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Acinetobacter

conhecimentos sobre o Acinetobacter

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HOSPITAL DE SANTA MARIA COMISSÃO DE CONTROLO DA INFECÇÃO HOSPITALAR Piso 6, Tel 5401/1627 NORMA n.º 11/2004 PROFILAXIA DA INFECÇÃO CRUZADA POR ACINETOBACTER sp. As bactérias do género Acinetobacter são microrganismos comensais, de baixa virulência, que existem no homem saudável e no ambiente. Pertencem ao grupo de bactérias que, quando submetidos a pressão selectiva, adquirem facilmente resistência a múltiplos antibióticos. A colonização humana é frequente na pele e no intestino. São factores de risco conhecidos para a colonização e/ou infecção nos doentes hospitalizados a terapêutica antibiótica prévia, os procedimentos invasivos e a permanência em Unidades de Cuidados Intensivos. Em determinadas circunstâncias podem ocorrer infecções graves causadas por estirpes multirresistentes, pelo que é essencial minimizar a disseminação hospitalar. A via de transmissão entre doentes é por contacto, sendo o veículo principal as mãos do pessoal. Tendo em atenção estes conhecimentos e a realidade do hospital, com o objectivo de minimizar o risco de transmissão destes agentes, indicam-se as seguintes recomendações: 1. Não é obrigatório, mas sempre que possível o doente deve ser colocado num quarto individual (permite mais facilmente que todo o pessoal interiorize que se trata de um doente reservatório desta estirpe hospitalar, permitindo um maior rigor no cumprimento das regras de controlo de infecção). Quando não é possível quarto individual, colocar os doentes infectados e/ou colonizados numa extremidade da unidade de internamento que não seja ponto de passagem frequente, minimizando a possibilidade de contaminar por contacto as batas ou vestuário do pessoal. 2. Redução da potencial transmissão do microrganismo entre doentes 2.1. ATRAVÉS DAS MÃOS: - Lavagem correcta das mãos por todo o pessoal (médico, enfermagem, auxiliar e outro) antes e após qualquer contacto com o doente. Utilizar soluto alcoólico específico (Sterillium) SEMPRE que haja contacto com o doente DESDE QUE não haja contaminação com matéria orgânica (p. ex. medição da temperatura, da tensão arterial, etc.) (Norma 3/2002). - Utilização de luvas apenas quando necessário (não dispensa a lavagem prévia das mãos), sempre que exista a possibilidade de contaminação com produtos orgânicos. Após o contacto com o doente ou com material contaminado retirá-las imediatamente, devendo as mãos ser novamente lavadas. 2.2. NOS PROCEDIMENTOS: - Durante os cuidados ao doente evitar a transferência de microrganismos de locais colonizados para locais susceptíveis de infecção (por exemplo do períneo para o aparelho respiratório; do aparelho respiratório para feridas ou acessos vasculares). - Utilização de vestuário protector (bata descartável ou avental) sempre que se prestem cuidados ao doente. Este vestuário tem de ser obrigatoriamente impermeável sempre que se manipulem produtos líquidos - Sendo o cumprimento escrupuloso de técnica asséptica uma norma básica de prevenção da infecção, reforça-se a sua necessidade quando se realizam procedimentos invasivos nestes doentes. - Cumprimento rigoroso das normas de prevenção da infecção respiratória nosocomial (Recomendação n.º 8/2002). Atenção particular no que se refere à aspiração de secreções, pelo risco acrescido deste procedimento contribuir para a transmissão cruzada dos microrganismos. - Todos os produtos líquidos necessários aos cuidados ao doente devem ser de uso exclusivo deste e os frascos devem permanecer fechados. - Existência junto da cama do doente de recipiente fechado, para colocação de todo o vestuário usado que é retirado imediatamente após a prestação dos cuidados. - As roupas e o restante material utilizados no doente, ao serem removidos, têm de ser colocados em contentores específicos que devem encontrar-se junto à cama do doente. Evitar movimentos bruscos com este material (particularmente com as roupas) a fim de limitar a disseminação dos microrganismos no ambiente. - Todo o material de uso múltiplo sempre que possível deverá ser descontaminado (lavado) mecanicamente (máquina). Evitar a descontaminação manual pois é factor importante de dispersão dos microrganismos. - Quando do despejo de líquidos potencialmente contaminados (p. ex. água do banho, urina, líquidos de drenagem, etc.) proceder cuidadosa e lentamente, para evitar a formação de salpicos e aerossóis. 2.3. COM AS VISITAS: - As visitas devem ser informadas e formadas no sentido de compreenderem que só devem contactar fisicamente com o doente que acompanham. Devem solicitar a presença de um elemento da equipa do serviço sempre que solicitado apoio por parte de outros doentes. - Devem ser instruídas da necessidade de lavarem as mãos antes e após o contacto com o doente (sempre que possível acompanhadas ao local onde o podem realizar). 3. Redução das condições de eclosão e manutenção de microrganismos multiresistentes: - Utilização judiciosa dos antibióticos. - Retirar dispositivos invasivos (cateteres vasculares, algaliação, etc.) logo que clinicamente possível. - Utilização de material de uso exclusivo para estes doentes: o Termómetro o Esfigmomanómetro o Estetoscópio - Limpeza da unidade o Colunas, monitores e restante equipamento que constituem a unidade do doente devem ser lavados sempre que conspurcados. Desinfectar diariamente com álcool a 70 % vol. Competirá às chefias hierárquicas dos diferentes grupos profissionais a responsabilidade de assegurar o cumprimento rigoroso das presentes recomendações. A CCIH encontra-se disponível para qualquer esclarecimento adicional e colaborará com elementos do Serviço na revisão de todas as práticas correntes. Para qualquer esclarecimento, contactar a CCIH pelo tel. 5401/1627