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Acp Paraiba Corrigida

Este trabalho tem como objetivo estudar a variabilidade espacial da precipitação pluvial mensal do Estado da Paraíba, no período de 1994 a 2014. Os dados de precipitação foram cedidos pela Agencia Nacional de Águas (ANA). Usou-se o método de Análise de Componentes Principais para determinar a dependência espacial da variável em estudo. Os resultados obtidos pela ACP mostraram a existência de dois padrões pluviométricos ou estações da precipitação climatológica que explicaram aproximadamente 84,97% da variância total dos...

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Congresso Técnico Científico da Engenharia e da Agronomia CONTECC’ 2015 Centro de Eventos do Ceará - Fortaleza - CE 15 a 18 de setembro de 2015 ANÁLISE DE COMPONENTES PRINCIPAIS DA PRECIPITAÇÃO PLUVIAL DO ESTADO DA PARAÍBA PARA OS ANOS DE 1994 A 2014 VALNELI DA SILVA MELO1*; RAIMUNDO MAINAR DE MEDEIROS2; FRANCISCO DE ASSIS SALVIANO DE SOUZA3 1 Mestranda em Meteorologia - Universidade Federal de Campina Grande, Campina Grande-PB, Brasil, email: [email protected] 2 Doutorando em Meteorologia, Unidade Acadêmica de Ciências Atmosféricas/Universidade Federal de Campina Grande, [email protected] 3 Prof. Dr. Unidade Acadêmica de Ciências Atmosférica, UFCG, Campina Grande-PB. Fone: (83) 2101-1055, [email protected] Apresentado no Congresso Técnico Científico da Engenharia e da Agronomia – CONTECC’2015 15 a 18 de setembro de 2015 - Fortaleza-CE, Brasil RESUMO: Este trabalho tem como objetivo estudar a variabilidade espacial da precipitação pluvial mensal do Estado da Paraíba, no período de 1994 a 2014. Os dados de precipitação foram cedidos pela Agencia Nacional de Águas (ANA). Usou-se o método de Análise de Componentes Principais para determinar a dependência espacial da variável em estudo. Os resultados obtidos pela ACP mostraram a existência de dois padrões pluviométricos ou estações da precipitação climatológica que explicaram aproximadamente 84,97% da variância total dos dados. No mapeamento das variáveis meteorológicas, utilizou-se de ferramentas da Geoestatística para construção dos mapas, para obter as zonas homogêneas e como isso mostrar o comportamento da climatologia nesse período de tempo. PALAVRAS-CHAVE: variabilidade, máxima e mínima da temperatura. COMPONENT ANALYSIS OF MAIN PRECIPITATION PLUVIAL PARAÍBA OF STATE FOR THE YEARS 1994 TO 2014 ABSTRACT: This work aims to study the spatial variability Monthly rainfall in the state of Paraíba, any period from 1994 to 2014. Were data courtesy For the National Water Agency ( ANA ) . Used become the main component analysis method to determine the spatial dependence of the variable in study . ACP For the obtained results showed existence of Two Standards rainfall OR Rush stations climatological que explained apróximadamente 84.97 % of the total variance of the data . None of mapping meteorological variables , used If Geostatistics tools for building maps, paragraph Get as homogeneous zones and How IT Show climatology of behavior that rate period . KEYWORDS: variability , Maximum and Minimum temperature . INTRODUÇÃO O desenvolvimento do semi-árido do Nordeste do Brasil, principalmente no estado da Paraíba, tem sido fortemente dependente da precipitação pluviométrica, e conseqüentemente, as suas variações provocam prejuízos econômicos e sociais à população do Estado. A Paraíba tem como características climáticas marcantes as irregularidades do seu regime de chuvas. A precipitação é amplamente reconhecida como a variável climatológica mais importante na região tropical, sendo essencial para o planejamento das atividades humanas e desenvolvimento local. O conhecimento do comportamento das chuvas é de fundamental importância para todas as atividades humanas. A distribuição irregular das chuvas no Estado está relacionada aos fenômenos naturais de escala planetária, ou seja, varia muito de um lugar para outro e de um ano para outro. Este trabalho tem como objetivo estudar a variabilidade espaço-temporal da precipitação pluviométrica no Estado da Paraíba utilizando técnicas de Análise de Componente Principal, essa técnica tornou-se popular na análise de dados atmosféricos após o artigo de Lorenz (1956). MATERIAL E MÉTODOS Para a análise do comportamento climático do Estado da Paraíba utilizou-se dados de precipitação coletados de postos pluviométricos, disponíveis na Agência Nacional de Águas (ANA), especificando uma série temporal de 1965 a 2000. Utilizou-se do software R para fazer a análise descritiva e a análise dos componentes principais, assim como o software Surfer 8.0, na produção dos mapas. A área de estudo foi o Estado da Paraíba, localizado no Nordeste do Brasil entre os meridianos de 34º45'54" e 38º45'45" de longitude Oeste e entre os paralelos de 6º02'12" e 8º19'18" de latitude Sul, com uma área de aproximadamente 56.440 km 2. É limitado ao norte, com o Estado do Rio Grande do Norte; a oeste, com o Ceará; ao sul, com Pernambuco; e a leste com o Oceano Atlântico. Possui ao todo 223 Municípios (IBGE, 2008). A análise de componentes principais visa transformar um grupo de variáveis correlacionadas em variáveis independentes denominadas componentes principais. Segundo ˜ A, 2002), o principal objetivo das componentes principais é determinar o novo conjunto (PEN de direções ortogonais que definem a variabilidade máxima dos dados originais. RESULTADOS E DISCUSSÃO Para auxiliar na interpretação dos resultados, utilizaram-se mapas plotados no programa Surfer 8.0, o mapa da Figura 1, mostra a variabilidade da precipitação média do estado da Paraíba em um intervalo de tempo de 1994 a 2014, Figura 1. Figura 1: Distribuição espacial das médias anuais da precipitação (mm) no estado da Paraíba nos anos de 1994 a 2014. Como visto na Figura 1, os maiores valores de precipitação anual estão na Mata Paraibana e em boa parte do leste do Agreste Paraibano, com precipitações de 2100 e 1300 mm, respectivamente. Observa-se também na Figura 1, que o lado oeste do Agreste Paraibano e boa parte da Borborema apresentam, nesse período, precipitações de 500 a 800 mm respectivamente. Já no Sertão, observa-se que a precipitação apresenta valores entre 1500 e 1300 mm. Para o sertão paraibano, região leste, observa-se que a topografia mais baixa da região tem grande influência sobre os fatores meteorológicos, favorecendo a atuação de sistemas meteorológicos, a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) é o principal sistema meteorológico provedor de chuvas no setor norte do NEB, onde o estado da Paraíba esta inserido. Para melhor explicar o comportamento da precipitação no estado da Paraíba, usou se o método de Analise de Componentes Principais, obtendo-se os resultados descritos nas Tabela 1. As componentes principais (CPs) representam os padrões e relações entre as variáveis originais. Esses padrões podem ser pensados como diferentes tipos de influencia (causas) nos dados. As duas primeiras CP’s explicam aproximadamente 84,97% da variância total da série. Isso pode ser visto claramente na Tabela 01: Tabela 1: Variância explicada Componentes Autovalor Variância % Acumulada 1 5,582080088 46,51733406 46,51733406 2 4,614798402 38,45665335 84,97398741 A analise inicial mostrou que dois componentes obedeceram o critério de Kaiser do autovalor (“eigenvalue”) maior que 1, sabe-se que autovalores entre 0,7 e 0,8 são considerados “bons”. Assim, pode-se ver que as 2 CP’s selecionadas pelo critério explicaram 84,97% da variância. ´E possível observar na Figura 1 o comportamento pluviométrico do fator 1 e na Figura 2, o comportamento do fator 2, ambos mostram diferenças importantes Figura 1: Fator 1 e Fator 2 Os resultados anteriores estão de acordo com estudos que indicam que o período de chuvas mais abundantes no leste do Nordeste do Brasil abrange os meses de abril a julho (Nobre Molion, 1988). A chuva desse período está associada a maior atividade de circulação de brisa que advecta bandas de nebulosidade para o continente, estando relacionada aos distúrbios ondulatórios de leste, que são responsáveis pelas chuvas entre os meses de maio e agosto (Yamazaki e Rao, 1977). Outros fenômenos também influenciam no comportamento climático do estado da Paraíba. O deslocamento da ZCIT para latitudes mais ao sul, o qual influencia diretamente na qualidade do período chuvoso da região (Uvo, 1989), ocorre no período de fevereiro a maio. Enquanto que ao oeste da região, a máxima precipitação é influenciada pelas frentes frias oriundas das latitudes médias do hemisfério sul que alcançam latitudes mais baixas nos meses de novembro a fevereiro (Kousky, 1979). CONCLUSÕES A a ná l i s e d e precipitação do estado da Paraíba mostra que dentre doze variáveis analisadas (meses de janeiro a dezembro) apenas duas componentes foram retidas, utilizando o critério de Kaiser. Para a validação dos dados utilizou se o teste de esfericidade de Barllett e da estatística de KMO, classificando-o como bom. A primeira componente apresenta fortes correlações entre os meses de abril a maio, e de outubro a novembro, atuando de forma mais significativa na parte leste do Estado, devido principalmente as Ondas de Leste e aos Sistemas de Brisas, evidenciando o período chuvoso dessa região. A segunda componente evidencia fortes correlações entre os meses de dezembro a abril, principalmente na parte oeste do estado com influencias direta da ZCIT, além das Linhas de Instabilidade, sendo responsáveis pelas chuvas na região do sertão. Pode-se concluir ainda que a Análise de Componentes Principais é útil para o estudo de dados meteorológicos mostrando as diferenças significativas na distribuição espacial da chuva no Estado da Paraíba. AGRADECIMENTOS A CAPES pela concessão de bolsa de estudo ao primeiro autor. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGENCIA NACIONAL DAS AGUAS (ANA) AHRENS, C. D. Essentials of Meteorology: An Invitation to the Atmosphere.3a Ed. New York: Brooks Cole, 2001. 463 p. BUSSAB, W. 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