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A Relação Entre A Criatividade E Ludico Na Educação Infantil

O presente artigo retrata o trabalho através ludicidade na Educação Infantil, e o uso de materiais manipuláveis na construção do saber, concluímos que esta é de suma importância para o desenvolvimento físico, emocional e cognitivo da criança e que os educadores reconhecerem a importância do lúdico em sala de aula no ensino aprendizagem. Este artigo basear-se em uma pesquisa bibliográfica de punho qualitativa, tendo como autores: CRUZ, (1999), FORTUNA, (2001), KISHIMOTO, (1997), entre outros. Portanto é necessário...

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AS RELAÇÕES ENTRE A CRIATIVIDADE E O LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL SILVA, Laércio Severino1 RESUMO: O presente artigo retrata o trabalho através ludicidade na Educação Infantil, e o uso de materiais manipuláveis na construção do saber, concluímos que esta é de suma importância para o desenvolvimento físico, emocional e cognitivo da criança e que os educadores reconhecerem a importância do lúdico em sala de aula no ensino aprendizagem. Este artigo basear-se em uma pesquisa bibliográfica de punho qualitativa, tendo como autores: CRUZ, (1999), FORTUNA, (2001), KISHIMOTO, (1997), entre outros. Portanto é necessário implementar o uso de material manipuláveis para o entendimento lógicos do estudante, apesar de entenderem que é preciso valorizar e utilizar a ludicidade atividades em sala e no recreio e que o educador coloque em seu planejamento e utilize-se desta ferramenta no desenvolver a criatividade em seus discentes, pois representa atualmente um elemento essencial para exercer qualquer tarefa, deste forma é ela que permite o individuo criar, inovar e construir novos conhecimentos. Nessa perspectiva, o objetivo deste artigo é fazer uma reflexão acerca da importância do lúdico para o desenvolvimento da criatividade utilizando-se da fantasia, da imaginação, principalmente na Educação Infantil, criando possibilidades e mostrando ao estudante que ele é capaz de criar e reinventar novos e dando a oportunidade ao estudante de descobrir o novo através da ludicidade e oportunizando assim a criança a porta de entrada para o mundo de contos e fantasias e de ensino e aprendizagem. Palavras-chave: Ludicidade, Educação Infantil, Criatividade, Discente, Aprendizagem. _________________ Laércio Severino da Silva ([email protected])1 Mestrado Internacional em Educação pela UNIVERSIDADE ANNE SULLIVAN - Mestrando em Ciência da Educação pela Lusófona/AEDA, Pós-Graduados em Psicopedagogia com Ênfase em Gestão Escolar- Faculdade Leão Sampaio - Graduado e Pós-graduado em Matemática pela Faculdade de Formação de Professores de Belo Jardim - FABEJA. E-mail: [email protected] - [email protected] 1 INTRODUÇÃO O lúdico tem sua origem na palavra latina "ludus" que quer dizer "jogo".Se se achasse confinado a sua origem, o termo lúdico estaria se referindo apenas ao jogar, ao brincar, ao movimento espontâneo. Para explorar o brinquedo e suas diversas possibilidades, consideramos de imediato nossas vivências no mundo da brincadeira, ou seja, nossa relação íntima quando crianças com o brinquedo para então explorar e fundamentar nossas ideias com uma gama de fontes sobre o assunto. Desse modo, o presente trabalho apresenta o brinquedo como um instrumento para o desenvolvimento infantil com funções ludo-educativo. Destacamos, não apenas a importância do brinquedo, mas a função, a implicação no desenvolvimento infantil e sua contribuição com a práxis do professor no processo de ensino e aprendizagem na Educação Infantil. Portanto o lúdico nas séries iniciais tem por objetivo oportunizar ao educador a compreensão do significado e da importância das atividades lúdicas na educação infantil, procurando provocá-lo, para que insira o brincar em seus projetos educativos, tendo objetivos e consciência clara de sua ação em relação ao desenvolvimento e à aprendizagem infantil. Partindo da premissa que trabalhar o lúdico na escola de educação infantil tem por finalidade promover a interação social, desenvolver as habilidades físicas e intelectuais dos discentes e participar de jogos variados de forma cronológica, interiorizando as regras de convívio de trabalhar em grupo. Partimos do principio que através dessa escola com professores motivados em desempenha suas funções no âmbito educacional com aulas diferenciadas e planejadas para estas crianças. Acreditamos que as mesmas tenham vontade e prazer em frequentá-las, e poder aprender coisas novas referentes ao seu mundo. Ao mesmo tempo em que se aprende de forma prazerosa ele pode sorrir, brincar e aproveitar a melhor fase da sua vida, a infância. De acordo com a psicologia, temos conhecimento que além de ser genético o brincar é fundamental para o desenvolvimento psicomotora e psicossocial equilibrado assim o ser humano. Por intermédio da relação com a brincadeira, a criança desenvolve a afetividade, a criatividade, a capacidade de raciocínio, a estruturação de situações e o entendimento do mundo. A autora WAJSKOP (1995, p. 68) diz: "Brincar é a fase mais importante da infância e do desenvolvimento humano neste período". Dessa forma brincando, a criança aumenta sua independência, estimula sua sensibilidade visual e auditiva, valoriza sua cultura popular, desenvolve habilidades motoras, exercita sua imaginação, sua criatividade, socializa-se, interage, assim constrói seu próprio conhecimento. Diante disto, a escola precisa se dar conta que através do ludicidade aplicada corretamente as crianças têm chances de crescerem e se adaptarem ao mundo coletivo. 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1. O brincar O brinquedo, objeto manipulável, é o suporte da brincadeira (KISHIMOTO, 1997, p. 23) que tem uma relação íntima com a criança quando esta exerce uma ação, ou seja, quando mergulha no lúdico e buscar a reflexão e o raciocínio lógico. Ao brincar, a criança esquece o seu cotidiano e descobre através das ações realizadas com seu brinquedo tem o poder de criatividade e o seu lado simbólico, muitas vezes esquecido ao penetrar no mundo escolar. É no mundo da fantasia que as crianças vivem simulações repletas de simbolismos e abstrações, para tanto, se engana quem pensa que elas apenas estão se divertindo neste momento, o fato é que ela leva o lúdico muito a sério, abstraem o brinquedo, a situação, os comportamentos e os resultados da brincadeira, até mesmo as crianças com menos de três anos, que não usam o brinquedo sem separar a situação imaginaria do real, também levam o ato da brincadeira a sério. O brinquedo corresponde na verdade uma das necessidades da vida social. É fácil perceber que onde estiver a criança o brinquedo também estará, mesmo porque é o primeiro objeto que a criança realmente possui. Assim, o brinquedo tal como é, oferece um objetivo a alcançar, ele foi construído para dar uma ou mais destinações. De acordo com OLIVEIRA (1992, p. 43) nos mostra que: O brinquedo é fornecedor da brincadeira, ele é fonte de imagens a ser manipulada, traduzindo o universo real ou imaginário, da criança alimentando a ação seja ela proposta pelo educador através de regras e conceitos. Essas imagens fazem parte da cultura a ser assimilada pela criança, ela pode transformar criar e recriar suas próprias significações por meio da manipulação seja em sala de aula ou até mesmo em seu convívio familiar. O lúdico na sua categorização apresenta uma formulação ampla acolhendo o jogo regrado, a brincadeira que é na verdade um jogo sem regras e o brinquedo como suporte da brincadeira (KISHIMOTO, 1997, p. 23). Assim o material manipulável através da ludicidade reforça o aspecto simbólico e criativo do brinquedo disponibilizado em sala que por sua vez se diferencia em relação aos demais objetos culturalmente impostos sofrendo uma grande interferência da mídia, pois atribuem significações e cria elementos funcionais pré-estabelecidos descaracterizando a real proposta do brinquedo. O brinquedo é visto com potencial educativo no relacionamento entre os educandos e tem seu reconhecimento desde o Renascimento (Ex: quebra-cabeça), (LEITE & ESTEVES, 1993 p. 54), permitindo assim a ação intencional, a manipulação de objetos, o desempenho da ação sensório-motora e troca na interação entre os participantes, em um contexto diferenciado, pois, a função do brinquedo no processo pedagógico hoje, é permitir o desenvolvimento da criança na apreensão do mundo contemporâneo e em seus conhecimentos, para tanto esse brinquedo e as brincadeira pode ser escolhida voluntariamente e com isso vai atingir sua função lúdica quando propiciar prazer, diversão ou até mesmo desprazer da criança. Utilizando o brinquedo e as brincadeiras como suporte de ensino e aprendizagem através do desenvolvimento e da ação metodológicas e pedagógica deve-se levar em conta a fase de desenvolvimento de cada criança, tendo em mente que segundo ALMEIDA (1998, pág. 42) elas podem ser divididas em fase sensório-motora (01 a 02 anos), fase simbólica (02 a 04 anos), fase intuitiva (04 a 6/7 anos), fase de operação concreta (6/8 a 11/12), fase de operação abstrata (11 e 12 anos em diante). Tais fases de desenvolvimento têm pertinência. Com crianças de 01 a 02 anos na utilização de brinquedos e brincadeiras que sugere através das repetições, o objeto reproduz situações, a criança de 05 ou 06 anos, representa papéis realizando o faz de conta, dando outro significado aos objetos, já a partir dos 07 e 08 anos aparecem os jogos com suas representações e regras podendo o educador mesmo criar seu próprio jogo ou recriar seu próprio material lúdico com aulas que faça sentido ao discente e sua construção com participação do próprio estudante que possa ser utilizado no decorrer do ano letivo e nos anos subsequentes. A criança manipula, cria ou até mesmo fantasia e por último ela compete. Compreende-se que no brinquedo infantil práticas e interpretações sociais estão representadas. A análise do brinquedo permite uma incursão crítica aos problemas econômicos, culturais e sociais vividos no Brasil, permite também discutir a situação social da criança em relação aos adultos e por fim testemunhar a riqueza do imaginário, superar barreiras e condicionamentos do mundo do adulto. No Brasil é possível perceber três estruturas diferentes do brinquedo, isso porque é um país com grande discrepância econômica das classes sociais, daí cada grupo vai adquirir seu brinquedo do melhor modo possível, pode ser pela fantasia com objetos isolados (isso ocorre nas comunidades menos favorecidas, na qual à vontade de brincar supera a condição de ter ou não o brinquedo), pode ocorrer à manufatura dos brinquedos industrializados (quem não tem como comprar tende a construir), por outro lado, tem a industrialização do popular (que nada mais é do que a criação e recriação dos brinquedos pré-existentes incrementando novidades). A mídia e o comércio na sociedade capitalista direcionam o brinquedo, sedutor tanto aos pais como aos filhos, deixando de lado o poder de decisão das crianças em procurar ou querer o brinquedo que mais as agradam e dão total liberdade aos pais em estarem escolhendo os brinquedos que agradem a eles e não aos seus filhos. (SANTIN, 1997, pág. 18) A relação social do uso do brinquedo nos leva a perceber dois pontos pertinentes, promover a relação com o outro e o aspecto ideológico, a esse último os meios de comunicação são grandes responsáveis por incentivar e visar o lucro. É esse objeto complexo e fundamental que com uma função desencadeia a interação do indivíduo com ele mesmo e com a sociedade, sendo o ato do brincar que dá sentido no desenvolvimento global da criança. 2.2 As relações entre a criatividade e o lúcido na educação infantil Sempre que se volta a dissertar sobra a Educação Infantil, logo se imaginam salas de aula coloridas, repletas de pequenos aprendizes que vivenciam o seu dia-a-dia através de uma constante rotina entre o cuidar e o educar.Contudo, é nesse pequeno espaço que muitas vidas são construídas e muitas identidades definidas. Diante disso, há outra questão que também merece ser refletida. Refere-se ao fato de muitas pessoas acreditarem que os Centros de Educação Infantil sirvam apenas para ocupar o tempo das crianças enquanto seus pais se acometem a exercer outras atividades. Porém, essa visão distorcida, somente prejudica, pois essas mesmas pessoas acreditam que as atividades desenvolvidas para crianças, como brincadeiras, alimentação, hábitos de higiene, são formas de fazer com que elas apenas estejam "salvas" dos perigos mundanos. Elas não conseguem ver que por trás de uma simples e rápida brincadeira, existem, histórias que, além de coletivas se tornam individuais e significativas. É preciso que se tome consciência do quanto o brincar é importante, não somente às crianças, mas aos próprios adultos, carentes de momentos de descontração. Nesse sentido, pode-se afirmar que as crianças sentem necessidade de brincar, pois essa é a forma que elas possuem de se relacionarem com o mundo interior e exterior e com o outro. Elas precisam estar em contato umas com as outras para estarem explorando novas situações. Isso porque o brincar é tudo na vida da criança e é a partir disso que ela constrói valores e conhecimentos que serão e são fundamentais a ela. CRUZ e SANTOS (1999, p. 114) também vêm nos atentar para o fato de que "É no brincar que se pode ser criativo, e é no criar que se brinca com as imagens, símbolos e signos, fazendo uso do próprio potencial, livre e integralmente. Brincando ou sendo criativo, o indivíduo descobre quem realmente é". Então, se o brincar representa tanto para as crianças, os educadores devem fazer com que isso se torne ainda mais prazerosos. E como fazer isso sem interferir na sua forma subjetiva de brincar? Primeiramente, a brincadeira deve fazer parte do planejamento pedagógico e não deve ser vista apenas como algo a se fazer nos dias de chuva ou de muito calor. Segundo afirma KISHIMOTO (1997, p. 21), a brincadeira "é a ação que a criança desempenha ao concretizar as regras do jogo, ao mergulhar na ação lúdica". Assim, sendo também a brincadeira um recurso no processo de ensino e aprendizagem, acredita-se que, a partir do momento em que vivencia o lúdico, ela mesma passa a serem autora e artista no processo de construção da sua história. Com isso, ela passa a se descobrir e a descobrir os limites existentes entre a realidade e a fantasia. E como é belo observar uma criança construindo a sua própria fantasia, a sua própria magia de ser criança. 2.3 Jogos no ensino aprendizagem Como bem observa TÂNIA FORTUNA, (2001) em uma sala de aula ludicamente inspirada, convive-se com a aleatoriedade, com o imponderável; o professor renuncia à centralização, à onisciência e ao controle onipotente e reconhece a importância de que o discente tenha uma postura reflexiva, e que o mesmo seja sujeito de sua aprendizagem e buscando o conhecimento a espontaneidade através da criatividade. Nem sempre é isto que acontece, em algumas situações percebemos que essas atitudes, de um modo geral, não são, de fato, estimuladas na escola. Como nos mostra JUCIMARA: "as atividades lúdicas permitem que o indivíduo vivencie sua inteireza e sua autonomia em um tempo-espaço próprio, particular. Esse momento de inteireza e encontro consigo, portanto gerar possibilidades de autoconhecimento e de maior consciência de si". São lúdicas as atividades que propiciem a vivência plena do aqui agora, integrando a ação, o pensamento e o sentimento. Tais atividades podem ser uma brincadeira, um jogo ou qualquer outra atividade que possibilite instaurar um estado de inteireza: uma dinâmica de integração grupal ou de sensibilização, um trabalho de recorte e colagem, uma das muitas expressões dos jogos dramáticos, exercícios de relaxamento e respiração, uma ciranda, movimentos expressivos, atividades rítmicas, entre outras tantas possibilidades. Mais importante, porém, do que o tipo de atividade é a forma como é orientada e como é experiência é vivenciada, e o porquê de estar sendo realizada. Enquanto educadores dão ênfase às metodologias que se alicerçam no "BRINCAR", no facilitar as coisas do aprender através do jogo, da brincadeira, da fantasia, do encantamento. A arte-magia do ensinar-aprender (ROJAS, 1998), permite que o outro construa por meio da alegria e do prazer de querer fazer. O jogo e a brincadeira estão presentes em todas as fases da vida dos seres humanos, tornando especial a sua existência de vida. De alguma forma o lúdico se faz presente e acrescenta um ingrediente indispensável no relacionamento entre as pessoas, possibilitando que a criatividade aflore. Desta forma podemos inserir o lúdico a por meio da brincadeira e envolver a criança no jogo e que a mesma senta-se a necessidade de partilhar com o outro. Ainda que em postura de adversário, a parceria é um estabelecimento de relação e de respeito com seu oponente. Esta relação expõe às potencialidades dos participantes, afeta as emoções e põe à prova as aptidões testando limites. Brincando e jogando a criança terá oportunidade de desenvolver suas capacidades e interagir com o meio, portanto esta interação é indispensável a sua futura atuação profissional, tais como atenção, afetividade, o hábito de permanecer concentrado e outras habilidades perceptuais psicomotoras. Brincando a criança torna-se operativa. Partindo dessa premissa que quando existe representação de uma determinada situação (especialmente se houver verbalizado) a imaginação é desafiada pela busca de solução para problemas criados pela vivência dos papéis assumidos. As situações imaginárias estimulam a inteligência e desenvolvem a criatividade. Educadores e discentes tem o ato de criar e de se permitir uma Pedagogia da afetividade na unidade escolar. Permitindo assim um ato de amor, de afeto cujo território é o dos sentimentos, das paixões, das emoções, e não deixando e nem permitir a opressão, o medos, sofrimentos, e que o discente perceba no ambiente escolar um lugar de interesses e alegrias e aprendizagem mutua. Uma relação educativa que pressupõem o conhecimento de sentimentos próprios e alheios que requerem do educador a disponibilidade corporal e o envolvimento afetivo, como também, cognitivo de todo o processo de criatividade que envolve o sujeito-ser-criança. Dessa forma a afetividade é estimulada por meio da vivência, a qual o educador estabelece um vínculo de afeto com o educando. Assim a criança desenvolverá a estabilidade emocional para se envolver com a aprendizagem. O afeto pode ser uma maneira eficaz de se chegar perto do sujeito e a ludicidade, em parceria, um caminho estimulador e enriquecedor para se atingir uma totalidade no processo de aprender a aprender. Percebemos em MACHADO (1966) o ressaltar que o jogo como não sendo qualquer tipo de interação, mas sim, uma atividade que tem como traço fundamental os papéis sociais e as ações destes derivados em estreita ligação funcional com as motivações e o aspecto propriamente técnico-operativo da atividade. Dessa forma destaca o papel fundamental das relações humanas que envolvem os jogos infantis. Entender o papel do jogo nessa relação afetiva emocional e também de aprendizagem requer que percebamos estudos de caráter psicológico, como mecanismos mais complexos, típicos do ser humano, como a memória, a linguagem, a atenção, a percepção e aprendizagem. Elegendo a aprendizagem como processo principal do desenvolvimento humano enfocou VYGOTSKY (1984) que afirma: a zona de desenvolvimento proximal é o encontro do individual com o social, sendo a concepção de desenvolvimento abordada não como processo interno da criança, mas como resultante da sua inserção em atividades socialmente compartilhadas com outros. Atividades interdisciplinares que permitem a troca e a parceria. Ser parceiro é sê-lo por inteiro. Nesse sentido, o conhecimento é construído pelas relações interpessoais e as trocas recíprocas que se estabelecem durante toda a vida formativa do indivíduo.  Segundo MACHADO (1966) demonstra e deixa bem claro que a interação social implica transformação e contatos com instrumentos físicos e/ou simbólicos mediadores do processo de ação. Esta concepção reconhece o papel do jogo para formação do sujeito, atribuindo-lhe um espaço importante no desenvolvimento das estruturas psicológicas através do raciocínio lógico. De acordo com VYGTSKY (1984) e nos mostra que, é no brinquedo que a criança aprende a agir numa esfera cognitiva. Segundo o autor a criança comporta-se de forma mais avançada do que nas atividades da vida real, tanto pela vivência de uma situação imaginária, quanto pela capacidade de subordinação às regras. Portanto a ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não pode ser vista apenas como diversão. O desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural, colabora para uma boa saúde mental, prepara para um estado interior fértil, facilita os processos de socialização, comunicação, expressão e construção do conhecimento. 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS O brinquedo sozinho não representa a aprendizagem para o discente é só um dos muitos objetos somente para crianças brincar só por brincar, mas no momento que se processa o ludo-educativo na ação da brincadeira desencadeia o desenvolvimento afetivo, cognitivo, físico e de interação com o social e cultural. É o brincar de forma livre que proporciona a motivação interna e externa da brincadeira no despertar da criatividade de pensar de agir e de resolver pequenos problemas matemáticos, desenvolver estratégias de como solucionar aquele desafio. Esse objeto de possibilidades tem uma ação social e intima relação com as crianças independente de qual grupo seja. Na realidade todo brinquedo produzido tem como base os interesses da criança que brinca do adulto que compra e do fabricante. No entanto há uma inversão desses interesses, ou seja, uma sensação que em primeiro vem à preocupação econômica e comercial do fabricante, depois o valor que os pais dão ao objeto e por último o que as crianças querem, e o que podem aproveitar de acordo com seu potencial criativo. Mesmo que a ind stria apresente brinquedos modernos e incrementados, todas as gerações estarão ligadas a algum brinquedo específico, seja a bola, a boneca ou quem sabe aquele cabo de vassoura que todos nós já demos asas a imaginação e se transformou em uma espada ou um cavalo REFERÊNCIAS CRUZ, Dulce Regina Mesquita da. SANTOS, Santa Marli Pires dos. Brinquedo e Infância: Um Guia para pais e educadores em creches. Petrópolis, RJ: Vozes, 1999. FORTUNA, Tânia Ramos. Formando professores na Universidade para brincar. In: SANTOS, Santa Marli P.dos (org.). A ludicidade como ciência. Petrópolis: Vozes, 2001, p. 116. KISHIMOTO, T. M. Jogo, Brinquedo, Brincadeira e a Educação. 2ª ed. São Paulo: Cortez, 1997. LEITE, D. e ESTEVES, A. Pedagogia do brincar: Jogos, Brinquedos e brincadeiras da cultura lúdica infantil. Salvador: Impressora Rocha, 1993. OLIVEIRA, V. B. O símbolo e o brinquedo – a representação da vida. 1ª ed. Petrópolis, Rio de Janeiro, Vozes, 1992. SANTIN, S. Educação Física: da alegria do lúdico à opressão do rendimento. 2a ed. Rio de Janeiro, Vozes, 1998. VYGOTSKY, L.S. (1993) Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes.