos: · Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) das Associações Comerciais; · SCI/Equifax ( Segurança ao Crédito e Informações – WWW.sci.com.br · Dun & Bradstreet – WWW.dnd.com · SERASA – WWW.serasa.com · Bancos com os quais a empresa opera. · Outras fontes de informações apresentadas pelo Cliente. Análise das Informações A partir da confirmação das informações sobre o cliente, a empresa dispõe dos elementos necessários para elaborar a análise dessas informações, que preferencialmente será realizada com o auxílio de programas de processamento de dados específicos para essa função. O fator tempo também é importante no processo, pois os clientes desejam ser atendidos com rapidez e não estão dispostos a esperar por análises demoradas de suas informações. A abrangência da análise deve destacar indicativos que virão facilitar a próxima etapa, que é a decisão sobre a concessão do crédito pretendido pelo cliente. A seguir estão listados os mais importantes: Pessoas jurídicas: · Comparação entre o período médio de pagamento e o período médio de cobrança, que deve indicar a sincronização entre os fluxos de entrada e os de saída de caixa. · Análise temporal e setorial dos índices financeiros da empresa, visando conhecer a evolução favorável ou desfavorável dos índices e também sua posição perante seu setor de atividade. · O volume e frequência de negócios para se conhecer o nível de atividade da empresa. · A organização, experiência no ramo. Algumas informações não são obtidas formalmente, mas por meio de contratos estabelecidos com a empresa, seus gerentes, pessoal da área de compras, até mesmo as instalações físicas são bons indicativos sobre a qualidade e organização da empresa como um todo. · A análise dos dados conseguidos com as consultas realizadas junto às empresas e agências especializadas é útil para a tomada de decisão. É preciso atenção especial no caso dos dados obtidos das outras fontes de informações apresentadas pelo cliente. Seria ingenuidade acreditar que o cliente ofereceria fontes de informação que viessem a prestar informações errôneas a seu respeito. Pessoas físicas · Adequação do valor do crédito pretendido ao nível de renda confirmado. · Nível de comprometimento dos ganhos do cliente quando adicionado o crédito pretendido. As políticas de crédito, tendo em conta a exposição ao risco, devem estabelecer níveis máximos de comprometimento da renda familiar. · Possibilidade de apresentação de garantidor da operação caso o pretendente ao crédito não se enquadre nos níveis de exposição ao risco de crédito estabelecido. · A flexibilização do emprego formal no Brasil tem aumentando o número de pessoas sem comprovante de renda. Para conceder a essas pessoas é preciso desenvolver mecanismos alternativos de análise tais como: diminuir a importância da comprovação de renda e aumentar o peso das garantias exigidas; ou formas alternativas de reduzir o risco, com faz, por exemplo, a rede de lojas C&A, que inclui nas parcelas pequeno valor referente a seguro pelo não pagamento. Tomada de Decisão sobre o Crédito Pretendido A análise configurará as bases para a definição de um limite do crédito ao cliente, estabelecendo linha de crédito, com valor definido, que ficará à disposição do cliente para ser utilizada por período de concessão de crédito ao cliente. No caso de pessoas físicas é possível também se utilizar a Tabela de Classificação de Crédito, técnica que define a pontuação indicando a capacidade financeira do cliente, como ferramenta auxiliar para a tomada de decisão sobre a concessão do crédito. A Tabela de Classificação de Crédito representa cálculo da média ponderada da pontuação da situação do cliente em alguns itens relativos à sua condição de pretendente ao crédito, considerados importantes. A empresa estabelece a pontuação referente a esses itens para os quais atribui pesos considerando a sua importância relativa. Utilizando-se das facilidades da informática, a empresa poderá, rapidamente, construir a Tabela de Classificação de Crédito de um cliente, conforme o Quadro 2. Quadro 2: Classificação de Crédito Pontuação Obtida 100 de 75 a 99 de 50 a 74 de 25 a 49 menos de 25 Montante de crédito a ser concedido limite máximo 75% do limite máximo 50% do limite máximo 25% do limite máximo não concede crédito o limite máximo depende da disponibilidade de recursos para a concessão de crédito. Fonte: LEMES (2010:pág.401) O responsável pela política de concessão de crédito da empresa é quem define: · Os itens que compõem a tabela, levando em conta as características regionais e usos e costumes do setor; Esses itens devem ser alterados periodicamente para não “viciar” vendedores e clientes. · A pontuação para cada um dos itens, considerando a importância positiva ou negativa de cada item. · A distribuição dos pesos para os diversos itens, conforme o fator de redução do risco do crédito. Informação da Decisão ao Cliente A informação ao cliente deve ser formal. Na impossibilidade de concessão de crédito nas condições normais, deve ser aberta possibilidade de reforço de garantias, como a utilização de avalista ou fiador, por exemplo. O Custo do Crédito Comercialmente é importante conceder mais crédito aos clientes, porquanto, em geral, padrões de concessão de crédito mais flexíveis impulsionam as vendas. No entanto, conceder crédito aos clientes representa custos para a empresa. Esses custos relacionam-se ao maior volume de recursos aportados em valores a receber e a possibilidade de aumento nas perdas com devedores incobráveis. A expansão do crédito em montante e em prazo implica aumento de recursos aplicados no capital circulante da empresa. A empresa incorre em custo de oportunidade por não aplicar esses recursos em outro investimento de mesmo nível de risco. Para o caçulo do investimento médio em duplicatas a receber considera-se o montante de recursos gastos na fabricação ou aquisição dos produtos vendidos e o prazo médio de recebimento. O valor é inferior ao montante da conta Duplicatas a Receber porque esse valor inclui a margem bruta da empresa. Giro de Valores a Receber = Vendas GVR = Valores a Receber V VR Investimento Médio em Valores a Receber = Custo Variável Total das Vendas Anuais IMVR = CVTVA Giro dos Valores a Receber GVR Giro dos Valores a Receber = prazo de recebimento Período Médio de Cobrança = Valores a Receber PMC = Vendas VR V 360 360 Em que: Custo do Investimento Médio em Valores Investimento Médio em Valores a Receber x Custo CIMVR a Receber = de oportunidade = IMVR CO x Por exemplo: AMBEV S.A. DRE VENDAS BRUTAS 2.010 2.009 39.437,2 32.188,0 (-) DEVOLUÇÕES/CANCELAMENTOS/ABATIMENTOS - - (14.203,9) (8.994,0) (=) VENDAS LÍQUIDAS 25.233,3 23.194,0 (-) CPV (8.449,0) (=) LUCRO BRUTO 16.784,3 15.462,1 (-) DESPESAS ADMINISTRATIVAS (1.196,9) (1.478,1) (-) IMPOSTOS (ICMAS/PIS/COFINS) (-) DESPESAS COMERCIAIS (-) DESPESAS FINANCEIRAS (6.038,6) (1.104,3) (7.731,9) (5.542,0) (1.348,5) (-) DESPESAS GERAIS 474,3 736,6 (+) RECEITAS FINANCEIRAS 784,9 366,4 (=) LUCRO OPERACIONAL 9.703,7 8.196,5 (-) DESPESAS NÃO OPERACIONAIS - - (+) RECEITAS NÃO OPERACIONAIS - - 9.703,7 8.196,5 (=) LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA (-) PROVISÃO DE IR (-) PROVISÃO DE CSSL (2.084,5) (-) OUTRAS PROVISÕES (=) LUCRO LÍQUIDO APÓS IR (2.208,1) - - 7.619,2 5.988,4 BALANÇO PATRIMONIAL 2010 ATIVO CIRCULANTE DISPONÍVEL CAIXA/BANCOS A.L.I. 2009 2010 2009 FORNECEDOR SALÁRIOS E ENCARGOS SOCIAIS IMPOSTOS A PAGAR DIVIDENDOS A PAGAR DUPLICATAS A PAGAR EMPRESTIMOS A PAGAR CP CONTAS A PAGAR 7.142,9 701,8 0,0 0,0 0,0 2.606,2 104,0 6.279,9 1.295,9 0,0 0,0 0,0 801,1 114,8 10.554,9 8.491,7 7.761,5 9.591,9 PASSIVO CIRCULANTE 1.069,3 0,0 73,3 0,0 SUB-TOTAL DISPONÍVEL CLIENTES DUPLICATAS A REC CONTAS A REC (-) PDD SUB-TOTALCLIENTES 1.069,3 73,3 0,0 9.936,4 0,0 9.936,4 0,0 8.741,7 0,0 8.741,7 ESTOQUE (-) 0BSOLETO SALDO DE ESTOQUE 1.905,2 0,0 1.905,2 1.488,1 0,0 1.488,1 TOTAL DO ATIVO CIRCULANTE ATIVO NÃO CIRCULANTE TOTAL REALIZÁVEL A L.P. 12.910,9 10.303,1 3.451,5 3.718,4 TOTAL DO PASSIVO CIRCULANTE PASSIVO NÃO CIRCULANTE TOTAL DO ELP INVESTIMENTO IMOBILIZADO (-) DEPRECIAÇÃO INTANGÍVEL 18,5 24.474,2 0,0 1.823,2 24,3 24.122,6 0,0 1.932,6 CAPITAL SOCIAL RESERVAS AÇÕES EM TESOURARIA L/P ACUMULADO 7.613,8 0,0 0,0 16.748,1 6.832,1 0,0 0,0 15.185,3 TOTAL ATIVO PERMANENTE 26.315,9 26.079,5 TOTAL DO PL 24.361,9 22.017,4 TOTAL DO ATIVO 42.678,3 40.101,0 PASSIVO TOTAL 42.678,3 40.101,0 Por exemplo: Empresa AMBEV Giro de Valores a Receber= Vendas GVR = Valores a Receber V VR Investimento Médio em Valores a Receber = Custo Variável Total das Vendas Anuais IMVR = CVTVA Giro dos Valores a Receber Período Médio de Cobrança = Valores a Receber PMC = Vendas GVR VR V 360 360 Custo do Investimento Médio em Valores Investimento Médio em Valores a Receber x Custo CIMVR IMVR a Receber = de oportunidade = CO Vendas = V = Vendas líquidas Valores a Receber = VR = Saldo da conta Cliente 2010 GVR = V 2009 2,54 2,65 3.326,38 2.917,70 141,76 135,68 415,80 364,71 VR IMVR = CVTVA GVR PMC = VR V 360 CIMVR = IMVR x CO CO = 12,50% aa x Administração Internacional do Crédito Existem alguns complicadores na administração internacional de crédito, tais como o risco cambial, que é definido como a possibilidade de perda financeira em função da desvalorização da moeda de negociação em relação à moeda do país, daí a necessidade de definição de moeda de negociação não exposta a grandes riscos, como o dólar norte-americano ou euro, por exemplo. Há também dificuldades inerentes a distância, diferenças de legislação em relação à conversão cambial e em casos de inadimplência, ocasionando elevados custos com processos de cobrança. Há ainda dificuldades decorrentes de barreiras alfandegárias, protecionismos e com a demora e atrasos no transporte de mercadorias. A não ser para clientes conhecidos e tradicionais, em termos de proteção ao crédito o mais usual é exigir-se do cliente estrangeiro carta de crédito bancária irrevogável, passível de liquidação tão logo seja feito o desembarque da mercadoria exportada. A carta de crédito é útil até mesmo para vendas a vista, contra entrega da mercadoria. Como contém cláusula condicionante de recebimento da mercadoria, é garantia para quem compra também. Gestão da Cobrança Cobrança é o ato de concretização do recebimento de valores representativos de vendas, a vista ou a prazo, de forma oportuna. Cobrar é tão importante quanto vender, pois o ciclo operacional só se completa quando o valor da venda é recebido. Políticas de Cobrança As políticas de cobrança têm o objetivo de fazer com que os recebimentos ocorram nas datas de vencimento e estejam prontamente à disposição da administração de caixa da empresa. Como condição negocial, as políticas de cobrança devem ser do conhecimento dos clientes no momento da negociação para que não haja reclamações futuras. As políticas de cobrança devem estabelecer desde mecanismos de como o débito será cobrado, até os procedimentos nos casos de atrasos e inadimplência. O pagamento em dia é a situação ideal após todo o processo de concessão do crédito. Para os casos de atrasos e não pagamento há necessidade de atenção redobrada, pois podem surgir conflitos, dificuldades no relacionamento com o cliente que sempre espera postura mais flexível da empresa e, por outro lado, do responsável pela área de cobrança da empresa da empresa, de quem são exigidos resultados. As políticas definem ações seqüenciais para esses casos, por exemplo: a) Telefonema de lembrança no segundo dia após o vencimento. b) Carta ou e-mail no quinto dia. c) Carta ou e-mail com texto mais duro no décimo dia (informando que o título está sendo enviado para os advogados da empresa para as medidas judiciais cabíveis e/ou que o avalista ou garantidor será acionado). d) Acionamento do avalista ou garantidor. e) Envio ao Cartório de Protesto de Títulos e comunicação da inadimplência às Agencias de Crédito. f) Execução da dívida através do encaminhamento do título aos advogados da empresa. As políticas de cobrança devem definir, se assim o entenderem os administradores financeiros e de comercialização, as taxas de desconto por pagamento antecipado ou no vencimento da obrigação. Como a aplicação de multa é considerada agressiva pelos clientes e, até mesmo discutível do ponto de vista legal, o mecanismo encontrado para incentivar o pagamento pontual é o uso desta mais branda. Como os clientes são pessoas distintas que podem passar por dificuldades momentâneas para pagar seus compromissos em dia, a empresa deve manter o cadastro atualizado do comportamento de seus clientes e, de acordo com o histórico do cliente, estabelecer o nível adequado de pressão de cobrança. Clientes circunstanciais, efêmeros, que não têm potencial de parcerias duradouras devem ter tratamento diferenciado daqueles parceiros permanentes, em termos de pressão de cobrança. As consequências das políticas de cobrança traduzem resultados diretos nos valores aplicados em valores a receber, diminuindo-os ou aumentando-os de acordo com maior ou menor pressão de cobrança. Políticas eficazes tendem a reduzir perdas com devedores incobráveis, pois é sabido que os maus pagadores estão mais expostos a pressão de cobradores mais exigentes. O custo da cobrança devem ser analisados em termos de custo-benefício. Algumas empresas vão até o final de uma ação para cobrar dívida de valor irrisório com o objetivo de mostrar aos clientes sua postura rígida em relação à cobrança. Mecanismos de Cobrança A eficiência e o custo das diversas formas de realização da cobrança são fatores importantes na decisão dentre os diversos mecanismos de cobrança. Alguns dos mecanismos mais usados de cobrança são: Via Bancária Através da rede bancária é que flui o maior volume de cobranças formais no meio econômico. È muito importante a escolha do banco a quem se atribuirá a responsabilidade da cobrança, pois é necessária muita negociação para que os serviços sejam prestados dentro das expectativas da empresa, voltado para a eficiência e para o baixo custo operacional. Essa forma é essencial para empresas que tenham clientes dispersos geograficamente. Dependendo da negociação com o banco, a cobrança poderá ser realizada através de várias modalidades, das quais alguns exemplos a seguir são apresentados: Cobrança simples O banco atua como simples prestador de serviços de cobrança. Recebe o Borderô, que é um formulário em que constam todas as informações da empresa e dos títulos colocados em cobrança e lança o débito pelo serviço de cobrança. Recebido o pagamento, o banco efetua o crédito na conta da empresa. A emissão e envio das Fichas de Compensação, também denominadas bloquetos bancários, podem ser feitos pela empresa ou pelo banco. A Ficha de Compensação pode ser paga, até o vencimento, em qualquer agência bancária do país. É possível o pagamento pela internet, via digitação do número do titulo de cobrança ou da leitura ótica do código de barras deste título. Após o vencimento o pagamento somente poderá ser feito nas agências do banco responsável pela cobrança. Na negociação com o banco, para que as taxas de cobrança fiquem menores, é comum serem acordados prazos para a disponibilização dos valores cobrados. Esses prazos podem variar e são identificados pelas siglas D+1 ou D+n, dependendo de quantos dias o produto da cobrança fica indisponível para a empresa. As ações posteriores de cobrança, caso o devedor não pague, ficam sob a responsabilidade da empresa emitente do título. Caução dos títulos Os procedimentos são os mesmos da cobrança simples. A diferença é que os títulos e o produto da cobrança representam garantia para empréstimos obtidos pela empresa emitente dos títulos junto à instituição bancária. Desconto dos títulos A empresa realiza operação de empréstimo junto ao banco e vincula o recebimento dos títulos “descontados” para a liquidação do empréstimo. Embora os títulos atuem como garantidores da operação de empréstimo, o banco não detém a sua propriedade. No vencimento, caso o devedor não pague, o valor do título é debitado na conta da empresa emitente. È uma forma de cobrança eficaz, no sentido de que o banco auxilia a empresa na escolha dos títulos a serem descontados, pois só aceita e desconta aqueles cujo risco considera pequeno. Títulos descontados têm condições menos flexíveis de cobrança. Via carteira É mecanismo que tem menores custos e maior flexibilidade, mas sua eficiência é discutível. Os títulos ficam depositados na área de cobrança da empresa, e sua cobrança é acionada nas respectivas datas de vencimento, geralmente, por cobradores da empresa. Essa prática pode ser de iniciativa da empresa emitente ou quando da solicitação do cliente. Muitas instituições do poder público somente efetuam pagamentos via carteira. Os controles devem ser muito rígidos, pois podem ocorrer perdas ou extravios de dinheiro recebido, assaltos etc. Os registros dos títulos emitidos e seus pagamentos devem ser alvo permanente de eficiente controle e enquadrados nos programas periódicos doa auditores internos. Os cobradores da empresa recebem o Borderô diário dos títulos que irão cobrar e, ao final do dia, prestam contas dos valores recebidos e devolvem os títulos não cobrados. Todo o controle é formal. Algumas atividades comerciais, como boutiques e lojas de varejo, preferem o uso da cobrança via carteira, por meio da emissão de carnês de cobrança. Dessa forma procuram fazer com que os clientes retornem à loja para efetuarem os pagamentos, abrindo oportunidades para a realização de novas vendas. É uma forma de trazer o cliente à empresa. O comércio das cidades de menor porte ainda é fortemente baseado nessa forma de cobrança; no entanto, a popularização dos cartões de crédito e dos cartões de débitos com data programada tende a diminuir essa forma de concessão de crédito e cobrança. Via Representante Trata-se da modalidade de cobrança via carteira, mas realizada através de representante ou escritório localizado em outra cidade. Como normalmente o denominado escritório é um posto avançado de vendas da empresa e o representante é responsável pelas vendas em determinada região, é discutível se deve assumir a função de “cobradores”, pois a ação cobrança pode dificultar a realização de vendas. Mecanismos alternativos É fato incontestável que a gestão do crédito e da cobrança tem alto nível complexidade, com consequências diretas em níveis de vendas e na estrutura financeira da empresa. Empresas que usam intensivamente o crédito para realizar suas vendas encontram dificuldades em gerenciá-lo, pois o crédito não é a sua atividade principal, portanto, não é o seu forte. Em razão dessas dificuldades da administração de valores a receber e também do alto investimento nesse ativo circulante, algumas empresas, cuja atividade depende essencialmente da venda a crédito,buscam mecanismos alternativos, o que contribui para reduzir eventuais atritos com os clientes, pois a cobrança é feita por outra instituição. Criam ou se associam a instituições financeiras especializadas que exercem essa atividade. Lojas de departamentos, grandes supermercados, montadoras de veículos são exemplos de empresas que buscam esse tipo de solução constituindo suas próprias instituições financeiras, os bancos de investimentos e as companhias de crédito, financiamento e investimento, as chamadas financeiras, ou se associando a instituição financeira experiente. Está se tornando prática comum no Brasil a utilização de cartões de crédito, próprios ou de terceiros, para vender a vista ou parceladas. Os custos supostamente elevados dessa modalidade de crédito podem compensar riscos de inadimplência, que se tornam quase nulos com a sua adoção. Alternativa é a venda por meio dos cartões que movimentam contas bancárias, como a REDECARD, Por exemplo, que podem ser utilizados para vendas a vista ou em parcelas, substituindo o cheque e reduzindo o risco do não recebimento. Referência bibliográfica: Administração Financeira: Princípios, Fundamentos e Práticas Brasileiras. LEMES JUNIOR, Antônio Barbosa; RIGO, Cláudio Miessa; CHEROBIM, Ana Paula Mussi Szabo. Editora Campus. 6 - Mercado de Capitais, Leasing e Debêntures Mercado de Capitais Esse mercado abrange o conjunto de transações para transferência de recursos financeiros entre agentes poupadores e investidores, com prazo médio, longo ou indefinido, ou seja, é uma relação financeira constituída por instituições e contratos que permite que poupadores e empresas demandantes de capital de longo prazo realizem suas operações. Desse modo, a existência de um mercado de capitais ativo sinaliza o nível de desenvolvimento da economia do país; porquanto pessoas, empresas e instituições passam a ter maiores oportunidades de investimento e as empresas, fontes permanentes de captação de recursos financeiros. A participação nesse mercado permite às organizações a obtenção de recursos a custo competitivo, uma vez que podem captar externamente por meio da emissão de ações ou títulos de dívida. Reduzindo, assim, a dependência dos financiamentos de longo prazo de recursos internos ou do endividamento (capital de terceiros). Seu objetivo é canalizar as poupanças (recursos financeiros) da sociedade para o comércio, a indústria, outras atividades econômicas e para o próprio governo. Distingue-se do mercado monetário que movimenta recursos a curto prazo, embora tenham muitas instituições em comum. Nos países capitalistas mais desenvolvidos os mercados de capitais são mais fortes e dinâmicos. A fraqueza desse mercado nos países em desenvolvimento dificulta a formação de poupança, sendo um sério obstáculo ao desenvolvimento, obrigando esses países a recorrerem ao mercado de capitais internacionais. Mercado de capitais é um sistema de distribuição de valores mobiliários que proporciona liquidez aos títulos de emissão de empresas e viabiliza o processo de capitalização. É constituído pelas bolsas de valoressociedades corretoras e outras instituições financeiras autorizadas., Os principais títulos negociados (título mobiliário) representam o capital social das empresas, tangibilizado em suas ações ou ainda empréstimos tomados pelas empresas, no mercado, representado por debêntures que são conversíveis em ações, bônus de subscrição e outros papéis comerciais. Esta constituição permite a circulação de capital e custeia o desenvolvimento econômico. No mercado de capitais ainda podem ser negociados os direitos e recibos de subscrição de valores mobiliários, certificados de depósitos de ações e outros derivativos autorizados à negociação. Tipos de mercados Mercado de crédito Os contratos são feitos de forma individualizadas entre as duas partes e as obrigaçãoes resultantes em geral não são transferíveis. Há intermediação financeira, no caso o banco comercial é o intermediador entre o tomador do empréstimo e o proprietário do recurso. Podem ser divididos em: curto prazo e longo prazo Mercado de títulos Os contratos são mais genéricos e padronizados de forma que podem ser transferíveis a terceiros, ou seja, tais contratos podem ser negociáveis em mercados secundários, ganhando liquidez. Não há intermediação financeira, o banco apenas promove o encontro entre investidores e tomadores com a cobrança de uma taxa de corretagem. Divide-se em: · Títulos de Propriedade (Ações) · Títulos de Dívidas (Debentures) Mercado primário e secundário Mercado primário Refere-se a colocação inicial de um título, é aqui que o emissor toma e obtém os recursos. Os lançamentos de ações novas no mercado, de forma ampla e não restrita à subscrição pelos atuais acionistas, chamam-se lançamentos públicos de ações. É um esquema de lançamento de uma emissão de ações para subscrição pública, no qual a empresa encarrega a um intermediário financeiro a colocação desses títulos no mercado. Para colocação de ações no mercado primário, a empresa contrata os serviços de instituições especializadas, tais como: bancos de investimento, sociedades corretoras e sociedades distribuidoras, que formarão um pool de instituições financeiras para a realização de uma operação, que pode ser conceituada como sendo um contrato firmado entre a instituição financeira líder do lançamento de ações e a sociedade anônima, que deseja abrir o capital. Mercado secundário Onde ocorre a negociação contínua dos papéis emitidos no passado EX: BM&FBOVESPA. Para operar no mercado secundário, é necessário que o investidor se dirija a uma Sociedade corretora membro de uma bolsa de valores, na qual funcionários especializados poderão fornecer os mais diversos esclarecimentos e orientação na seleção do investimento, de acordo com os objetivos definidos pelo aplicador. Se pretender adquirir ações de emissão nova, ou seja, no mercado primário, o investidor deverá procurar um banco, uma corretora ou uma distribuidora de valores mobiliários, que participem do lançamento das ações pretendidas. Principais papéis negociados no sistema financeiro Títulos públicos Podem ser emitidos pelos governos, Federal, Estadual e Municipal O objetivo desses papéis reside em: - Consecução de política monetária - Financiar o déficit público Ações Representam uma fração do capital social de uma S/A, de modo geral podem ser: - Ordinárias: Característica principal, O DIREITO A VOTO - Preferenciais: Característica principal: NÃO TEM DIREITO A VOTO, e tem preferência no recebimento de dividendos. Tem a preferência no reembolso de capital em caso de liquidação da empresa Dividendos: pagamento de parte dos lucros, em dinheiro, aos acionistas na proporção da quantidade de ações detida, ao fim de cada exercício social. No Brasil, pela Lei das Sociedades Anônimas, a empresa deve distribuir, no mínimo, 25% do lucro líquido do exercício como dividendo. Debêntures As debêntures são tpitulos nominativos e negociáveis que representam uma parcela do empréstimo total efetuado pela emissora, em geral, para financiamento de projetos de investimento ou alongamento do perfil do passivo, sndo assim de médio ou longo prazo. A obtenção de recursos de médio e longo prazo por sociedades anônimas pode ser realizada também através da emissão de debêntures. Esses títulos são títulos de dívida corporativa; portanto, conferem ao seu detentor, o debenturista, um direito de crédito contra a empresa emissora da debênture. As características do título, como juros, prêmio e rendimentos, são definidas na escritura de sua emissão. As debêntures podem ser nominativas ou escriturais, sendo que as ao portador foram extintas pela Lei nº 9.457/1997. · Debêntures nominativas são aquelas que possuem certificado (documento físico) no qual é definido o nome do titular da debênture. Em caso de transferência de titularidade, esta deverá ser registrada em livro destinado a esse fim, mantido pela companhia emissora, até a substituição do certificado, e deverá ser feito no antigo certificado um endosso em preto, ou seja, deve ser indicado no título o nome do novo beneficiário. · Debêntures escriturais são aquelas que não possuem certificado (documento fisico), mas também estão em nome de seus titulares e são mantidas em conta depósito em instituição financeira depositária definida pela companhia emissora. As debêntures podem ser classificadas em: 1. Debêntures simples: podem ser resgatadas somente em moeda nacional, ou seja, não são títulos conversíveis em ações. 2. Debêntures conversíveis em ações: são resgatadas em moeda nacional, podendo também ser convertidas em ações de emissão da companhia nas condições determinadas em sua escritura de emissão. 3. Debêntures pemutáveis: pdem ser transformadas em ações de emissão de companhia diferente da emissora, ou ainda, outros bens como títulos de crédito. 4. As debêntures conversíveis em ações possuem a peculiaridade de conceder ao título de dívida de renda fixa a possibilidade de tornar-se um investimento de renda variável após sua conversão em ações, e as debêntures permutáveis, na maioria das vezes, têm como objeto de troca ações de uma companhia pertencente ao mesmo conglomerado que a empresa emissora. As condições para a conversão de uma debênture são definidas na cláusura de conversibilidade. Essas condições determinam as bases da conversão, ou seja, o número de ações equivalentes ou a relação entre o valor nominal do título e o preço das ações e o período em que o direito de conversão pode ser exercido. As debêntures podem ser de diferentes espécies dependendo do tipo de garantia dada à emissão: 1. Debênture com garantia real: o título é garantido por bens móveis ou imóveis dados por hipoteca, penhor ou anticrese, isto é, respectivamente, por bens imóveis, bens móveis ou direitos sobre frutos e rendimentos de bens imóveis. Os bens podem ser fornecidos pela companhia emissora, por empresas pertencentes ao memso conglomerado da emissora ou por terceiros. 2. Debênture com garantia flutuante: título com garantia baseada no privilégio sobre o ativo da empresa. Essa espécie possui preferência de pagamento em relação a debêntures ou outros créditos especiais ou com garantias reais, que tenham sido firmadas antes de sua emissão. A garantia flutuante não impede que a empresa emissora negocie os bens que compôem seu ativo. 3. Debênture quirografária: título que não possui nenhuma das duas garantias anteriores, logo, em caso de falência, passará a compor o grupo formado pelos demais credores não privilegiados ou sem preferência (quirografários) da empresa emissora. 4. Debênture subordinada: título sem garantia e que, em caso de falência, estará à frente apenas dos acionistas no direito sobre o ativo remanescente da companhia emissora. 5. O volume de emissão da debênture dependerá de sua espécie. Assim, debêntures com garantia real podem ser emitidas, quando o valor de emissão for superior ao do capital social em até 80% do valor dos bens gravados da empresa. Debêntures com garantia flutuante, nas mesmas condições das anteriores, têm o valor de sua emissão a 70% do valor contábil do ativo da companhia emissora (descontado o valor de outras dívidas garantidas por direitos reais). Debêntures quirografárias podem ser emitidas até o valor do capital social da empresa, e debêntures subordinadas não apresentam limites máximos para sua emissão. As debêntures podem apresentar ainda outras garantias adicionais que deverão ser citadas em sua escritura de emissão. Esses títulos podem ser remunerados através de juros fixos ou variáveis, participação e/ou prêmios, além de poderem conter cláusuras de atualização monetária. Os prêmios podem ser definidos em função da variação de receitas e lucros da companhia emissora. Os vencimentos desses títulos usualmente são determinados; no entanto, podem ser emitidas debêntures de prazo não determinado. Caso tenha sido previsto em sua escritura de emissão, as debêntures permitem que as companhias emissoras realizem amortizações e resgates antecipados. As amorizações referem-se à redução do valor nominal de todos os títulos em circulação daquela série em que foi efetuada a amortização. Já o resgaete, que pode ser total ou parcial, compreende a retirada de circulação de unidades de debêntures daquela série para posterior cancelamento dos títulos retirados. Essas operações podem ser extraordinárias, quando não foi prevista na escritura a data e os critérios para a operação, ou programadas, quando foi determinada na escritura a época e os critérios da amortização ou do resgate. Esses crite´rios relacionam-se ao percentual a ser amortizado, quantidade a ser resgatada e fórmulas para realização desses cálculos. Uma emissão de debêntures pode ser realizada em séries, com o mesmo vencimento ou não, permitindo adequar a entrada de recursos às necessidades da companhia, como também das condições de demanda do mercado. A emissão de debêntures, quando relativa à operação de lançamento de novos títulos, é definida como emissão primária, que poderá ser pública ou privada. As emissões públicas exigem o registro de distribuição na Comissãi de Valores Mobiliários e só pode ser realizada por companhias abertas, sendo títulos que podem ser negociados no mercado secundário de debêntures. A emissão privada é aquela direcionada a um grupo limitado de compradores, que geralmente são os próprios acionistas da emissora ou investidores predeterminados, e devido à sua forma de colocação, não podem ser negociadas em mercado secundários. Renda A renda é fixa quando se conhece previamente a forma do rendimento que será conferida ao título. Nesse caso, o rendimento pode ser pós ou prefixado, como ocorre, por exemplo, com o certificado de depósito bancário. A renda variável será definida de acordo com os resultados obtidos pela empresa ou instituição emissora do respectivo título. Prazo Há títulos com prazo de emissão variável ou indeterminado, isto é, não têm data definida para resgate ou vencimento, podendo sua conversão em dinheiro ser feita a qualquer momento. Já os títulos de prazo fixo apresentam data estipulada para vencimento ou resgate, quando seu detentor receberá o valor correspondente à sua aplicação, acrescido da respectiva remuneração. Emissão Os títulos podem ser particulares ou públicos. Particulares, quando lançados por sociedades anônimas ou instituições financeiras autorizadas pela CVM ou pelo Banco Central do Brasil, respectivamente; público, se emitidos pelo governo federal, estadual ou municipal. De forma geral, estadual ou municipal. De forma geral, as emissões de entidades públicas têm o objetivo de propiciar a cobertura de déficits orçamentários, o financiamento de investimentos públicos e a execução da política monetária. Leasing Leasing ou arrendamento mercantil é uma operação em que o cliente pode fazer uso de um bem sem necessariamente tê-lo comprado. O bem, neste caso, deve ser entendido em seu sentido mais amplo: imóveis, automóveis, máquinas, equipamentos, enfim, qualquer produto cuja utilização seja capaz de gerar rendas e seja para uso próprio do arrendatário (cliente). Ao final do contrato, o cliente pode adquirir definitivamente o bem arrendado mediante o pagamento de um valor residual, definido no contrato. As empresas vendedoras de bens costumam apresentar o leasing como mais uma forma de financiamento, mas o contrato deve ser lido com atenção, pois trata-se de operação com características próprias. O leasing, também denominado arrendamento mercantil, é uma operação em que o proprietário (arrendador, empresa de arrendamento mercantil) de um bem móvel ou imóvel cede a terceiro (arrendatário, cliente, "comprador") o uso desse bem por prazo determinado, recebendo em troca uma contraprestação. Esta operação se assemelha, no sentido financeiro, a um financiamento que utilize o bem como garantia e que pode ser amortizado num determinado número de "aluguéis" (prestações) periódicos, acrescidos do valor residual garantido e do valor devido pela opção de compra. Ao final do contrato de arrendamento, o arrendatário tem as seguintes opções: - comprar o bem por valor previamente contratado; - renovar o contrato por um novo prazo, tendo como principal o valor residual; - devolver o bem ao arrendador. Existe limitação de prazo no contrato de leasing? Sim. O prazo mínimo de arrendamento é de dois anos para bens com vida útil de até cinco anos e de três anos para os demais. Por exemplo: para veículos, o prazo mínimo é de 24 meses e para outros equipamentos e imóveis, o prazo mínimo é de 36 meses (bens com vida útil superior a cinco anos). Existe, também, modalidade de operação, denominada leasing operacional, em que o prazo mínimo é de 90 dias. É possível quitar o contrato de leasing antes do encerramento do prazo? O contrato de leasing tem prazo mínimo definido pelo Banco Central. Em face disso, não é possível a "quitação" da operação antes desse prazo. O direito à opção pela compra do bem só é adquirido ao final do prazo de arrendamento. Por isso, não é aplicável ao contrato de arrendamento mercantil a faculdade de o cliente quitar e adquirir o bem antecipadamente. No entanto, é admitida, desde que esteja previsto no contrato, a transferência dos direitos e obrigações a terceiros, mediante acordo com a empresa arrendadora. Pessoa física pode contratar uma operação de leasing? Sim. As pessoas físicas e empresas podem contratar leasing. Incide IOF no arrendamento mercantil? Não. O IOF não incide nas operações de leasing. O imposto que será pago no contrato é o ISS, Imposto Sobre Serviços. Ficam a cargo de quem as despesas adicionais? Despesas tais como seguro, manutenção, registro de contrato, ISS (imposto sobre serviços) e demais encargos que incidam sobre os bens arrendados são de responsabilidade do arrendatário ou do arrendador, dependendo do que for pactutado no contrato de arrendamento. O que é valor residual? É o valor a pagar no final do contrato, caso o cliente deseje adquirir o bem definitivamente. A quantia a ser paga é definida entre as partes no início do contrato. Há limite para o valor residual? Não, o limite deve ser definido entre as partes. De que forma posso pagar o valor residual? O cliente é quem decide como pagar o valor residual previsto no início do contrato, que pode ser diluído nas prestações (ou contraprestações), ou então quitar o saldo no final. É necessário destacar que nas operações de leasing o produto fica em nome da financeira até o final do contrato. Portanto, o cliente não poderá devolver o bem nem vendê-lo, sob pena de ser acionado judicialmente por quebra de contrato. a) No LEASING financeiro, as contraprestações devem ser suficientes a que a arrendadora recupere o custo do bem arrendado e ainda obtenha um retorno, ou seja um lucro sobre os recursos investidos. b) LEASING operacional, as contraprestações destinam-se basicamente a cobrir o custo de arrendamento do bem e ainda dos serviços prestados pela arrendadora com a manutenção e assistência técnica postos à disposição da arrendatária, previsto ainda que o preço para a opção de compra será sempre o do "valor de mercado do bem arrendado". Referência bibliográfica: Administração Financeira: Princípios, Fundamentos e Práticas Brasileiras. LEMES JUNIOR, Antônio Barbosa; RIGO, Cláudio Miessa; CHEROBIM, Ana Paula Mussi Szabo. Editora Campus. 7 – Risco, Retorno e Hedge Retorno Na maior parte dos investimentos, um indivíduo ou uma empresa gasta o dinheiro hoje com a expectativa de ganhar mais dinheiro ainda no futuro. O conceito de retorno oferece aos investidores uma forma conveniente de expressar o desempenho financeiro de um investimento durante um determinado período de tempo. Retorno são receitas esperadas ou fluxo de caixa previsto de qualquer investimento e oferece aos investidores uma forma conveniente de expressar o desempenho financeiro de um investimento. Podem ser retornos absolutos, percentuais e acumulados. Retorno Absoluto A maioria das empresas pagam dividendos aos acionistas durante o ano, portanto, como titular de ações, você receberá algum dinheiro, ou dividendo. Esse dinheiro é o componente de rendimento de seu retorno. Além dos dividendos, a outra parte de sua taxa de retorno é o ganho de capital, ou no caso negativo, a perda de capital (ganho negativo de capital) do investimento. Então, o Retorno Total de seu investimento é a soma do rendimento em dinheiro com o ganho ou perda de capital no investimento. Retorno Total = Ganho de Dividendo + Ganho (ou Perda) de Capital Retorno Total = Div (t+1) x nº de ações + [P(t+1) – P(t)] x nº de ações Ganho de Dividendo = Div (t+1) x nº de ações Ganho (perda) de Capital = [P(t+1) – P(t)] x nº de ações Div (t+1) = Pagamento do dividendo das ações no período (t+1). P(t+1) = Preço de mercado das ações no período (t+1) P(t) = Preço de mercado das ações no período (t) Nº de ações = quantidade de ações adquiridas pelo investidor. Note que, se você vendesse a ação no final do ano, o volume total de dinheiro seria igual ao investimento inicial mais o retorno total. Retorno Absoluto Total= Investimento Inicial + Retorno total Retorno Absoluto Total= II + Retorno Total ou Retorno Absoluto Total= II +Div (t+1) x nº de ações + [P(t+1) – P(t)] x nº de ações II = Investimento Inicial II = P(t) x Nº de ações Div (t+1) = Pagamento do dividendo das ações no período (t+1). P(t+1) = Preço de mercado das ações no período (t+1) P(t) = Preço de mercado das ações no período (t) Nº de ações = quantidade de ações adquiridas pelo investidor. Por exemplo: Suponha que você tenha comprado 150 ações no início do ano, a $ 185 por unidade. Durante o ano, a ação tenha pago um dividendo de $ 4,63. Ainda, no final de ano o preço de mercado da ação seja de $ 201,65. Calcule: a) Retorno Total b) Retorno Absoluto Total Solução: Investimento Inicial = $ 185 x 150 = $ 27.750, Dividendo = Div (t+1) x nº de ações Dividendo = $ 4,63 x 150 = $ 694,50 Dividendo = $ 694,50 Ganho Ganho Ganho Ganho de de de de Capital Capital Capital Capital = = = = [P(t+1) – P(t)] x nº de ações [$ 201,65 – $ 185,00] x 150 [$ 16,65] x 150 $ 2.497,50 a) Retorno Total Retorno Total = Dividendo + Ganho (ou Perda) de Capital Retorno Total = Div (t+1) x nº de ações + [P(t+1) – P(t)] x nº de ações Retorno Total = $ 694,50 + 2.497,50 Retorno Total = $ 3.192,00 b) Retorno Absoluto Total Retorno Total Absoluto = II + Retorno Total ou Retorno Total Absoluto = II +Div (t+1) x nº de ações + [P(t+1) – P(t)] x nº de ações Retorno Retorno Retorno ou Retorno Retorno Retorno Total Absoluto = II + Retorno Total Total Absoluto = $ 27.750 + $ 3.192,00 Total Absoluto = $ 30.942,00 Total Absoluto = II +Div (t+1) x nº de ações + [P(t+1) – P(t)] x nº de ações Total Absoluto = $ 27.750 + $ 694,50 + $ 2.497,50 Total Absoluto = $ 30.942,00 Exercício: 1) No ano passado, você comprou 3200 ações da KK Confecções a $ 236,80 por unidade. Recebeu dividendos no total de $ 7.280 durante o ano. Hoje, a ação está cotada a $ 216,67. a) Qual foi o seu Ganho (Perda) de Capital? b) Qual foi o seu Retorno Total? c) Qual foi o seu Retorno Total Absoluto Solução: a) Qual foi o seu Ganho (Perda) de Capital? Ganho (Perda) de Capital = [P(t+1) – P(t)] x nº de ações Ganho (Perda) de Capital = [$ 216,67 - $ 236,80] x 3200 Perda de Capital = [-$ 20,13] x 3200 Perda de Capital = -$ 64.416,00 b) Qual foi o seu Retorno Total? Retorno Total = Dividendo + Ganho (ou Perda) de Capital Retorno Total = Div (t+1) x nº de ações + [P(t+1) – P(t)] x nº de ações Retorno Total = $ 7.280,00 - $ 64.416,00 Retorno Total = - $ 57.136,00 c) Qual foi o seu Retorno Total Absoluto Retorno Total Absoluto = II + Retorno Total Ou Retorno Total Absoluto = II +Div (t+1) x nº de ações + [P(t+1) – P(t)] x nº de ações Retorno Total Absoluto = II + Retorno Total II = P(t) x Nº de ações II = $ 236,80 x 3200 II = $ 764.160 Retorno Total Absoluto = II + Retorno Total Retorno Total Absoluto = $ 764.160, - $ 57.136, Retorno Total Absoluto = $ 707.024,00 Retornos Percentuais É mais conveniente informar os retornos em termos percentuais do que em termos absolutos ou totais, porque as porcentagens valem para qualquer montante aplicado. Para isso, vamos analisar o retorno para cada unidade monetária, utilizando os seguintes itens para calcular os retornos percentuais: Div (t+1) = Pagamento do dividendo das ações no período (t+1). P(t+1) = Preço de mercado das ações no período (t+1) P(t) = Preço de mercado das ações no período (t) Nº de ações = quantidade de ações adquiridas pelo investidor. Taxa de Dividendo = Div (t+1) P(t) Ganho de Capital = P (t+1) – P (t) P (t) Retorno Percentual (t+1) = Taxa de Dividendo + Ganho de Capital Retorno Percentual (t+1) = Div (t+1) + P (t+1) – P (t) P (t) P(t) Exemplo: Suponha que você tenha comprado 150 ações no início do ano, a $ 185 por unidade. Durante o ano, a ação tenha pago um dividendo de $ 4,63. Ainda, no final de ano o preço de mercado da ação seja de $ 201,65. Calcule: a) Retorno Percentual (t+1) ? Solução: Retorno Percentual (t+1) = Taxa de Dividendo + Ganho de Capital Retorno Percentual (t+1) = Div (t+1) + P (t+1) – P (t) P (t) P(t) Retorno Percentual (t+1) = $ 4,63 + $ 201,65 - $ 185,00 $ 185,00 $ 185,00 Retorno Percentual (t+1) = $ 4,63 + $ 16,65 $ 185,00 $ 185,00 Retorno Percentual (t+1) = 0,025 + 0,09 Retorno Percentual (t+1) = 2,5% + 9% Retorno Percentual (t+1) = 11,5% Exercício: 2) No ano passado, você comprou 3200 ações da KK Confecções a $ 236,80 por unidade. Recebeu dividendos no total de $ 7.280 durante o ano. Hoje, a ação está cotada a $ 216,67. Calcule o Retorno Percentual. Solução: Dividendo Total = $ 7.280.00 Dividendo Unitário = Dividendo Total____ Nº de ações adquiridas Dividendo Unitário = $ 7.280 3.200 Dividendo Unitário = $ 2,28 Retorno Percentual (t+1) = Taxa de Dividendo + Ganho de Capital Retorno Percentual (t+1) = Div (t+1) + P (t+1) – P (t) P (t) P(t) Retorno Percentual (t+1) = $ 2,28 + $ 216,67 - $ 236,80 $ 236,80 $ 236,80 Retorno Percentual (t+1) = $ 2,28 + ( - $ 20,13) $ 236,80 $ 236,80 Retorno Percentual (t+1) = 0,0096 - 0,085 Retorno Percentual (t+1) = 0,96 % - 8,5% Retorno Percentual (t+1) = - 7,54% Retornos Acumulados Sendo o R (t) o retorno do ano t (em formato decimal), o total que teria sido conseguido do ano 1 ao T seria o produto dos retornos em cada um dos anos: (1+R1) x (1+R2) x (1+R3) x ....x (1+Rt) x.....x (1+RT) Por exemplo: Se os Retornos anuais fossem iguais a 22%. -10% e 18%, num período de aplicação de três anos, um investimento de $1 no início do período valeria: (1+R1) x (1+R2) x (1+R3) = (1 + 0,22) x (1 – 0,10) x (1 + 0,18) = 1,22 x 0,90 x 1,18 = 1,2956 = 1,30 Fator = 1,30 Investimento Inicial = $ 1,00 Investimento Final = Investimento Inicial x fator Investimento Final = $ 1,00 x 1,30 Investimento Final = $ 1,30 Exercício: 3) Calcule o retorno acumulado dos índices da tabela abaixo de MCCONNEL? Retorno do índice MCCONNEL (%) 2007 7,36 2008 -6,23 2009 -5,26 2010 3,98 Solução: Retorno Retorno Retorno Retorno Retorno Acumulado Acumulado Acumulado Acumulado Acumulado = = = = = (1+R2007) x (1+R2008) x (1+R2009) x (1+R2010) -1 (1+0,0736) x (1- 0,0623) x (1- 0,0526) x (1+0,0398) -1 (1,0736) x (0,9377) x (0,9474) x (1,0398) -1 0,9917 -1 - 0,0083 ou – 0,83 % 4) Os retornos do índice do R&Q de ações ordinárias, no período de 1998 a 2002 são apresentados abaixo. Calcule o retorno acumulado de 2006 a 2009. Retorno do índice R&Q (%) 2006 -2,46 2007 10,71 2008 22,15 2009 7,26 2010 23,16 Solução: Retorno Retorno Retorno Retorno Retorno Acumulado Acumulado Acumulado Acumulado Acumulado = = = = = (1+R2006) x (1+R2007) x (1+R2008) x (1+R2009) -1 (1- 0,0246) x (1+0,1071) x (1+0,2215) x (1+0,0726) -1 (0,9754) x (1,1071) x (1,2215) x (1,0726) -1 1,4148 -1 0,4148 ou 41,48% Como lidar com Risco e Retorno O binômio risco-retorno faz parte da rotina de quem investe em bolsas de valores, em proporções previsíveis: quanto maior o risco, maior o retorno provável. Os grandes riscos estão implícitos nos grandes retornos e viceversa. Isso não quer dizer que se vá ganhar muito dinheiro; quer dizer que se poderá ganhar. Se o retorno fosse certo, não haveria risco. Nem aplicação em bolsa. Pois, aquele que não almeja bons lucros deve colocar o dinheiro em caderneta de poupança e conformar-se com o retorno medíocre (em torno de 1% ao mês) ou deixar o dinheiro embaixo do colchão. A vontade, ou coragem, de aplicar muito dinheiro, correr altos riscos na expectativa de polpudos ganhos define o perfil psicológico de uma pessoa que é dividido em duas categorias os investidores: fóbico, aquele que tem pavor de assumir qualquer risco; e arrojado, o outro. O primeiro é o investidor em caderneta de poupança. Naturalmente tal perfil só faz sentido quando o problema não é a falta de dinheiro para investir. A aplicação em bolsa tem que ser administrada com racionalidade, a partir de uma fronteira eficiente de ativo onde o primeiro passo é administrar os riscos. Cada instituição financeira, quando monta uma carteira, estabelece o tamanho máximo de seu prejuízo e o investidor deve consultar um especialista em bolsa para investir bem. Terá, nesse caso, orientação sobre como diversificar seus investimentos, partindo de análise que produza resultado ótimo com risco mínimo. Poderá, ao contrário, agir por conta própria e não se sair muito bem. É o mesmo que se automedicar. Pode dar certo ou não. O investidor quer menor risco e maior retorno, o que se pode conseguir através da análise da fronteira eficiente, para detectar qual é, dentre todas, a carteira que oferece as melhores condições de risco e retorno. Na fronteira eficiente também está a carteira viável (possível), caracterizada por um risco e um retorno quaisquer. Queda Contaminante As bolsas caem e contaminam tudo. Quando uma bolsa cai, tira-se dinheiro de outra, que ainda não caiu, para tentar realizar o lucro. Por exemplo, a bolsa caiu em Hong Kong e nós caímos também porque há grandes fundos que investem na China e aqui. No momento em que partes dos ativos que estão na China caíram, esses fundos precisaram vender outros ativos líquidos que estão bem valorizados para cobrir o rombo. Para resolver a crise, a primeira medida do governo brasileiro foi aumentar as taxas de juros e possibilitar que grande parte do capital ficasse aqui mesmo para aproveitar esse aumento. O aumento das taxas de juros deve ser algo transitório. É preciso zerar o déficit do governo e elaborar um sistema fiscal que permita ao setor produtivo crescer. Ou se faz isso ou nos preparamos para o pior. Sem reformas, para dar sustentação ao Plano Real, a política econômica corre o risco de derrapar. É preciso olhar a queda das bolsas de valores, em todo o mundo, como um processo de globalização em andamento e, também, como um termômetro. As pessoas responsabilizam as bolsas por perdas que não são provocadas por elas. Se comparadas a um automóvel, as bolsas seriam o velocímetro, enquanto os desacertos na economia deveriam ser creditados ao motor do veículo que, nesse caso, representa o setor produtivo. Numa economia típica, apenas 5% da riqueza são aplicados em bolsas. O restante é investimento direto. Portanto, elas são o resultado do desempenho do setor produtivo. O povo brasileiro demorou dez anos para sair da última crise e chegou a uma bifurcação: podemos continuar rumo à modernidade, à integração das economias de mercado, buscando eficiência da nossa economia, ou podemos ir para o buraco de novo. Ou continuamos trabalhando e melhorando ou rolamos ladeira abaixo. Carteira e Portfolio são sinônimas Significam a divisão da riqueza da empresa em várias oportunidades de investimentos. Ativo é o papel negociado em bolsa. As aplicações se fazem através de corretoras de investimentos e os investidores podem ser individuais ou empresas, desde que tenham uma carteira, ou ativo. O mercado agrícola brasileiro é extremamente promissor. Potencialmente, é um dos mais produtivos do mundo, embora sofra com a falta crônica de capital e com a interferência do governo através das políticas de preço mínimo e controles reguladores de estoques. Seria bom que o governo saísse da micro gestão desses programas agrícolas e permitisse que tais riscos fossem regulados pelo próprio mercado. O sinal de quanto é saudável o mercado agrícola está em quão ativas são suas opções de futuro sobre commodities agrícolas. Entre os principais produtos comercializados pelas opções de futuro do mercado agrícola brasileiro, está boi gordo, soja, café, milho. Risco O termo risco, ou seja, a variabilidade ou dispersão em torno de um valor esperado, frequentemente é usada como sinônimo de incerteza, existindo, entretanto, entre eles grande diferença. Paulo Sandroni (1989, p. 276) define risco como “condição própria de um investidor; ante as possibilidades de perder ou ganhar dinheiro. Os juros ou o lucro são explicados como recompensas recebidas pelo investidor por assumir determinado risco de incerteza econômico, relativo a eventualidade como queda nas taxas de juros...”, definindo incerteza como “situação em que, partindo-se de determinado conjunto de ações, chega-se a vários resultados possíveis. Os resultados são conhecidos, mas não a probabilidade de eles ocorrerem. Caso as probabilidades sejam conhecidas, fala-se em risco”. Toda vez que a incerteza associada à verificação de determinado evento possa ser quantificada por meio de uma distribuição de probabilidades dos diversos resultados previstos, diz-se que a decisão está sendo tomada sob uma situação de risco. Desse modo, o risco pode ser entendido pela capacidade de se mensurar o estado de incerteza de uma decisão mediante o conhecimento das probabilidades de ocorrência de determinados resultados ou valores. A ideia do risco está diretamente associada às probabilidades de ocorrência de determinados resultados em relação a um valor médio esperado. É um conceito voltado para o futuro, revelando uma possibilidade de perda. O risco é representado pela medida estatística do desvio-padrão, ou variância, indicando-se o valor médio esperado e representativo do comportamento observado. Assim, ao se tomarem decisões de investimento com base num resultado médio esperado, o desvio-padrão passa a revelar o risco da operação, ou seja, a dispersão das variáveis (resultados) em relação à média. Retorno Médio de Ações Retorno Médio Para calcular a média aritmética dos retornos, somam-se todos os valores e divide pelo número total. MÉDIA =R = (R1 + R2 + R3 + ......+ RT) T Exemplo: Os retornos de ações ordinárias de 2007 a 2010 foram iguais a 0.1249, 0.4030, 0.4688 e -0.0905, respectivamente. O retorno médio durante esses quatro anos foi: MÉDIA =R = (R1 + R2 + R3 + ......+ RT) T MÉDIA =R = (R1 + R2 + R3 + R4) 4 MÉDIA =R = (0,1249 + 0,4030 + 0,4688 – 0,0905) 4 MÉDIA =R = 0,9062 4 MÉDIA =R = 0,2266 ou 22,66% Exercício: 5) Calcule o retorno médio das ações das empresas TIP-TOP SA e X-TAL SA abaixo: a) Retorno da TIP-TOP SA (%) 2006 -5,26 2007 6,21 2008 10,75 2009 -4,65 b) Retorno da X-TAL SA (%) 2007 -2,35 2008 -8,25 2009 -4,95 2010 12,35 Solução: a) Retorno médio da TIP_TOP SA: MÉDIA =R = (R1 + R2 + R3 + ......+ RT) T MÉDIA =R = (R2006 + R2007 + R2008 + R2009 + R2010) 5 MÉDIA =R = (-0,0526 + 0,0621 + 0,1075 – 0,0465 + 0,0862) 2010 8,62 MÉDIA =R = MÉDIA =R = 0,1567 5 0,0313 ou 3,13 % 5 b) Retorno médio da X-TAL SA: MÉDIA =R = (R1 + R2 + R3 + ......+ RT) T MÉDIA =R = (R2007 + R2008 + R2009 + R2010) 4 MÉDIA =R = (-0,0235 – 0,0825 – 0,0495 + 0,1235) 4 MÉDIA =R = -0,032 4 MÉDIA =R = -0,008 ou -0,8 % Retorno Esperado Esse é o retorno que um indivíduo espera de uma ação no próximo período. Evidentemente, como se trata apenas de uma expectativa, o retorno efetivo poderá ser mais alto ou mais baixo do que o esperado. O retorno esperado está vinculado aos fluxos incertos de caixa do investimento, e é determinado pela ponderação entre os valores financeiros esperados e suas respectivas probabilidades de ocorrências. Representa uma média dos vários resultados esperados ponderados pela probabilidade atribuída a cada um desses valores, sendo seu cálculo processado por meio da multiplicação das diversas estimativas pelas respectivas porcentagens (probabilidade de ocorrência). n Retorno Esperado = E(R) = R = ∑ (PK X RK) K=1 Onde: E(R) = R = RETORNO (VALOR) ESPERADO PK = PROBABILIDADE DE OCORRÊNCIA DE CADA EVENTO RK = VALOR DE CADA RESULTADO CONSIDERADO Exemplo: Vamos avaliar o risco de dois investimentos, A e B. Baseado em experiência de mercado e em projeções econômicas, o investidor desenvolve a seguinte distribuição de probabilidades dos resultados monetários previstos conforme o quadro abaixo: INVESTIMENTO A INVESTIMENTO B RESULTADOS RESULTADOS PROBABILIDADES PROBABILIDADES ESPERADOS ESPERADOS $ 1200 10% $ 600 10% $ 1300 15% $ 1000 20% $ 1400 50% $ 1400 40% $ 1500 15% $ 1800 20% $ 1600 10% $ 2200 10% Calcule: O retorno esperado dos investimentos A e B. Solução: INVESTIMENTO A: n RETORNO ESPERADO = E(R) = R = ∑ (PK X RK) K=1 Onde: E(R) = R = RETORNO (VALOR) ESPERADO PK = PROBABILIDADE DE OCORRÊNCIA DE CADA EVENTO RK = VALOR DE CADA RESULTADO CONSIDERADO E(R) = R = ($1200 X 0,10) + ($1300 X 0,15) + ($1400 X 0,50) + ($1500 X 0,15) + ($1600 X 0,10) E(R) = R = $120 + $195 + $700 + $225 + $160 E(R) = R = $1400 INVESTIMENTO B: n RETORNO ESPERADO = E(R) = R = ∑ (PK X RK) K=1 Onde: E(R) = R = RETORNO (VALOR) ESPERADO PK = PROBABILIDADE DE OCORRÊNCIA DE CADA EVENTO RK = VALOR DE CADA RESULTADO CONSIDERADO E(R) = R = ($600 X 0,10) + ($1000 X 0,20) + ($1400 X 0,40) + ($1800 X 0,20) + ($2200 X 0,10) E(R) = R = $60 + $200 + $560 + $360 + $220 E(R) = R = $1400 Retornos Livres de Risco O governo toma dinheiro emprestado emitindo títulos, chamadas de letras de tesouro, que são adquiridos pelo público investidor. Periodicamente, o governo faz leilão de letras. Tipicamente, uma letra é uma obrigação com cupom próximo a zero, cujo vencimento ocorre a um ano, ou menos. Como o governo tem o poder de aumentar os impostos para pagar suas dívidas, por isso, estas dívidas são livres de risco de inadimplência. Portanto, a rentabilidade desses títulos é o retorno livre de risco a curto prazo. Outro exemplo de retorno livre de risco é a caderneta de poupança que é garantido pelo governo. Prêmio por Risco É o excedente, ou seja, a diferença entre o retorno livre de risco das letras do tesouro com retorno muito arriscado de ações ordinárias. PREMIO POR RISCO = (RETORNO MÉDIO DE AÇÕES DE MERCADO – RETORNO LIVRE DE RISCO MÉDIO) Exemplo: AÇÕES DE CADERNETA DE MERCADO POUPANÇA PERÍODO RETORNO PERÍODO RETORNO 2006 9,80% 2006 65,32% 2007 10,16% 2007 55,98% 2008 11,42% 2008 60,45% 2009 12,68% 2009 30,64% 2010 11,75% 2010 -9,21% Solução: PREMIO POR RISCO = (RETORNO MÉDIO DE AÇÕES DE MERCADO – RETORNO LIVRE DE RISCO MÉDIO) RETORNO MÉDIO DE AÇÕES DE MERCADO = R2006 + R2007 + R2008 + R2009 + R2010 5 RETORNO MÉDIO DE AÇÕES DE MERCADO = 0,6532 + 0,5598 + 0,6045 + 0,3064 – 0,0921 5 RETORNO MÉDIO DE AÇÕES DE MERCADO = 2,0318 5 RETORNO MÉDIO DE AÇÕES DE MERCADO = 0,4064 ou 40,64% RETORNO LIVRE DE RISCO MÉDIO = RETORNO LIVRE DE RISCO MÉDIO = RETORNO LIVRE DE RISCO MÉDIO = RETORNO LIVRE DE RISCO MÉDIO = R2006 + R2007 + R2008 + R2009 + R2010 5 0,0980 + 0,1016 + 0,1142 + 0,1268 + 0,1175 5 0,5581 5 0,1116 ou 11,16% PREMIO POR RISCO = (RETORNO MÉDIO DE AÇÕES DE MERCADO – RETORNO LIVRE DE RISCO MÉDIO) PREMIO POR RISCO = (0,4064 – 0,1116) PREMIO POR RISCO = 0,2948 ou 29,48% Estatísticas de Risco Não há uma definição universalmente aceita de risco. Uma maneira de pensar a respeito do risco de aplicações em ações ordinárias consiste em considerar a dispersão da distribuição de freqüências. A dispersão de uma distribuição de freqüências é uma medida de quanto uma taxa de retorno pode afastar-se do retorno médio. Se a distribuição tiver uma dispersão muito grande, os retornos possíveis serão muito incertos, ao contrário, se uma distribuição cujos retornos estiverem a poucos pontos percentuais uns do outros será bastante concentrada, e os retornos serão menos incertos. Essa quantificação, que denota o risco de investimento, pode ser efetuada mediante os cálculos de desvio-padrão e variância. Tanto o desvio-padrão como a variância têm por objetivo medir estatisticamente a variabilidade (grau de dispersão) dos possíveis resultados em termos de média e de valor esperado. Representam, em outras palavras, medidas de risco, e são determinados pelas seguintes expressões de cálculo: 1) Quando as probabilidades de ocorrências são diferentes. VARIÂNCIA n σ² = ∑ (Ri – R)² x Pri i=1 DESVIO PADRÃO n σ= ∑ (Ri – R)² x Pri i=1 2) Quando as probabilidades de ocorrências são iguais: VARIÂNCIA n σ² = ∑ (Ri – R)² i=1 n-1 DESVIO PADRÃO σ= n ∑ (Ri – R)² i=1 n-1 onde: σ² = Variância σ = Desvio Padrão Ri = Retorno associado com o i-ésimo resultado R = Retorno médio ou retorno esperado n = Número de resultados considerados Pri = Probabilidade de ocorrência de i-ésimo resultado Exemplo: 1) Quando as probabilidades de ocorrências são diferentes. Vamos avaliar o risco de dois investimentos, A e B. Baseado em experiência de mercado e em projeções econômicas, o investidor desenvolve a seguinte distribuição de probabilidades dos resultados monetários previstos conforme o quadro abaixo: INVESTIMENTO A INVESTIMENTO B RESULTADOS RESULTADOS PROBABILIDADES PROBABILIDADES ESPERADOS ESPERADOS $ 1200 10% $ 600 10% $ 1300 15% $ 1000 20% $ 1400 50% $ 1400 40% $ 1500 15% $ 1800 20% $ 1600 10% $ 2200 10% Solução: VARIÂNCIA n σ² = ∑ (Ri – R)² x Pri i=1 DESVIO PADRÃO σ= n ∑ (Ri – R)² x Pri i=1 INVESTIMENTO A RESULTADOS PROBABI(Rk x ESPERADOS LIDADES Pk) (Rk) (Pk) 1200 10% 1300 15% 1400 50% 1500 15% 1600 10% (Rk - R) (Rk - R)² [Pk x (Rk R)²] 120,00 (200,00) 40.000,00 4.000,00 195,00 (100,00) 10.000,00 1.500,00 - 700,00 225,00 - - 100,00 10.000,00 1.500,00 160,00 200,00 40.000,00 4.000,00 E(RA) 1.400,00 σ² =RA 11.000,00 DESVIO PADRÃO (σA) = 11.000,00 = 104,88 INVESTIMENTO B RESULTADOS PROBABI(Rk x ESPERADOS LIDADES Pk) (Rk) (Pk) 600 10% 1000 20% 1400 40% 1800 20% 2200 10% (Rk - R) (Rk - R)² [Pk x (Rk R)²] 60,00 (800,00) 640.000,00 64.000,00 200,00 (400,00) 160.000,00 32.000,00 560,00 - 360,00 400,00 160.000,00 32.000,00 220,00 800,00 640.000,00 64.000,00 - E(RA) 1.400,00 σ² =RA DESVIO PADRÃO (σA) = 192.000,00 = 438,18 - 192.000,00 Os resultados obtidos indicam um desvio-padrão (dispersão dos possíveis resultados) maior para a alternativa B, sendo esta classificada como a de maior risco. Dessa forma, por apresentar o mesmo retorno esperado, a alternativa A, ao assumir um nível mais baixo de risco (menor desvio-padrão), é considerada como a mais atraente. O investidor dá preferência a alternativas de investimento que ofereçam maior retorno esperado e menor risco associado. 2) Quando as probabilidades de ocorrências são iguais: Os retornos de ações ordinárias de 2007 a 2010 foram iguais a 0.1249, 0.4030, 0.4688 e -0.0905, respectivamente. O retorno médio durante esses quatro anos foi: MÉDIA =R = (R1 + R2 + R3 + ......+ RT) T MÉDIA =R = (R1 + R2 + R3 + R4) 4 MÉDIA =R = (0,1249 + 0,4030 + 0,4688 – 0,0905) 4 0,9062 4 0,2266 ou 22,66% MÉDIA =R = MÉDIA =R = VARIÂNCIA n σ² = ∑ (Ri – R)² i=1 n-1 DESVIO PADRÃO n σ= ∑ (Ri – R)² i=1 n-1 INVESTIMENTO A ANO RETORNO (Rk - R) FATOR 2007 12,49% -10,17% (0,1017) 2008 40,30% 17,65% 0,1765 2009 46,88% 24,23% 0,2423 2010 -9,05% -31,71% (0,3171) RETORNO MÉDIO (R) 22,66% SOMA σ² = ∑ (Rk - R)² / n - 1 σ² = 0,2008/3 = 0,0502 DESVIO PADRÃO (σA) = 0,0502 = 0,2241 OU 22,41% (Rk - R)² 0,0103 0,0312 0,0587 0,1006 0,2008 Exercícios: 1) No ano passado, você comprou 1000 ações da TELL NAT a $ 111,00 por unidade. Recebeu de dividendos no total de $ 3.750,00 durante o ano. Atualmente, a ação está cotada a $ 128,25. a) Qual foi seu ganho de capital? b) Qual foi o seu retorno total? c) Qual foi o seu retorno absoluto total? d) Qual foi seu retorno percentual? e) Você é obrigado a vender a ação da TELL NAT para incluir os ganhos de capital em seu retorno? Por quê? Solução: a) Qual foi seu ganho de capital? Ganho (perda) de Capital = [P(t+1) – P(t)] x nº de ações P(t+1) = Preço de mercado das ações no período (t+1) P(t) = Preço de mercado das ações no período (t) Nº de ações = quantidade de ações adquiridas pelo investidor. P(t+1) = $ 128,25 P(t) = $ 111,00 Nº de ações = 1000 Ganho Ganho Ganho Ganho (perda) (perda) (perda) (perda) de de de de Capital Capital Capital Capital = = = = [P(t+1) – P(t)] x nº de ações [$ 128,25 – $ 111,00] x 1000 [$ 17,25] x 1000 $ 17.250,00 b) Qual foi o seu retorno total? Retorno Total = Dividendo + Ganho (ou Perda) de Capital Retorno Total = Div (t+1) x nº de ações + [P(t+1) – P(t)] x nº de ações Div (t+1) = Pagamento do dividendo das ações no período (t+1). Nº de ações = quantidade de ações adquiridas pelo investidor. Div (t+1) x nº de ações = $ 3.750,00 Retorno Total = Div (t+1) x nº de ações + [P(t+1) – P(t)] x nº de ações Retorno Total = $ 3.750,00 + $ 17.250,00 Retorno Total = $ 21.000,00 c) Qual foi o seu retorno absoluto total? Retorno Absoluto Total = Investimento Inicial + Retorno total Retorno Absoluto Total = II + Retorno Total ou Retorno Absoluto Total = II +Div (t+1) x nº de ações + [P(t+1) – P(t)] x nº de ações II = Investimento Inicial II = P(t) x Nº de ações II = $ 111,00 x 1000 II = $ 111.000,00 Retorno Total Absoluto = II + Retorno Total Retorno Total Absoluto = $ 111.000,00 + $ 21.000,00 Retorno Total Absoluto = $ 132.000,00 d) Qual foi seu retorno percentual? Taxa de Dividendo = Div (t+1) P(t) Ganho de Capital = P (t+1) – P (t) P (t) Retorno Percentual (t+1) = Taxa de Dividendo + Ganho de Capital Retorno Percentual (t+1) = Div (t+1) + P (t+1) – P (t) P (t) P(t) Div (t+1) = Pagamento do dividendo das ações no período (t+1). Nº de ações = 1000 Div (t+1) x 1000 = $ 3.750,00 Div (t+1) = $ 3.750,00 1000 Div (t+1) = $ 3,75 / ação P (t+1) = $ 128,25 P (t) = $ 111,00 Retorno Percentual (t+1) = Div (t+1) + P (t+1) – P (t) P (t) P(t) Retorno Percentual (t+1) = $ 3,75 + $ 128,25 - $ 111,00 $ 111,00 $ 111,00 Retorno Percentual (t+1) = $ 3,75 + $ 17,25 $ 111,00 $ 111,00 Retorno Percentual (t+1) = 0,0338 + 0,1554 Retorno Percentual (t+1) = 3,38% + 15,54% Retorno Percentual (t+1) = 18,92% e) Você é obrigado a vender a ação da TELL NAT para incluir os ganhos de capital em seu retorno? Por quê? Resposta: Não, você não precisa vender as ações para incluir os ganhos de capital em seu retorno. O ganho de capital já está incluído independente de você vender ou não as ações. 2) O Sr. Antonio de Tal aplicou $ 28.600,00 em 550 ações da JJJ Industria há um ano, e recebeu dividendos no total de $ 1650 durante o período. Acaba de vender suas ações a $ 59,00 por unidade. a) Qual foi o seu retorno absoluto total? b) Qual foi seu ganho de capital? c) Qual foi seu retorno percentual? d) Qual foi a taxa de dividendo da ação? Solução: a) Qual foi o seu retorno absoluto total? Retorno Absoluto Total = Investimento Inicial + Retorno total Retorno Absoluto Total = II + Retorno Total ou Retorno Absoluto Total = II +Div (t+1) x nº de ações + [P(t+1) – P(t)] x nº de ações P(t+1) = $ 59,00 P(t) = Preço de mercado das ações no período (t) = $ 28.600 / 550 = $ 52.00 / ação Nº de ações = 550 Div (t+1) x 550 ações = $ 1.650,00 Div (t+1) = $ 1.650,00 / 550 = $ 3,00 / ação II = Investimento Inicial II = $ 28.600,00 Retorno Absoluto Total = II +Div (t+1) x nº de ações + [P(t+1) – P(t)] x nº de ações Retorno Absoluto Total = $ 28.600,00 +$ 1.650,00 + [$ 59,00 – $ 52,00] x 550 Retorno Absoluto Total = $ 28.600,00 +$ 1.650,00 + [$ 7,00] x 550 Retorno Absoluto Total = $ 28.600,00 +$ 1.650,00 + $ 3.850,00 Retorno Absoluto Total = $ 34.100,00 b) Qual foi seu ganho de capital? P(t+1) = $ 59,00 P(t) = $ 52,00 Nº de ações = 550 Ganho Ganho Ganho Ganho (perda) (perda) (perda) (perda) de de de de Capital Capital Capital Capital = = = = [P(t+1) – P(t)] x nº de ações [$ 59,00 – $ 52,00] x 550 [$ 7,00] x 550 $ 3.850,00 c) Qual foi seu retorno percentual? Retorno Percentual (t+1) = Div (t+1) P (t) + P (t+1) – P (t) P(t) P(t+1) = $ 59,00 P(t) = Preço de mercado das ações no período (t) = $ 28.600 / 550 = $ 52.00 / ação Nº de ações = 550 Div (t+1) x 550 ações = $ 1.650,00 Div (t+1) = $ 1.650,00 / 550 = $ 3,00 / ação Retorno Percentual (t+1) = Retorno Percentual (t+1) = Retorno Percentual (t+1) = Retorno Percentual (t+1) = Retorno Percentual (t+1) = $ 3,00 + $ 59,00 - $ 52,00 $ 52,00 $ 52,00 $ 3,00 + $ 7,00 $ 52,00 $ 52,00 0,0577 + 0,1346 5,77% + 13,46% 19,23% d) Qual foi a taxa de dividendo da ação? Taxa de Dividendo = Div (t+1) P(t) P(t) = Preço de mercado das ações no período (t) = $ 28.600 / 550 = $ 52.00 / ação Nº de ações = 550 Div (t+1) x 550 ações = $ 1.650,00 Div (t+1) = $ 1.650,00 / 550 = $ 3,00 / ação Taxa de Dividendo = Div (t+1) P(t) Taxa de Dividendo = $ 3,00 $ 52,00 Taxa de Dividendo = 0,0577 ou 5,77% 3) Nos últimos sete anos, os retornos de uma carteira de ações emitidas por empresas foram os seguintes: ANO (X - 6) (X - 5) (X - 4) (X - 3) (X - 2) (X - 1) (X) RETORNO DE AÇÕES EMITIDAS POR EMPRESAS -4,60% -3,00% 45,80% 6,70% 18,40% 32,10% 21,90% a) Calcule o retorno médio das ações. b) Calcule a variância e o desvio-padrão dos retornos. Solução: a) Calcule o retorno médio das ações. RETORNO MÉDIO =R = (R1 + R2 + R3 + ......+ RT) T RETORNO MÉDIO =R = (R(X-6) + R(X-5) + R(X-4)+ R(X-3) + R(X-2) + R(X-1) + RX) T RETORNO MÉDIO =R = (-0,046 – 0,0300 + 0,4580+ 0,0670 + 0,1840 + 0,3210 + 0,2190) 7 RETORNO MÉDIO =R = 1,1730 7 RETORNO MÉDIO =R = 0,1676 ou 16,76% b) Calcule a variância e o desvio-padrão dos retornos. ANO (X - 6) (X - 5) (X - 4) (X - 3) (X - 2) (X - 1) (X) RETORNO DE AÇÕES EMITIDAS POR EMPRESAS -4,60% -3,00% 45,80% 6,70% 18,40% 32,10% 21,90% Retorno médio ( R ) RETORNO ( ( R- R ) R) ( R- R ) ( R- R )² -0,046 -0,03 0,458 0,067 0,184 0,321 0,219 0,1676 -0,2136 0,045613 -0,1976 0,039034 0,2904 0,084349 -0,1006 0,010115 0,0164 0,000270 0,1534 0,023540 0,0514 0,002645 TOTAL 0,205566 (- 0,046 - 0,1676) (- 0,03 - 0,1676) (0,4580-0,1676) (0,067 - 0,1676) (0,184 - 0,1676) (0,321 - 0,1676) (0,219 - 0,1676) VARIÂNCIA n σ² = ∑ (Ri – R)² i=1 n-1 σ² = 0,205566 7-1 σ² = 0,205566 6 σ² = 0,034261 DESVIO PADRÃO σ= 0,034261 σ = 0,1848 ou 18,48% 4) São os seguintes os retornos, nos últimos sete anos, de uma carteira de mercado de ações ordinárias e de letras do tesouro. ANO (X - 6) (X - 5) (X - 4) (X - 3) (X - 2) (X - 1) (X ) AÇÕES ORDINÁRIAS 35,60% -5,38% 23,51% 24,72% 6,92% 35,38% 20,33% LETRAS DO TESOURO 12,31% 16,15% 11,54% 9,67% 10,88% 8,46% 6,81% a) Calcule o prêmio por risco observado de ações ordinárias, em relação a letras do tesouro, ano a ano. b) Calcule o prêmio médio por risco de ações ordinárias em relação a letras do tesouro para o período todo. c) É possível que este prêmio por risco observado seja negativo? Por quê? Solução: a) Calcule o prêmio por risco observado de ações ordinárias, em relação a letras do tesouro, ano a ano. ANO (X - 6) (X - 5) (X - 4) (X - 3) (X - 2) (X - 1) (X ) AÇÕES ORDINÁRIAS 35,60% -5,38% 23,51% 24,72% 6,92% 35,38% 20,33% LETRAS DO TESOURO 12,31% 16,15% 11,54% 9,67% 10,88% 8,46% 6,81% PRÊMIO POR RISCO OBSERVADO 23,29% -21,53% 11,97% 15,05% -3,96% 26,92% 13,52% b) Calcule o prêmio médio por risco de ações ordinárias em relação a letras do tesouro para o período todo. PRÊMIO 26,92% PRÊMIO PRÊMIO MÉDIO POR RISCO DE AÇÕES ORDINÁRIAS = ( 23,29% - 21,53% + 11,97% + 15,05% - 3,96% + + 13,52% ) / 7 MÉDIO POR RISCO DE AÇÕES ORDINÁRIAS = 65,26% / 7 MÉDIO POR RISCO DE AÇÕES ORDINÁRIAS = 9,32% c) É possível que este prêmio por risco observado seja negativo? Por quê? Resposta: Sim. É possível que o prêmio por risco observado seja negativo. Isto pode acontecer em algum ano, pois a média do prêmio por risco sobre vários anos deveria ser positivo. 5) A probabilidade de que a economia cresça moderadamente no próximo ano é igual a 0,6. A probabilidade de uma recessão é 0,2, e a probabilidade de uma forte expansão também é 0,2. Se a economia estiver em recessão, você espera que o retorno de sua carteira seja de 5%. Se houver crescimento moderado, seu retorno será de 8%. Se houver expansão, a carteira renderá 15%. a) Qual é o retorno esperado? b) Qual é o desvio-padrão do retorno da carteira? Solução: a) Qual é o retorno esperado? ESTADO DA ECONOMIA RECESSÃO MODERADA EXPANSÃO PROBABILIDADE (P) 0,2 0,6 0,2 RETORNO CONFORME O ESTADO DA ECONOMIA ( R ) 0,05 0,08 0,15 RETORNO ESPERADO (P X R) 0,0100 0,0480 0,0300 0,0880 8,80% b) Qual é o desvio-padrão do retorno da carteira? ESTADO DA ECONOMIA RETORNO CONFORME O (P) ESTADO DA ECONOMIA (R) (P X R) (R-R) (R-R PX(R( R - R )² ) R )² RECESSÃO 0,2 0,05 0,0100 (0,05 0,0880) 0,001444 0,0380 0,000289 MODERADA 0,6 0,08 EXPANSÃO 0,2 0,15 RETORNO ESPERADO (0,08 0,0880) (0,15 0,0300 0,0880) 0,0880 8,80% 0,0480 0,000064 0,0080 0,000038 0,0620 0,003844 VARIÂNCIA 0,000769 0,001096 VARIÂNCIA n σ² = ∑ (Ri – R)² x Pri i=1 DESVIO PADRÃO σ= 0,001096 σ = 0,0331 ou 3,31% Hedge Todo investidor que se preze tem medo do risco que uma operação possa trazer. Não importa o tipo ou o volume. O fato é que, mesmo sendo mínimo, há sempre um risco para quem investe. Por isso, é importante que o investidor saiba que há formas de se proteger e diminuir a possibilidade de ser pego de surpresa por algum revés da economia. Uma das operações mais usadas e mais eficientes para proteção de investimento é o hedge. Numa tradução literal do inglês, “hedge” quer dizer “cerca”. Na prática, é uma forma de proteger uma aplicação contra as oscilações do mercado. “O hedge significa menos risco para a posição do investidor, seja ela qual for”, explica Antônio Gonçalves, economista e professor do Instituto Bennet, do Rio de Janeiro. Antônio ressalta que, apesar de ser muito usado em operações cambiais, o hedge é também muito comum na proteção de preço de commodities. “Principalmente as agrícolas, que têm fortes oscilações de preços”, diz. Antônio afirma que o investidor que faz um hedge admite que está assumindo uma posição de risco e que pode não ganhar tudo aquilo que espera. “Mas, pelo menos, ele se protege e não perde tudo. Há operações tão arriscadas que o investidor pode até ser obrigado a colocar mais do que investiu”, alerta. Os operadores e analistas do mercado, em geral as pessoas mais acostumadas com esse tipo de operação, costumam usar a expressão “hedgiar” ou “fazer um hedge”. Isso significa que estão montando estratégias de proteção para diminuir o risco. As operações de hedge devem constar no regulamento dos fundos de investimentos. Portanto, se o investidor observar qualquer menção a esse tipo de operação, deve saber que o gestor do fundo está fazendo operações muito arriscadas e que está tomando providências para reduzir os riscos dessas operações. Em geral, as operações de hedge são realizadas na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros). Digamos que uma empresa tenha dívidas em dólar, e queira se prevenir de eventual alta da moeda norte-americana. Ela vai a BM&F e compra um contrato de dólar futuro, garantindo que, em determinada data, poderá comprar determinada quantia de dólares a determinada cotação. Se o dólar ultrapassar a cotação fixada, a empresa estará protegida, pois terá direito a comprar a moeda a um preço mais baixo. Operações como essa na BM&F, no entanto, têm um custo. Por isso, só são feitas por empresas ou bancos. Em Finanças, uma estratégia de "hedging" consiste em realizar um determinado investimento com o objetivo específico de reduzir ou eliminar o risco de outro investimento ou transação. Um exemplo é o caso de uma empresa que tem de pagar uma fatura em moeda estrangeira no prazo de 60 dias. Se comprar hoje, num mercado de futuros, um montante dessa moeda equivalente ao valor da fatura, consegue isolar-se do risco de ocorrerem alterações da taxa de câmbio que tornem a transação mais cara na sua moeda. A estratégia de "hedging" pode ser concebida de forma a limitar apenas parcialmente o risco cambial ou, através da utilização de opções, dando ao investidor a hipótese de ganhar no caso de a flutuação ser a seu favor. Uma das principais diferenças entre os fundos de hedge e os fundos mútuos é que os primeiros não são obrigados a divulgar publicamente o montante disponível em carteira. Portanto, é praticamente impossível saber em que momento constituiriam ameaça aos mercados e em que momento poderiam minimizá-la. Muitos fundos de hedge trabalham com derivativos complexos, criados sob medida para sua clientela, os quais não são negociados com freqüência e se mantêm distantes das bolsas. Trata-se de um segmento obscuro não apenas para quem está de fora, já que nem mesmo os fundos sabem muito bem como avaliar os instrumentos à sua disposição. Operações realizadas com o objetivo de obter proteção contra o risco de variações de taxas de juros, de paridade entre moedas e do preço de mercadorias. Estratégia utilizada com o objetivo de reduzir o risco do portfólio. Indica neutralização de uma posição comprada/vendida em um ativo com uma posição vendida/comprada no mesmo ativo. É o conjunto de medidas defensivas com objetivo de diminuição, ou até mesmo de eliminação de riscos de perda de recursos financeiros, em uma determinada posição, em razão de oscilações indesejadas de taxa, índices ou preços. Existem alguns instrumentos para se efetuar um hedge: a) b) c) d) Swap Termo de Moedas Swap a Termo Opções Destina-se a qualquer Empresa que tenha recebimentos descasados de seus pagamentos, tanto em prazo, moeda ou indexadores. Swap A palavra Swap significa troca. Essa é uma operação que consiste na troca de resultados financeiros futuros, decorrentes da aplicação de taxas ou índices sobre os ativos ou passivos, respeitando uma fórmula preestabelecida, com concordância entre as partes. Vantagens: Proteção dos ativos e passivos contra oscilações indesejadas de moeda ou indexador. Proporciona, ainda, vantagens em relação ao mercado futuro, pois aloca o fluxo financeiro perfeitamente ajustado ao prazo e aos valores da operação. Há flexibilidade de reversão quando acordado entre as partes, utilizando-se taxa de mercado. Swap a Termo Constituir hedge contra as oscilações nas taxas de juros e/ou câmbio, em datas futuras, sendo a referência para o início de correção dos indexadores contratados entre as partes. Termos de Moedas Constituir hedge para variações entre taxa em R$ (reais) pelas taxas de câmbio a termo em moedas estrangeiras, por exemplo US$ (dólar), acordado entre o Cliente e o Bradesco, sem a entrega física de moedas. Opções São contratos de compra ou venda entre as partes, que permitem a negociação de um direito ou de uma obrigação de adquirir futuramente um ativo objeto, mediante pagamento de prêmio. Veja o exemplo de como fazer uma simples operação de hedge: Mas há alguns tipos de hedge que o pequeno investidor pode fazer, sem precisar recorrer a BM&F. Suponhamos que uma família vá fazer uma viagem ao exterior e debite a maioria de suas despesas em cartão de crédito. Como qualquer gasto no exterior é calculado em dólar pela administradora, o valor das contas virão indexadas à variação da cotação dessa moeda. Para se proteger de qualquer crise cambial, o investidor calcula em média quanto gastará em sua viagem e compra o mesmo valor em dólar ou simplesmente aplica o dinheiro num fundo cambial (atrelado ao dólar). Ao retornar da viagem, pode vender os dólares comprados e, com o equivalente em reais, pagar sua fatura. Assim, ele livra-se do risco de uma crise cambial, com desvalorização da moeda nacional, no nosso caso o Real. Veja agora como o produtor agrícola faz para “hedgiar” sua safra: Vamos dizer que um produtor de milho esteja planejando sua colheita para daqui a quatro meses. No entanto, ele não sabe a que preço vai estar o produto naquela época. Para evitar que perca muito, caso haja uma queda brusca de preço, ele compra uma opção de venda. Com isso, garante que vai vender o produto a determinado preço, em determinada data. Essa opção de venda protege o produtor contra as fortes oscilação do preço do produto no mercado. Mas, caso o preço do milho ultrapasse o preço fixado na opção de venda, o produtor não é obrigado a exercer a operação. Isso é uma forma de hedge. Referência Bibliográfica Administração Financeira: Uma Abordagem Prática. HOJI Masakazu. Editora Atlas. 8 - Indicadores de Desempenho e Diagnóstico Empresarial Um dos mais importantes instrumentos de análise é a construção de indicadores de desempenho e diagnóstico empresarial, de forma que se obtenha não somente os resultados finais do desempenho da empresa, mas, principalmente, as causas que determinaram as eventuais variações ocorridas. Procura-se melhor detalhamento e nível de compreensão das causas que influíram na evolução apresentadas nos indicadores. Visando explicar melhor a construção e o uso desses indicadores, dentre várias disponíveis, utilizaremos na nossa análise a Análise das Demonstrações Financeiras e Medidas Estratégicas de Avaliação de Desempenho. Análise das Demonstrações Financeiras A análise das Demonstrações Financeiras é instrumento utilizado por acionistas, credores efetivos e potenciais e administradores da empresa para conhecer, através de índices financeiros, grandezas comparáveis obtidas através de valores monetários absolutos, a posição e a evolução financeira da empresa. Após a obtenção dos índices Financeiros, utilizando-se as Demonstrações Financeiras, principalmente o Balanço Patrimonial e a Demonstração de Resultado do Exercício, os Índices são analisados por comparação com padrões históricos também chamados de temporais e setoriais, os quais recebem ainda as denominações de indústrias e de cross-sectional. As análises através de padrões históricos, que fazem a comparação dos índices Financeiros por determinados períodos, podem envolver: · Análises históricas: que fazem a comparação da evolução dos índices de períodos anteriores com o período em análise. · Análises prospectivas: que comparam os resultados projetados em função de objetivos e hipóteses de trabalhos utilizados no processo de planejamento financeiro da empresa, com os resultados atuais e, até mesmo, anteriormente obtidos, indicando evoluções passíveis de serem aceitas ou não. As análises utilizando os padrões setoriais envolvem a comparação dos Índices Financeiros da empresa com a média do seu setor de atividade, índices do SERASA, índices Sindicatos Patronais etc. A análise indica se a empresa apresenta resultados compatíveis com os obtidos pelas empresas que atuam no mesmo setor de atividade. Além da comparação histórica e setorial, os índices financeiros permitem a realização de análises denominadas horizontal e vertical. · Análise Horizontal: compara, em períodos de tempos consecutivos, a evolução dos valores das contas que compõem as demonstrações financeiras em análise como, por exemplo, a evolução dos valores das contas a receber nos últimos cinco anos em valores constantes. · Análise Vertical: compara, em períodos de tempos consecutivos, a evolução da composição percentual dos principais conjuntos de contas das demonstrações financeiras em análise, como, por exemplo, os índices de liquidez. Através da análise das demonstrações financeiras pode-se entender o fluxo dos recursos utilizados pela empresa, apontar as origens e aplicações mais importantes e destacar possíveis ineficiências gerenciais. Os indicadores utilizados nas análises das Demonstrações Financeiras são: a) Índices de Liquidez b) Índices de Atividade ou Eficiência Operacional c) Índices de Endividamento d) Índices de Lucratividade ou Rentabilidade a) Índice de Liquidez: medem a capacidade de a empresa saldar seus compromissos no curto prazo. Evidenciam a solvência geral da empresa. 1) Índice de Liquidez Corrente - ILC ILC = ativo circulante Passivo circulante Esse índice mostra a capacidade da empresa honrar seus compromissos de curto prazo com seus bens e direitos de curto prazo. Quanto maior esse índice, melhor para a empresa, pois maior é a capacidade da empresa honrar seus compromissos de curto de prazo. 2) Índice de Liquidez Seca - ILS ILS = ativo circulante - estoques Passivo circulante Esse índice mostra a capacidade da empresa honrar seus compromissos de curto prazo com seus bens e direitos de curto prazo tirando os estoques. Quanto maior esse índice, melhor para a empresa, pois maior é a capacidade da empresa honrar seus compromissos de curto de prazo tirando os estoques. 3) Índice de Liquidez Imediata - ILI ILI = Disponibilidades + aplicações temporárias Passivo circulante Esse índice mostra a capacidade da empresa honrar seus compromissos de curtos à vista, ou no ato. Esse índice mostra a capacidade da empresa honrar seus compromissos no ato, isso significa que deve ser somente o necessário, por isso, não pode ser muito alto. Cada empresa apresenta o seu índice para atender o cotidiano. Por exemplo: AMBEV S.A. DRE VENDAS BRUTAS 2.010 2.009 39.437,2 32.188,0 (-) DEVOLUÇÕES/CANCELAMENTOS/ABATIMENTOS - - (14.203,9) (8.994,0) (=) VENDAS LÍQUIDAS 25.233,3 23.194,0 (-) CPV (8.449,0) (=) LUCRO BRUTO 16.784,3 15.462,1 (-) DESPESAS ADMINISTRATIVAS (1.196,9) (1.478,1) (-) IMPOSTOS (ICMAS/PIS/COFINS) (-) DESPESAS COMERCIAIS (-) DESPESAS FINANCEIRAS (6.038,6) (1.104,3) (7.731,9) (5.542,0) (1.348,5) (-) DESPESAS GERAIS 474,3 736,6 (+) RECEITAS FINANCEIRAS 784,9 366,4 (=) LUCRO OPERACIONAL 9.703,7 8.196,5 (-) DESPESAS NÃO OPERACIONAIS - - (+) RECEITAS NÃO OPERACIONAIS - - 9.703,7 8.196,5 (=) LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA (-) PROVISÃO DE IR - (-) PROVISÃO DE CSSL (2.084,5) (-) OUTRAS PROVISÕES (=) LUCRO LÍQUIDO APÓS IR (2.208,1) - - 7.619,2 5.988,4 BALANÇO PATRIMONIAL 2010 2009 ATIVO CIRCULANTE DISPONÍVEL CAIXA/BANCOS A.L.I. 2010 2009 FORNECEDOR SALÁRIOS E ENCARGOS SOCIAIS IMPOSTOS A PAGAR DIVIDENDOS A PAGAR DUPLICATAS A PAGAR EMPRESTIMOS A PAGAR CP CONTAS A PAGAR 7.142,9 701,8 0,0 0,0 0,0 2.606,2 104,0 6.279,9 1.295,9 0,0 0,0 0,0 801,1 114,8 TOTAL DO PASSIVO CIRCULANTE PASSIVO NÃO CIRCULANTE TOTAL DO ELP 10.554,9 8.491,7 7.761,5 9.591,9 PASSIVO CIRCULANTE 1.069,3 0,0 73,3 0,0 SUB-TOTAL DISPONÍVEL CLIENTES DUPLICATAS A REC CONTAS A REC (-) PDD SUB-TOTALCLIENTES 1.069,3 73,3 0,0 9.936,4 0,0 9.936,4 0,0 8.741,7 0,0 8.741,7 ESTOQUE (-) 0BSOLETO SALDO DE ESTOQUE 1.905,2 0,0 1.905,2 1.488,1 0,0 1.488,1 TOTAL DO ATIVO CIRCULANTE ATIVO NÃO CIRCULANTE TOTAL REALIZÁVEL A L.P. 12.910,9 10.303,1 3.451,5 3.718,4 INVESTIMENTO IMOBILIZADO (-) DEPRECIAÇÃO INTANGÍVEL 18,5 24.474,2 0,0 1.823,2 24,3 24.122,6 0,0 1.932,6 CAPITAL SOCIAL RESERVAS AÇÕES EM TESOURARIA L/P ACUMULADO 7.613,8 0,0 0,0 16.748,1 6.832,1 0,0 0,0 15.185,3 TOTAL ATIVO PERMANENTE 26.315,9 26.079,5 TOTAL DO PL 24.361,9 22.017,4 TOTAL DO ATIVO 42.678,3 40.101,0 PASSIVO TOTAL 42.678,3 40.101,0 ANDRIELLO S.A. DRE VENDAS BRUTAS (-) DEVOLUÇÕES/CANCELAMENTOS/ABATIMENTOS (-) IMPOSTOS (ICMAS/PIS/COFINS) (=) VENDAS LÍQUIDAS (-) CPV 2.010 2.009 73.371,0 76.006,0 (16.565,0) (15.882,0) 56.806,0 60.124,0 (40.728,0) (43.983,0) (=) LUCRO BRUTO 16.078,0 16.141,0 (-) DESPESAS ADMINISTRATIVAS (8.950,0) (4.104,0) (-) DESPESAS COMERCIAIS (1.749,0) (5.025,0) (-) DESPESAS FINANCEIRAS (-) DESPESAS GERAIS (461,0) (399,0) (1.500,0) (1.598,0) (+) RECEITAS FINANCEIRAS 1.222,0 (=) LUCRO OPERACIONAL 4.640,0 6.225,0 1.210,0 (-) DESPESAS NÃO OPERACIONAIS - - (+) RECEITAS NÃO OPERACIONAIS - - (=) LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA 4.640,0 6.225,0 (-) PROVISÃO DE IR (1.567,0) (2.107,0) (-) PROVISÃO DE CSSL - - (-) OUTRAS PROVISÕES 2.000,0 1.800,0 (=) LUCRO LÍQUIDO APÓS IR 5.073,0 5.918,0 BALANÇO PATRIMONIAL 2010 2009 ATIVO CIRCULANTE 2010 2009 FORNECEDOR 4.442,0 4.401,0 SALÁRIOS E ENCARGOS SOCIAIS 3.093,0 2.936,0 IMPOSTOS A PAGAR 3.572,0 3.759,0 DIVIDENDOS A PAGAR 0,0 0,0 DUPLICATAS A PAGAR 0,0 0,0 EMPRESTIMOS A PAGAR CP 0,0 0,0 564,0 564,0 11.671,0 11.658,0 58,0 45,0 PASSIVO CIRCULANTE DISPONÍVEL CAIXA/BANCOS A.L.I. SUB-TOTAL DISPONÍVEL 421,0 279,0 7.802,0 8.072,0 8.223,0 8.351,0 CLIENTES DUPLICATAS A REC 14.894,0 11.184,0 2.843,0 3.113,0 CONTAS A REC (-) PDD SUB-TOTALCLIENTES 0,0 0,0 17.737,0 14.297,0 8.472,0 7.946,0 ESTOQUE (-) 0BSOLETO 0,0 0,0 8.472,0 7.946,0 34.432,0 30.594,0 SALDO DE ESTOQUE TOTAL DO ATIVO CIRCULANTE ATIVO NÃO CIRCULANTE CONTAS A PAGAR TOTAL DO PASSIVO CIRCULANTE PASSIVO NÃO CIRCULANTE TOTAL REALIZÁVEL A L.P. 222,0 INVESTIMENTO 184,0 0,0 0,0 14.599,0 15.336,0 0,0 0,0 365,0 404,0 TOTAL ATIVO PERMANENTE 14.964,0 15.740,0 TOTAL DO ATIVO 49.618,0 46.518,0 IMOBILIZADO (-) DEPRECIAÇÃO INTANGÍVEL TOTAL DO ELP CAPITAL SOCIAL 30.000,0 26.000,0 RESERVAS 0,0 0,0 AÇÕES EM TESOURARIA 0,0 0,0 7.889,0 8.815,0 TOTAL DO PL 37.889,0 34.815,0 PASSIVO TOTAL 49.618,0 46.518,0 L/P ACUMULADO Analise qual empresa apresenta melhor liquidez? ILC = ativo circulante Passivo circulante ILS = ativo circulante - estoques Passivo circulante ILI = Disponibilidades + aplicações temporárias Passivo circulante AMBEV LIQUIDEZ ILC ILS ILI LIQUIDEZ ILC ILS ILI 2010 1,2232 1,0427 0,1013 ANDRIELLO 1,2133 1,0381 0,0086 2010 2,9502 2,2243 0,7046 AMBEV ANDRIELLO 2009 2,6243 1,2133 1,9427 1,0381 0,7163 0,0086 ANDRIELLO > AMBEV ANDRIELLO > AMBEV ANDRIELLO > AMBEV ANDRIELLO AMBEV LIQUIDEZ 2010 ILC 2,9502 1,2232 ANDRIELLO > AMBEV LIQUIDEZ ILC ILS ILI 2009 2009 2,6243 1,9427 0,7163 ILS ILI 2,2243 0,7046 1,0427 0,1013 ANDRIELLO > AMBEV ANDRIELLO > AMBEV A empresa ANDRIELLO apresenta liquidez mais alta do que a empresa AMBEV nos dois períodos, 2009 e 2010. b) Índices de Atividade ou Eficiência Operacional: medem a velocidade com que várias contas se transformam em vendas ou caixa. Quanto mais rápido certos itens de ativo e passivo giram dentro do exercício contábil, a um determinado volume de operações, melhor está sendo a administração desses itens. 1) Giro do Ativo Operacional (GAOP) Giro do Ativo Operacional (GAOP) = Receita (Venda) Líquida (Duplicatas a receber + Estoques) Esse índice mostra o desempenho operacional da empresa. Quanto maior o índice, melhor é o desempenho da empresa. Se o resultado for baixo, podemos analisar: Diagnóstico: Receitas/vendas => baixo, Ou Duplicatas a receber => alto Estoques => alto Plano de Ação: Vender mais => Além de aumentar as Vendas, reduz o estoque. Receber mais => Reduz o saldo de duplicatas a receber. Essas ações refletem no resultado do índice elevando o valor do giro. Se o resultado for alto, podemos analisar: Diagnóstico: Receitas/vendas => alto Vendendo bem Ou Duplicatas a receber => baixo Recebendo bem Estoques => baixo Plano de Ação: Nenhuma 2) Giro do Ativo Permanente (GAP) Giro do Ativo Permanente (GAP) = Receita (Venda) Líquida Ativo Permanente Esse índice mostra a capacidade operacional da empresa. Quanto maior o índice, melhor é o desempenho da empresa. Se o resultado for baixo, podemos analisar: Diagnóstico: Produção => baixo, Ou Ativo permanente => alto = capacidade ociosa Plano de Ação: Produzir mais => diminui a capacidade ociosa. Ou Vender equipamento ocioso Essas ações refletem no resultado do índice elevando o valor do giro. Se o resultado for alto, podemos analisar: Diagnóstico: Produzindo bem Está utilizando bem a capacidade produtiva Plano de Ação: Nenhuma QUADRO DE ANÁLISE DE POSSÍVEIS RESULTADOS DE GAOP E GAP. ÍNDICE GAOP GAP RESULTADO DIAGNÓSTICO VENDAS => BAIXO ESTOQUE => ALTO BAIXO DUPLIC.REC. => ALTO PRODUÇÃO => BAIXO BAIXO EQUIPAMENTO => OCIOSO PLANO DE AÇÃO VENDER MAIS RECEBER MAIS PRODUZIR MAIS VENDER EQUIPAMENTO OCIOSO ÍNDICE GAOP GAP ÍNDICE GAOP GAP ÍNDICE GAOP GAP RESULTADO DIAGNÓSTICO VENDAS => BAIXO ESTOQUE => ALTO BAIXO DUPLIC.REC. => ALTO PRODUÇÃO => ALTO ALTO EQUIPAMENTO => UTILIZANDO BEM PLANO DE AÇÃO RESULTADO DIAGNÓSTICO VENDAS => ALTO ESTOQUE => BAIXO ALTO DUPLIC.REC. => BAIXO PRODUÇÃO => BAIXO BAIXO EQUIPAMENTO => OCIOSO PLANO DE AÇÃO RESULTADO DIAGNÓSTICO VENDAS => ALTO ESTOQUE => BAIXO ALTO DUPLIC.REC. => BAIXO PRODUÇÃO => ALTO ALTO EQUIPAMENTO => UTILIZANDO BEM PLANO DE AÇÃO ÍNDICE GAOP GAP ÍNDICE GAOP GAP GAP 2,7 3,8 RECEBER MAIS NENHUMA NENHUMA PRODUZIR MAIS VENDER EQUIPAMENTO OCIOSO É O MOMENTO DE INVESTIR, FAZER RESERVAS E PROVISÕES 2,7 3,8 ANDRIELLO 2009 BAIXO BAIXO 2,2 3,8 2010 BAIXO BAIXO 2,3 0,9 AMBEV 2009 BAIXO BAIXO 2,1 1,0 2010 BAIXO BAIXO ANDRIELLO ÍNDICE 2009 RESULTADO GAOP VENDER MAIS BAIXO BAIXO ANDRIELLO ÍNDICE 2010 RESULTADO DIAGNÓSTICO VENDAS => BAIXO ESTOQUE => ALTO DUPLIC.REC. => ALTO PRODUÇÃO => BAIXO EQUIPAMENTO => OCIOSO PLANO DE AÇÃO DIAGNÓSTICO PLANO DE AÇÃO VENDER MAIS RECEBER MAIS PRODUZIR MAIS VENDER EQUIPAMENTO OCIOS GAOP GAP 2,2 3,8 BAIXO BAIXO AMBEV ÍNDICE 2009 RESULTADO GAOP GAP 2,3 0,9 BAIXO BAIXO AMBEV ÍNDICE 2010 RESULTADO GAOP GAP 2,1 1,0 BAIXO BAIXO VENDAS => BAIXO ESTOQUE => ALTO DUPLIC.REC. => ALTO PRODUÇÃO => BAIXO EQUIPAMENTO => OCIOSO VENDER MAIS RECEBER MAIS PRODUZIR MAIS VENDER EQUIPAMENTO OCIOS DIAGNÓSTICO VENDAS => BAIXO ESTOQUE => ALTO DUPLIC.REC. => ALTO PRODUÇÃO => BAIXO EQUIPAMENTO => OCIOSO PLANO DE AÇÃO DIAGNÓSTICO VENDAS => BAIXO ESTOQUE => ALTO DUPLIC.REC. => ALTO PRODUÇÃO => BAIXO EQUIPAMENTO => OCIOSO PLANO DE AÇÃO VENDER MAIS RECEBER MAIS PRODUZIR MAIS VENDER EQUIPAMENTO OCIOS VENDER MAIS RECEBER MAIS PRODUZIR MAIS VENDER EQUIPAMENTO OCIOS Analisando os resultados das duas empresas, a ANDRIELLO mostra o desempenho um pouco melhor do que a AMBEV. O resultado ALTO depende do ramo de atividade de cada empresa, portanto, se uma empresa atinge um determinado patamar em um dos índices e estaciona em alguns períodos e o outro índice se aproxima isso significa que a empresa atingiu o topo do índice, ou seja, é o momento de investir, fazer reservas e provisões. Pois. Se não o fizer, os próximos períodos o desempenho da empresa será menor, perderá o mercado e ficará sem o capital de giro. 3) Giro dos Estoques (GE) Giro dos Estoques (GE) = Custos dos Produtos Vendidos (CPV) Saldo Médio dos Estoques Esse índice mostra quantas vezes o estoque girou no período. Quanto maior o número de giro, melhor é o desempenho da empresa. 4) Giro das Contas a Receber (GCR) Giro das Contas a Receber (GCR) = Receita Oper. Bruta – Devoluções e Abatimentos Saldo Médio das Contas (Duplicatas) a Receber Esse índice mostra quantas vezes Contas a Receber girou no período. Quanto maior o número de giro, melhor é o desempenho da empresa. 5) Giro de Contas a Pagar (GCP) GCP = Compras de materiais (0,70 x CPV) Saldo médio de fornecedores Esse índice mostra quantas vezes a empresa pagou seus fornecedores. Quanto menor o número de giro, melhor é o desempenho da empresa. Por exemplo, vamos analisar a AMBEV e ANDRIELLO: ÍNDICE GE GCR GCP 2009 2010 ANDRIELLO AMBEV ANDRIELLO AMBEV 5,5 5,2 5,0 5,0 5,3 3,7 4,6 4,2 7,0 0,9 6,4 0,9 Analisando os resultados, a ANDRIELLO tanto no índice GE quanto no índice GCR apresenta desempenho melhor que a AMBEV nos dois períodos, mas no índice GCP a AMBEV apresenta melhor desempenho nos dois períodos. c) Índices de Endividamento: Medem a participação relativa do capital de terceiros na empresa.A situação de Endividamento de uma empresa indica o montante de recursos de terceiros que está sendo usado, na tentativa de gerar lucros. 1) Índice de Endividamento Geral ( IEG) ou Índice de Participação de Terceiros (IPT) IEG=IPT= Exigível Total = Passivo Circulante + Passivo não Circulante Ativo Total Ativo Circulante + Ativo não Circulante Esse índice mede a proporção dos ativos totais da empresa financiada pelos credores. A proporção ideal seria em torno de 0,60. Isso dignifica que a empresa está utilizando 60% do capital de terceiros na sua atividade produtiva. 2) Índice do Passivo não Circulante sobre o Patrimônio Líquido (IEPL) => Índice do Exigível a Longo Prazo IEPL = Passivo não Circulante = Exigível a Longo Prazo Patrimônio Líquido Patrimônio Líquido Esse índice mede a proporção de capital de terceiros de longo prazo sobre o capital próprio. 3) Cobertura de Juros (CJ) CJ = Lucro antes de Juros e Imposto de Renda Juros do período Esse índice mede a proporção de juros sobre o lucro líquido antes de juros e imposto de renda. Quanto maior a cobertura, melhor é o desempenho da empresa. Por exemplo, vamos analisar a AMBEV e ANDRIELLO: ÍNDICE IEG/IPT IEPL CJ 2009 2010 ANDRIELLO AMBEV ANDRIELLO AMBEV 0,2516 0,4510 0,2364 0,4292 0,0013 0,4357 0,0015 0,3186 14,6 5,1 9,1 7,8 Analisando os resultados, o índice IEG/IPT nas duas empresas estão baixo, sendo que a empresa ANDRIELLO apresenta está mais baixo do que a AMBEV. O índice IEPL da empresa ANDRIELLO estão muito abaixo nos dois períodos do que a empresa AMBEV, demonstrando que a AMBEV está utilizando mais capital de terceiros de longo prazo nas suas atividades. O índice CJ a empresa ANDRIELO apresenta cobertura muito elevado, isto mostra que a empresa está com o nível de endividamento baixo. Já a empresa a AMBEV a cobertura de juros é menor devido ao nível de endividamento alto. d) Índices de Lucratividade ou Rentabilidade: Medem o lucro e o retorno da empresa em relação a diversos itens do Balanço e da Demonstração de resultado do exercício. A lucratividade ou rentabilidade de uma empresa pode ser avaliada em relação a suas vendas, ativos, patrimônio líquido e ao valor da ação. 1) Margem Bruta (MB) Margem Bruta (MB) = ____Lucro Bruto_____ Receita (Venda) Líquida Esse índice mede quanto da receita (venda) restou após a empresa ter pago seus custos dos produtos. Quanto maior esse índice, melhor é o desempenho da empresa. b) Margem Operacional (MO) Margem Operacional (MO) = Lucro Operacional Receita (Venda) Líquida Esse índice mede o lucro obtido em cada unidade monetária de vendas antes dos juros e do imposto de renda. Quanto maior esse índice, melhor é o desempenho da empresa. c) Margem Líquida (ML) Margem Líquida (ML) = Lucro Líquido Após o I.R. Receita (Venda) Líquida Esse índice mede a porcentagem de cada unidade monetária de venda que restou, depois da dedução de todas as despesas, inclusive o imposto de renda. Quanto maior esse índice, melhor é o desempenho da empresa. d) Taxa de Retorno sobre o Ativo Total (RSAT) / RETURN ON ASSETS(ROA) RSAT (ROA) = Lucro Líquido após I.R. Ativo Total Esse índice mede a eficiência global da administração na geração de lucros com seus ativos disponíveis. Quanto maior esse índice, melhor é o desempenho da empresa. e) Taxa de Retorno sobre o Patrimônio Líquido (RSPL) / RETURN ON EQUITY (ROE) RSPL (ROE) = Lucro Líquido após I.R. Patrimônio Líquido Esse índice mede o retorno obtido sobre o investimento (ações preferenciais e ordinárias) dos proprietários da empresa. Quanto maior esse índice, melhor é o desempenho da empresa. Por exemplo, vamos analisar a AMBEV e ANDRIELLO: 2009 2010 ÍNDICE ANDRIELLO AMBEV ANDRIELLO AMBEV MB 0,2685 0,6666 0,2830 MO 0,1035 0,3534 0,0817 ML 0,0984 0,2582 0,0893 RSAT/ROA 0,1272 0,1493 0,1022 RSPL/ROE 0,1700 0,2720 0,1339 0,6652 0,3846 0,3020 0,1785 0,3128 Analisando os resultados da lucratividade, quanto a lucratividade sobre as vendas, MB, MO e ML a empresa AMBEV apresenta desempenho bem melhor que a empresa ANDRIELLO nos dois períodos. Lucratividade sobre o ativo total e sobre o patrimônio líquido, a empresa AMBEV também apresenta desempenho melhor do que a empresa ANDRIELLO. Medidas Estratégicas de Avaliação de Desempenho Além da análise feita através dos Índices Financeiros, outras medidas de análise e avaliação de desempenho são utilizadas. Entre elas estamos destacando a análise por meio do Sistema Du Pont, EVA (Economic Value Added) – Valor Econômico Adicionado e LAJIDA (Lucro Antes de Juros, Imposto de Renda, Depreciação e Amortização) ou EBTIDA (Earning Before Taxes, Income, Depreciation and Amortization) 1) Sistema Du Pont Analisar o retorno, ou seja, lucro obtido pela empresa em relação aos investimentos realizados, que é aplicação feita pela empresa para obter lucros é uma forma de aprimorar a Análise das Demonstrações financeiras. Assim, como os investimentos estão registrados no Ativo, a taxa de retorno sobre o investimento deve ser calculada dividindo-se o lucro pelo ativo. Sendo assim, a taxa de retorno sobre o investimento acaba sendo expressa por uma divisão entre um conceito de lucro e um conceito de investimento. É possível que o problema da queda da taxa de retorno resida na margem, neste caso, procura-se um controle eficiente de despesas e a agilização da política de vendas. Se o problema estiver do lado do giro, é possível que deva também concentrar a atenção na administração do ativo, evitando ociosidade de recursos. Por outro lado, tanto a margem como o giro pode ser detalhado em seus componentes, a fim de identificar exatamente onde estão as áreas com problemas. O retorno sobre o ativo é considerado com um dos quocientes individuais mais importantes de toda a Análise de Balanços, porque representa a medida global de desempenho da empresa e levam em conta todos os fatores envolvidos. Este quociente deveria ser usado como grande teste geral de desempenho de uma empresa, numa base comparativa entre os resultados obtidos e a meta desejada de retorno. Nenhum índice por si só é adequado para avaliar todos os aspectos relativos à situação financeira da empresa. O sistema de avaliação Du Pont funciona como uma técnica de busca que ajuda a localizar as áreas-chave responsáveis pelo desempenho financeiro da empresa. Este método é usado pelos administradores financeiros como uma estrutura para analisar as demonstrações financeiras e avaliar a situação financeira da empresa. Funde a demonstração do resultado do exercício e o balanço patrimonial em duas medidas-sínteses da lucratividade, ou seja, a taxa de retorno sobre o ativo total (RSAT) ou (ROA) e a taxa de retorno sobre o patrimônio líquido (RSPL) ou (ROE). A vantagem do sistema Du Pont é que permite à empresa desdobrar seu retorno sobre o patrimônio líquido em três componentes: a. Lucro sobre vendas (Margem Líquida) b. Eficiência no uso dos Ativos (Giro do Ativo Total) c. Uso da Alavancagem (Multiplicador de Alavancagem Financeira) Possibilita visualizar maior lucratividade sobre vendas, melhor utilização dos ativos e maior uso de alavancagem. É importante reconhecer que esse aumento no retorno refletido pelo RSPL (ROE) pode ser atribuído ao aumento do risco causado por um nível de alavancagem mais elevado, indicado pelo MAF, ou seja, a maior alavancagem financeira incrementa tanto o retorno quanto o risco. A ideia do modelo Du Pont é que todos os itens que participam e que contribuem para a formação da taxa de retorno sobre o investimento devem e podem ser analisados, ou seja, em um único quadro tem-se todos os componentes que formam a taxa de retorno, e tudo será analisado, item por item. SISTEMA DU PONT VENDAS MENOS CPV MENOS DESPESAS OPERACIONAIS DEMONSTRAÇÃO DE MENOS RESULTADO DO DESPESAS EXERCÍCIO FINANCEIRAS LUCRO LIQ. APÓS IR DIVIDIDO VENDAS MARGEM LÍQUIDA MENOS OUTRAS DESPESAS TAXA DE RETORNO SOBRE ATIVO MULTIPLICADO TOTAL - RSAT/ROA POR MENOS OUTROS E I.R. VENDAS DIVIDIDO POR ATIVO CIRCULANTE ATIVO TOTAL GIRO DO ATIVO TOTAL PASSIVO CIRCULANTE EXIGÍVEL TOTAL TOTAL DO PASSIVO MAIS MAIS DIVIDIDO POR EXIGÍVEL A LONGO PRAZO PATRIMÔNIO LÍQUIDO PATRIMÔNIO LÍQUIDO MULTIPLICADO POR MAIS RLP + ATIVO PERMANENTE BALANÇO PATRIMONIAL Por exemplo, vamos analisar a AMBEV e ANDRIELLO: MULTIPLICADOR DE ALAVANCAGEM FINANCEIRA (MAF) TAXA DE RETORNO SOBRE PATRIMÔNIO LIQUIDO RSPL/ROE SISTEMA DU PONT AMBEV 2009 VENDAS 23194,0 MENOS CPV 7731,9 MENOS DESPESAS LUCRO LIQ. OPERACIONAIS APÓS IR 7020,1 DEMONSTRAÇÃO MENOS DE RESULTADO DO DESPESAS EXERCÍCIO FINANCEIRAS 1348,5 5988,4 DIVIDIDO VENDAS MARGEM LÍQUIDA 23194,0 0,2582 MENOS OUTRAS DESPESAS -1103,0 MENOS MULTIPLICADO POR OUTROS E I.R. 2208,1 TAXA DE RETORNO SOBRE ATIVO TOTAL RSAT/ROA 0,1493 VENDAS 23194,0 DIVIDIDO POR ATIVO CIRCULANTE ATIVO TOTAL 10303,1 40101,0 GIRO DO ATIVO TOTAL 0,5784 MAIS TAXA DE RETORNO SOBRE MULTIPLICADO POR PATRIMÔNIO LIQUIDO RSPL/ROE RLP + ATIVO PERMANENTE 0,2720 29767,4 BALANÇO PATRIMONIAL 27,20% PASSIVO CIRCULANTE EXIGÍVEL TOTAL TOTAL DO PASSIVO 8491,7 18083,6 40101,0 MAIS MAIS DIVIDIDO POR EXIGÍVEL A LONGO PRAZO PATRIMÔNIO PATRIMÔNIO LÍQUIDO LÍQUIDO 9591,9 22017,4 22017,4 MULTIPLICADOR DE ALAVANCAGEM FINANCEIRA (MAF) 1,8213 SISTEMA DU PONT ANDRIELLO - 2009 VENDAS 60124,0 MENOS CPV 43983 MENOS DESPESAS LUCRO LIQ. OPERACIONAIS APÓS IR 9129 DEMONSTRAÇÃO MENOS DE RESULTADO DESPESAS DO EXERCÍCIO FINANCEIRAS 399 5918,0 DIVIDIDO VENDAS MARGEM LÍQUIDA 60124,0 0,0984 MENOS OUTRAS DESPESAS 388,0 TAXA DE RETORNO SOBRE ATIVO TOTAL MULTIPLICADO RSAT/ROA POR 0,1272 MENOS OUTROS E I.R. 307 VENDAS 60124,0 DIVIDIDO POR ATIVO CIRCULANTE ATIVO TOTAL 30594 46518,0 GIRO DO ATIVO TOTAL MULTIPLICADO POR 1,2925 TAXA DE RETORNO SOBRE PATRIMÔNIO LIQUIDO - RSPL/ROE MAIS RLP + ATIVO PERMANENTE 0,1700 15924 17,00% BALANÇO PATRIMONIAL PASSIVO CIRCULANTE EXIGÍVEL TOTAL TOTAL DO PASSIVO 11658 11703 46518,0 MAIS MAIS DIVIDIDO POR EXIGÍVEL A PATRIMÔNIO PATRIMÔNIO LONGO PRAZO LÍQUIDO LÍQUIDO 45 34815 34815 MULTIPLICADOR DE ALAVANCAGEM FINANCEIRA (MAF) 1,3361 SISTEMA DU PONT AMBEV - 2010 VENDAS 25233,3 MENOS CPV 8449,0 MENOS DESPESAS LUCRO LIQ. OPERACIONAIS APÓS IR 7235,5 DEMONSTRAÇÃO MENOS DE RESULTADO DO EXERCÍCIO DESPESAS FINANCEIRAS 1104,3 7619,2 DIVIDIDO VENDAS MARGEM LÍQUIDA 25233,3 0,3020 MENOS OUTRAS DESPESAS -1259,2 TAXA DE RETORNO SOBRE ATIVO TOTAL MULTIPLICADO RSAT/ROA POR 0,1785 MENOS OUTROS E I.R. 2084,5 VENDAS 25233,3 DIVIDIDO POR ATIVO CIRCULANTE ATIVO TOTAL 12910,9 42678,3 GIRO DO ATIVO TOTAL MULTIPLICADO POR 0,5912 TAXA DE RETORNO SOBRE PATRIMÔNIO LIQUIDO - RSPL/ROE MAIS RLP + ATIVO PERMANENTE 0,3128 29767,4 31,28% BALANÇO PATRIMONIAL PASSIVO CIRCULANTE EXIGÍVEL TOTAL TOTAL DO PASSIVO 10554,9 18316,4 42678,3 MAIS MAIS DIVIDIDO POR EXIGÍVEL A PATRIMÔNIO PATRIMÔNIO LONGO PRAZO LÍQUIDO LÍQUIDO 7761,5 24361,9 24361,9 MULTIPLICADOR DE ALAVANCAGEM FINANCEIRA (MAF) 1,7518 SISTEMA DU PONT ANDRIELLO - 2010 VENDAS 56806,0 MENOS CPV 40728,0 MENOS DESPESAS LUCRO LIQ. OPERACIONAIS APÓS IR 10699,0 DEMONSTRAÇÃO MENOS DE RESULTADO DO EXERCÍCIO DESPESAS FINANCEIRAS 461,0 5073,0 DIVIDIDO VENDAS MARGEM LÍQUIDA 56806,0 0,0893 MENOS OUTRAS DESPESAS 278,0 TAXA DE RETORNO SOBRE ATIVO TOTAL MULTIPLICADO RSAT/ROA POR 0,1022 MENOS OUTROS E I.R. -433 VENDAS 56806,0 DIVIDIDO POR ATIVO CIRCULANTE ATIVO TOTAL 34432,0 49618,0 GIRO DO ATIVO TOTAL MULTIPLICADO POR 1,1449 TAXA DE RETORNO SOBRE PATRIMÔNIO LIQUIDO - RSPL/ROE MAIS RLP + ATIVO PERMANENTE 0,1339 15186,0 13,39% BALANÇO PATRIMONIAL PASSIVO CIRCULANTE EXIGÍVEL TOTAL TOTAL DO PASSIVO 11671,0 11729 49618,0 MAIS MAIS DIVIDIDO POR EXIGÍVEL A PATRIMÔNIO PATRIMÔNIO LONGO PRAZO LÍQUIDO LÍQUIDO 58,0 37889 37889 MULTIPLICADOR DE ALAVANCAGEM FINANCEIRA (MAF) 1,3096 Síntese da análise DU PONT das empresas AMBEV e ANDRIELLO: ML GAT ML x GAT PT PL PT/PL RSAT/ROA x MAF RSAT/ROA MAF RSPL/ROE 2009 2010 AMBEV ANDRIELLO AMBEV ANDRIELLO 0,2582 0,0984 0,3020 0,0893 0,5784 1,2925 0,5912 1,1449 0,1493 0,1272 0,1785 0,1022 40101,0 46518,0 42678,3 49618,0 22017,4 34815 24361,9 37889 1,8213 1,3361 1,7518 1,3096 0,2719 0,1700 0,3127 0,1338 Analisando o quadro acima, verificamos que a margem líquida alta, a eficiência na utilização dos ativos e o multiplicador de alavancagem financeira alta propiciam maior retorno sobre o patrimônio líquido, ou pior retorno sobre o patrimônio líquido. Nesse exemplo, a empresa AMBEV apresenta todos esses itens maiores do que a empresa ANDRIELLO. Este método DU PONT mostram a formação da taxa de retorno sobre o investimento em um único quadro, colocando o balanço patrimonial e o demonstrativo de resultado de exercício, onde tudo será analisado, item por item, que formam a taxa de retorno. 2) EVA (Economic Value Added) – Valor Econômico Adicionado O EVA mede o desempenho financeiro da empresa ou de um investimento que está sendo avaliado. O objetivo é saber se os resultados da empresa ou os previstos no investimento estarão contribuindo para aumentar a riqueza dos proprietários. Calcula-se o EVA diminuindo todos os custos dos capitais utilizados, próprios e de terceiros, dos lucros operacionais após os impostos. Se a diferença resulta positiva, significa que a empresa ou o investimento está gerando lucros em volumes maiores do que os custos dos capitais empregados e, consequentemente, estão contribuindo para aumentar a riqueza dos proprietários da empresa. Se a diferença for negativa, a empresa ou o investimento está gerando lucros em volumes menores do que os custos dos capitais empregados, reduzindo a riqueza dos proprietários. Nessa situação o gestor deverá buscar meios para reverter os resultados, buscando sempre diferenças positivas. Para se calcular o EVA, temos de conhecer o Lucro operacional após os impostos, o valor total do capital empregado ou o investimento, capitais aplicados em ativos permanentes e nos ativos circulantes e os custos dos capitais utilizados, calculados através da média ponderada. O cálculo do Custo Médio Ponderado de Capital utiliza os valores dos capitais empregados, próprios e de terceiros e os respectivos custos, sendo os custos dos capitais de terceiros após o imposto de renda, como no exemplo a seguir: ORIGEM TIPO DE CAPITAL PRÓPRIO CAPITAL SOCIAL TERCEIROS - EMPRÉSTIMO CURTO PRAZO BANCÁRIO TERCEIROS - FINANCIAMENTO LONGO PRAZO BANCÁRIO TOTAL VALOR 400.000 200.000 200.000 800.000 Vamos calcular quanto representa em percentual a participação de cada tipo de capital: ORIGEM TIPO DE CAPITAL PRÓPRIO CAPITAL SOCIAL TERCEIROS - EMPRÉSTIMO CURTO PRAZO BANCÁRIO TERCEIROS - FINANCIAMENTO LONGO PRAZO BANCÁRIO TOTAL VALOR PARTICIPAÇÃO 400.000 50% 200.000 25% 200.000 25% 800.000 100% Vamos colocar o custo de capital para cada tipo de capital utilizado: Capital social o custo de capital estipulado pelos acionistas é de 16%. O empréstimo bancário de curto prazo o custo de capital médio captado junto as instituições financeiras é de 18%. O financiamento bancário de longo prazo o custo de capital médio captado junto as instituições financeiras é de 16%. ORIGEM TIPO DE CAPITAL PRÓPRIO CAPITAL SOCIAL VALOR PARTICIPAÇÃO CUSTO DE CAPITAL 400.000 50% 16% 200.000 25% 18% TERCEIROS - LONGO PRAZO FINANCIAMENTO BANCÁRIO 200.000 25% 16% TERCEIROS - CURTO PRAZO EMPRÉSTIMO BANCÁRIO TOTAL 800.000 100% Dessa forma, vamos calcular o custo ponderado médio de capital: 400.000 50% CUSTO DE CAPITAL 16% CUSTO PONDERADO 8,0% TERCEIROS - CURTO EMPRÉSTIMO PRAZO BANCÁRIO 200.000 25% 18% 4,5% TERCEIROS - LONGO FINANCIAMENTO PRAZO BANCÁRIO 200.000 25% 16% 4,0% TOTAL 800.000 100% ORIGEM TIPO DE CAPITAL PRÓPRIO CAPITAL SOCIAL VALOR PARTICIPAÇÃO 16,5% O cálculo do custo ponderado: Custo ponderado_Próprio = (50% / 100%) x 16% = 8,0% Custo ponderado_Terceiros Curto prazo = (25% / 100%) x 18% = 4,5% Custo ponderado_Terceiros Longo prazo = (25% / 100%) x 16% = 4,0% Somando-se todos os custos ponderados, temos o Custo Ponderado Médio = 16,5% O exemplo utiliza o Custo Médio Ponderado de Capital de 16,5% e o investimento de $ 1.000.000. A Taxa de Retorno do Investimento Total (TRIT) requerido pelas partes interessadas é de 20%. O lucro operacional após os impostos foi de $ 200.000. O primeiro processo para se calcular o EVA se dá como segue: Lucro operacional após os impostos (-) Custo total de capital (16,5% x $ 1.000.000) (=) EVA ( Valor adicionado adicionado) A outra forma de cálculo pode ser exemplificada: EVA = (RSAT/ROA – CMPC) x INVESTIMENTO Onde: RSAT/ROA = Retorno sobre o Ativo Total CMPC = Custo Médio Ponderado de Capital Para o EVA = EVA = EVA = EVA = exemplo anterior, teremos: (RSAT/ROA – CMPC) x INVESTIMENTO (20% - 16,5%) x 1.000.000 3,5% x 1.000.000 35.000 O EVA encontrado é o mesmo do exemplo anterior. Por exemplo, vamos analisar a AMBEV e ANDRIELLO 200.000 165.000 35.000 AMBEV - 2009 ORIGEM TIPO DE CAPITAL PRÓPRIO CAPITAL SOCIAL TERCEIROS - CURTO PRAZO EMPRÉSTIMO BANCÁRIO TERCEIROS - LONGO PRAZO FINANCIAMENTO BANCÁRIO CUSTO DE CAPITAL 16% CUSTO PONDERADO 6,3% 801,1 4,65% 18% 0,8% 9.591,9 55,69% 16% 8,9% VALOR PARTICIPAÇÃO 6.832,1 39,66% TOTAL 17.225,1 100,00% Lucro operacional após os impostos (-) Custo total de capital (16,1% x $ 40.101,0) (=) EVA ( Valor adicionado adicionado) 16,1% 5.988,4 6.456,3 -467,9 AMBEV - 2010 7.613,8 42,34% CUSTO DE CAPITAL 16% CUSTO PONDERADO 6,8% EMPRÉSTIMO BANCÁRIO 2.606,2 14,49% 18% 2,6% FINANCIAMENTO BANCÁRIO 7.761,5 43,16% 16% 6,9% ORIGEM TIPO DE CAPITAL PRÓPRIO CAPITAL SOCIAL TERCEIROS - CURTO PRAZO TERCEIROS - LONGO PRAZO VALOR TOTAL PARTICIPAÇÃO 17.981,5 100,00% Lucro operacional após os impostos (-) Custo total de capital (16,3% x $ 42.678,3) (=) EVA ( Valor adicionado adicionado) 7.619,2 6.956,6 662,6 A outra forma de cálculo pode ser exemplificada: EVA = (RSAT/ROA – CMPC) x INVESTIMENTO Onde: RSAT/ROA = Retorno sobre o Ativo Total CMPC = Custo Médio Ponderado de Capital Para a EVA = EVA = EVA = EVA = empresa AMBEV em 2009, teremos: (RSAT/ROA – CMPC) x INVESTIMENTO (14,93% - 16,1%) x 40.101,0 -1,17% x 40.101,0 -467,9 Para a EVA = EVA = EVA = EVA = empresa AMBEV em 2010, teremos: (RSAT/ROA – CMPC) x INVESTIMENTO (17,85% - 16,3%) x 42.678,3 1,55% x 42.678,3 662,6 16,3% ANDRIELLO - 2009 ORIGEM TIPO DE CAPITAL PRÓPRIO CAPITAL SOCIAL TERCEIROS - CURTO PRAZO EMPRÉSTIMO BANCÁRIO TERCEIROS - LONGO PRAZO FINANCIAMENTO BANCÁRIO CUSTO DE CAPITAL 16% CUSTO PONDERADO 15,97% 0,00% 18% 0,00% 45,0 0,17% 16% 0,03% VALOR PARTICIPAÇÃO 26.000,0 99,83% - TOTAL 26.045,0 100,00% Lucro operacional após os impostos (-) Custo total de capital (16,00% x $ 46.518) (=) EVA ( Valor adicionado adicionado) 16,00% 5.918,0 7.442,9 -1.524,9 ANDRIELLO - 2010 ORIGEM TIPO DE CAPITAL PRÓPRIO CAPITAL SOCIAL TERCEIROS - CURTO PRAZO EMPRÉSTIMO BANCÁRIO TERCEIROS - LONGO PRAZO FINANCIAMENTO BANCÁRIO CUSTO DE CAPITAL 16% CUSTO PONDERADO 15,97% 0,00% 18% 0,0% 58,0 0,19% 16% 0,03% VALOR PARTICIPAÇÃO 30.000,0 99,81% - TOTAL 30.058,0 100,00% Lucro operacional após os impostos (-) Custo total de capital (16,00% x $ 49.618,0) (=) EVA ( Valor adicionado adicionado) 16,00% 5.073,0 7.938,9 -2.865,9 A outra forma de cálculo pode ser exemplificada: EVA = (RSAT/ROA – CMPC) x INVESTIMENTO Onde: RSAT/ROA = Retorno sobre o Ativo Total CMPC = Custo Médio Ponderado de Capital Para a EVA = EVA = EVA = EVA = empresa ANDRIELLO em 2009, teremos: (RSAT/ROA – CMPC) x INVESTIMENTO (12,72% - 16,00%) x 46.518,0 3,28% x 46.518,0 -1.524,9 Para a EVA = EVA = EVA = EVA = empresa ANDRIELLO em 2010, teremos: (RSAT/ROA – CMPC) x INVESTIMENTO (10,22% - 16,00%) x 49.618,0 -5,78% x 49.618,0 -2.865,9 Analisando as empresas quanto ao EVA, a empresa AMBEV em 2009 perdeu valor em $ -467,9, mas recuperou em 2010, aumentando o seu valor em $ 662,6. Já a empresa ANDRIELLO, perdeu valor nos dois períodos, sendo que em 2010 foi pior, apresentando $ -1.524,9 e $ -2.865,9, respectivamente, aumentando a perda em 87,94%. 3) LAJIDA (Lucro antes de Juros, Imposto de Renda, Depreciação e Amortização) ou EBTIDA (Earning before Taxes, Incomes, Depreciation and Amortzation) O LAJIDA/EBTIDA é um indicador de desempenho que mede a capacidade de a empresa gerar recursos provenientes de suas atividades operacionais. Além disso, demonstra o resultado operacional livre de encargos decorrentes de: · Despesas financeiras · Imposto de renda e contribuição social · Depreciação e/ou outros encargos escriturais, tais como amortização e exaustão. Assim, o indicador fica restrito àqueles custos operacionais mais diretamente administráveis pela direção da empresa, dado que encargos financeiros são decorrentes de políticas financeiras determinadas pelos proprietários e estão também sujeitos às condições do mercado sobre as quais o administrador não tem ação, a depreciação é consequência dos investimentos realizados a priori em bens depreciáveis, além disso, a depreciação não representa saída de caixa, sendo considerada uma despesa escritural. Os valores atribuídos ao imposto de renda e à contribuição social são condicionados aos resultados da empresa. Quadro comparativo entre o DRE e o LAJIDA/EBTIDA da Vinhedo SA – Resultados de 20xx - valores em $ 1.000. DESCRIÇÃO DRE RECEITA/VENDA OPERACIONAL BRUTA DEDUÇÕES DA RECEIAT/VENDA BRUTA 26.000 -5.143 RECEITA/VENDA OPERACIONAL LÍQUIDA CUSTOS DOS PRODUTOS VENDIDOS LAJIDA/EBTIDA 26.000 -5.143 20.857 -11.000 LUCRO BRUTO 20.857 -11.000 9.857 9.857 (-) DESPESAS COM VENDAS -280 -280 (-) DESPESAS GERAIS E ADMINISTRATIVAS -790 -790 (-) DEPRECIAÇÃO -3.787 0 LUCRO OPERACIONAL (-) DESPESAS FINANCEIRAS 5.000 -500 LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA (-) IMPOSTO DE RENDA 8.787 0 4.500 -1.440 LUCRO LÍQUIDO APÓS IR LAJIDA/EBTIDA 0 3.060 8.787 No quadro acima exemplificamos o cálculo do LAJIDA/EBTIDA, a partir da DRE da Vinhedos SA., e se pode observar que o resultado operacional, após o enxugamento das despesas de depreciação, dos encargos tributários e das despesas financeiras se apresenta mais perto do desempenho operacional da empresa. Assim como se utilizam os valores do Lucro Líquido para calcular indicadores financeiros, é possível substituí-lo pelo valor do LAJIDA/EBTIDA e, assim, obter indicador financeiro mais adequado ao resultado operacional, como por exemplo: Margem LAJIDA/EBTIDA Margem LAJIDA/EBTIDA = LAJIDA/EBTIDA VENDAS No caso da Vinhedos SA, a Margem LAJIDA/EBTIDA será: Margem LAJIDA/EBTIDA = 8.787 26.000 Margem LAJIDA/EBTIDA = 0,3380 ou 33,80% Por exemplo, vamos analisar a AMBEV e ANDRIELLO AMBEV 2009 DESCRIÇÃO DRE RECEITA/VENDA OPERACIONAL BRUTA DEDUÇÕES DA RECEIAT/VENDA BRUTA - 32.188,0 8.994,0 23.194,0 - LUCRO BRUTO (-) DESPESAS COM VENDAS LAJIDA/EBTIDA DRE 32.188,0 RECEITA/VENDA OPERACIONAL LÍQUIDA CUSTOS DOS PRODUTOS VENDIDOS 2010 23.194,0 7.731,9 15.462,1 5.542,0 - (-) DESPESAS GERAIS E ADMINISTRATIVAS - 375,1 - 1.348,5 - 2.208,1 LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA (-) IMPOSTO DE RENDA 14.203,9 25.233,3 25.233,3 8.449,0 - DESCRIÇÃO DRE RECEITA/VENDA OPERACIONAL BRUTA - RECEITA/VENDA OPERACIONAL LÍQUIDA - LUCRO BRUTO 8.449,0 16.784,3 6.038,6 - 10.808,0 6.038,6 62,3 - 1.104,3 - 2.084,5 10.808,0 9.703,7 7.619,2 9.545,0 2009 (-) DESPESAS COM VENDAS 14.203,9 - 62,3 5.988,4 ANDRIELLO CUSTOS DOS PRODUTOS VENDIDOS 375,1 9.545,0 LAJIDA/EBTIDA DEDUÇÕES DA RECEITA/VENDA BRUTA 5.542,0 - 8.196,5 LUCRO LÍQUIDO APÓS IR 39.437,2 - 9.545,0 - 39.437,2 16.784,3 - LUCRO OPERACIONAL (-) DESPESAS FINANCEIRAS 7.731,9 15.462,1 - (-) DEPRECIAÇÃO 8.994,0 - LAJIDA/EBTIDA 10.808,0 2010 LAJIDA/EBTIDA DRE LAJIDA/EBTIDA 76.006,0 76.006,0 73.371,0 73.371,0 15.882,0 - 15.882,0 - 16.565,0 - 16.565,0 60.124,0 60.124,0 56.806,0 56.806,0 43.983,0 - 43.983,0 - 40.728,0 - 40.728,0 16.141,0 16.141,0 16.078,0 16.078,0 - 5.025,0 - 5.025,0 - 1.749,0 - 1.749,0 (-) DESPESAS GERAIS E ADMINISTRATIVAS - 4.492,0 - 4.492,0 - 9.228,0 - 9.228,0 (-) DEPRECIAÇÃO - LUCRO OPERACIONAL (-) DESPESAS FINANCEIRAS 6.624,0 - LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA (-) IMPOSTO DE RENDA - LUCRO LÍQUIDO APÓS IR LAJIDA/EBTIDA 6.624,0 399,0 5.101,0 - 461,0 6.225,0 4.640,0 307,0 433,0 5.918,0 5.073,0 6.624,0 Vamos calcular a Margem LAJIDA/EBTIDA Margem LAJIDA/EBTIDA = LAJIDA/EBTIDA VENDAS No caso da empresa AMBEV em 2009, a Margem LAJIDA/EBTIDA será: Margem LAJIDA/EBTIDA = 9.545 23.194 Margem LAJIDA/EBTIDA = 0,4115 ou 41,15% No caso da empresa AMBEV em 2010, a Margem LAJIDA/EBTIDA será: Margem LAJIDA/EBTIDA = 10.808 25.233,3 Margem LAJIDA/EBTIDA = 0,4283 ou 42,83% 5.101,0 5.101,0 No caso da empresa ANDRIELLO em 2009, a Margem LAJIDA/EBTIDA será: Margem LAJIDA/EBTIDA = 6.624 60.124 Margem LAJIDA/EBTIDA = 0,1102 ou 11,02% No caso da empresa ANDRIELLO em 2010, a Margem LAJIDA/EBTIDA será: Margem LAJIDA/EBTIDA = 5.101 56.806 Margem LAJIDA/EBTIDA = 0,0898 ou 8,98% Analisando os resultados das empresas AMBEV e ANDRIELLO, a AMBEV apresenta melhor desempenho operacional do de a empresa ANDRIELLO nos dois períodos. Referência bibliográfica: Administração Financeira: Princípios, Fundamentos e Práticas Brasileiras. LEMES JUNIOR, Antônio Barbosa; RIGO, Cláudio Miessa; CHEROBIM, Ana Paula Mussi Szabo. Editora Campus.