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A Logística Como Ferramenta Estratégica E De Vantagem Competitiva Para...

Logística Reversa

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FACULDADE SUL FLUMINENSE Programa de Pós - Graduação em Administração A LOGÍSTICA COMO FERRAMENTA ESTRATÉGICA E DE VANTAGEM COMPETITIVA PARA FABRICAÇÃO DE PRODUTOS ECOLOGICAMENTE CORRETOS E SUSTENTÁVEIS “VERDES” : O CASO DA PRODUÇÃO DE TUBOS DE AÇO EMPREGADOS NA INDUSTRIA DE ÓLEO E GÁS André Luís de Brito Baptista Isabeliana da Silva Gonçalves Volta Redonda, 2013 1 FACULDADE SUL FLUMINENSE CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSO – MBA COM ÊNFASE EM LOGÍSTICA EMPRESARIAL A LOGÍSTICA COMO FERRAMENTA ESTRATÉGICA E DE VANTAGEM COMPETITIVA PARA FABRICAÇÃO DE PRODUTOS ECOLOGICAMENTE CORRETOS E SUSTENTÁVEIS “VERDES” : O CASO DA PRODUÇÃO DE TUBOS DE AÇO EMPREGADOS NA INDUSTRIA DE ÓLEO E GÁS Trabalho de Conclusão de Curso elaborado pelos alunos André Luís de Brito Baptista e Isabeliana da Silva Gonçalves do curso de Pós Graduação Lato Senso – MBA com ênfase em Logística Empresarial, como requisito parcial da obtenção do título de especialista. Orientador : Profº Msc. Sérgio José Côrrea. Volta Redonda, 2013 2 FACULDADE SUL FLUMINENSE CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSO – MBA COM ÊNFASE EM LOGÍSTICA EMPRESARIAL A LOGÍSTICA COMO FERRAMENTA ESTRATÉGICA E DE VANTAGEM COMPETITIVA PARA FABRICAÇÃO DE PRODUTOS ECOLOGICAMENTE CORRETOS E SUSTENTÁVEIS “VERDES” : O CASO DA PRODUÇÃO DE TUBOS DE AÇO EMPREGADOS NA INDUSTRIA DE ÓLEO E GÁS Monografia submetida à Banca Examinadora da Pós-Graduação Lato Senso – MBA em Logística Empresarial da Faculdade Sul Fluminense pelos alunos André Luís de Brito Baptista e Isabeliana da Silva Gonçalves como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de pós-graduado em MBA com ênfase em Logística Empresarial. Volta Redonda, 2013 3 A LOGÍSTICA COMO FERRAMENTA ESTRATÉGICA E DE VANTAGEM COMPETITIVA PARA FABRICAÇÃO DE PRODUTOS ECOLOGICAMENTE CORRETOS E SUSTENTÁVEIS “VERDES” : O CASO DA PRODUÇÃO DE TUBOS DE AÇO EMPREGADOS NA INDUSTRIA DE ÓLEO E GÁS André Luís de Brito Baptista Isabeliana da Silva Gonçalves Trabalho Final de Curso Apresentado ao Curso de MBA da Faculdade Sul Fluminense, como parte dos requisitos necessários para a obtenção do título de pós-graduado em MBA com ênfase em Gestão de Empresas. Professor Orientador : Msc. Sérgio José Côrrea Aprovada por: _______________________________________________ Prof.º Msc. Antônio José Bruno _______________________________________________ Profº Msc. Sérgio José Côrrea Volta Redonda, 2013 4 SUMÁRIO RESUMO 1 - APRESENTAÇÃO : PROBLEMA E CONTEXTUALIZAÇÃO 2 - INTRODUÇÃO 3 - OBJETIVOS : 3.1 -Geral 3.2 - Específicos 4 - HIPÓTESES : 5 - JUSTIFICATIVA : 6 - DISCUSSÂO TEORICA 7 - TRATAMENTO TEÓRICO : - Revisão de Conceitos - Revisão da Bibliografia 7.1 - CAPÍTULO I - PRODUÇÃO DE AÇO, DE TUBOS E O TRANSPORTE VIA MODAL DUTOVIÁRIO 7.1.1 - HISTÓRIA DA UTILIZAÇÃO DE TUBOS 7.1.2 - PRODUÇÃO DO AÇO 7.1.3 - PRODUÇÃO DE TUBOS 7.1.4 - TRANSPORTE VIA MODAL DUTOVIÁRIO 7.2 - CAPÍTULO II - A LOGÍSTICA E A PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL DE AÇO PARA TUBOS 7.2.1 - A CONTRIBUIÇÃO DA LOGÍSTICA INDUSTRIAL : LOGÍSTICAS DE SUPRIMENTOS E DE PRODUÇÃO/PROCESSO (INTERNA) PARA PRODUÇÃO DE TUBOS MAIS COMPETITIVOS E ECOLOGICAMENTE CORRETOS 7.2.2 - A LOGÍSTICA REVERSA GERANDO UM PRODUTO VERDE 8 - METODOLOGIA DA PESQUISA E ESTUDO DO CASO 8.1 - O TIPO DE PESQUISA 8.2 - MÉTODO DE PESQUISA 5 8.3 - MÉTODO DE TRABALHO E CARACTERIZAÇÃO DO CASO 8.4 - RELATO DO CASO E ESTUDO 9 - ANÁLISE CRITICA 10 - COMENTÁRIOS FINAIS 11 - CONCLUSÃO 12 - BIBLIOGRAFIA 6 RESUMO O crescimento populacional e conseqüentemente econômico colocou o Planeta Terra em uma posição desprivilegiada com relação aos respectivos impactos ambientais decorrentes das atividades produtivas, onde as fabricas consideram o meio ambiente como um local de aquisição de matéria-prima e destinação de resíduos. A natureza dos problemas ambientais é parcialmente atribuída à complexidade dos processos industriais utilizados pelo homem. Todo produto não importa de que material seja feito ou finalidade de uso, provoca um impacto no meio ambiente, seja em função de seu processo produtivo, das matérias primas que se consome, ou devido ao seu uso ou disposição final. A indústria atualmente vem buscando, a partir de exigências, sejam elas do órgão ambiental, ou de mercado, melhorias quanto ao impacto ambiental gerado pelo seu processo produtivo. Assim sendo, o presente trabalho teve como objetivo analisar como a logística pode contribuir neste sentido. A metodologia utilizada foi a de uma pesquisa exploratória e descritiva. A atuação da logística é baseada nos princípios da minimização e da não geração de resíduos, tendo ações relativas ao seu manejo, segregação, acondicionamento, coleta, transporte interno e disposição final. Ela também torna mais eficiente o uso dos materiais e energia, através de modificações nos processos produtivos, nas práticas industriais e de reutilização. Concluiu-se com este trabalho que é importante fortalecer o conhecimento sobre essas metodologias e incentivar as indústrias metalúrgicas na aplicação dessas ferramentas, tornando-se uma opção bastante atraente para a sustentabilidade das organizações. A logística se apresenta como ferramenta estratégica e de vantagem competitiva na produção de tubos de forma sustentável e ecologicamente correta pois administra a empresa como um todo, interferindo no suprimento, na produção, no produto e nos resíduos gerados. Palavras - Chave : Logística, Tubos, Meio Ambiente 7 APRESENTAÇÃO : PROBLEMA E CONTEXTUALIZAÇÃO O setor de petróleo e gás natural tem importância estratégica em âmbito mundial. Essa importância se traduz, em termos econômicos, em uma participação relevante na produção econômica mundial atual, como principal insumo energético para praticamente todos os demais setores e, também, como matéria-prima para a indústria petroquímica, com derivações diversas, na química fina e farmacêutica, novos materiais, entre outras áreas Várias são as etapas pelas quais o petróleo passa até chegar aos consumidores finais, A extração, a separação dos produtos do óleo cru e a obtenção de seus derivados por meio de diversos processos, tais como destilação, craqueamento, absorção e extração, feitas em industrias que possuem no seu interior enormes redes de tubos e que também recebem e distribuem matéria prima e produtos por meio de tubulações Usam-se tubos para o transporte de todos os materiais capazes de escoar, isto é, todos os fluídos conhecidos, líquidos ou gasosos, todos em toda a faixa de variação de pressão e temperatura. Se buscarmos as linhas de estrutura do progresso, através da história observamos que, os materiais de fabricação de tubos, evoluíram da madeira para a pedra, seguida da argila e depois vieram o cobre e o chumbo, passando para o ferro e mais adiante o aço. O consumo de certos produtos pode ser responsável por impactos ambientais diferentes e difusos, os quais podem ser fatores contribuintes de problemas ambientais regionais ou globais, Para uma empresa ser competitiva e buscar um nível de diferenciação no mercado globalizado, é necessário uma performance ambiental positiva que permita que a sustentabilidade faça parte de seu dia-a-dia. Há duzentos anos, havia um consumo perdulário e a exploração dos recursos naturais como se fossem infinitos. As cadeias de produção e consumo trouxeram uma degradação acelerada do meio ambiente até que, no final do século XX, a escassez dos recursos naturais fez a sociedade acordar. Só agora o conceito de desenvolvimento sustentável passou a ser encarado como a base da nossa existência neste planeta e há uma preocupação da indústria e dos consumidores. Muitos profissionais da área consideram que logística é a prestação de serviços ao cliente. É atender a suas expectativas e necessidades, produzir e colocar o produto certo, no local e momento adequados. As mudanças no ambiente competitivo se reflete na demanda crescente de serviços logísticos. As mudanças econômicas transformaram a visão empresarial sobre a área, que passou a ser vista não mais como uma simples atividade operacional, um centro de custos, mas sim como uma atividade estratégica e fonte potencial de vantagem competitiva. Em 1925, provavelmente a palavra “logística” nem existia, mas hoje faz parte do vocabulário de qualquer empresário que queira ser competitivo. “Não podemos mais entender logística como sinônimo de transporte e operações de movimentação e armazenagem. Esse conceito é muito estreito, dada a abrangência do tema. Logística é uma especialidade que tem sob sua competência o planejamento, a implementação, a gestão e o controle das informações 8 relacionadas aos fluxos de materiais e de produtos dentro das organizações participantes de uma mesma cadeia. ela está envolvida no desenvolvimento de projetos táticos e estratégicos, como novos modelos de distribuição física, localização de unidades fabris, depósitos, definição de canais de distribuição e alternativas de modais de transporte Em um mercado tão competitivo como é hoje o mercado mundial de produtos siderúrgicos, as empresas não podem descuidar de nenhuma das etapas de suas cadeias produtivas. Na indústria siderúrgica, a logística de movimentação de materiais sempre foi um fator fundamental para garantir bons resultados – e agora é mais ainda. Seja entre a mina e a usina ou entre a usina e o porto ou o cliente final, o transporte precisa ser feito com a máxima eficiência e o mínimo custo possível e respeitando-se o meio ambiente, o que exige uma perfeita combinação de equipamentos modernos com sistemas de gerenciamento avançados. A busca da sustentabilidade se impõe nos diversos planos: processos produtivos mais limpos e econômicos do ponto de vista dos recursos naturais; produtos inovadores em termos de novas funções e menor impacto ambiental; novas matérias-primas para produtos conhecidos; serviços mais intensos em conhecimento para a gestão ambiental; políticas internas de administração que envolvam educação, tecnologia e redução de gastos relacionados à matéria prima, processos de produção e formas de organização do trabalho. Novas tecnologias e novas necessidades impostas pelo mercado criam novos papéis para a logística. Com isso, o conceito de logística se amplia e, atualmente, já se considera que as estratégias logísticas influenciam no projeto do produto, nas parcerias, nas alianças e na seleção de fornecedores e outros processos vitais de negócios. Com a globalização, as empresas do setor de tubos vislumbram uma crescente participação nos principais mercados internacionais, exigindo e fazendo da logística um dos instrumentos mais modernos no conjunto de mudanças de ordem econômica e tecnológica. 9 1 - INTRODUÇÃO Usam-se tubos para o transporte de todos os materiais capazes de escoar, isto é, todos os fluídos conhecidos, líquidos ou gasosos, todos em toda a faixa de variação de pressão e temperatura. Se buscarmos as linhas de estrutura do progresso, através da história observamos que, os materiais de fabricação de tubos, evoluíram da madeira para a pedra, seguida da argila e depois vieram o cobre e o chumbo, passando para o ferro e mais adiante o aço. Desde o começo da civilização o emprego das canalizações é conhecido pelo homem antes mesmo do surgimento da escrita, sendo descobertos vestígios ou redes completas de tubulações nas ruínas da Babilônia, Pompéia, China Antiga e muitas outras. Em Nippur (Babilônia), foram encontrados tubos de argila cozida com mais de 5000 anos de idade. Materiais dessa natureza foram encontrados na Civilização de Cnossos na Ilha de Creta, cerca de 2000 anos a.C. e na antiga Mesopotâmia junto a conexões, com curvas, tês, etc. As antigas tribos Africanas, criaram cerca de 1000 a.C., um rudimentar mais eficiente sistema de irrigação, utilizando-se como tubos, bambus e troncos de árvores secas. A história narra a existência de tubos de madeira, pedras perfuradas, túneis e aquedutos em cidades Gregas e Romanas. Provavelmente os não – ferrosos, achados em estado nativo ou metálico, foram os primeiros metais usados pelo homem. Podemos citar como fonte histórica os tubos de cobre descobertos no templo de Abusir, perto das pirâmides e os Romanos que fabricavam canos de chumbo, dobrando chapas desse metal em torno de um cilindro de madeira e soldando as duas bordas Nos antigos livros encontram-se registros do uso de canalizações de ferro já no ano 100 a. C . Assim sendo houve um registro oficial de tubos em ferro fundido, em Siegerland, Alemanha, instalados no castelo de Dillenburg, em 1455 . Existem mais de 130 redes de distribuição de água e gás, em ferro fundido, funcionando continuamente há mais de 100 anos. Nos Estados Unidos as suas 100 maiores cidades utilizam basicamente o ferro fundido nas redes de água, e uma das instalações mais antigas foi assentada em Filadélfia (1821) e em 1834 em Baltimore, instalou-se uma das primeiras redes de gás no país. Em Londres (1821) os tubos de ferro fundido permitiram a implantação da 10 indústria de gás. No Brasil, temos como exemplo, tubos de ferro fundido funcionando em São Paulo desde 1833 e no Rio de Janeiro desde 1840. Quando William Murdoch, em 1792 inventou a iluminação a gás, usou para a primeira rede de distribuíção, instalada em Londres, canos de mosquetes velhos que, depois de rosqueados eram unidos uns aos outros. Com o exito do sistema de iluminação, a procura de tubos de aço aumentou, buscou-se outros meios mais baratos e mais rápidos de fabrica-lós. Na atualidade fabricação de novos produtos com a visão ecológica é essencial para empresas que desejam se manter competitivas. O desenvolvimento de produtos é a transformação de uma oportunidade de mercado em produto disponível para a venda. Sendo assim o desenvolvimento de produtos e processos verdes, é de importância especial para as empresas industriais, pois atende às constantes mudanças das preferências dos clientes, antecipa os lançamentos dos concorrentes e/ou responder a eles. Além disso, a empresa aproveita as oportunidades tecnológicas e conquista uma maior participação no mercado. Por isso uma opção estratégica é investir no desenvolvimento de novos produtos sustentáveis. Em um ambiente competitivo que é global, intenso e dinâmico, o desenvolvimento de novos produtos tornou-se o foco de competição. Empresas que conquistam mercados rápido e eficientemente com produtos que encontram e excedem as expectativas dos clientes criam uma significativa alavancagem competitiva. Em um ambiente competitivo, o desenvolvimento de produtos tornou-se um requisito para a sobrevivência e uma vantagem competitiva. A evolução dos conhecimentos da metalurgia acompanha o desenvolvimento da tecnologia o que permite a obtenção de materiais de alta qualidade preservando o meio ambiente. O setor de ferro e aço, petroquímico e metal-mecânico constitui um caso clássico de evolução tecnológica. Hoje, entre as empresas siderúrgicas já é possível identificar tendências para a integração das variáveis competitividade, qualidade de produto e redução do impacto ambiental. Os resíduos dos processos industriais que antes eram praticados , por serem em sua maioria de origem orgânica, não causavam grandes impactos ao ambiente.; já os resíduos desse nova 11 concepção de produção, com sua vasta gama de formas e composições repercutiram de maneira violenta, em poucas décadas , no equilíbrio ambiental do planeta. Materiais desenvolvidos com foco apenas nas propriedades necessárias à aplicação do produto final e nos processos produtivos que visam tão somente a obtenção do máximo lucro culminaram em rejeitos de difícil decomposição , alta toxicidade, dentre outras tantas propriedades estranhas à natureza, causando os desdobramentos que se presenciam na atualidade,; alterações climáticas , desertos que não param de crescer, desequilíbrios nos ecossistemas. Atualmente o pré – requisito fundamental para as empresas que desejam escoar seus produtos em um contexto de mercado globalizado, é através da melhoria de seu desempenho ambiental que determina a competitividade para as empresas de todos os perfis, sendo elas de médio ou pequeno porte. A logística ambiental, verde, ecológica ou reversa pode ser utilizada como uma ferramenta de acréscimo de competitividade e de concretização de imagem corporativa, quando introduzida na estratégia empresarial e em especial na estratégia de marketing ambiental das industrias , em uma visão de responsabilidade empresarial em relação ao meio ambiente e a sociedade O termo logística conforme Mancia ( 2005 ) é definido como uma atividade de procedência remota que, muito antes de ser difundida no meio empresarial, era restrita apenas às operações militares , com o objetivo de dar suporte aos exércitos e alcançar vitórias. Mas principalmente apões a segunda guerra mundial, devido aos avanços tecnológicos e ao surgimento da preocupação com o cliente, a logística passou a ser estudada e aplicada também pelo setor empresarial tendo seu maior desenvolvimento ,devido ao aumento da competição entre as empresas com o mercado globalizado. Nesse contexto, a logística reversa tinha nos anos 80 seu conceito ainda atrelado à simples idéia de um movimento inverso ao do fluxo direto dos produtos na cadeia de suprimentos, havendo evolução acentuada na década de 90, devido ao aumento da conscientização no tocante à questão ambiental. 12 Recentemente, a preocupação com a logística reversa tem aumentado dentro do gerenciamento da logística. As corporações estão se especializando nos processos reversos e transformando isso num diferencial competitivo, no que tange a produtos retornáveis, reciclagem e destinação final de material.A logística reversa tem uma interface com áreas ligadas até mesmo fora das corporações por exemplo,na manufatura, marketing, compras, engenharia de embalagens, conseguindo através dessa integração transformar metas em geração de recursos Assim sendo as vantagens competitivas podem ser alcançadas pela adoção de políticas e ferramentas de logística reversa. Assim, o problema de pesquisa que se apresenta é : Como a Logística se Torna uma Ferramenta Estratégica de Vantagem Competitiva para Produção de Tubos de a Aço de forma Sustentável e Ecologicamente correta? O trabalho em questão pretende mostrar como a logística atua neste sentido. Essa questão será analisada através de um estudo de caso. 13 2 - OBJETIVOS : Diante do problema de pesquisa exposto, buscou-se definir objetivos que norteiem a busca pelos indicativos de resposta Geral : Esta pesquisa tem como objetivo geral analisar como a logística se constituí uma ferramenta estratégica de vantagem competitiva na produção de tubos de aço de maneira sustentável e ecológica. Específicos : Pretende-se, também, para o alcance do objetivo geral, atingir mais especificamente os seguintes objetivos intermediários: - mostrar os principais métodos de produção de tubos de aço empregados no setor de petróleo de gás - rever os conceitos de processo de produção de ferro e aço - conhecer as ações de recuperação e reciclagem que podem ser executadas para que a produção deste aço seja ecologicamente correta 3 - HIPÓTESES : - O sistema de produção limpo permite ter um produto sustentável. - Reduzindo a utilização de matéria prima natural e trabalhando-se com reaproveitamento reduz o custo e torna o produto ecologicamente correto. 14 4 - JUSTIFICATIVA : O ponto de partida, básico e fundamental, para a sustentabilidade perpassa pela correta e responsável utilização dos recursos naturais a fim de atender as necessidades das gerações de hoje sem prejudicar a capacidade das gerações futuras em atender suas próprias necessidades. O desenvolvimento sustentável, como conciliação das vertentes econômica, social e ambiental, tornou-se norteador das organizações em seus processos de produção, operação e comercialização de bens e serviços. Ao longo da história do homem o papel da logística esteve conectado ao seu fator mudança. A necessidade do homem em transpor, seja ele, um obstáculo físico, tecnológico ou situacional e neste incluímos as guerras e revoluções. Vemos que o papel logístico sempre foi decisivo e fator de vantagem competitiva. Atualmente, ter a gestão da logística nas empresas modernas aliada à visão de negócio é fundamental para sua sobrevivência e posicionamento. O papel da logística no negócio aumentou tanto em escopo, quanto em importância estratégica A necessidade de inovação tecnológica e a busca por processos inteligentes, eficazes e planejados ambientalmente são respostas às novas exigências legais e aos comportamentos de consumo mais conscientes. Ressalta-se, neste trabalho, uma proposta inovadora voltada à cadeia de suprimentos, mais especificamente, à logística como fator de mitigação dos impactos ambientais uma vez que colabora para o apropriado descarte, reciclagem e reutilização de materiais nos processos produtivos. Tal estudo justifica-se pelo fato de contribuir para o entendimento da responsabilidade ambiental e da aplicação de estratégias logísticas, em sentido reverso, que possam promover uma gestão ambiental eficaz. A aplicação da logística reversa nas cadeias de suprimentos não só atende aos anseios de um novo comportamento de consumo como também passa a ser, para determinados setores e indústrias, uma obrigação. Na atualidade, o mercado passa por transformações que formam um novo contexto dinâmico e fluente para as empresas e em especial para as indústrias brasileiras. Seus produtos têm de competir, em preço e qualidade, com similares nacionais e estrangeiros, estes importados, vindos tanto de países com elevado nível de desenvolvimento tecnológico quanto de países 15 onde os custos de fabricação (de transformação) estão num patamar normalmente inferior, devido principalmente ao menor valor da mão-de-obra utilizada. As empresas brasileiras são forçadas a assimilar e a desenvolver continuamente novas tecnologias e novos produtos, visando à redução de custos, manutenção e, se possível, ampliação de seu mercado, enfim, manter-se competitiva num mercado cada vez mais globalizado. Desta forma busca-se cada vez mais a racionalização e a otimização das atividades que não agregam valor aos produtos ou serviços, chamados de desperdícios do processo tornando os mesmos também ecologicamente corretos e sustentáveis. A meta é reduzir ou até mesmo eliminar estas atividades que não agregam valor, conseqüentemente aumentando a produtividade e a lucratividade da empresa A presente pesquisa justifica-se, também, pela importância que o tema competência é abordado na sociedade, e neste caso, principalmente, quanto aos desafios enfrentados no setor produtivo metal-mecânico, minero-siderúrgico e de petróleo e gás. 16 5 - DISCUSSÂO TEORICA O aumento significativo da qualidade global dos produtos tem sido fator crucial para a distinção entre as melhores empresas e o resto das indústrias. Uma parcela crescente das indústrias vem perseguindo o objetivo de oferecer aos clientes produtos “de classe mundial”, para competir internacionalmente. A necessidade de competitividade de tais produtos pode ser desdobrada nas necessidades industriais de segurança, redução do tempo de interrupção de produção, aumento da qualidade e redução do custo dos produtos como também no impacto que sua produção e descarte causa ao meio ambiente. Como resultado das tentativas de atender às demandas mencionadas, não somente a pesquisa na área de desenvolvimento de produto, mas também a prática industrial, vem recebendo atenção crescente. A habilidade de colocar no mercado produtos inovadores e de alta qualidade tem rapidamente se tornado fato condicionante para o aumento da competitividade e do sucesso de uma empresa. Sempre que inova, buscam-se novas tecnologias de processamento e de matériaprima, isso é condicionante ao mercado. Novos produtos podem trazer benefícios ainda mais importantes para a sua competitividade. Esses outros benefícios estariam relacionados à inovação de produtos, de processos e ao desenvolvimento de novos negócios. Nas palavras de Porter (1999 apud BARBOZA,2006): As empresas atingem competitividade através das iniciativas de inovação. Elas abordam a inovação no seu sentido mais amplo, abrangendo novas tecnologias e novas maneiras de fazer as coisas (...) A inovação se manifesta no novo desenho do produto, no novo processo de produção, na nova abordagem de marketing ou nos novos métodos de treinamento (....) Motivadas por estes objetivos, incrementar o desempenho em produtividade, qualidade, rapidez, flexibilidade, inovação e diferenciação, as empresas vêm adotando nas últimas duas décadas uma série de modificações em seus processos produtivos que interferem, direta ou indiretamente, nas atividades relacionadas ao desenvolvimento de produtos. Quando se refere 17 a processos, salienta-se a conservação de matérias primas e energia, eliminação de matérias primas tóxica e redução na quantidade e toxidade de todas emissões e resíduos. Em relação a produtos: redução nos impactos negativos ao longo do ciclo de vida do produto, da extração da matéria prima até a disposição final. Ottman (1994 apud BARBALHO 2006) reforça esta observação afirmando que não é somente a fatia de mercado que aumenta; o desenvolvimento de produtos e processos de manufatura ambientalmente saudáveis fornece uma oportunidade para fazer a coisa certa, aumentando a imagem corporativa e da marca, economizando dinheiro e abrindo novos mercados que atendam consumidores com necessidades de manter uma alta qualidade de vida. As empresas, de modo geral, cada vez mais buscam seu espaço e destaque no mercado mundial, estas estão dispostas e prontificam-se em buscar novos conceitos, metodologias, maneiras de desenvolver e produzir seus produtos ou serviços mais rápidos, com menor custo e conforme solicitação de seus clientes, de maneira sustentável A extração e refino de petróleo requer dos materiais que constituem os equipamentos diretamente envolvidos na operação requisitos muito particulares entre propriedades mecânicas e tecnológicas. As Indústrias do Petróleo e do Gás são, com certeza, importantes indústrias orgânicas para a civilização moderna. Além de fonte de combustíveis, o petróleo fornece uma variedade de matérias primas utilizadas na fabricação de plásticos, borrachas sintéticas, fibras, tintas, ceras, solventes, artigos de limpeza, graxas, lubrificantes, inseticidas, fertilizantes e muitos outros produtos. Várias são as etapas pelas quais o petróleo passa até chegar aos consumidores finais, A extração, a separação dos produtos do óleo cru e a obtenção de seus derivados por meio de diversos processos, tais como destilação, craqueamento, absorção e extração, feitas em industrias que possuem no seu interior enormes redes de tubos e que também recebem e distribuem matéria prima e produtos por meio de tubulações. Segundo Telles (1990 e 2003, p. 1), tubos são condutos fechados, destinados principalmente ao transporte de fluidos. Todos os tubos são de seção circular, apresentando-se como cilindros ocos. A grande maioria dos tubos funciona como condutos forçados, isto é, sem superfície 18 livre, com o fluido tomando toda área da seção transversal. Chama-se “Tubulação” a um conjunto de tubos e de seus diversos acessórios. O primeiro registro na humanidade da utilização de dutos para transporte de gás data de 2000 AC (Antes de cristo). Naquela época, os chineses utilizaram dutos de bambu para transporte de gás natural. Em 1843, foi a primeira vez que os EUA utilizaram dutos de aço para transporte de gás, isto reduziu consideravelmente as ameaças de fratura dos dutos. Contudo, somente na década de 40 que dutos de longa distância foram construídos em larga escala nos EUA, devido à demanda da segunda guerra mundial. De acordo com a Boreas Consultants Limited, em 1942 já existiam 96.000 Km de dutos nos EUA. Depois da 2º guerra mundial, grandes linhas dutoviárias foram construídas devido à demanda crescente por energia. (BUENO, 2007) Nos dias atuais, 50% dos 1.000.000 Km de oleodutos e gasodutos dos EUA tem mais de 40 anos de vida. Dados do departamento de transporte dos EUA estimam que 80.000 Km de dutos devam ser reabilitados nos próximos 10 anos. Em outros países como a Rússia, cerca de 20% dos oleodutos e gasodutos estão próximos do final da vida útil, sendo que dentro de 15 anos, 50% já chegarão ao final de sua vida útil. (BUENO, 2007) Define-se metalurgicamente aço como sendo uma liga de ferro e carbono. É praticamente certo que, em alguma ocasião a engenharia deverá fabricar, especificar e/ou utilizar aço de uma forma ou de outra. Entre todos os materiais industriais existentes o aço carbono se torna um material estrutural predominante, devido a sua versatilidade evidenciada por apresentar menor relação custo/resistência mecânica além de ser um material fácil de soldar e de conformar, e também fácil de ser encontrado no comércio, contudo sua resistência a corrosão é baixa. A logística surgiu ligada a operações militares, principalmente após a Segunda Guerra Mundial, em 1950, e inicialmente era vista apenas como custo agregado aos produtos. Ela é importante para todos os segmentos, desde o pequeno comerciante varejista até a produção das grandes indústrias. A logística busca atender primeiramente atividades primárias (transportes, manutenção de estoques e processamento de pedido), pois são elas que contribuem com a maior parcela de 19 custo total da logística e também pela sua importância para a coordenação e o cumprimento da tarefa logística. Em segundo plano busca atender as atividades de apoio (armazenagem, manuseio de materiais, embalagem de proteção, obtenção, programação de produtos e manutenção de informação), também conhecidas como atividades adicionais. A administração logística não era vista pelas empresas, até a pouco tempo, como uma atividade que agregasse valor a seus serviços e produtos. As necessidades de mudança ocorreram devido a diversos fatores, entre os quais estão: forte concorrência, sistemas de informação mais eficientes a um custo menor; melhoria na tecnologia de movimentação e armazenamento de materiais; métodos mais eficientes de controle de produção e estoque; e outros fatores que permitem o melhor planejamento e execução de atividades afins. Com isto a área tem recebido destaque, e sua imagem como geradora de custos, passou para atividades que podem gerar diferenciais competitivos para as empresas. A abertura dos mercados internacionais fizeram com que as empresas tivessem que se aperfeiçoar. A concorrência se tornou mais acirrada. Então, procuram-se hoje novas alternativas de obtenção de vantagens competitivas. Atrelado a isso, devido aos incidentes ecológicos que tem acontecido ao redor do mundo e do melhor entendimento sobre a escassez dos recursos naturais, emergiu a conscientização quanto às questões ambientais. A fonte da vantagem competitiva é encontrada, primeiramente, na capacidade de a organização diferenciar-se de seus concorrentes aos olhos do cliente e, em segundo lugar, pela sua capacidade de operar a baixo custo e, portanto, com lucro maior. Partindo desta afirmação e analisando o âmbito da logística nas organizações, pode-se dizer que a logística constitui-se numa vantagem competitiva, já que está presente no sistema total da organização. A necessidade de aplicarmos as diretrizes ambientais no contexto produtivo de qualquer empresa é hoje uma realidade no cenário mundial. O beneficiamento e a comercialização de resíduos, em diversos seguimentos industriais, têm levado as organizações a uma nova ideologia sobre a questão do gerenciamento desses materiais, sendo que a geração de receita, através da reciclagem, tem contribuído para a expansão dessa prática. 20 As atividades siderúrgicas são responsáveis pela geração de uma grande variedade e quantidade de resíduos passíveis de reciclagem, sendo que a reutilização da maioria desses materiais ainda está sendo estudada. Devido à crescente preocupação com as questões ambientais, várias indústrias passaram a investir em novas alternativas para solucionar os problemas decorrentes da sua geração e disposição. Os principais resíduos do processo siderúrgico classificam-se, basicamente, em escórias, pós e lamas de alto-forno e aciaria, carepas e os finos de carvão e minério. Nos últimos anos grande importância se tem dado ao destino dos resíduos produzidos nas usinas siderúrgicas. Alguns desses resíduos são utilizados como matérias-primas das fábricas de cimento e de pavimentação. A recuperação do ferro contido em grande parte dos resíduos gerados tem tudo para se tornar uma fonte de renda extra, além de conciliar a preservação do meio ambiente com a necessidade de diminuição dos custos de produção As inovações mais requisitadas pela siderurgia brasileira são as que oferecem soluções ao tratamento de efluentes líquidos, de emissões de gases e para a reciclagem de resíduos. A inovação tecnológica deixou de ser uma opção e passou a representar um dos principais ativos para a competitividade das empresas. A evolução de qualquer negócio está atrelada à intensidade da demanda e à capacidade de atendê-la, embora haja uma preocupação crescente com os impactos das atividades industriais no meio ambiente, o aumento da produção das siderúrgicas em todo o mundo, esperado para os próximos anos, inevitavelmente, virá acompanhado de uma maior quantidade de resíduos gerados. Na atualidade no setor empresarial o tema que mais se destaca é relacionado ao problema da sustentabilidade ambiental. Cresce a consciência de que os recursos do planeta são finitos e, caso não se tome providências para controle da poluição e do aquecimento global, é possível que a vida na terra se torne inviável. Em função deste fato, há também um grande interesse em torno do tema “Logística”, cujo conceito pode ser definido como o processo de planejamento, implantação e controle eficiente e eficaz dos custos, dos fluxos de matérias primas, produtos em estoque, produtos acabados e informação relacionada, desde o ponto de 21 consumo até um ponto de reprocessamento, com o objetivo de recuperar valor ou realizar a disposição final adequada do produto. 22 6 - TRATAMENTO TEÓRICO : - Revisão de Conceitos - Revisão da Bibliografia CAPÍTULO I - PRODUÇÃO DE AÇO, DE TUBOS E O TRANSPORTE VIA MODAL DUTOVIÁRIO HISTÓRIA DA UTILIZAÇÃO DE TUBOS Embora seja utilizado atualmente em aplicações de alta tecnologia e que demandam alta performance, o emprego de tubos é realizado desde milhares de anos atrás e, ao longo da história da humanidade, integrou equipamentos diversos que contribuíram desde a fixação do nômade pelo domínio da agricultura até o desenvolvimento das cidades, geração da energia a partir do vapor e os avanços observados na atualidade. O primeiro registro na humanidade da utilização de dutos para transporte de gás data de 2000 AC (Antes de cristo). Quanto aos materiais utilizados para construir dutos, de acordo com muitos arqueólogos, à medida que o homem aprimorava as suas artes o, uso dos objetos metálicos aumentava vagarosamente, a história mostra que os egípcios e astecas usaram cerâmica e os gregos e romanos usaram chumbo. A figura 1 mostra a evolução dos materiais para componentes, a figura 2 os materiais utilizados para fabricação de tubos. Tubulações são o conjunto de tubos e seus acessórios com a finalidade de distribuição de vapor para força e/ou para aquecimento; de água potável ou de processos industriais; de óleos combustíveis ou lubrificantes; de ar comprimido; de gases e/ou líquidos industriais. A figura 3 mostra a classificação de uso das tubulações na industria e a figura 4 mostra os tipos de tubulações de acordo com o material conduzido. 23 Em termos estruturais os tubos possuem características bastantes atraentes devido à sua geometria, que confere, especialmente para os tubos de seção reta ou circular, grande rigidez com baixo peso e volumes relativos. .Figura 1 - Evolução dos materiais utilizados na fabricação de componentes Figura 2 - Materiais utilizados na fabricação de tubos 24 Figura 3 - Classificação das tubulações de acordo com o uso Figura 4 - Classificação das tubulações de acordo com o material conduzido 25 No desenvolvimento de materiais para tubos, além da resistência, é necessário atenção com a tenacidade, soldabilidade, resistência a trincas por hidrogênio, resistência à fadiga das juntas soldadas e resistência a corrosão, pois os dutos são expostos a ambientes hostis. Desde o começo da civilização o emprego das canalizações é conhecido pelo homem antes mesmo do surgimento da escrita, sendo descobertos vestígios ou redes completas de tubulações nas ruínas da Babilônia, Pompéia, China Antiga e muitas outras. Em Nippur (Babilônia), foram encontrados tubos de argila cozida com mais de 5000 anos de idade. Materiais dessa natureza foram encontrados na Civilização de Cnossos na Ilha de Creta, cerca de 2000 anos a.C. e na antiga Mesopotâmia junto a conexões, com curvas, tês, etc. Diversos são os exemplos de civilizações da antiguidade que usufruíam de tubos em aplicações cotidianas; entre 3000 e 2000 a.C., os chineses confeccionavam tubos a partir do caule de bambu para abastecer os vilarejos com água; o sistema de abastecimento contava também com válvulas feitas de madeira para controlar o fluxo fornecido. Além dessa, os tubos de bambu também eram usados no transporte de gás natural – nesse caso, eles eram envolvidos com cera para prover certa vedação ao sistema de condução. Há quase 5000 anos atrás, os egípcios irrigavam os campos e supriam suas cidades com água para consumo humano também através de tubos; a diferença reside no material que compunham os mesmos: no templo de Sahuri, há alguns anos, descobriu-se cerca de 400 jardas (cerca de 365 metros) de tubos de cobre. Os tubos eram construídos a partir da montagem de seções longas de 16 polegadas (40 cm aproximadamente) geradas por marteladas sobre chapas de 1/16 polegadas (valor próximo de 1,5 mm) dentro de cilindros. Outro registro que mostra que a utilização de dutos remonta a séculos antes da era cristã, cita que também uma das primeiras formações de tubos que se tem notícia é o de Jerwan, construído na Assíria em 691 a.C. para levar água doce até a cidade de Nínive. As primeiras condutas terão sido provavelmente construídas na China, por volta do ano 500 aC. O transporte de gás natural por meio de dutos esta documentado desde 400 anos A.C., quando os chineses transportaram, com bambus, o gás natural de mananciais ou de fendas das 26 rochas para evaporar a água do mar. O gás natural usado como combustível já era de conhecimento dos japoneses cerca de 600 anos D.C. Na Roma antiga, com o aperfeiçoamento da engenharia do transporte de água, os aquedutos se multiplicaram e ficaram mais complexos. O Império Romano implantou sistemas de água em 200 cidades, na Europa, na Ásia e no norte da África. Dois dos aquedutos feitos pelos romanos - o de Pont du Gard, na França, e o de Segóvia, na Espanha - são utilizados até hoje, 2000 anos após sua construção. O primeiro aqueduto romano foi erguido cerca de 300 anos antes de Cristo. Denominado Apia, era totalmente subterrâneo e tinha 10 quilômetros. O Aqua Márcia foi o primeiro suspenso, construído entre os anos 144 e 140 a.C. com 81 quilômetros de extensão. Ao todo, a Roma antiga tinha catorze grandes aquedutos, que chegaram a conduzir 200 milhões de litros de água por dia. Na Grécia, o uso de tubos teve início mais recentemente (entre 1600 e 300 a.C.); a aplicação, assim como nas civilizações anteriormente mencionadas, era sanear as populações das cidades. Os materiais empregados na fabricação dos tubos eram variados – assim, haviam tubos feitos de barro, rochas, chumbo e bronze. Interessante destacar que os tubos apresentavam extremidades com seções de diferentes diâmetros ; essas seções eram construídas de modo a proporcionar encaixe entre tubos adjacentes - assim, a seção menor de tubo anterior era envolvida pela seção maior do tubo posterior o que possibilitava a fixação. Outra peculiaridade inerente aos gregos no que concerne esse tema remete ao uso de uma técnica de soldagem na junção de pedaços de ferro por meio, segundo autor da referência, de um martelamento a quente (“hammering red-hot”). Quando trata-se de tubos e sua aplicação na antiguidade, a civilização que merece maior destaque e atenção é a romana, uma vez que o princípio de algumas das suas aplicações neste campo resistiram ao tempo sendo utilizadas até hoje. O império romano data existiu entre 400 a.C. e 150 d.C.; dentre as diversas construções relacionadas à temática estudada cita-se, por exemplo, 200 aquedutos projetados não só para carregar como também para separar água para três tipos de uso: banho público, fontes da cidade e casas de famílias abastadas e influentes. Além de prover a população com água, as fontes eram uma espécie de tanque de compensação, que evitava perdas de grandes volumes devido, por exemplo, à mudança repentina do fluxo. 27 De maneira análoga aos gregos, os romanos também utilizavam diversos materiais na fabricação de tubos; dentre eles, cita-se chumbo, madeira com junções reforçadas por colates metálicos, barro, bronze e até mesmo prata. Os tubos a base de chumbo por exemplo, eram fabricados por meio do dobramento de chapas finas em dutos de seções transversais circulares, oblíquas e triangulares. Em seguida, eram soldados na longitudinal e selados através de cimentos ou argamassas. Por fim, é válido destacar que as seções eram dimensionadas de acordo com a região em que o tubo estava posicionado para proporcionar melhor fluxo possível da água. Na idade média, exceto pelos mouros, não se registra nenhum fato a ser destacado e que relaciona-se com o desenvolvimento de tubos; aliás, em virtude da queda de impérios como o romano e a ascensão do regime feudal, observou-se um retrocesso em certas regiões da Europa quando se compara com períodos históricos anteriores; assim, os grandiosos aquedutos romanos, por exemplo, foram substituídos por captação feita diretamente do leito do rio por quem fosse utilizar a água. A água imprópria para consumo era depositada nas ruas sem nenhum cuidado ou tratamento especial – daí a ocorrência de uma série epidemias e mortes na época. No renascimento, pouco também foi produzido, uma vez que o tempo que poderia ser utilizado no desenvolvimento de novas técnicas foi gasto no reparo dos antigos aquedutos – com a queda do feudalismo, muitos retornaram às antigas cidades mesmo estando elas em ruínas. Destaque nesse contexto, para o desenvolvimento dos primeiros tubos constituídos por ferros fundidos. Voltando-se para um mundo antigo, em uma breve descrição cronológica da História, percebe-se que o surgimento dos metais foi determinante no modo de vida da nossa civilização. Após 2.000 anos da descoberta do cobre e do bronze, o ferro passou a ser o novo metal a ser utilizado. Existem indícios da ocorrência e emprego deste material desde o segundo milênio antes de Cristo. Por longo período, permaneceu raro e dispendioso e seu uso só foi estabelecido tempos depois, por volta de 1200 a.C., início da Idade do Ferro. 28 No final da era medieval, o emprego do ferro fundido, o uso do arame, cabos metálicos e de correias para transmissão mecânica, assim como o aperfeiçoamento das ligas metálicas começaram a mudar o cenário, com grande contribuição ao desenvolvimento de equipamentos técnicos. Entretanto, foi a expansão da Revolução Industrial que modificou totalmente a metalurgia e o mundo. O uso de máquinas a vapor para injeção de ar em alto-forno, laminadores, tornos mecânicos e o aumento de produção transformaram o ferro e o aço no mais importante material de construção e outras inovações. A figura 5 mostra a evolução dos processos e o aumento da produção de aço. Figura 5 - Evolução dos processos de produção de aço A Revolução Industrial teve início na Inglaterra, no final do século XVIII, espalhando-se depois por toda a Europa. A indústria se desenvolveu graças às novas invenções, como a máquina a vapor e o tear mecânico, que substituíram a força humana pela motriz e o artesanato pelo trabalho nas fábricas. O aumento da produção propiciou a acumulação de 29 capital, uma das bases do capitalismo que surgia. A revolução tecnológica foi seguida por um aumento da população, devido às melhorias das condições de higiene e às reformas na agricultura, com a incorporação de novas técnicas e o cultivo do milho e da batata, importados da América. A invenção de máquinas e mecanismos como a lançadeira móvel, a produção de ferro com carvão de coque, a máquina a vapor, a fiandeira mecânica e o tear mecânico causaram uma revolução produtiva. As fábricas passaram a produzir em série e surge a indústria pesada (aço e máquinas). A invenção dos navios e locomotivas a vapor acelera a circulação das mercadorias. Os grandes complexos siderúrgicos surgiram na Inglaterra depois que Abraham Darby idealizou a produção de ferro com o uso de carvão coque. A produção industrial de ferro foi indispensável para a construção do próprio maquinário fabril, assim como das fábricas, locomotivas e estradas de ferro. No século XIX, ainda durante a Revolução Industrial, o crescimento da indústria siderúrgica foi acelerado pelo imenso movimento de implantação de redes ferroviárias na Europa, onde a produção de ferro e aço surgia em uma escala nunca atingida anteriormente. Dentro deste contexto, não seria surpresa constatar a existência de infinitas frentes de trabalho que investiram em desenvolvimento tecnológico e pesquisa científica voltados ao aprimoramento das propriedades e aplicações do aço. Inovações tecnológicas buscam a substituição de processos convencionais, no sentido de modificar a microestrutura do material por meio de variações de composição química, por processamentos térmicos ou termomecânicos, visando um aperfeiçoamento das inúmeras características apresentadas pelos diferentes tipos de aços, tais como: maior resistência mecânica, maior resistência à fadiga, menor peso e custo, atendendo às exigências específicas do setor produtivo industrial. A origem do ferro perde-se na noite dos tempos, talvez, tenha surgido, quando pedras de minério que circundavam fogueiras para aquecer as cavernas, foram reduzidas a metal pelo calor e em contato com a madeira carbonizada. A crença atual da maior parte dos 30 metalurgistas modernos que se ocuparam do assunto, é de que o uso do ferro precedeu ao dos outros metais, por um considerável espaço de tempo, mas que á fácil corrosibilidade dos objetos de ferro apagou todos os traços do seu uso nas eras primitivas. Embora esta asserção nunca tenha sido provada, é bem possível que seja verdadeira, porque o ferro pode ser reduzido dos seus minérios muito mais facilmente e por métodos muito mais rudimentares. Além disso, observa-se também que os minérios de ferro são consideravelmente mais espalhados na terra do que os dos outros metais . Nessa primeira etapa de sua evolução, o ferro era obtido em pequenas quantidades e em estado pastoso diretamente do minério, mediante a ação do carvão de madeira que, pela queima, fornecia o calor . Segundo os documentos de que se dispõe, a primeira corrida de ferro verificou-se em Siegem, no Ruhr (Alemanha), no Séc. XIV da nossa era, por volta de 1310 . Somente no decorrer do Século XV foram desenvolvidos métodos capazes de não apenas reduzir o ferro, a ferro metálico, mas também fundi-lo, de modo que o produto pudesse ser moldado nas formas desejadas. Um dos principais motivos pelo qual não se obtinha ferro líquido é justamente o fato de que os fornos eram pequenos demais e operavam a temperaturas muito baixas para permitir a absorção de carbono suficiente pelo ferro, de modo a abaixar o seu ponto de fusão suficiente. Por volta de 1400, apareceram os primeiros altos-fornos, na Alemanha e na Áustria, construídos em alvenaria e com a forma de dois troncos de cone justapostos pela base. Em 1444 houve a transição do processo direto para o processo indireto de obtenção do ferro. O aumento da altura dos fornos e da capacidade de sopragem resultou na elevação da temperatura de trabalho, de modo que, pela primeira vez, se obteve ferro em estado líquido, nascendo assim a técnica de fundição de artefatos hidráulicos (tubos, conexões, tês, etc.) . Em 1664, o Rei Luiz XIV da França fez construir uma rede de tubos de ferro fundido, com extensão de 24 km, desde a Casa de Bombas em Marly, no Rio Sena, até Versailles 31 Os tubos tinham menos de 2 metros de comprimento. Esta foi a primeira rede, em tubos de ferro fundido, eficientemente instalada; estando em funcionamento ainda; após mais de 300 anos de serviço constante. A seleção do local para as fábricas de ferro dependia da obtenção de minério, da existência de florestas naturais e; depois do emprego da roda d’àgua; da existência de rios ou riachos. Com a demanda de madeira tornando-se cada vez maior, este combustível logo chegou a ser fator de limitação para o desenvolvimento da indústria. Os esforços para arranjar substituto para o carvão vegetal resultaram no emprego de carvão mineral, porque a altura do forno foi aumentada, e o carvão vegetal não era mais capaz de resistir ao peso da carga. O primeiro ferro fabricado com coque foi produzido em 1708 - 1709 por Abraham Darby, em Coalbrookdale, às margens do Rio Severn, na Inglaterra. Nesta época o material obtido em altos fornos usando carvão de pedra ou coque, não era considerado ainda de qualidade. Somente em 1742, também na Inglaterra, Richard Ford, conseguiu usar o coque com sucesso, propiciando a produção de ferro a mais baixo custo e permitindo então que canalizações de ferro começassem a ser implantadas em todo o mundo. O ferro fundido tem uma ampla gama de propriedades que possibilitam a sua aplicação em diferentes peças. Essas propriedades em sua maior parte estão correlacionadas com a sua estrutura que pode ser modificada pelo controle de algumas variáveis. A evolução dos conhecimentos da metalurgia do ferro acompanha o desenvolvimento da tecnologia o que permite a obtenção de materiais de alta qualidade.. O ferro fundido representa um papel importante na confecção de produtos hidráulicos, sendo, que as propriedades principais especificadas (estanqueidade, resistência a tração, modulo de elasticidade, alta resistência ao desgaste, à fadiga e a corrosão) permitem que esse material seja capaz de manter fluidos hidráulicos sob alta pressão e velocidade. Somente por volta de 1350 é que obteve-se ferro em estado líquido, onde observou-se que havia grafita precipitada na forma lamelar. As experiências em modificar a cristalização dessa grafita, para a forma nodular começaram em 1936. Em 1955, houve sugestão da utilização de 32 um material com morfologia de grafita intermediária as duas primeiras, sendo denominada de vermicular definindo assim os tipos de ferro fundido que poderiam ser utilizados para produção de tubos e conexões. Os tubos podem ser fabricados com costura (soldados) ou sem costura, a figura 6 mostra os processos de fabricação de tubos, a figura 7 mostra os processos de soldagem e a figura 8 mostra os processos sem costura. Figura 6 - Processos de fabricação de tubos 33 Figura 7 - Processos de fabricação de tubos soldados (com costura) Os primeiros tubos soldados começaram a ser fabricados no início do século XIX. Em 1824, James Russel obtinha uma patente do que seria hoje o chamado de “tubo de solda de topo”. Eram basicamente feitos de tiras de aço marteladas sobre um mandril para alcançar a forma 34 de um tubo e então aquecidas e pressionadas para juntar suas bordas. No ano seguinte, Cornelius Whitehouse obteve patente para formação de tubos pela passageem de uma tira aquecida a temperatura suficiente e puxada através de uma matriz circular ou sino. Figura 8 - Processos de fabricação de tubos sem costura 35 Em 1834,o primeiro tubo de ferro fundido para dutos foi feito em Milville, Nova Jersey, nos Estados Unidos, representando um marco para a industria de gás. No entanto, a possibilidade de se transportar óleo por meio de dutos so foi considerada em 1863, quando Samuel V. Sycle transportou óleo por meio de um duto de ferro fundido de 8 Km, enterrado a uma profundidade de 60cm. Em 1843, foi a primeira vez que os EUA utilizaram dutos de aço para transporte de gás, isto reduziu consideravelmente as ameaças de fratura dos dutos. A produção de tubos sem costura data de 1885, quando os irmãos Max e Reinhard Mannesmann observaram que a redução do diâmetro de uma barra redonda maciça, pela laminação entre dois cilindros inclindos, tendia a fazer aprecer um vazio ao longo do eixo longitudinal da epça. Com a inclusão de um mandril neste ponto, a barra passou a formar uma casca cilíndrica. Em 1891, H. Ehrhardt, desenvolveu um processo de fabricação baseado na estampagem e estiramento a quente, onde um tarugo de seção circular ou quadrada de cantos arredondados, é aquecido até a temperatura de forjamento e colocado numa matriz se forma redonda em uma prensa hidráulica; um pino perfura o bloco, não completamente, deixando um fundo na forma de um copo ou fundo de garrafa. Este bloco ôco é colocado num mandril e empurrado através de uma série de anéis de estiramente. O diâmetro destes anéis diminui progressivamente até atingir o diâmetro desejado para o tubo. A seguir, o mandril é retirado pela passagem por um laminador alisador, o fundo de garrafa cortado numa serra a quente e o tubo passa por um laminador calibrador ou um laminador de redução. As primeiras experiências de produção contínua de tubos soldados de topo foram realizadas por John Moon em 1911; montava a primeira fabrica, juntamente com S. F. Fretz e iniciou sua operação, em 1923 em Butler, Pennsylvania. A descoberta em 1856 pelo físico inglês James P. Joule do efeito de aquecimento pela passagem da corrente elétrica, propiciou ao americano Elihu Thomson a descoberta, entre 1886 e 1890, da solda elétrica de metais. Em 1919, Johnson, nos Estados Unidos, obteve 36 patente para a solda de tubos com costura, em que já eram mencionados os pontos importantes para um bom processamento: a) que a solda deve realizar-se num intervalo de tempo relativamente curto, para evitar a formação de óxido; b) deve haver uma certa pressão, forçando as bordas uma contra a outra, a fim de eliminar as impurezas as impurezas da zona de solda; c) resfriamento uniforme do tubo depois de soldado. Outros desenvolvimentos ocorreram, e em 1931 sugiu um método para produzir barris soldados por um processo contínuo. A junção deste processo com a soldagem por efeito Joule consolidou um método que até hoje é usado para produção de tubos com costura. O transporte de fluidos é através de um duto é geralmente o meio mais econômico e conveniente de transporte de líquidos, especialmente em grandes quantidades ou em maiores freqüências. No formato atual, com tubos fechados de metal e mecanismos de bombeamento para impulsionar produtos como petróleo e gás, os dutos apareceram em 1865, nos Estados Unidos. Hoje representam um sistema de transporte indispensável à economia mundial. O total da malha ultrapassa 3,5 milhões de quilômetros - ou nove vezes a distância entre a Terra e a Lua. Os dutos são quarenta vezes mais seguros que o transporte de carga ferroviária e 100 vezes mais seguros que o transporte por caminhão. Apesar das várias vantagens dos dutos em comparação a outros meios de transporte, eles só são viáveis se houver escala. "Tudo depende da distância e dos volumes transportados". O transporte dutoviário vem se revelando como uma das formas econômicas de transporte para grandes volumes quando comparados com os modais ferroviário e rodoviário. Algumas características são atribuídas ao transporte dutoviário como, agilidade, segurança, baixa flexibilidade e capacidade de fluxo. Como se vê como exemplo, várias são as etapas pelas quais o petróleo passa até chegar aos consumidores finais, A extração, a separação dos produtos do óleo cru e a obtenção de seus derivados por meio de diversos processos, tais como destilação, craqueamento, absorção e extração, feitas em industrias que possuem no seu interior enormes redes de tubos e que também recebem e distribuem matéria prima e produtos por meio de tubulações (Figura 9) abaixo. 37 Figura 9 - Produção e distribuição de petróleo e gás O transporte tubular é o tipo de transporte mais seguro e eficiente no que se refere à transportação de petróleo bruto e gás natural, desde os campos de produção até às refinarias e fábricas de transformação. É também o mais indicado para fazer chegar os derivados do petróleo e gás natural até aos consumidores . A figura 10 abaixo, mostra-nos um exemplo ilustrativo de um transporte tubular e sua influência no modo de vida atual. 38 Figura 10 - A importância do petróleo para o modo de vida capitalista PRODUÇÃO DO AÇO O aço é produzido, basicamente, a partir de minério de ferro, carvão e cal ou partindo-se do ferro gusa ou sucata. A fabricação do aço pode ser dividida em quatro etapas: preparação da carga, redução, refino e laminação. Figura 11 produção de aço. Figuira 11 – Fluxograma de uma usina de produção de aço 39 1. Preparação da carga  Grande parte do minério de ferro (finos) é aglomerada utilizando-se cal e finos de coque.  O produto resultante é chamado de sinter.  O carvão é processado na coqueria e transforma-se em coque. 2. Redução  Essas matérias-primas, agora preparadas, são carregadas no alto forno.  Oxigênio aquecido a uma temperatura de 1000ºC é soprado pela parte de baixo do alto forno.  O carvão, em contato com o oxigênio, produz calor que funde a carga metálica e dá início ao processo de redução do minério de ferro em um metal líquido: o ferro-gusa.  O gusa é uma liga de ferro e carbono com um teor de carbono muito elevado. 3. Refino  Aciarias a oxigênio ou elétricas são utilizadas para transformar o gusa líquido ou sólido e a sucata de ferro e aço em aço líquido.  Nessa etapa parte do carbono contido no gusa é removido juntamente com impurezas.  A maior parte do aço líquido é solidificada em equipamentos de lingotamento contínuo para produzir semi-acabados, lingotes e blocos. 4. Laminação  Os semi-acabados, lingotes e blocos são processados por equipamentos chamados laminadores e transformados em uma grande variedade de produtos siderúrgicos, cuja nomenclatura depende de sua forma e/ou composição química. Em relação a rota de fabricação o processo de produção do aço pode ser dividido em : Usinas Integradas - As integradas operam quatro etapas básicas: preparação da matériaprima, produção do ferro-gusa e produção do aço bruto (placas, blocos e tarugos) - Figura 12. 40 As usinas integradas partem do minério de ferro e utilizam o carvão mineral, vegetal ou gás natural como elemento energético e redutor do minério para transformá-lo em ferro-gusa Semi Integradas - as semi-integradas realizam o refino e a laminação As semi-integradas têm como matérias-primas básicas a sucata, gusa e/ou ferro-esponja, utilizando energia elétrica no processo de fusão (Figura 13) As figuras 12 e 13 , mostram o fluxograma completo da produção de aço via sistema integrado e semi-integrado. Figura 12 - Cadeia de produção do aço integrada 41 Figura 13 - Cadeia de produção do aço semi-integrada PRODUÇÃO DE TUBOS Produtos tubulares de aço são aqueles de formato cilíndrio, ôcos, utilizados para o transporte de gases, líquidos ou sólidos e para uma grande variedade de aplicações mecânicas ou estrtuturais. São, comumentes designados em função do seu diâmetro interno ou externo. 42 Tubos podem ser produzidos por laminação, conformação, extrusão, estiramento, soldagem, fundição, usinagem ou pela combinação destes processos. A Figura 14 mostra os métodos de produção de tubos. Figura 14 - Métodos de produção de tubos Para o seguimento petroquímico existe dois grupos de processos industriais de fabricação de tubos: Os tubos de aço podem ser fabricados, em geral, por dois processos: com ou sem costura (Figura: 15), sendo que o método de produção é definido pela relação diâmetro X espessura de chapa como mostra a Figura 16. O termo com costura significa a obtenção do produto tubular a partir da aplicação de um processo de soldagem para a união de duas bordas. Tubos de aço sem costura são obtidos a partir de uma barra maciça, a qual se torna um tarugo, que por sua vez será submetido a um processo de extrusão a quente. No processo de redução a frio, denominado de “pilgering” seguido de trefilação a frio, o tubo alcança suas dimensões finais (Figura 15). No caso dos tubos com costura, as matérias-primas básicas são tiras, provenientes de bobinas laminas a frio ou a quente. 43 Figura 15 – Produção sem costura e com costura Figura 16 - Limites para produção de tubos Tais tiras são aplicadas numa largura tal que resultará no diâmetro final do tubo. Tais fitas são encaminhadas para uma máquina formadora na qual seguirão as etapas produtivas de formação, soldagem, acabamento, calibração e corte. A soldagem para tubos com costura em aços inoxidáveis ocorre principalmente por processo TIG sem metal de adição, podendo se aplicar também processo ERW (Eletric Resistance Welding), plasma ou laser. Após as etapas 44 descritas, a maioria das normas aplicada exige um tratamento térmico de solubilização, o qual pode ser realizado na própria máquina formadora ou em forno contínuo fora da linha de formação, seguido de decapagem e passivação dos tubos. Diversos testes são realizados durante a fabricação de tubos inoxidáveis com costura, os quais variam de acordo com as exigências de normas, destacandose ensaio de Eddy Current, ensaio hidrostático, ensaio pneumático, ensaios mecânicos e ensaios de corrosão . A denominação tubo de aço “com costura” vem de muito tempo atrás, quando o processo utilizado para a soldagem era o de baixa freqüência (50 ou 60 Hz), o que dava ao material um aspecto de “costurado”. Hoje o processo é realizado com solda longitudinal por alta freqüência, chegando-se em alguns casos até 450 kHz. Das inúmeras vantagens dos tubos com costura, destacam-se os menores preços, a maior disponibilidade de produtos, menor tempo de fabricação e melhor acabamento superficial. Os tubos soldados podem ser ainda produzidos pelo método de laminação e soldagem ou conformação e soldagem Figuras 17 e 18: Figura 17 - Fabricação de tubos leves em linha contínua por laminação e soldagem 45 Figura 18 - Fabricação de tubos robustos por conformação e soldagem Os tubos com costura são quase sempre de qualidade inferior aos sem costura, mas o seu uso e bastante generalizado por serem geralmente mais baratos. Embora as vantagens econômicas da aplicação de tubos inoxidáveis com costura sejam evidentes, principalmente pelos menores preços e pela maior oferta de produto no mercado, muitas dúvidas técnicas surgiram no passado, principalmente pela presença da solda longitudinal. A presença da solda longitudinal, por décadas, foi motivo de objeção técnica para a aplicação de tubos com costura em aços. Os avanços tecnológicos observados, tanto nos processos de soldagem como nos ensaios desenvolvidos, tornaram o consumo mundial dos tubos com costura em aços inoxidáveis bem superior ao consumo dos tubos sem costura. A presença do cordão longitudinal nos tubos com costura não apresentaram nenhuma desvantagem sobre os tubos com costura. Dentre as vantagens apresentadas pelos tubos com costura, destacam-se : - Menores preços - Maior disponibilidade de produto no mercado - Menor tempo de manufatura do produto - Maior variedade de diâmetros e espessuras disponíveis - Tolerâncias dimensionais mais estreitas - Obtenção de tubos com diâmetros elevados - Melhor condição superficial, portanto maior facilidade em se obter assepsia 46 Os processo de produção podem ainda ser divididos em a quente e a frio, o que pode ser visto na Figura 19 e 20 abaixo: Figura 19 - Processo de fabricação a quente e a frio 47 Figura 20 - Conformação a quente e a frio 48 TRANSPORTE VIA MODAL DUTOVIÁRIO O transporte é o principal componente do sistema logístico, é utilizado para movimentação de produtos e materiais ao longo dos canais de distribuição e, em geral, tem uma importância significativa na formação dos custos logísticos, podendo representar um fator de vantagem competitiva para o sistema. Sua importância pode ser medida através de pelo menos três indicadores financeiros: custos, faturamento, e lucro. O transporte representa, em média, 60% dos custos logísticos, 3,5% do faturamento, e em alguns casos, mais que o dobro do lucro. Além disso, o transporte tem um papel preponderante na qualidade dos serviços logísticos, pois impacta diretamente o tempo de entrega, a confiabilidade e a segurança dos produtos. Os valores podem variar substancialmente, de setor para setor, e de empresas para empresa. Como regra geral, quanto menor o valor agregado do produto, maior a participação das despesas de transporte no faturamento da empresa. São basicamente cinco os modais de transporte de cargas; rodoviário, ferroviário, aquaviário, dutoviário e aéreo. Cada um possui custos e características operacionais próprias, que os tornam mais adequados para certos tipos de operações e produtos. A figura 21 e 22 mostra detalhes sobre o custo de transporte a figura 23 a,b cita detalhes relevantes sobre o modal dutoviário. Figura 21 – Relação custo, modal e distância percorrida 49 Figura 22 – Investimento em vias terrestres A B Figura 23 – Importância do modal dutoviário CRITÉRIOS PARA ESCOLHA DO MODAL Os critérios adotados para a escolha do modo de movimentação de cargas de uma maneira simplificada são : Menor custo, Capacidade de transportes , Natureza da carga, Versatilidade , Segurança , Rapidez A figura 24 compara estes critérios. 50 Figura 24 – Comparação de critérios na escolha do modal de trasnporte O modal dutoviário, seria aquele efetuado no interior de uma linha de tubos ou dutos, que são tubulações especialmente desenvolvidas e construídas de acordo com normas internacionais de segurança. Trata-se de uma modalidade antiga na área dos equipamentos urbanos, em especial na adução e distribuição de água à população e na captação e deposição de esgotos domiciliares. Quando empregados para transportar petróleo e seus derivados, álcool, gás e produtos químicos diversos por distâncias especialmente longas, são então denominados como oleodutos e gasodutos. A figura 25 mostra a distribuição de petróleo e gás por dutovias. Figura 25 – Exemplo da estrutura de uma dutovia. 51 No modal dutoviário realiza-se o transporte de gases, líquidos, materiais secos a granel e minérios através de dutos. este tipo de modalidade de transporte é singular, pois operam em tempo integral, salvo momentos de mudança de produto transportado ou manutenção sendo uma forma eficiente e segura de transporte(Figura 26). Figura 26 – Dutovias em funcionamento no Brasil Os critérios para escolha de modais também devem sempre levar em consideração aspectos de custos por um lado, e características de serviços por outro. Em geral, quanto maior o desempenho em serviços, maior tende a ser o custo do mesmo. As diferenças de custo / preço entre os modais tendem a ser substanciais. A segunda dimensão a ser considerada na escolha do modal é a qualidade dos serviços oferecidos. São cinco as dimensões mais importantes, no que diz respeito às características dos serviços oferecidos: velocidade; consistência; capacitação; disponibilidade; e freqüência. 52 A figura 27 procura comparar os cinco modais em relação a seu desempenho teórico, em cada uma das cinco dimensões de serviço Figura 27 – Comparação das características de serviço entre modalidades de transporte. O transporte tubular abrange todas as partes constituintes de uma instalação física, através da qual os líquidos (petróleo e seus derivados) ou gases (gás natural, dióxido de carbono) são transportados, incluindo as tubagens e os equipamentos a elas anexados, tais como válvulas, etc. Fazem também parte desta instalação unidades de compressão, estações de bombeamento, estações de dosagem, estações de regulação, estações de distribuição, etc. O transporte tubular é o tipo de transporte mais seguro e eficiente no que se refere à transportação de petróleo bruto e gás natural, desde os campos de produção até às refinarias e fábricas de transformação. É também o mais indicado para fazer chegar os derivados do petróleo e gás natural até aos consumidores. A figura 28 mostra-nos um exemplo ilustrativo de um transporte tubular. Figura 28 – Exemplo de transporte tubular 53 O transporte tubular continua a desempenhar um papel importante na indústria do petróleo, providenciando segurança, fiabilidade e rentabilidade. À medida que as necessidades de energia aumentam e as populações tendem a instalar-se longe dos seus centros de abastecimento, o transporte tubular é essencial para que nos continue a chegar energia. Desde os tempos das condutas e dos barris de madeira, a indústria do transporte tubular à medida que se tem vindo a desenvolver, tem implementado as últimas tecnologias nas suas operações e na sua manutenção. Hoje em dia, a indústria utiliza sofisticados controles e sistemas de computador, materiais de ponta para o fabrico das condutas e técnicas avançadas de prevenção da corrosão. Atualmente a tecnologia continua a produzir melhores condutas com melhores aços, a encontrar melhores maneiras para instalar essas condutas no solo e analisar continuamente a sua condição mesmo já depois de estarem implementadas no solo. Ao mesmo tempo, as suas normas de segurança tornaram-se mais completas, isto deve-se em grande parte à melhor compreensão dos materiais disponíveis e ao aperfeiçoamento das técnicas de operação e de manutenção das condutas tubulares. O transporte tubular veio desempenhar um papel vital na nossa vida diária. Na cozinha e nas limpezas, nos trajetos do dia-a-dia, no transporte aéreo e no aquecimento das nossas casas, é tudo possível graças às redes de distribuição de combustíveis através de tubulações, sendo a única maneira viável de transportar enormes volumes destes líquidos e gases. A utilização deste tipo de transporte permite evitar congestionamentos nas nossas vias marítimas e rodoviárias como também acidentes que nelas possam vir a ocorrer. Em suma, o transporte tubular é prático e seguro. O transporte tubular pode assim ser instalado em qualquer meio, qualquer terreno ou ambiente. Para isso existem três tipos de transporte tubular que se podem instalar: terrestre, subaquático e aéreo. CLASSIFICAÇÃO DOS DUTOS : Os dutos podem ser classificados de acordo com: - Tipo de operação - Rigidez - Localização - Temperatura de operação - Material de constituição 54 TIPOS DE OPERAÇÃO OU FINALIDADE : No geral, os sistemas de transporte tubular podem ser classificados em quatro categorias, dependendo da sua finalidade : - Transporte - Se caracteriza por levar o produto por grandes distâncias de forma que chegue ao ponto final. Tubulações de transporte são formadas principalmente de longas tubagens com grandes diâmetros, que deslocam produtos (petróleo, gás, produtos petrolíferos) entre cidades, países e até mesmo continentes. Estas redes de transporte incluem estações de compressão nas linhas de transporte de gás, ou estações de bombeamento no caso do petróleo ou produtos petrolíferos - Transferência - Está caracterizado por movimentá-lo por pequenas distâncias, geralmente dentro da planta de uma indústria ou refinaria, que pode ser forçado ou por gravidade como mostra a Figura 29. Figura 29 – Sistemas de transferência - Tubulações de distribuição - Compostas por várias tubulações interligadas com pequenos diâmetros, usadas para levar o produto ao consumidor final. São linhas de distribuição do produto para residências e empresas. Condutas em terminais de distribuição de produtos para os reservatórios e instalações de armazenagem estão incluídas neste grupo. - Pipelines - Grupo de pequenas tubulações interligadas formando redes complexas, como objetivo de transportar crude (óleo bruto) e gás natural das proximidades de diferentes poços, para instalações de tratamento. Neste grupo, as tubulações são geralmente curtas, apenas 55 umas centenas de metros, e com pequenos diâmetros. Também as condutas de recolha de produto provenientes das plataformas em águas profundas entram nesta classe. LOCALIZAÇÃO A figura 30 mostra os tipos de dutovias. Figura 30 – Classificação de dutovias O transporte tubular terrestre consiste num tipo de transporte em que o veículo utilizado compõe a própria infra-estrutura construída, a qual irá permitir a distribuição de, principalmente, produtos petrolíferos a longas distâncias. Isto faz com que seja o meio mais seguro e econômico de transporte deste tipo de produtos, interligando regiões produtoras, plataformas, refinarias, terminais marítimos e os centros consumidores. É responsável pela diminuição de tráfego quer nas rodovias como nas ferrovias, aumentando assim a sua segurança e diminuindo a poluição causada pelo tráfego. O transporte tubular subaquático é necessários para o transporte do crude e de gases, desde os poços de petróleo e de gás no mar alto até ao transporte tubular terrestre que posteriormente transporta os produtos para as refinarias ou outras instalações. Eles são bem mais caros e de difícil construção do que os transportes tubulares terrestres. A sua construção geralmente emprega uma embarcação onde os tubos são soldados uns aos outros e conectados às tubagens terrestres. À medida que as secções vão sendo soldadas até à extremidade das tubagens, a embarcação move-se em direção ao poço de petróleo, e as partes do tubo já concluídas são continuamente rebaixadas atrás da embarcação para o mar. A construção prossegue até a 56 embarcação chegar ao poço de petróleo. No mar alto, são utilizados navios em detrimento das embarcações devido às enormes ondas. O transporte tubular aéreo, é concebido para suspender tubagens de largo diâmetro entre um determinado número de torres, espaçadas entre si, entre todos os tipos de terreno e em quaisquer climas. TEMPERATURA DE OPERAÇÃO - Normal - na maior parte dos casos ocorre em temperatura normal (ambiente), pois as condições do produto transportado possibilita. - Aquecido - em casos especiais, principalmente em transporte de petróleo, o produto deve ser aquecido para viabilizar o seu transporte em situações que apresentar características de óleo pesado/viscoso e ainda alto teor de H2S e CO2, componentes que dificultam o escoamento da produção e facilitam a formação de parafinas, o que pode estrangular a linha. Geralmente, são utilizados dispositivos de aquecimento por eletricidade ou por água quente TIPOS DE DUTOS SEGUNDO AS CARGAS A SEREM TRANSPORTADAS A figura 31 , mostra a classificação básica. Figura 31 – Classificação de dutos conforme a carga 57 Por apresentar características ímpares, como alto nível segurança, transportabilidade constante, baixo custo operacional, as dutovias possibilitam o transporte dos seguintes produtos: - Petróleo e seus derivados (Oleodutos): este tipo de carga pode ser transportado por oleodutos ou gasodutos. - Não derivados de petróleo (polidutos ou alcooldutos): algumas cargas não derivadas do petróleo, como álcool, CO2 (Dióxido de Carbono) e CO3 (Trióxido de carbono), também podem ser transportadas por oleodutos. - Gás Natural (gasodutos): esse gás é transportado pelos gasodutos e é bastante semelhante aos oleodutos, embora tenha suas particularidades, principalmente no sistema de propulsão da carga - compressores. - Minério, cimento e cereais (minerodutos ou polidutos): o transporte destes materiais é feito por tubulações que possuem bombas especiais, capazes de impulsionar cargas sólidas ou em pó. Também se dá por meio de um fluido portador, como a água para o transporte do minério a média e longas distâncias ou o ar para o transporte de cimento e cereais a curtas distâncias. - Correspondências - carvão e resíduos sólidos (minerodutos): para o transporte deste tipo de carga utiliza-se o duto encapsulado que faz uso de uma cápsula para transportar a carga por meio da tubulação impulsionada por um fluido portador, água ou ar. - Águas Servidas – esgoto (dutos de esgoto): as águas servidas ou esgotos produzidos pelo homem devem ser conduzidos por canalizações próprias até um destino final adequado. - Água Potável (dutos de água): após a água ser coletada em mananciais ou fontes, a mesma é conduzida por meio de tubulações até estações onde é tratada e depois distribuída para a população, também por meio de tubulações. As tubulações envolvidas na coleta e distribuição são denominadas adutoras. 58 Vantagens: - Permite deslocamento de grandes quantidades de maneira segura; - Dispensam armazenamento; - Menores possibilidades de roubo; - Apresenta alta confiabilidade (não depende de alternâncias diurnas e noturnas nem contingências climáticas e atmosféricas); - Tem o elemento de transporte é fixo enquanto a carga é que se desloca, o que reduz o risco de acidentes; - O acionamento para impulsão do produto é realizado por motobombas elétricas, o que elimina problemas decorrentes da emissão de gases e combustão de motores; - O fato de a tubulação ser, na maioria das vezes, subterrânea permite a utilização da camada de solo acima da mesma para outros fins como plantações e pastagens (porém estando sujeito a acidentes); - Facilidade de implantação (condicionadas apenas às possibilidades de utilização dos equipamentos para lançamento, inspeção e manutenção); - Baixo consumo de energia; - Não utiliza embalagens; - Necessidade de mão-de-obra reduzida para sua operação (porém especializada); - Baixo custo de transporte; - Adequado para transferência direta entre indústrias, refinarias, locais de extração; - Bom nível de segurança. - Transporte de granéis, líquidos, gasosos e polpas - Transporta altos volumes continuamente - São as menores tarifas de transporte Desvantagens - A grande desvantagem deste último modal é que qualquer rompimento pode causar acidentes ambientais, além de exigirem altos custos de implantação - Baixa flexibilidade - Origem/Destino fixos, já que funcionam por tempo ininterrupto - Elevados investimentos em dutos e sistemas de bombeamento - Necessidade de alta disponibilidade de energia elétrica - Logística de construção é complexa -Baixa disponibilidade no mercado 59 A figura 32 mostra as principais perdas nestes processo de transporte. Figura 32 - Perdas em dutovias CAPÍTULO II - A LOGÍSTICA E A PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL DE AÇO PARA TUBOS A CONTRIBUIÇÃO DA LOGÍSTICA INDUSTRIAL : LOGÍSTICAS DE SUPRIMENTOS E DE PRODUÇÃO/PROCESSO (INTERNA) PARA PRODUÇÃO DE TUBOS MAIS COMPETITIVOS E ECOLOGICAMENTE CORRETOS Na logística de suprimentos, diversas ações são planejadas e executadas para garantir não apenas a qualidade da matéria-prima, dos componentes e embalagens, mas, também, o seu abastecimento no tempo e na quantidade que representem a otimização do processo e a redução dos custos. O foco é, portanto, as atividades que precedem o processo de fabricação. A logística de produção é o segmento da logística integrada que envolve as relações internas no ambiente da empresa, visando garantir a transformação de matéria-prima em produto acabado da forma mais racional e que represente o menor custo. Requer a integração das 60 diversas áreas da empresa, permitindo as adaptações necessárias para atendimento da demanda de mercado e a programação da produção passa a ser regida pelas necessidades dos clientes. A Logística como ferramenta para reaproveitamento dos resíduos siderúrgicos A questão ambiental assume cada vez mais destaque na sociedade moderna, repercutindo no setor produtivo do país. As agressões ao meio ambiente, se não forem evitadas ou minimizadas, em breve tornarão o processo de degradação irreversível, acarretando o comprometimento da qualidade de vida das próximas gerações. As siderúrgicas integradas geram diversos tipos e em grande quantidade de resíduos sólidos. Os resíduos, apesar de apresentarem valor econômico e possibilidades variadas de aplicações enfrentam problemas sobre a sua forma de gerenciamento. Uma parte significativa das indústrias independentes de gusa não dispõe de dados relativos à quantidade e caracterização dos resíduos e, em geral, não existe uma preocupação quanto à destinação adequada levando em conta os aspectos ambientais. A falta de gerenciamento de resíduos sólidos constitui um dos problemas ambientais mais graves com que o setor siderúrgico tem se deparado nos últimos tempos. Vários fatores têm contribuído para agravar a situação, tais como o aumento nos níveis de produção e o esgotamento das áreas de destinação final de rejeitos. Uma grande parte das Indústrias Independentes de gusa dispõe os seus resíduos sólidos a céu aberto, nos pátios das empresas, possibilitando a contaminação do solo e dos corpos d’água locais Assim, encontrar alternativas tecnológicas para destinação desses resíduos vem sendo uma das prioridades das empresas Já a reciclagem de resíduos tem sido apontada como a solução mais interessante para os problemas dos resíduos industriais, pois é o principal componente para a realização de um desenvolvimento auto-sustentável. A meta é aumentar a média de reciclagem de resíduos do setor. 61 A figura 33 apresenta os materiais que são fabricados a partir de ferro e aço oriundo de resíduos siderúrgicos. Figura 33 – Produtos de aço via aproveitamento de resíduos Para o gerenciamento dos resíduos siderúrgicos deve-se implementar medidas que contribuam para uma melhoria da qualidade ambiental e, portanto, que atendam ao princípio de desenvolvimento sustentável O reaproveitamento dos resíduos e o melhor aproveitamento dos recursos naturais são as formas sustentáveis para a continuidade do processo tecnológico já implementado As indústrias demonstram a necessidade de viabilizar o aproveitamento adequado de seus resíduos, levando-se em consideração os aspectos técnicos, econômicos e ambientais Diante desta considerável geração de resíduos é de suma importância a implantação de um sistema de gestão dos resíduos sólidos siderúrgicos Assim sendo a logística de suprimentos e de produção não somente transporta materiais de um lugar para o outro mas também gerência e garante o reaproveitamento de resíduos recicláveis e o melhor descarte, destino e deposito dos não aproveitáveis. (Figura: 34 e 35 ) 62 Figura 34 - Ciclo logístico eco-eficiente Figura 35 – Produção de aço ecológica 63 Um resíduo pode ser caracterizado como um subproduto, ou até mesmo como um produto, à medida que é utilizado como matéria-prima ou insumo para outro processo produtivo. O descarte de um resíduo poderá aumentar o potencial de contaminação ambiental e promover a exploração de recursos naturais que ele poderia estar substituindo. Os resíduos industriais podem ter basicamente três destinos, o descarte, o reaproveitamento interno ou o reaproveitamento externo. O descarte puro e simples de resíduos tem sido cada vez mais desestimulado, principalmente devido às normas cada vez mais rígidas quanto às qualidades de aterros. Infelizmente os resíduos industriais ainda são freqüentemente dispostos em aterros, em contato direto com o solo, ou em recipientes com os quais não dão garantia de proteção perene contra vazamentos. Algumas áreas destinadas a estes resíduos já estão bastante comprometidas e em algumas empresas têm ocorrido acidentes nestes depósitos, gerando impactos ambientais, paradas operacionais e até perdas fatais. As legislações ambientais estão a cada dia mais rigorosas, o que vem forçando as empresas a dar destinos mais seguros aos seus resíduos. Os principais resíduos sólidos recicláveis numa usina siderúrgica integrada são: as poeiras da sinterização; os pós e as lamas de alto-forno; as lamas de aciaria; as carepas de lingotamento contínuo; carepas de escarfagem; as lamas de laminação e os finos de coque. Estes resíduos podem ser classificados em 3 grandes grupos; os ditos recicláveis contendo ferro, os finos de coque e as escórias. Entre os recicláveis contendo ferro estão: as poeiras e lamas de Alto-Forno e de aciaria; a lama de tratamento de água de laminação; poeiras de sinterização; e outros. As escórias são basicamente as geradas no Alto-Forno, na aciaria e no lingotamento contínuo. A recuperação dos valores metálicos contidos nos resíduos sólidos acima mencionados passou a ser muito importante tanto do ponto de vista das restrições legais impostas pelas legislações relativas à proteção do meio – ambiente, como do ponto de vista econômico, visto que, substituem, em parte, matérias-primas geralmente empregadas no processo e também por contribuírem para a compensação dos custos de instalação e operação de equipamentos antipoluição instalados nas usinas. Outros resíduos sólidos são os fragmentos de escórias 64 geradas na fabricação do gusa, do aço e resultante do lingotamento contínuo do aço. Dependendo da procedência da escória elas podem ser recirculadas , estocadas ou comercializadas para a industria cimenteira ou da construção civil (agregados). Resíduos Siderúrgicos A siderurgia brasileira tem uma geração média de resíduos de 700kg por tonelada de aço produzido. A seguir, é mostrado um esquema das principais rotas de produção de aço (Figura 36) e um quadro dos insumos, subprodutos e poluentes envolvidos diretamente nas usinas siderúrgicas (Figura 37). Figura 36 – Esquema simplificado dos principais processos, integrado e semi-integrado, de produção de aço. 65 Figura 37 – Principais insumos, produtos energéticos e materiais na produção do aço Cerca de 50% desses resíduos são escórias de alto-forno e aciaria e a outra metade engloba os finos, pós, lamas, borras e refratários. A Tabela 1, informa a quantidade estimada dos principais resíduos siderúrgicos Tabela 1 – Dados estimados da geração de resíduos 66 As Tabelas 2 e 3 contem os principais dados estimativos sobre a siderurgia mundial e brasileira, em particular sobre a geração e destino de resíduos siderúrgicos sólidos (recicláveis e escórias). Embora haja discordâncias em alguns dados, os mesmos foram citados para se ter uma referência das quantidades. Tabela 2 – Destinação dos principais resíduos siderúrgicos recicláveis Tabela 3 – Destinação das escórias siderúrgicas Evolução da geração de resíduos sólidos Para muitos pode parecer que o atual problema da disposição dos resíduos sólidos é um problema recente, no entanto, embora os impactos ambientais daquela época não sejam os 67 atuais provocados, ele se arrasta por séculos e séculos, como pode ser verificado ao acompanhar a evolução histórica dos resíduos. Quando consideramos as sociedades primitivas, no período paleolítico (aproximadamente 10.000 a.C.), onde o nomadismo era a característica predominante e a continuidade da espécie era baseada na coleta de elementos naturais e a caça, os resíduos sólidos eram essencialmente orgânicos. Somente passaram a ocorrer mudanças significativas no que se refere à geração de resíduos em quantidades mais concentradas no período classicamente denominado de Idade dos Metais. Nesse período, ocorreu o desenvolvimento da atividade comercial, motivada pelo aumento da produção de excedentes agrícolas. Surgiu a metalurgia, inicialmente com o cobre, seguida pelo bronze, e apenas por volta de 1500 a.C., apareceu a metalurgia do ferro. Além da extração dos elementos naturais, o homem passou a alterar suas concentrações através dos processos de “purificação” dos metais. Ocorreu, então, a partir daí, o aumento nas taxas de geração de resíduos, ainda predominantemente orgânicos, mas de uma forma mais concentrada, em função do processo de urbanização. Foi nesse período que cidades inteiras foram obrigadas a se transferir, em virtude de problemas oriundos do acúmulo de resíduos, que provocavam a atração de animais e insetos, doenças, maus odores, etc. Por vários séculos, não ocorreram mudanças significativas neste quadro. Entretanto, no século XVIII, a Revolução Industrial desencadeou uma elevação na atividade extrativa dos minérios gerando o início de uma exploração predatória dos recursos naturais. A partir do século XX, a indústria passou a produzir metais com características diferenciadas, borrachas, materiais especiais para a indústria eletrônica, plásticos e muitos outros de uso específico. O desenvolvimento das tecnologias ligadas à produção desses materiais não foi acompanhado de uma preocupação com a reintegração dos mesmos ao meio ambiente, não ocorrendo, portanto um desenvolvimento tecnológico para lidar com esse problema. Esta questão tem afetado a atividade produtiva atual, na medida em que as empresas, como as principais fontes geradoras de resíduos industriais, passaram a ter responsabilidades muito grandes para lidar com as questões referentes à minimização na geração dos resíduos industriais. Nesse sentido, o objetivo principal deste artigo é mostrar que, no âmbito industrial, tem aumentado a preocupação das industrias com o destino final de seus produtos, seja pelo aumento das empresas que aderiram à certificação da ISO 14000, com a 68 conseqüente implantação da gestão ambiental, seja pelas alterações nos materiais utilizados nos produtos existentes ou no projeto de desenvolvimento de novos produtos, seja pelas modificações ocorridas em seus processos produtivos, buscando substituir ou minimizar a utilização de produtos nocivos ou agressivos ao meio-ambiente Os resíduos nas siderurgicas integradas a coque O impacto ambiental da industria siderúrgica é importante, pois nela são consumidas quantidades imensas de matérias- primas e de energia. O esforço para a redução de emissões e efluentes decorrentes dessas atividades tem levado à adoção de novas tecnologias de produção menos poluentes e mais eficazes em termos energéticos. A industria siderúrgica tem consagrado muito tempo e dinheiro para deixar de ser poluidora. Pelo simples fato de a siderurgia lidar diariamente com quantidades imensas de matériasprimas e energia, oseu impacto ambiental sempre foi importante. Nas usinas, os esforços para reduzir emissões e efluentes tendem a passar da mera captação e tratamento à adoção de novas tecnologias de produção, menos poluentes e mais eficientes em termos energéticos. O trabalho das siderúrgicas para preservar o meio-ambiente se faz de quatro maneiras.  obedecendo à legislação ambiental  implementando medidas de conservação de energia  reciclando conservando os recursos naturais  buscado novas tecnologias menos poluidoras A reciclagem de resíduos industriais representa um componente primordial do esforço para um desenvolvimento duradouro. Além disso, ela guarda uma relação econômica importante com as práticas legais de descarte, cada vez mais restritivas. Durante os diveros estágios de produção do aço, as usinas integradas inevitavelmente geram resíduos, tais como : - gases de coqueria, alto-forno e aciaria a oxigênio - fumaças - resíduos sólidos (escórias, pós, carepas, etc..) - efluentes líquidos - lamas 69 - resíduos sociais (lixo, esgoto) Muitos dos resíduos, como finos de pelotas e de sínter, moinha de coque ou sucata de aço, são recuperados com muita eficiência. Algumas usinas recuperam diversos outros materiais, como pó do despoeiramento de coqueria, que podem ser adicionados na mistura de carvões ou na mistura a sinterizar . Tais materiais deixaram de ser considerados como rejeitos e fazem parte das “entradas” de rotina de diversos processos. A Tabela 4 , fornece as gerações e as taxas de reciclagem de resíduos de uma usina integrada a coque. Tabela 4 – Gerações e taxas de reciclagem de resíduos em uma usina siderúrgica a coque Os dados apresentados na tabela nos permite concluir que os resíduos produzidos em quantidade mais elevadas são as escórias de alto-forno e de aciaria, constituindo um pouco mais da metade do total. IMPACTOS DA RECICLAGEM DE RESÍDUOS SIDERÚRGICOS As indústrias geradoras de resíduos têm adotado diversas políticas de reciclagem: por meio da reutilização no processo produtivo, venda ou doação desses resíduos. Na área acadêmica, diversas pesquisas, com ou sem a participação dos produtores de resíduos, têm se concentrado na substituição dos materiais tradicionais por materiais similares e de menor custo. 70 Qualquer forma adotada para a reciclagem pode provocar impactos ao meio ambiente, sendo possível, inclusive, que esses resíduos se tornem ainda mais agressivos ao homem e ao meio ambiente do que o resíduo que estava sendo reciclado. Esses rejeitos, dependendo de sua complexidade e periculosidade, podem causar novos problemas, como a impossibilidade de serem reciclados, a falta de tecnologia para o seu tratamento e de locais para sua disposição e todo o custo que isto ocasionaria. Além disso, a lixiviação das frações solúveis ou até mesmo a evaporação de frações voláteis, podem ser um risco à saúde dos usuários do novo material, e dos próprios trabalhadores da indústria recicladora e da indústria que o utilizará. Após a reciclagem, elementos perigosos como metais pesados, cádmio e chumbo, e compostos orgânicos voláteis também podem estar presentes, havendo a possibilidade de apresentarem riscos, uma vez que os processos de reciclagem podem não imobilizar completamente estes componentes. Assim sendo, a escolha da reciclagem desses resíduos e as alternativas possíveis com relação ao consumo de energia e matéria-prima utilizada no processo de reciclagem devem ser criteriosas e terem um forte comprometimento do gerador do resíduo, de forma a garantir o fornecimento do resíduo de forma contínua por um período razoável que permita uma aplicação comercial do produto final. OPÇÕES TECNOLÓGICAS PARA GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS As possíveis aplicações da escória de alto-forno são: construção civil, agregados, pavimentação de estradas, tijolos de escória de alto-forno, blocos de concreto, painéis de cimento de escória reforçados com fibras de vidro, indústria cimenteira, indústria de vidros e agricultura. Os finos de minério de ferro podem ser usados em pavimentação de estradas, em processos de sinterização e produção de bloquetes , para retorno ao alto-forno. 71 A sinterização é um processo metalúrgico no qual os resíduos e fundentes são aglomerados, possibilitando obter, por fusão parcial, à temperatura de 1200-1400ºC, um produto, denominado sínter, com propriedades físico-químicas e metalúrgicas ideais para o alto-forno. Os bloquetes consistem em um processo de aglomeração a frio sendo realizado com a mistura dos finos, água e ligantes formando uma pasta que irá para um equipamento apropriado, onde um processo simultâneo de compressão e vibração gera bloquetes de dimensões definidas, que após amadurecimento estão prontos para serem utilizados como matéria-prima no altoforno. O resíduo moinha de carvão, devido ao seu grande valor energético, pode ser utilizado como combustível nas indústrias cimenteiras e siderúrgicas. O pó de coletor e a lama de alto-forno, apesar de terem sido classificados como resíduos perigosos, contaminados por fenóis, têm sido utilizados na agricultura e na indústria cerâmica. Na agricultura há casos destes resíduos serem aplicados diretamente no solo para a plantação de milho, o qual serve de ração para gado leiteiro. Ainda não existem estudos sobre o comportamento do pó de coletor e da lama de alto-forno no solo, sendo de extrema importância uma avaliação mais completa desta aplicação. No setor cerâmico os resíduos pó de coletor e lama de alto-forno são incorporados à massa da argila, auxiliando na coloração dos tijolos, devido à quantidade existente de óxidos de ferro nos resíduos, e contribuindo com um ganho energético de até 50% no processo. Como a temperatura na fabricação dos produtos cerâmicos varia de 750 a 900ºC é provável que a utilização destes resíduos seja viável, podendo ser mais uma alternativa de aplicação. POSSIBILIDADES PARA UTILIZAÇÃO INDUSTRIAL Os resultados técnicos obtidos, associados ao comportamento de aglomerados auto-redutores (pelotas e/ou briquetes) e pelotas calcinadas, contento finos oriundos das lamas de aciaria, de laminação, de alto-forno, carepas e finos de coque, indicam que tais aglomerados podem ser reaproveitados na aciaria: os aglomerados auto-redutores seriam carregados juntamente com a sucata no conversor vazio, pois antes e durante o vazamento do gusa tais aglomerados seriam 72 reduzidos e o ferro assim obtido incorporado ao banho; por outro lado, as pelotas calcinadas seriam adicionadas durante a etapa de sopro. Desta maneira, as principais vantagens desta variante tecnológica seriam: re-aproveitamento desses resíduos finos e críticos nas usinas siderúrgicas; os resíduos contendo teores de zinco também podem ser usados; é um processo simples e versátil; valoriza o ferro contido numa matéria prima de custo negativo para o de aço líquido e evita a utilização forçada e indesejável desses finos na sinterização. A LOGÍSTICA REVERSA GERANDO UM PRODUTO VERDE A partir da introdução do conceito de sustentabilidade nos modelos de desenvolvimento, surgem com intensidade estudos na área de logística reversa, caracterizada como a área da logística empresarial que busca planejar, operar e controlar o fluxo e as informações logísticas correspondentes, do retorno dos bens de pós-venda e de pós-consumo ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo, por meio dos canais de distribuição reversos, agregando-lhes valor de diversas naturezas: econômico, ecológico, legal, logístico, de imagem corporativa, entre outros . Esse processo logístico por meio da reciclagem, do reuso, da recuperação e do gerenciamento de resíduos, contribui para diminuir o uso de recursos não renováveis e reduzir ou eliminar resíduos que afetam negativamente o meio ambiente . Com o passar dos anos, a logística reversa tem deixado de ser vista apenas como custos adicionais às organizações, impostos por exigências legais, passando a ser vista como uma vantagem competitiva, pois, por meio dela consegue-se desenvolver melhor relacionamento com os demais agentes da cadeia produtiva, com os clientes e com o mercado. Alguns dos trabalhos podem até gerar um ganho econômico adicional para a organização Surgiu na década de 1990, quando os profissionais de logística reconheceram que matérias primas, componentes e suprimentos representam custos significativos que devem ser administrados de forma adequada. A logística reversa está associada: - retornos de produtos; - reciclagem; - substituição de materiais; 73 - descarte de resíduos e reformas; - reparos e remanufaturas. Inicialmente, em seu conceito mais simples, a logística foi definida como o movimento de materiais do ponto de origem ao ponto de consumo, o escopo da logística reversa era limitado a esse movimento que faz com que os produtos e informações sigam na direção oposta às atividades logísticas normais, novas abordagens descrevem, como a logística do retorno dos produtos, redução de recursos, reciclagem, e ações para substituição de materiais, reutilização de materiais, disposição final dos resíduos, reaproveitamento, reparação e remanufatura de materiais. A evolução desses conceitos tem ampliado a definição de logística reversa tal como o proposto por Leite: “uma nova área da logística empresarial, preocupa-se em equacionar a multiplicidade de aspectos logísticos do retorno ao ciclo produtivo destes diferentes tipos de bens industriais, dos materiais constituintes dos mesmos e dos resíduos industriais, por meio da reutilização controlada do bem e de seus componentes ou da reciclagem dos materiais constituintes, dando origem a matérias-primas secundárias que se reintegrarão ao processo produtivo”, Figuras 38, 39 e 40. Figura 38 – Logística ambiental do aço 74 Figura 39 – Ciclo de vida do aço Figura 40 – Ciclo do aço inox e aço ao carbono na sociedade 75 A Logística como fonte de vantagem competitiva: a estratégia de logística reversa A logística é um processo gerencial eficiente e econômico do produto em todas as fases do processo, assim como as informações relativas ao mesmo, com o objetivo de atender às exigências dos consumidores. Com base na definição anteriormente mencionada, percebe-se a abrangência e o grau de importância relativa que a logística tem dentro do contexto organizacional, envolvendo de forma sistêmica e holística todos os tipos de processos administrativos existentes, como também todas as fases do processo de manufatura. Devido a essa natureza intrínseca e abrangente, merece destaque, na medida em que representa fonte de vantagem competitiva. O uso da logística é importantíssima, pois entra em jogo a questão da sustentabilidade. Então, ela não somente representa mera vantagem competitiva, e sim vantagem competitiva sustentável. Já a sustentabilidade tem se tornado a preocupação de muitos gestores para as realidades do mercado, onde não mais se pode pressupor que produtos bons sempre vendem e que o sucesso atual continuará no futuro. Na visão ampla logística significa gestão de fluxos entre funções de negócio, ou seja, com essa afirmação se rompe com os modelos conceituais passados, que levavam em consideração o fluxo simples de entrada de matéria prima e a saída de produtos acabados. Atualmente, o conceito sofreu segundo, uma alteração no que concerne aos fluxos físicos, onde se incluiu toda a forma de movimentação tanto de produtos como de informações. A utilização de estratégias logísticas dentro do ambiente empresarial pode ser efetuada de diferentes maneiras, considerando o perfil e características da empresa em que se irá trabalhar. Existe hoje um leque de estratégias logísticas específicas que facilitam a empresa a busca e alcance de diferenciais de mercado e o aumento de vantagens competitivas. As estratégias logísticas buscam a melhoria na movimentação e na armazenagem de materiais e produtos, pela integração das operações necessárias entre as áreas de suprimento, produção e distribuição física. Portanto, a missão logística é mensurada em termos de seu custo total e 76 desempenho operacional. Tal estratégia depende de uma definição de longo prazo e envolve muitos recursos financeiros, humanos e materiais. O processo de Logística Reversa, apresenta três pontos de vista: Logístico, financeiro e ambiental: • Do ponto de vista logístico, onde o ciclo de vida de um produto não se encerra com a sua entrega ao cliente. Produtos que se tornam obsoletos, danificados, ou não funcionam devem retornar ao seu ponto de origem para serem adequadamente descartados, reparados ou reaproveitados; • Do ponto de vista financeiro, existe o custo relacionado ao gerenciamento do fluxo reverso, que se soma aos custos de compra de matéria-prima, de armazenagem, transporte e estocagem e de produção já tradicionalmente considerados na Logística; • Do ponto de vista ambiental, devem ser considerados, e avaliados, os impactos do produto sobre o meio ambiente durante toda sua vida útil. Este tipo de visão sistêmica é importante para que o planejamento da rede logística envolva todas as etapas do ciclo de vida do produto. Dessa forma, a Logística Reversa passa a significar todas as operações relacionadas com a reutilização de produtos e materiais. Refere-se, assim, a todas as atividades logísticas de coletar, desmontar e processar produtos e/ou materiais e peças usados a fim de assegurar uma recuperação sustentável. No geral, essas atividades englobam: - reuso para imediata revenda ou reutilização do produto; - upgrade do produto que consiste em reembalar, reparar, reformar ou remanufaturar o produto; - A recuperação do produto tanto por meio da canibalização – reaproveitamento de alguns componentes dos produtos retornáveis – quanto por meio da reciclagem; - gerenciamento dos resíduos que inclui incineração e envio do resíduo para aterro. Existe outra classificação, que é: remanufatura, reforma, reciclagem, descarte em aterro, reempacotamento, processos de retorno, e recuperação. A logística reversa tem uma importância significativa não só para o fluxo, mas também para a agregação de valores ao produto que, por motivos de defeitos ou falhas de funcionamento, garantia do fabricante, falhas no processamento de pedidos, avarias ocasionadas no transporte, 77 tem seu destino modificado voltando ao seu ponto de origem, ou sendo redirecionado para um local adequado. Observa-se na Figura 41 o campo de atuação da Logística Reversa, sem a intenção de esgotar as possibilidades de aplicação nas organizações Figura 41 – Foco de atuação da logística reversa A importância da Logística Reversa A importância da logística reversa pode ser vista em dois grandes âmbitos: o econômico e o social. O econômico refere-se aos ganhos financeiros obtidos a partir de práticas que envolvem a logística reversa. Por exemplo, uma empresa pode reduzir seus custos reutilizando materiais que seriam descartados pelos clientes finais, como retorno de revistas 78 que não foram vendidas. Após a triagem, voltam às bancas como promoções. O âmbito social diz respeito aos ganhos recebidos pela sociedade. Por exemplo, ao se depositar menos lixo em aterros sanitários, adotando-se a reciclagem, reduz-se a chance de contaminação de lençóis freáticos e elimina a possibilidade de corte de árvores. RAZÕES PARA A LOGÍSTICA REVERSA 1. Sensibilidade Ecológica 2. Pressões Legais 3. Redução do Ciclo de Vida dos Produtos 4. Imagem Diferenciada 5. Redução de Custos A LR é dividida em três áreas bem distintas, pois em qualquer etapa da CS – LS, LE, LD - ela ocorre. Sendo que na LS e LE, ela acontece da forma de Sucatas de Produção, ou de Produtos não Conformes. Sucatas de Produção são materiais procedentes dos processos de produção tais como: sólidos - cavacos metálicos, pedaços de madeira, resíduos químicos, materiais provenientes de limpeza de final de processo etc; líquidos tais como – químicos, água de resfriamento ou limpeza, óleos etc, provenientes dos processos industriais; gases – vapor de água de resfriamento, resultado de queima ou processos. De uma forma geral, são materiais sub produto do processo, geralmente não sendo reutilizados na própria empresa. Produtos não-conformes são produtos que estão fora da especificação e em desacordo com a qualidade requerida da empresa, estes produtos além de poder ter o mesmo destino dos produtos pós-consumo (reuso, desmanche, reciclagem ou disposição final) eles também podem ser encaminhados para o mercado paralelo, não caracterizando assim um reuso PRM – Administração da Recuperação de Produto Considerando os bens que industriais apresentam ciclos de vida útil de algumas semanas ou de muitos anos, após o que são descartados pela sociedade, ou que por diversos motivos retornam à cadeia de suprimentos de diferentes maneiras, constituindo os produtos de pós79 consumo ou de pós-venda. As diferentes formas de processamento e de comercialização destes produtos, ou de seus materiais constituintes, desde sua coleta até sua reintegração ao ciclo produtivo com matéria-prima secundária, são denominadas de “Canais de Distribuição Reverso” (CDR), O gerenciamento das operações que compõem o fluxo do CDR faz parte da Administração da Recuperação de Produtos (PRM). O PRM é definido como “o gerenciamento de todos os produtos, componentes e materiais usados e descartados pelos quais uma empresa fabricante é responsável legalmente, contratualmente ou por qualquer outra maneira”. O Quadro I mostra as opções de recuperação de produtos. Quadro I - Resumo de opções de recuperação de produtos RECICLAGEM O objetivo principal da logística reversa é o de atender aos princípios de sustentabilidade ambiental como o da produção limpa, em que a responsabilidade é do "início ao fim", ou seja, quem produz deve responsabilizar-se também pelo destino final dos produtos gerados, de forma a reduzir o impacto ambiental que eles causam. Assim, as empresas organizam canais reversos, ou seja, de retorno dos materiais, seja para conserto ou após o seu ciclo de utilização, para terem a melhor destinação, seja por reparo, reutilização ou reciclagem (Figura 42). 80 Figura 42 – Etapas do processo de reciclagem A reciclagem é o reaproveitamento dos materiais como matéria-prima para um novo produto. Muitos materiais podem ser reciclados e os exemplos mais comuns são o papel, o vidro, o metal e o plástico. A palavra reciclagem difundiu-se na mídia a partir do final da década de 1980, quando foi constatado que as fontes de petróleo e de outras matérias-primas não renováveis estavam se esgotando rapidamente, e que havia falta de espaço para a disposição de lixo e de outros dejetos na natureza. A expressão vem do inglês recycle (re = repetir, e cycle = ciclo). Os resultados da reciclagem são expressivos tanto no campo ambiental, como nos campos econômico e social. No aspecto econômico a reciclagem contribui para a utilização mais racional dos recursos naturais e a reposição daqueles recursos que são passíveis de re-aproveitamento. 81 Logística Reversa de Resíduos Industriais Na maioria dos países do mundo, é crescente a preocupação na tentativa de minimizar ao máximo a geração de resíduos, com a consequente valorização dos resíduos excedentes numa maior e mais diversificada utilização. Portanto, busca-se desenvolver novos materiais e componentes, novas técnicas de aproveitamento. Os resíduos sólidos industriais são oriundos dos processos produtivos e instalações industriais, bem como os gerados nos serviços públicos de saneamento básico, originando-se de indústrias metalúrgicas, químicas, petroquímicas, papelarias, alimentícias. Tendo como principais resíduos: cinzas, tintas, lodos, óleos, resíduos alcalinos ou ácidos, plásticos, papéis, madeiras, fibras, metais, borrachas, escórias, vidros, cerâmicas, dentre outros. A logística reversa tem como propósitos a redução, a disposição e o gerenciamento de resíduos tóxicos e não tóxicos. Os resíduos industriais possuem na maioria das vezes, constância nas quantidades geradas, o que permite previsões de sua utilização como fonte de matéria-prima secundária de maior confiabilidade, aspectos estes, difíceis de serem obtidos nas cadeias reversas em geral e importantes para rentabilizar os negócios na economia reversa. Na figura 43 apresenta-se o esquema do fluxo para o canal reverso. Figura 43 - Canais de distribuição reversos dos resíduos industriais 82 Na figura 43 é demonstrado um esquema do fluxo específico para o canal de distribuição reverso, onde os resíduos industriais são comercializados diretamente com as indústrias de reciclagem ou com os intermediários sucateiros e que estes, quando de posse dos resíduos realizam o processamento de consolidação e preparação para a comercialização dos mesmos com a indústria de reciclagem, mercado secundário, entre outros agentes do canal reverso. Existem diversos meios de recuperação e de agregação de valor econômico e ambiental aos bens de pós-consumo: reuso, reciclagem de materiais e incineração. O sistema de reciclagem agrega valor econômico, ecológico e logístico aos bens de pós-consumo, criando condições para que o material seja reintegrado ao ciclo produtivo e substituindo as matérias-primas novas, gerando uma economia reversa; o sistema de reuso agrega valor de reutilização ao bem de pós-consumo; e o sistema de incineração agrega valor econômico, pela transformação dos resíduos em energia elétrica. Os resíduos significam hoje uma importante fonte de economia e receita da siderurgia. A começar pelos pós-coletados e lamas das estações de tratamento, reutilizados como matéria prima (resíduos ferrosos) ou fonte de energia (resíduos carbonosos, sem falar dos gases residuais de processo, combustíveis para uma co-geração termelétrica da ordem de 240 MW). A transformação de resíduos em materiais reutilizáveis internamente representa uma economia de mais de R$ 150 milhões por ano. Além disso, uma vasta gama de outros resíduos é preparada industrialmente, transformada em matérias-primas para outros processos industriais e vendidos. Esse é o caso das escórias de alto forno e de aciaria (convertidas nos produtos conhecidos como clínquer siderúrgico, brita siderúrgica e areia siderúrgica); dos produtos carboquímicos (óleos, solventes, piche e outras substâncias químicas como amônia e creosoto, retirados de resíduos semi-sólidos dos sistemas de limpeza de gases da coqueria); das sucatas ferrosas e não ferrosas; dos plásticos, papéis, papelões e madeiras; de cal e outros resíduos da calcinação; de materiais inservíveis em geral. Fora os produtos carboquímicos, o resíduo de maior valor de mercado é a borra de zinco, rejeito produzido na linha de fabricação da folha de flandres 83 Resíduos da produção do ferro bruto A produção de gusa constitui-se numa atividade de elevado potencial degradador do meio ambiente, devido às consideráveis gerações de materiais particulados e gases, efluentes líquidos e, principalmente, de resíduos sólidos. As principais matérias-primas para a produção do ferro-gusa são o minério de ferro e os fundentes, principalmente o calcário e a sílica. O carvão vegetal é utilizado como agente redutor do processo Os resíduos sólidos resultantes do processo de produção de ferro-gusa são: Escória do alto-forno; Finos de minério de ferro; Finos de carvão vegetal (moinha); Pó do sistema de limpeza a seco dos gases (pó de coletor); Lama do sistema de limpeza a úmido dos gases (lama de alto-forno) (figura 44). Figura 44 - Fluxograma simplificado da geração de resíduos sólidos das siderurgias independentes a carvão vegetal. 84 A siderurgia independente de ferro-gusa gera em torno de 3800 t diárias de resíduos, considerando que para cada t de gusa produzido são gerados, aproximadamente, 340 Kg de resíduos sólidos. A escória representa a principal fatia deste total (41%), seguida pela de finos de minério de ferro (28%) e de moinha de carvão vegetal (18%). O material particulado, na forma de pó ou lama, retido nos equipamentos de limpeza do gás a seco e a úmido representa 13% dos resíduos sólidos gerados nas usinas independentes (figura 45) Figura 45 - Distribuição percentual da geração total de resíduos sólidos Sucata e Carepa na siderurgia Sucata A sucata de aço é utilizada como insumo nas usinas semi-integradas (aciarias elétricas). A conta de insumos (sucata e gusa sólido) de qualquer siderúrgica semi-integrada (compra + transporte) constitui uma de suas principais fontes de custo. Por isso, é muito importante qualquer esforço de redução desses custos para manter a competitividade e a própria sobrevivência da empresa no mercado. A sucata de aço contribui como matéria-prima com uma participação de cerca de 18%. Desse percentual uma parcela mínima provém de seu próprio processo industrial por reciclagem interna e o restante obtido no mercado. A Figura 46 abaixo retrata o fluxo de produção na indústria siderúrgica sob a ótica da Logística Reversa 85 Figura 46 – Logística reversa na siderurgia Foram definidos três tipos de sucata levando em conta o exposto acima: - Especial: Envolve um tipo de sucata considerada mais “nobre” e sua faixa de preço é sensivelmente superior às demais. Exemplo de sucatas deste tipo: retalhos de processos de estamparia, forja. - Mista: Envolve o tipo de sucata usualmente consumido em aciarias elétricas. A faixa de preço é intermediária. Exemplo de sucatas deste tipo: sucatas de obsolescência, soltas, em pacotes ou tesouradas. - Cavaco: Corresponde a sucata de baixo valor de compra. Se enquadram nesta categoria os cavacos de ferro fundido e cavaco de aço, provenientes de usinagem (tornearias). Com a tendência das siderúrgicas buscarem o aumento de produtividade sem aumentar suas áreas de redução, as empresas têm aumentado a carga sólida nas aciarias. Muitas empresas estão optando por aciarias elétricas com eliminação de unidades de redução, por questões de custo e restrições ambientais, tornando imperativo desenvolver materiais que possam suprir estas aciarias. Na Europa e EUA, a tendência é de desativar as áreas de reduções por questões de custos e restrições ambientais, aumentando a compra de semi-acabados, placas, blocos, tarugos e pães 86 de gusa dos países em desenvolvimento, ampliando a produção de suas aciarias elétricas a partir de sucata. Este quadro implicará na elevação do preço de sucata e produtos semiacabados, portanto todo o esforço no melhor aproveitamento de resíduos que possam vir a gerar sucata alternativa, será de enorme valia na questão econômica. Carepa É um produto oriundo da oxidação da superfície do aço quando passa por aquecimento, resfriamento, tratamento de superfície e/ou ação do tempo (oxidação lenta sobre a superfície). As carepas são óxidos de ferro na forma de Fe2 + (FeO – wustita) e Fe3 + ( F e2O3 – hematita). Em algumas empresas este produto, quando bem selecionado, pode ser consumido na sinterização em substituição aos minérios de ferro, mas tem restrição por elevar o teor de FeO do sínter, o que é ruim ao alto-forno devido à sua menor redutibilidade. O produto obtido do beneficiamento é limpo e permite que a carepa possa ser consumida em aciaria, o que eleva seu valor agregado uma vez que estará reduzindo a compra de sucata. Produtos Carboquímicos Os produtos carboquímicos são oriundos dos gases obtidos pela destilação do carvão mineral no decorrer do processo de produção de coque metalúrgico, utilizado como matéria prima na fabricação do ferro-gusa nos altos fornos. Os produtos carboquímicos são na verdade rejeitos do processo siderúrgico e comercializados e alguns até mesmo exportados. São eles: - Alcatrão é destilado e fracionado nos seguintes subprodutos que são matéria-prima para outras indústrias: • Piche: indústria de alumínio (produção de anodo) e eletrodos de grafite • Óleo antracênico: indústria de negro de fumo • Naftaleno: tratamento de couro e construção civil • Óleo desinfetante: desinfetantes e inseticidas • Óleo creosoto: tratamento de madeiras e óleo de lavagem • Amônia anidra: entre suas principais aplicações é usada como intermediário químico na indústria de alimentos, refrigeração industrial e na produção de fertilizantes. 87 - Enxofre: também é produzido a partir do gás de coqueria. É utilizado em fundições e na produção de fertilizantes. Produzir mais aço com menos insumos e matérias-primas é uma das prioridades da siderurgia brasileira. Os programas de conservação de energia, de recirculação de águas, e de reciclagem do aço e co-produtos têm aumentado a eco-eficiência do setor Logística reversa como fator de competitividade A Logística Reversa quando planejada estrategicamente, pode proporcionar oportunidades que resultarão em melhorias nas vantagens competitivas. São elas:  adequação às questões ambientais, por meio da conscientização da preservação do meio ambiente, por meio da redução de resíduos procedentes dos processos de pós-venda, pós-consumo e do ciclo de vida dos produtos;  redução de custos: a reutilização de materiais e minimização de embalagens proporcionam vantagens que estimulam novas perspectivas otimizando o processo de logística reversa. Como exemplo, destaca-se a reciclagem de alumínio, que economiza aproximadamente 95% de energia elétrica utilizada na produção do alumínio primário. Este valor é significativo, tendo em vista que a energia elétrica representa 70% no custo de produção do alumínio primário;  razões competitivas, por meio de políticas liberais que garantem retorno de produtos. Esta vantagem proporciona a fidelização do cliente, assim como a diferenciação da concorrência;  diferenciação da imagem corporativa, por meio da estratégia ambiental, é uma vantagem que torna a empresa cidadã por se preocupar com a comunidade e questões ambientais. Sendo assim, a empresa adquire a valorização da marca, do produto e do serviço, garantindo que esta estratégia seja a razão pela qual o cliente está adquirindo tal produto ou serviço;  elevação do nível de serviço oferecido ao cliente, está relacionada ao desenvolvimento de estratégias de serviços e vantagens sustentáveis, à organização por meio da eficiência e eficácia dos níveis de serviços logísticos que proporcionará a diferenciação no mercado. 88 Todas as estratégias e vantagens da logística reversa, quando bem planejadas e integradas à cadeia de suprimentos, contribuem para a competitividade empresarial e, consequentemente, para melhores níveis de serviços, reduzindo custos e atendendo com qualidade e responsabilidade às necessidades do cliente. Logística reversa: redução de custos Um aspecto importante é que a redução de custos pode ser alcançada por meio da logística reversa : “as iniciativas relacionadas à logística reversa têm trazido consideráveis retornos para as empresas”. Grandes empresas já atentaram para a necessidade de implementar e melhorar programas de reversão dos seus canais logísticos, uma vez que a responsabilidade do que foi produzido persiste no seu fabricante mesmo que o produto não esteja mais na cadeia direta de distribuição. Sabe-se igualmente, que a reversão dos bens produzidos por uma empresa além de agregar valor ao produto e à imagem da organização, possibilita um retorno de capital que pode ser visto como investimento na produção. Verifica-se, porém que, se comparado com o fluxo logístico direto, os canais reversos demonstram pouca lucratividade visível, daí uma possível razão para o desinteresse na adoção de uma política reversa de distribuição da produção. Também deve-se considerar o foco em atividades ligadas ao fluxo direto do produto que não contemplam a logística reversa em si. Logística reversa e imagem corporativa Os processos de Logística reversa vêm trazendo retornos consideráveis para as empresas, uma vez que ao investir neste tipo de processo as organizações obtêm uma melhora significativa de sua imagem corporativa perante a sociedade. As empresas líderes em seus setores já apresentam posicionamentos de acréscimos de valor a seus produtos e suas imagens por meio da Logística reversa, estabelecendo suas redes de distribuição reversas e introduzindo os preceitos dos projetos correspondentes. 89 As empresas, sob este ponto de vista, já visualizam a oportunidade de se tornarem mais competitivas, tendo em vista os ganhos provenientes da adoção das políticas de logística reversa. Os clientes valorizam as empresas que possuem políticas mais proativas de retorno de produtos. Percebe-se que neste momento os consumidores estão valorizando cada vez mais as empresas que investem em políticas de retorno dos seus produtos, garantindo ao cliente o direito de trocar um produto. Desse modo, a logística reversa vem sendo utilizada por algumas empresas como forma de melhorar a sua imagem perante a sociedade. Portanto, atitudes como estas podem ser consideradas estratégias importantes de marketing que agregam valor à marca e garantem prestígio para a empresa. 90 METODOLOGIA DA PESQUISA E ESTUDO DO CASO As abordagens de pesquisa caracterizam como será realizado um processo de investigação com respeito a um problema e, também, identificam os métodos e tipos de pesquisa mais adequados para a situação de interesse. Essas abordagens dependem da natureza do problema, da sua formulação, da teoria existente, do referencial teórico-cultural e do grau de proximidade do pesquisador com o objeto de estudo. Elas condicionam a maneira pela qual a pesquisa se realizará, como será feita a pesquisa bibliográfica, como se desenvolverá a coleta e a análise dos dados, bem como a discussão dos resultados obtidos. Brevidelle e Sertório (2010) observaram que quando uma questão a ser resolvida se torna muito evidente defini-se um problema para estudo e pesquisa. Isso implica afirmar que, em qualquer domínio do conhecimento, só existe pesquisa se existir dúvida, e/ou questionamento, algo que inquieta o pesquisador e que suscita uma resposta. Para definir uma pesquisa, parte-se da escolha temática que desperta interesse a partir de uma ideia geral, delimita-se um assunto específico e que caracteriza a existência de um problema. Tratando-se do estudo de determinado tema, é preciso refletir sobre;  É importante pesquisar esse problema?  Que problemas práticos a metodologia pretende resolver?  A quem afeta o problema tratado e qual o impacto da criação de uma ferramenta para solução do problema apresentado?  É importante essa abordagem para a sociedade? As respostas a essas perguntas caracterizam a existência de uma justificativa para estudar o problema. Planejar o delineamento da pesquisa significa traçar um plano estratégico que pode envolver o procedimento de observação e descrição. 91 A observação é um instrumento prático para coleta de dados e, algumas vezes, o mais apropriado para atender aos objetivos da pesquisa ou estudo descritivo, visando desenvolver uma ferramenta metodológica. A coleta de dados significa definir como e quando serão coletados. A maioria dos instrumentos para coleta de dados em estudo ou pesquisa científica, diz respeito à forma de obter informações novas, porem, nem sempre isso é necessário ou possível, pois, informações já existentes podem ser examinadas sob um novo ângulo para estudar o problema. Por vezes, se analisa informações a partir de dados já existentes, isto é, dados primários. A utilização de dados primários amplia-se em pesquisa, uma vez que os profissionais demonstram interesse em reanalisar tais elementos, aperfeiçoando assim os procedimentos profissionais. Embora, observar seja parte normal da vida, a observação científica é baseada em alguns princípios que visam objetividade e sistematização do processo. O primeiro princípio aponta que somente será observado aquilo que é o foco e esteja coerente com os objetivos do estudo. O segundo princípio, determina que a observação deva obedecer a um plano sistemático e padronizado de conduta. Antes de partir para a observação, o pesquisador deverá planejar quando, onde, como e por quem serão obtidos os dados, seguindo o procedimento padrão. Por meio desse procedimento padrão, o pesquisador garante o terceiro princípio, o da observação que pode ser verificado e controlado. No estudo observacional encontra-se o descritivo, onde o estudioso apenas tem interesse em explorar dados ou descrever algo, pouco conhecido ou alguma coisa de interesse, que tem o objetivo de buscar informações a respeito de métodos, instituições, ou situações. Esse delineamento de pesquisa descreve algo que já existe, sendo seus dados usados para construir um cenário. O seu resultado serve de base para formulação de estudo que pode ter como produto a criação de um método de trabalho para solucionar o tipo de questão abordada. 92 O TIPO DE PESQUISA Segundo Gil (2002), as pesquisas podem ser classificadas com base nos objetivos, como exploratórias, descritivas, e explicativas; ou nos procedimentos técnicos utilizados, que se subdividem em dois grandes grupos: aquelas que utilizam, literalmente, fontes em papel; e aquelas cujos dados são obtidos junto a pessoas. Para o primeiro grupo, as pesquisas são subclassificadas em bibliográficas e documentais. Para o segundo, elas se dividem em experimental, ex-post-facto, levantamento e estudo de caso. Com base nos objetivos, Gil (2002) salienta que a pesquisa exploratória visa tornar mais explícito um determinado problema, ou constituir hipóteses sobre ele. Sobre a exposição das idéias, a pesquisa exploratória possibilita ainda o aprofundamento da questão, relevando-se as hipóteses anteriormente intuídas pelo pesquisador: “pode-se dizer que estas pesquisas têm como objetivo principal o aprimoramento de idéias ou a descoberta de intuições” (GIL, 2002, p. 41). De acordo com Kerlinger (1980, apud OLIVEIRA, 2008), um estudo, quando é exploratório, parte de hipóteses básicas, uma hipótese é uma sentença declarativa que relaciona de alguma forma variáveis a variáveis, que, para ser cientificamente útil, precisa ser testável ou conter implicações para teste. Segundo Martins (1994, p. 33), toda hipótese deve ser simples, clara e compreensível, e sua aceitação ou rejeição contribui decisivamente para a consecução dos objetivos propostos no trabalho Segundo Fachin (2001, p.160), a pesquisa descritiva tem como função observar, registrar, analisar e correlacionar-se os fatos ou fenômenos sem manipulá-los e sem a interferência do pesquisador. Para Cervo e Bervian (1996), a pesquisa exploratória “é que é responsável por observar, registrar, analisar e correlacionar os fatos ou fenômenos sem manipulá-los” Na classificação com base em procedimentos técnicos, Gil (2002) define pesquisa bibliográfica como aquela cuja coleta de dados e informações utiliza, como fonte, materiais já elaborados, existentes em livros, artigos científicos, e periódicos. O autor esclarece, que a pesquisa bibliográfica baseia-se em fontes de dados cujas informações sintetizam as observações realizadas por outros 93 Como estratégia de pesquisa, Fachin (2001, p.156) orienta que o estudo de caso pode ser utilizado de modo exploratório (visando levantar questões e hipótese para futuros estudos, por meio de dados qualitativos), descritivo (buscando associações entre variáveis, normalmente com evidência de caráter quantitativo) Yin (2001) destaca que o método do estudo de caso é uma estratégia de pesquisa que busca examinar um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto. Uma investigação empírica também investiga um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto da vida real (YIN, 2001) Para Gil apud Silva & Menezes, p. 21, “... o estudo de caso envolve o estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos de maneira que se permita o seu amplo e detalhado conhecimento”. Para corroborar esta idéia Yin (2001), afirma que o estudo de caso possibilita que o pesquisador realize uma investigação que preserve as características holísticas e significativas da vida real, tais como: ciclos de vida individuais, processos organizacionais e administrativos, mudanças ocorridas em regiões urbanas, entre outros, que podem ser estudados mais profundamente através deste procedimento técnico. Conforme Dane (1990), o método deste estudo tem como objetivos imediatos a exploração para evidenciar a existência do fenômeno, e a descrição para examinar, definir e diferenciar o objeto de estudo O estudo de caso é uma fonte de informações que pode ser utilizada tanto em pesquisas quantitativas quanto em pesquisas qualitativas, seja na primeira etapa de seu desenvolvimento, em estudos exploratórios, seja na elaboração de estudos descritivos. Segundo Malhotra (2001, p.155) a pesquisa qualitativa proporciona melhor visão e compreensão do contexto do problema, enquanto a pesquisa quantitativa procura quantificar os dados e aplica alguma forma da análise estatística.. Richardson (l989, p. 39) explica que “as investigações que se voltam para uma análise qualitativa têm como objeto situações complexas ou estritamente particulares” 94 Método de Pesquisa O Método de Pesquisa diz respeito à maneira como a pesquisa foi conduzida ou, como coloca YIN (2001), à “Estratégia de Pesquisa” utilizada, qual seja: Estudo de Caso O Método de Trabalho refere-se ao conjunto de passos seguidos no desenvolvimento do trabalho. Ele descreve a seqüência de atividades desenvolvidas, as técnicas de pesquisa utilizadas em cada atividade e os instrumentos aplicados para coleta das informações e análise de dados e resultados. Nas palavras de YIN (2001): “Em geral, os estudos de caso representam a estratégia preferida quando se colocam questões do tipo ‘como’ e ‘por que’, quando o pesquisador tem pouco controle sobre os eventos e quando o foco se encontra em fenômenos contemporâneos inseridos em algum contexto da vida real” (YIN, 2001, p. 19). Quanto à natureza do objeto de pesquisa em si, a opção pela estratégia de estudo de caso também se apresenta como a mais adequada. “... o estudo de caso contribui, de forma inigualável, para a compreensão que temos dos fenômenos individuais, organizacionais, sociais e políticos .permite uma investigação para se preservar as características holísticas e significativas dos eventos da vida real – tais como ciclos de vida individuais, processos organizacionais e administrativos, mudanças ocorridas em regiões .” (YIN, 2001, p. 21). De acordo com SANTOS (2001) as pesquisas de natureza exploratória são aquelas que visam o entendimento detalhado dos processos, das variáveis que definem um fenômeno de interesse. Para tanto, podem ser embasadas em pesquisas bibliográficas de caráter teórico e empírico Pesquisas de caráter explanatório visam esclarecer os fatos que caracterizam a realidade investigada de um determinado fenômeno (SANTOS, 2001). 95 A pesquisa de natureza descritiva, por sua vez, visa à descrição do fenômeno ou dos fatos e é embasada em levantamentos e/ou observações detalhadas do objeto (SANTOS, 2001). Em alguns casos, como é o desta tese, a pesquisa pode implicar em um método com natureza mista, complementar, com técnicas comuns aos estudos explanatórios, descritivos e exploratórios, aplicadas paralelamente (YIN, 2001). Nesta pesquisa, o caráter é principalmente exploratório, mas também tem componentes complementares do tipo explanatórios MÉTODO DE TRABALHO E CARACTERIZAÇÃO DO CASO O Método de Trabalho apresentado a seguir descreve a seqüência de atividades desenvolvidas ao longo da pesquisa. O Método de Trabalho pode ser dividido em três partes, conforme sugere YIN (2001), as quais são apresentadas na Figura 47. desta forma o método de trabalho ficou assim dividido: • Definição e Planejamento • Preparação, coleta e análises preliminares • Análises do estudo de caso e conclusões Figura 47 - O método do estudo de caso 96 Na Figura 48 as etapas de Definição e planejamento, Preparação, coleta e preliminares e Análises e conclusão estão ilustradas nas cores amarela, azul análises e branca, respectivamente. Figura 48 - Etapas do desenvolvimento do trabalho Este trabalho tem caráter qualitativo, sendo classificado como exploratório e descritivo. Uma vez que não se pretende manipular nenhum dado coletado. A estratégia de investigação utilizada foi o estudo de caso O presente estudo foi elaborado e dividido em duas partes: revisão bibliográfica e parte prática. Para o desenvolvimento da pesquisa, adotou-se como metodologia a realização de consultas bibliográficas, através da fundamentação em trabalhos de autores que tratam dos temas propostos no tratamento teórico. 97 O trabalho de pesquisa bibliográfica foi realizado por meio de levantamentos em fontes diversas, a qual compreendeu consultas em livros, periódicos, anais de congressos, artigos científicos, monografias de conclusão de curso e teses de mestrado e doutorado possibilitando assim uma visão geral A revisão bibliográfica tem por objetivo embasar o trabalho e o estudo de caso é a parte prática, onde é possível constatar se existe realmente ligação da teoria com a realidade O estudo de caso é a principal parte do trabalho, considerando-se que o foco de interesse da pesquisa está voltado para fenômenos atuais, analisados dentro do contexto real. Para constituir-se metodologicamente como um estudo de caso, foi escolhido como instrumento de pesquisa a revisão de bibliografia. Este estudo esta focado na atualidade dos fatores que afetam as pessoas, as organizações e o planeta RELATO DO CASO : Como a logística se torna uma ferramenta estratégica e de vantagem competitiva para produção de tubos de aço de forma sustentável e ecologicamente correta. Competitividade da indústria siderúrgica : complexo metal - mecânico O desenvolvimento tecnológico é um importante vetor para a competitividade da indústria. Em geral, o progresso técnico na siderurgia busca a redução de custos e o aumento da flexibilidade do processo de produção. Para se analisar a tecnologia incorporada numa indústria siderúrgica nacional, vários parâmetros são relevantes, tais como: importação de tecnologia, pesquisa e desenvolvimento, relacionamento com fornecedores de tecnologia, nível tecnológico de processos e de produtos, difusão de automação industrial e de técnicas organizacionais, consumo de energia e medidas de proteção ambiental. O quesito nível tecnológico dos processos é usualmente tomado como representativo da avaliação tecnológica do setor. 98 O processo siderúrgico é dividido em três partes: redução, refino e laminação. A primeira etapa consiste na transformação do minério de ferro em metal líquido. Existem três rotas tecnológicas alternativas : - carvão mineral: requer altos-fornos, sinterização e coqueria, produzindo ferro-gusa; - carvão vegetal: requer altos-fornos, sendo que algumas empresas também utilizam sinterização, produzindo ferro-gusa; - redução direta: unidade especial, a base de carvão não-coqueificável ou gás natural, produzindo ferro-esponja. A etapa de refino tem três equipamentos principais: a aciaria (que é a produção do aço propriamente dita), a metalurgia de panela ou refino secundário (processo que visa melhorar as características estruturais do aço e reduzir o tempo de corrida da aciaria) e o lingotamento (solidificação do aço). Na aciaria, existem duas rotas tecnológicas predominantes no mundo: conversor a oxigênio (também denominado LD) e forno elétrico a arco. O primeiro é utilizado em usinas integradas a carvão mineral ou vegetal, aquelas que processam desde o minério até o produto final (o laminado). O segundo é mais usado em usinas semi-integradas, cujo processo começa na aciaria, ou em integradas a redução direta. A utilização da metalurgia de panela é um dos melhores indicadores do enobrecimento do mix de produtos. Trata-se da interligação da aciaria com as máquinas de lingotamento, possibilitando um ajuste fino de temperatura e composição química, que são parâmetros de processo essenciais à obtenção de produtos nobres. Em geral, quanto maior a proporção de aços tratados em equipamentos de refino secundário, melhor é o grau de enobrecimento da produção. O mercado mundial de produtos siderúrgicos pode ser segmentado, em dois pólos de concorrência : 1. Competição por preços: as vantagens competitivas são decorrentes dos baixos custos de mão-de-obra e de materiais (especialmente, o minério de ferro) e do uso de equipamentos relativamente atualizados para a produção de aços commodities; 99 2. Competição por qualidade: as vantagens competitivas são baseadas na intensidade de pesquisa e desenvolvimento, na alta capacidade de inovação tecnológica e na fabricação de aços nobres que são ecologicamente corretos. Principais Fatores de Competitividade Fatores Internos à Empresa custos reduzidos de mão-de-obra e materiais; capacidade de promover inovações de produtos; corpo técnico capacitado para promover melhorias tecnológicas otimizadoras e inovadoras; capacitação gerencial produção sustentável e ecologicamente correta Fatores Estruturais possibilidade de diversificação e verticalização; alta escala de produção. Fatores sistêmicos baixos custos de transporte e portuários; acesso à infra-estrutura de transporte; acesso a fontes de financiamento de longo prazo; carga tributária adequada. Indicadores de Competitividade Os principais indicadores de competitividade da indústria siderúrgica mundial, atualmente, são: a) custos da fabricação de bobinas laminadas a frio; b) participação no mercado internacional de produtos siderúrgicos; c) difusão de processos industriais e novos métodos de gestão. d) produção ecologicamente correta e) desempenho logístico Neste sentido, tais indicadores são traduzidos operacionalmente por empresas, em: 1. rendimento coque alto-forno/coque bruto (%) 2. rendimento sínter alto-forno/sínter produto (%) 100 3. Fuel Rate (kg óleo combustível + coque/tonelada gusa) 4. rendimento metálico (%) 5. Tap to Tap (tempo de corrida em minutos) 6. consumo específico de energia de fornos elétricos a arco (kwh/t) 7. difusão de lingotamento contínuo 8. seqüenciamento do lingotamento contínuo (número de corridas/parada da máquina) 9. difusão de metalurgia de panela 10. rendimentos da laminação: chapas grossas/placas e bobinas laminadas a quente/placas 11. rendimentos de revestimento: aprovação de zincagem e estanhagem 12. índices de utilização dos equipamentos e de paradas não programadas 13. consumo específico de energia em todas as etapas do processo siderúrgico 14. reaproveitamento de gases próprios: de coqueria, de alto-forno, de forno elétrico de redução 15. reciclagem de resíduos: escórias, pós e lamas. 16. utilização estratégica da logística e integração da cadeia produtiva 17. desenvolvimento de produtos sustentáveis e ecologicamente corretos 18. redução de custos 19. automação O potencial poluidor de uma atividade industrial ou produto depende principalmente do processo empregado. Os resíduos industriais (sólidos, líquidos ou gasosos) são produzidos a partir de diversos processos, e a quantidade e a toxicidade do resíduo varia de acordo com os processos indústrias específicos. A Figura 49 mostra um processo industrial típico, onde são gerados resíduos contendo diferentes tipos de poluentes, de acordo com a entrada de matéria e o design do processo. Figura 49 - Processo industrial genérico 101 Diversas são as variáveis que afetam o universo das indústrias, mas uma delas é, sem dúvida, a ecologia industrial. Isto deve-se ao fato da variável ecológica vir ganhando cada vez mais importância entre os governos e a população para a garantia da qualidade de vida e da sustenção das atividades produtivas. Cada vez mais, governos e empresas têm entendido que a ecologia industrial não é um impeditivo ao desenvolvimento econômico, e sim, um redirecionamento da forma com que governos, empresas e pessoas se relacionam com os recursos naturais, objetivando sua economia e longevidade. Isto resulta em novas políticas, leis e novos projetos por parte de empresas e governos. Portanto, a ecologia industrial nasce de um conjunto de acontecimentos e ações que levaram as empresas a buscar novas condições de produzir, de forma ambientalmente amistosa, para garantia da sustentabilidade, busca de novos mercados, garantia de financiamentos, atendimento à pressões de grupos ecológicos e de uma legislação rígida, com grande pressão dos Ministérios Públicos (Estadual e Federal). A ecologia industrial é fruto das necessidades modernas, onde a concorrência dita as regras para produzir de modo ambientalmente adequado, alterando as relações de custo com redução no uso de recursos naturais para compensar aumento de custos no tratamento dos resíduos, sua disposição correta e gestão destas novas necessidades. Assim, esta nova forma de pensar e agir resulta em uma visão de melhoria da eficiência, redução de custos e de trabalho, objetivando a sustentabilidade da atividade econômica e o bem estar das populações. O conceito de Ecologia Industrial pode ser traduzido como “o projeto, construção e uso de processos e produtos industriais com consciência e conhecimento total das implicações ambientais”. A aplicação deste conceito a processos e produtos da indústria metalúrgica permitirá nos situarmos no terreno da “Ecometalurgia”, termo que apareceu recentemente em alguns países europeus. Na sua essência a Ecometalurgia ou “Metalurgia Ecológica” rejeita o conceito de descarte e postula que a eliminação ou disposição de materiais metálicos que foram extraídos da terra a custos elevados, carece de sentido econômico, tecnológico e 102 ambiental. A produção deve ser aliada ao cuidado com o meio ambiente, o sistema de produção metalúrgica deve ter como finalidade minimizar os impactos ambientais. Neste contexto, a operação metalúrgica deve ser gerenciada de maneira a reaproveitar todos e cada um dos materiais descartáveis”. Metalurgia designa um conjunto de procedimentos e técnicas para extração, beneficiamento de minérios, fabricação, fundição, tratamento e adaptação dos metais dando-lhes características químicas, físicas e geométricas para a transformação em produtos adequados ao uso específico. É Transformar recursos minerais em bens de consumo para o desenvolvimento tendo o compromisso de preservar o meio ambiente. Assim sendo o processo de produção de tubos de aço utiliza-se da abordagem holística que pode ser definida de maneira aproximada como aquela que considera as infinitas interações entre os diversos componentes de um sistema complexo. A figura 50 mostra esta interação. Figura 50 - Interação meio ambiente e processo produtivo Esta visão também abrange os fluxos de material que são classificados em três grupos: materiais principais (minerais, energia e biomassa) e em três categorias principais (importação, exportação e extração doméstica) (Figura 51). Deve-se notar também que a água e o ar estão fora da contabilidade de fluxos de material e energia (apesar de o ar e a água presentes no material estarem inclusos). Parte dos resíduos produzidos pelas economias é 103 reciclada por ciclos naturais exteriores aos mercados e apenas uma pequena parte deles é reciclada pelos próprios mercados (parte do papel, dos metais etc.). As quantidades e proporções mudam com o tempo, com a renda e com as propriedades físicas das economias em questão. Figura 51 - Fluxo de materiais Para se ter esta visão global a grande vantagem competitiva das companhias então será trazida pela visão de “Supply Chain” (Figura 52), nas quais a análise ambiental deve ser incorporada a fim de se obter real qualidade ambiental no produto. Os impactos ambientais não devem ser considerados de forma pontual, em uma determinada etapa do processo, mas a partir de uma avaliação global de todo processo. Deste modo, surge o “Green Supply Chain”(Figura 53) , o qual busca a qualidade ambiental de toda cadeia de suprimentos, considerando até sua logística reversa. 104 A figura 52 - Cadeia do aço Figura 53 - Green Supply Chain Portanto, o “Supply Chain Management”, definido , como a gestão de toda cadeia produtiva, envolvendo o suprimento de materiais primas, manufatura, até a distribuição aos clientes finais, terá seu conceito ampliado abordando o conceito de vida útil do produto, assim como 105 sua reciclagem e reutilização, integrando, desta forma, a logística reversa como parte da cadeia a ser gerenciada pela empresa produtora de determinado bem. Esta cadeia mais ampla, contendo preocupações em minimizar os impactos ambientais, pode ser denominada de “Green Supply Chain”. O “Green Supply Chain” faz parte do “Supply Strategy”, definida como uma abordagem mais ampla do “Supply Chain” que integra diversos campos do conhecimento e conceitos de uma forma holística, dentro de uma perspectiva estratégica de administração de operações, estendendo além das fronteiras inter-organizacionais. Deste modo, o “Green Supply Chain”, passa a ser instrumento de gestão ambiental e componente da estratégia empresarial, constituindo ferramenta importantíssima na busca do menor impacto ambiental para manufatura de um determinado bem de consumo. Dentro deste escopo, porém intrínseco a cada etapa da cadeia produtiva, há o conceito de “Clean Product”, é o conceito de produção o qual demanda que todas as fases do ciclo de vida de um produto tenham como objetivo maior a prevenção ou minimização de riscos à saúde humana e ao meio ambiente, a curto e longo prazo. A logística aplica as técnicas de redução de materiais, perdas, desperdícios, resíduos, emissões e efluentes, as quais podem ser visualizadas na figura 54 e realizadas com as seguintes operações: a separação dos efluentes; a recirculação; o reuso dos materiais de processo e a valorização dos subprodutos. Figura 54 - Visão geral das técnicas de minimização 106 A CADEIA PRODUTIVA DOS TUBOS DE AÇO O chamado complexo metal-mecânico constitui um conjunto extremamente amplo e diversificado de setores de atividades econômicas, cuja característica comum consiste no fato de que os bens e serviços, por eles produzidos, consubstanciam tecnologias em que os conhecimentos e técnicas, relacionados à produção, processamento e utilização de metais, constituem um componente dominante. Uma cadeia de produção pode ser segmentada de jusante (inicio da cadeia) à montante (final da cadeia). A cadeia tem início na fundição do minério de ferro e na sucata nas siderúrgicas, para transformação do produto bruto nos rolos de chapas, que seguem para os diversos segmentos ilustrados na Figura 55. Os subprodutos gerados na segunda camada da cadeia seguem para o terceiro nível, que são as empresas fabricantes de produtos, que vão para as cadeias produtivas de produção de automóveis, eletros-domésticos, eletrônicos, dentre outros. Temse, ainda, a cadeia auxiliar, que dá suporte às atividades desenvolvidas na cadeia principal. A Figura 55 - Ilustra a cadeia produtiva metal-mecânico 107 Cadeia produtiva é entendida, neste trabalho, como a malha de interações seqüenciada de atividades e segmentos produtivos que convergem para a produção de bens e serviços (articulação para frente e para trás), articulando o fornecimento dos insumos, o processamento, a distribuição e a comercialização, e mediando a relação do sistema produtivo com o mercado consumidor. A cadeia produtiva da indústria metalúrgica e produtos de metal está organizada em três blocos: a cadeia principal, no centro, apresenta o processo de produção (Figura 56) do ferro-gusa e da alumina, materiais básicos de atuação da metalurgia de alumínio e da siderurgia, que alimentam a indústria de laminados e suas ligas e a indústria de semiacabados e laminados de aço. Como último elo, aparecem os produtos de metal, que chegam como utilitários no mercado. A comercialização e distribuição, tanto no atacado quanto no varejo, são partes complementares fundamentais da eficiência da cadeia produtiva. Figura 56 - Cadeia produtiva do metalurgia e dos produtos de metal 108 A cadeia a montante tem sua base no fornecimento de matéria-prima e insumos de valor agregado moderado, para produção da cadeia principal — no caso, a mineração é responsável pela atividade extrativa do minério de ferro, insumo básico para a produção do ferro-gusa, e da bauxita, matéria-prima para produção de alumina Os outros elos apontados na cadeia, afora o carvão e a energia elétrica, resultam da própria atividade da cadeia principal, como máquinas e equipamentos, e da mecânica pesada, como caldeiras e fornos, além da sucata e dos reciclados, que também significam reuso de produtos de metal. Trata-se da sobra do metal entrando em um novo ciclo de produção. Por outro lado, a cadeia a jusante é formada por elos que tomam os produtos resultantes da cadeia principal como insumos para a sua própria produção (Figura 57). Figura 57 - Ciclo de vida do aço LOGÍSTICA E MEIO AMBIENTE (Sustentabilidade e Ecologia) : GESTÃO AMBIENTAL Observando vários períodos da história, percebe-se que sempre uma área específica da administração apresentou maior destaque em relação às demais, no que diz respeito ao desenvolvimento das organizações. Isso ocorreria devido às mudanças nos aspectos econômicos, sociais, políticos e ambientais nas sociedades. Assim foi com a administração da produção no início da Revolução Industrial, o marketing e a administração estratégica no 109 período Pós-Guerra, o período atual talvez possa ser considerado bastante favorável para o desenvolvimento da área de logística. A logística vem ganhando destaque no cenário empresarial por ter se transformado em fator diferencial para a competitividade das organizações e alguns fatores têm contribuído para esta aceleração e reconhecimento, como a pressão por maior giro e redução de estoques, o atendimento a mercados distantes, a introdução de novas tecnologias, o curto ciclo de vida dos produtos, entre outros. A logística, é importante para economia do país, pois atinge, direta ou indiretamente, praticamente todas as esferas da atividade humana. Gestão ambiental é o sistema que inclui a estrutura organizacional, atividades de planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e recursos para desenvolver, implementar, atingir, analisar criticamente e manter a política ambiental. É o que a empresa faz para minimizar ou eliminar os efeitos negativos provocados no ambiente pelas suas atividades. A gestão ambiental tem se configurado como uma das mais importantes atividades relacionadas com qualquer empreendimento. O gerenciamento ambiental passa a ser um fator estratégico para análise da alta administração das organizações, incluindo uma série de atividades a serem consideradas, como: formular estratégias de administração para o meio ambiente; assegurar a conformidade com as leis ambientais; implementar programas de prevenção à poluição; gerir instrumentos de correção de danos ao meio ambiente; adequar os produtos às especificações ecológicas; monitorar o programa ambiental da empresa de encontro ao conceito de excelência ambiental, como uma vantagem competitiva. O quadro II apresenta uma visão da gestão ambiental, explicitando aspectos da gestão de processos, gestão de resultados, gestão da sustentabilidade e gestão do plano ambiental. 110 Quadro II - Visão geral da gestão ambiental A gestão ambiental pode ser divida em três principais ramos de atuação. A gestão atmosférica, que se ocupa em controlar a emissão de particulados e gases nocivos para a atmosfera, utilizando ao máximo os recursos disponíveis para evitar a poluição do ar, principalmente se a indústria estiver localizada em meio ou próximo a uma região urbana. A gestão hídrica, que visa controlar a contaminação das águas da bacia hidrográfica local, através do monitoramento e tratamento dos efluentes líquidos e do reaproveitamento da maior quantidade possível da água utilizada nos processos produtivos. E a gestão de resíduos, que podem ser sólidos, já que os resíduos, líquidos ou gasosos. A gestão de resíduos deve gerenciar a quantidade de resíduos gerada, providenciando o armazenamento, o transporte, o descarte adequado, o beneficiamento, a reutilização, o reaproveitamento e a venda, levando em consideração os tipos de resíduos inerentes aos processos produtivos (Figura 58). Figura 58 - Organograma da gestão ambiental com apoio da logística No caso da gestão de resíduos, a logística pode atuar como ferramenta importante de auxílio no gerenciamento dos rejeitos. Os conceitos de logística, criados para aplicação no campo da 111 distribuição de produtos, podem ser utilizados com sucesso na gestão dos resíduos. Basta encarar os resíduos como se fossem produtos, que devem ser armazenados e transportados para locais determinados, de forma que se mantenha o “estoque” a níveis aceitáveis pelos órgãos reguladores. A logística então atua na definição do destino do rejeito, da aplicação do mesmo, como auxílio para otimizar as operações envolvidas no transporte, acondicionamento e descarte dos resíduos, buscando ao mesmo tempo reduzir ao máximo os custos relacionados a estas operações e executá-las dentro dos padrões estabelecidos pelas agências estatais e pela sociedade, podendo até mesmo esta logística ser denominada como logística ambiental, verde, ecológica ou reversa. A figura 59 mostra este sistema de ação, utiliza-se dos princípio mostrado nas figuras 60. Figura 59 - Origens e destino de material retornado. 112 Figura 60 - Princípios utilizados pela logística em apoio a ecologia DESENVOLVIMENTO DE PROGRAMA PARA O APROVEITAMENTO E RECUPERAÇÃO DE REJEITOS DA INDUSTRIA METALÚRGICA : Dentro de uma visão absolutamente geral, pode-se dizer que, em qualquer atividade industrial, são empregados, insumos, principais e secundários e são gerados produtos, subprodutos e resíduops. Tanto ao primeiro, quanto ao segundo grupo, correspondem materias sólidos, líquidos, gasosos e energia. Obviamente, o(s) produtos(s), ou seja, o objetivo da empresa, é bem definido, não havendo, em princípio, fluidez nas interfaces que o caracterizam. Já, para todo os demais fatores de produção relacionados, a sua classificação vai depender, essencialmente, de easpectos técnicos e econômiucos. Especificamente, dentro de uma ótica de reciclagem, um resíduo deixa de sê-lo, na medida em que são desenvolvidas aplicações quer no âmbito interno, quanto externo à planta. Neste caso, ele passa a ser, respectivamente, um insumo ou um subproduto. Do ponto de vista ambiental, qualquer resíduo é, em maior ou menor extensão, um agressor no meio ambiente. 113 Assim, as alternativas perseguidas para solução do problema são, em ordem de preferência : - não geração - recilagem - disposição Sendo a não geração, em termos absolutos, uma impossibilidade teórica, sempre haverá, por maior que seja a eficiência do processo resíduos disponíveis. Isto torna a recilagem a opção a ser considerada, prioritariamnte. Em principio, a proposta de utilização é sempre uma hipótese a ser considerada, uma vez que, no mínimo potencialmente, os efluentes de planta são insumos passíveis de utilização, em alguma(s) atividade(s), industrial ou de outra natureza. Evidentemente, este fato, considerado isoladamente, não é suficiente para a reclassificação de um resíduo. Com efeito, como qualquer outro material, fonte de energia, etc., ele só será considerado um insumo ou produto, ou mais genericamente, um fator de produção, se da sua utilização advier um retorno econômico. Dentro de um enfoque essencialmente empresarial, então, a avaliação de um processo de reciclagem deverá ser conduzida segundo a mesma sistemática empregada para insumos e produtos convencionais onde há um entrelaçamento íntimo na abordagem dos aspectos técnicos e econômicos. Assim sendo um sistema reciclador deve estabelecer, de modo geral, as seguintes condições : - que haja disponibilidade de resíduo em quantidades compatíveis com a sua utilização - que o resíduo tenha propriedades úteis - que exista tecnologia para a reciclagem - que haja demanda para o produto gerado no sistema reciclador A estas condições poder-se-ia acrescentar a condição de ausência de propriedades deletérias à aplicação ou que, no balanço, as propriedades úteis compensem estas últimas. Finalmente, há de se considerara que o custo do produto gerado deverá ser compatível com os preços praticados com os produtos convencionais concorrentes, que se pretende substituir. 114 De acordo com este ponto de vista, é de pouco valor, se o processo é antieconômico ou se não há mercado para o produto. Nesta hipotese, a reciclagem em questão torna-se, pura e simplesmente, uma forma de disposição e, como tal, deverá ter seu custo comparado com as demais opções desta alternativa (incineração, deposição em aterros, etc.). Segundo esta filosofia, a reciclagem resulta em receita, enquanto a disposição se constitui em ônus. Resulta daí que uma alternativa de reciclagem só tem caráter duradouro se for economicamente atrativa. Benefícios Ambientais da Reciclagem de Resíduos Para um empreendimento ser tido como sustentável, quatro requisitos básicos, deverão ser considerados: - Ecologicamente correto; - Economicamente viável; - Socialmente justo; - Culturalmente aceito. No modelo atual de produção (Figura 61), os resíduos sempre são gerados, seja para bens de consumo duráveis ou não duráveis. Nesse processo, a produção utiliza de matérias-primas não renováveis de origem natural. Esse modelo, antigamente, não apresentava problemas em função da abundância de recursos naturais e menor quantidade de consumidores. 115 Figura 61 - Modelo de produção linear Com o advento de novas tecnologias, crescimento populacional, diversificação do consumo de bens e serviços, os resíduos se transformam em graves problemas urbanos. Estes se caracterizam por escassez de área de deposição causadas pela ocupação e valorização de áreas urbanas, altos custos sociais no gerenciamento de resíduos, problemas de saneamento público e contaminação ambiental. As indústrias devem tentar fechar o ciclo produtivo de maneira tal que minimize a saída de resíduos e a entrada de matéria-prima não renovável. Assim, um novo modelo de produção faz-se necessário, onde a utilização dos recursos empregados seja otimizada e a geração de resíduos reduzida a um mínimo, que possa ser reciclado. A Figura 62 apresenta uma adaptação do modelo de ciclo fechado que pode ser empregado na construção civil, pois o desafio embutido no conceito é imenso e a viabilidade desse modelo em toda a sua profundidade e todos os bens são necessários ao desenvolvimento da humanidade. 116 Figura 62 - Ciclo de produção fechado Desta forma, estes ciclos para a construção tentam aproximar a construção civil do conceito de desenvolvimento sustentável, entendido como um processo que leva às mudanças na exploração de recursos, na direção de investimentos, na orientação do desenvolvimento tecnológico e nas mudanças institucionais, com um propósito único, a harmonia e o entrelaçamento nas aspirações e necessidade humanas presentes e futuras. Conceito tal que envolve também mudanças culturais, educação ambiental e visão sistêmica . A reciclagem pode gerar inúmeros benefícios citados a seguir: - Redução no consumo de recursos naturais não renováveis, ao serem substituídos por resíduos; - Minimização do volume de resíduos pela reciclagem, e conseqüente redução de áreas de depósito; - Redução do consumo de energia durante o processo de produção; - Redução da poluição. Impactos da Reciclagem A própria reciclagem, como qualquer outra atividade humana, pode causar impactos ao meio ambiente, isto em função de algumas variáveis tais como o tipo de resíduo, a tecnologia empregada e a utilização proposta para o resíduo. 117 Desta forma, será necessário analisar os riscos que o processo de reutilização do resíduo pode acarretar verificando quais riscos ambientais precisam ser adequadamente gerenciados. A quantidade de energia e de materiais necessários ao processo de reutilização de um resíduo pode apresentar um grande impacto ambiental, uma vez que o processo de reutilização necessita de energia para transformar o resíduo ou tratá-lo de maneira a torná-lo apropriado à reinserção em uma nova cadeia produtiva. Além disso, a reutilização pode gerar novos resíduos, que nem sempre são tão ou mais simples que aqueles que os originaram, podendo ser mais agressivos ao homem e ao meio ambiente. Dependendo de sua periculosidade e complexidade estes rejeitos podem causar novos problemas, tais como a impossibilidade de serem reutilizados, falta de tecnologia para tratá-los, falta de locais para dispô-los, bem como o custo que isto ocasionaria. Desta forma, a escolha da adequada reutilização de um resíduo deve ser criteriosa, ponderando todas as alternativas possíveis com relação ao consumo de energia e matériaprima pelo processo de reciclagem escolhido, conforme Figura 63 a seguir: 118 Figura 63 - Esquema geral para seleção de alternativas para reciclagem Projeto do Programa Dentre os princípios ambientais adotados pelos países desenvolvidos da Comunidade Internacional, insere-se o de preservação dos recursos naturais, que privilegia a reciclagem dos resíduos gerados na indústria em detrimento de sua deposição em aterros controlados, desde que suas propriedades técnicas e ambientais sejam compatíveis com o campo de aplicação. Abaixo são vistos alguns destes exemplos : O processo siderúrgico é mostrado na figura 64 , a figura 65 mostra a visão ecologia desta produção , a figura 66 mostra a visão sustentável , a figura 67 mostra as emissões de gases, a figura 68 mostra os recicláveis gerados na produção do aço, a figura 69 mostra as escórias, as figura 70 e 71 mostra as questões energéticas do processo, a figura 72 mostra a reutilização das águas industriais, a figura 73 mostra o reaproveitamento de cavacos de usinagem. 119 Figura 64 - Entradas e saídas no processo siderúrgico Figura 65 - Visão Ecologica 120 Figura 66 - Visão de sustentabilidade Figura 67 - Emissões gasosas 121 Figura 68 - Materiais reutilizáveis Figura 69 - Resíduos sólidos e aplicações 122 Figura 70 - Ciclo energético na fusão do aço Fugura 71 - Reaproveitamento energético na fabricação de tubos de aço 123 Figura 72 - Recirculação da água no processo de produção de tubos de aço Figura 73 - Reaproveitamento de cavacos da usinagem dos tubos de aço 124 No Brasil, a Política Nacional do Meio Ambiente tem como um de seus objetivos, descrito em seu artigo 4º: A preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas à sua utilização racional e disponibilidade permanente, concorrendo para a manutenção do equilíbrio ecológico propício à vida1. Política de Resíduos Sólidos tem entre seus princípios: - A minimização dos resíduos por meio de incentivos às práticas ambientalmente adequadas de reutilização, reciclagem, redução e recuperação; - O reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável como um bem econômico, gerador de trabalho e renda. Embora haja o entendimento geral de que os resíduos abordados neste trabalho sejam coprodutos da produção do aço, em razão de seu valor econômico, a Norma ABNT NBR 10.004 define resíduos sólidos, independentemente de seu valor econômico, como resíduos sólidos e semi-sólidos que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Reciclagem ou recuperação de resíduos sólidos industriais é a transformação de resíduos em matéria-prima, gerando economias no processo industrial. E não só isso: reciclagem é o reaproveitamento do resíduo, com ou sem beneficiamento, como matéria-prima do mesmo processo de fabricação que o gerou, ao passo que recuperação é o reaproveitamento do resíduo, normalmente após beneficiamento, como matéria-prima de processos diversos do usado na sua fabricação. Enfatiza-se, desse modo, que a adoção de rotas de reciclagem e/ou recuperação de resíduos deve ser adotada tão somente quando atender as seguintes condições: 1. Viabilidade econômica, conferindo-se assim sustentabilidade à metodologia empregada. 2. Viabilidade técnica, considerando-se os recursos tecnológicos disponíveis. 3. Que a tecnologia a ser aplicada seja ambientalmente conveniente. 125 Co-produtos na fabricação de tubos , conforme sua origem: I - Usinas semi-integradas: - Escória de aciaria elétrica. - Escória de forno-panela. - Pó de aciaria elétrica. - Carepa do lingotamento contínuo - Carepa da laminação a quente II - Usinas integradas: - Escória de alto-forno - Pó de coletor de alto-forno - Lamas de alto-forno - Escória de aciaria LD - Escória de forno-panela - Lamas de aciaria LD - Carepa do lingotamento contínuo - Carepa da laminação a quente A figura 74 mostra o esquema do programa de para uma produção verde de tubos de aço . Como gerenciar : Um gerenciamento de resíduos deve começar com um levantamento de todas as entradas e saídas do processo produtivo: • Preencher com fidelidade um inventário de todos os resíduos gerados pelo processo e em todo o ambiente empresarial. • Criar procedimentos para coleta, tratamento, armazenamento e transporte de resíduos dentro da empresa. • Definir bem a destinação a ser dada a cada tipo de resíduo. 126 Figura 74 - Programa de produção de tubos de aço de forma ecologica A gestão de resíduos industriais deve obedecer a uma seqüência de ações, partindo das prioridades: Eliminação ou Redução da Geração na Fonte, e passando pela Reciclagem e Tratamento até chegar na opção da Disposição, que teria menor prioridade. È a chamada Hierarquia de Gestão de Resíduos. É de estrema importância procurar maneiras de agregar valor aos resíduos gerados vendendo para outras indústrias para novas aplicações. 127 Objetivos Específicos _ Desenvolver metodologias focadas na não geração de resíduos _ Segregar o máximo possível os resíduos e/ou efluentes gerados _ Utilizar sempre que viável os 3 R’s (Reuso, Reaproveitamento e Reciclagem) Identificação de Possibilidades _ Identificar e quantificar todos os resíduos (diretos e indiretos) nos processos industriais. _ Avaliar as condições de reaproveitamento, reuso ou reciclagem para cada um deles. _ Buscar sempre que possível a destinação final para os resíduos gerados _ Objetivar a eliminação de passivos ambientais e o término da co-responsabilidade sobre os resíduos gerados Processos de Reciclagem Cada tipo de resíduo exige uma condição específica para sua reciclagem. A solução ideal, perfeita, é a união entre a melhor tecnologia disponível, aliada à um custo compatível, buscando a sustentabilidade e o atendimento a todos os requisitos legais que são exigidos. Deste modo o objetivo da logística passa a ser a condição mostrada na figura 75. Figura 75 - Objetivo das empresas metalúrgicas e siderúrgicas 128 A figura 76 mostra a seqüência das atividades desenvolvidas para o aproveitamento dos reutilizáveis. Figura 76 - Atividades para o manejo de resíduos executadas pela logística Controle e levantamento quantitativo e qualitativo do material A figura 77 mostra a seqüência das atividades desenvolvidas para o aproveitamento dos subprodutos. Figura 77 - Aproveitamento de subprodutos 129 Quantitativo Deve ser estudada a geração de material em função do produto principal. As quantidades deverão ser analisadas, fixando-se um índice de geração dos rejeitos, sendo: QR = X% Qp QR = quantidade de rejeito Qp = quantidade de produto A unidade a ser considerada nos quantitativos acima será fixada de maneira compatível com a unidade utilizada no ciclo normal da produção. A análise deste dado deverá ser inicialmente efetuada tomando-se como ponto de partida as gerações diárias para então definir a geração mensal do resíoduo, determinante fundamental para as etapas seguintes. Qualitativo Qualificar o rejeito/resíduo, significa levantar através de análises químico-físicas e mecânicas os elementos componentes do material e suas características. Na Figura 78, é apresentado, de forma resumida, um esquema da classificação dos resíduos sólidos segundo a fonte geradora. Figura 78 - Esquema da classificação dos resíduos sólidos 130 Embora este levantamento deva ser executado independentemente do fator utilização, isto é, sem fixar empiricamente uma direção aplicativa a este material, os parâmetros básicos e índices posteriores não deverão ser muito distantes das realidades já conhecidas. Assim, nesta fase se determinará as características reais do rejeito/resíduo, qualificando-o e definindo suas propriedades. Classificação dos resíduos Quanto às características físicas: Seco Molhado Quanto à composição química: Orgânico Inorgânico Os resíduos podem ser classificados de acordo com a sua origem: • Resíduos domésticos: são aqueles produzidos pelas pessoas em suas residências, são constituídos de restos de alimentos, embalagens, papéis, plásticos etc. • Resíduos comerciais: são aqueles gerados pelo setor terciário e são compostos especialmente por papéis, papelões e plásticos. • Resíduos das áreas de saúde: são provenientes de hospitais, farmácias, postos de saúde e casas veterinárias. Compostos principalmente por seringas, vidros de remédios, algodão, gaze, órgãos humanos etc. • Resíduos industriais: são aqueles que se originam das atividades do setor industrial, como restos de metais, de madeiras, de tecidos, de produtos químicos e outros. Seu potencial poluidor é variável, dependendo grandemente da sua composição. Os metais pesados são muito usados na indústria e estão em vários produtos. Apresentamos no Quadro III os principais metais usados, suas fontes e riscos à saúde 131 Quadro III - Principais metais usados na industria, suas fontes e riscos a saúde De acordo com a norma NBR 10004 – “Resíduos Sólidos – Classificação”, os resíduos podem ser classificados quanto aos riscos potenciais ao meio ambiente, indicando quais devem ter manuseio e destinação mais rigidamente controlados: 132 Resíduos Sólidos - “São aqueles que se encontram nos estados sólidos ou semi-sólidos resultantes de atividades de origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição.” Os mesmos podem vir a ser enquadrados como: Classe I – resíduos sólidos perigosos Classe II – resíduos sólidos não perigosos IIA – não inertes IIB – inertes É sabido, então, que semi-sólidos também são sólidos, isto é, lodos provenientes de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cuja particularidade torne inviável o seu lançamento na rede coletora de esgotos ou corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnicas economicamente inviáveis em face de melhor tecnologia disponível. O fluxograma da Figura 79 apresenta a metodologia a ser adotada na caracterização e classificação de resíduos. A pergunta que se faz é: “Como enquadrar meu resíduo numa destas classes?” Pode-se dividir este processo em oito etapas, tendo sempre a NBR 10.004 (ABNT/2004) como referencial. Primeira etapa: identificar a origem, características, composição, matérias-primas e/ou produtos elaborados que deram origem ao material: – se sim: vá à etapa seguinte. – se não: leia a sexta etapa. Segunda etapa: é um resíduo gerado em uma operação unitária conhecida e comum a várias atividades industriais? - se sim: consultar a listagem no Anexo A. Se o resíduo estiver listado, será classe I (identificar porque o mesmo é perigoso). Vá à oitava etapa. Terceira etapa: é um resíduo gerado em um processo conhecido de uma atividade industrial? - se sim: consultar a listagem no Anexo B. Se o resíduo estiver listado, será classe I 133 (identificar porque o mesmo é perigoso). Vá à oitava etapa. Se o resíduo não estiver listado vá à sexta etapa. - se não: vá à etapa seguinte. Figura 79 - Fluxograma para caracterização e classificação de resíduos Quarta etapa: é um resíduo composto por restos de embalagem, restos de derramamento, produtos fora de especificações ou vencidos com princípio ativo ou componentes conhecidos? - se sim: consultar a listagem de substâncias dos Anexos D e E. Se o resíduo estiver listado, será classe I. Vá à oitava etapa. Se o resíduo não estiver listado vá à sexta etapa. - se não: vá à etapa seguinte. Quinta etapa: é um resíduo de origem conhecida para o qual a listagem de matérias-primas e produtos é disponível e que não foi enquadrado na segunda, terceira ou quarta etapa? - se sim: 134 consultar a listagem no Anexo C. Se o resíduo estiver listado, vá à sexta etapa. Se o resíduo não estiver listado, vá à sétima etapa. - se não: vá à etapa seguinte. Sexta etapa: é um resíduo de origem desconhecida ou não classificado pelos passos anteriores? Testar quanto às características de periculosidade. 1 - Corrosividade: resíduo líquido (ou sólido dissolvido em água na relação 1:1) que apresente um pH < 2 ou pH > 12,5 conforme descrito no item 4.2.1.2 da NBR 10004:2004; 2 - Inflamabilidade: resíduo líquido com ponto de fulgor menor que 60°C, exceto solução aquosa com menos de 24% de álcool, conforme item 4.2.1.1 da NBR 10004:2004; 3 - Reatividade: resíduo normalmente instável, que reage violentamente com água, conforme item 4.2.1.3 da NBR 10004:2004; 4 - Patogenicidade: resíduos que contenham microorganismos ou que suas toxinas sejam capazes de produzir doenças, conforme item 4.2.1.5 da NBR 10004:2004; 5 – Toxicidade: resíduo que apresente no extrato lixiviado contaminantes em concentrações superiores aos valores constantes no Anexo F e possuir uma ou mais substâncias constantes no Anexo C, como também apresentar toxicidade, conforme item 4.2.1.4 da NBR 10004:2004. Sétima etapa: o resíduo não foi considerado em nenhum passo anterior? Testar quanto às características de solubilidade.  Se o extrato solubilizado apresentar ao menos uma substância em concentração superior àquelas do Anexo G, será um resíduo classe IIA;  Se o extrato solubilizado não apresentar nenhuma substância em concentração superior àquelas do Anexo G, será um resíduo classe IIB; Oitava etapa: elaborar laudo de classificação do resíduo conforme item 4.1 da Norma ABNT NBR 10004:2004.  O laudo de classificação pode ser baseado exclusivamente na identificação do processo produtivo, quando do enquadramento do resíduo nas listagens A ou B.  Deve constar no laudo de classificação a indicação da origem do resíduo, descrição do processo de segregação e descrição do critério adotado na escolha dos parâmetros 135 analisados, quando for o caso, incluindo os laudos de análises laboratoriais.  Os laudos devem ser elaborados por responsáveis técnicos habilitados. Portanto segundo a Norma ABNT NBR 10004 , a definição para resíduos sólidos é: Resíduos nos estados sólidos e semisólidos, que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível. Dimensionamento - Aplicações A figura 80 mostra a metodologia para a utilização de um rejeito/resíduo Figura 80 - Utilização de rejeito/resíduo 136 Após o levantamento dos quantitativos e a perfeita caracterização do rejeito/resíduo segue-se a fase da aplicação ou seja, os campos e maneiras viáveis de aproveitamento e/ou reaproveitamento. Nesta fase, aliado aos fatores ecológicos e de meio-ambiente determina-se o custo-benefício decorrente da manipulação e o modus-operantis necessário para viabilizar a utilização e/ou a reutilização do rejeito/resíduo. Significa nesta fase, levantar os elementos que irão determinar os custos relativos as necessidades de equiopamentos, mão-de-obra, etc. dirigindo-se aos benefícios que serão obtidos no processo. Os benefícios serão fixados, levando-se em onsideração toda uma gama de necessidades específicas para cada caso, permitindo inclusive considerar aspectos de comercialização externa deste rejeito/resíduo. Tratamento dos resíduos sólidos Basicamente, existem quatro maneiras de eliminar os resíduos industriais, dependendo do tipo de resíduo gerado a escolha do fim que pode ser dado a ele. Os resíduos sólidos podem ser aterrados em aterros industriais, incinerados, reciclados ou reutilizados. • Aterro industrial: o aterro é uma forma de disposição de resíduos no solo que, fundamentada em critérios de engenharia e normas operacionais específicas, garante um confinamento seguro em termos de poluição ambiental e proteção à saúde pública. Sua construção deve evitar exalação de odores, fumaças, gases tóxicos, poluição das águas superficiais e subterrâneas e poluição do solo. • Incineração: a incineração é um processo tecnológico que emprega a decomposição térmica, através de oxidação em altas temperaturas, para destruir a fração orgânica de um resíduo ou reduzir seu volume. Quaisquer resíduos que contenham uma fração orgânica perigosa são candidatos à incineração. A incineração de solos contaminados por vazamentos de produtos perigosos é bastante comum. • Reciclagem: é a utilização de resíduos de determinados materiais na fabricação de produtos novos. Os resíduos geralmente são tratados quimicamente e reprocessados, garantindo níveis satisfatórios de qualidade. 137 • Reutilização: é a utilização de resíduos como parte da matéria-prima para fabricação de outros produtos. A principal diferença quanto à reciclagem é que os resíduos reutilizados não sofrem nenhum tipo de tratamento especial, sendo aproveitados na situação em que saíram dos processos produtivos onde foram gerados. Um grande exemplo de resíduo reutilizado é a escória de alto-forno, que serve como uma fração da matéria-prima para fabricação de cimento. Destinação dos resíduos Segundo diretrizes técnicas das normas da série ISO 14000, a destinação dos resíduos deve seguir a seguinte seqüência de prioridades: - Redução da geração; - Reutilização; - Reciclagem; - Tratamento térmico destrutivo em incineradores; - Disposição final em aterros para resíduos classes I, II e III - Venda - Recuperação - Beneficiamento Separação e processamento de resíduos Finalidade do processamento : • Modificar as características físicas dos resíduos de tal forma que os componentes possam ser removidos mais facilmente. • Remover componentes específicos e contaminantes do fluxo de resíduos. • Processar e preparar os materiais separados para o uso subsequente Operações unitárias para separação e processamento : • Redução de tamanho • Separação por tamanho • Separação por densidade • Separação magnética • Adensamento 138 • Manuseio, movimentação e armazenamento Resultados Esperados - Recuperação de metais (ferro e elementos de liga, especialmente) com alto valor agregado - Geração de novos produtos com o objetivo de serem re-utilizados pela indústria - Implementação de um ciclo sustentável virtuoso - Não geração de passivos ambientais e como consequência, - Evitar a poluição , através da contaminação dos solos, água e ar. - Preservar os recursos naturais não renováveis Implementação Gerenciamento de resíduos sólidos pode ser definido com as etapas associadas ao controle da geração, armazenamento, coleta, transferência e transporte, processamento e disposição, dos mesmos. Essas etapas devem estar de acordo com os melhores princípios de saúde publica, de economia, de engenharia, de conservação, de ética e outras considerações ambientais, e que também venha ao encontro das atividades publicas. A Figura 81 mostra a questão atual dos resíduos. A Figura 82 ilustra as etapas envolvidas no gerenciamento de resíduos sólidos. Figura 81 - Visão atual da questão resíduos 139 Figura 82 - Etapas envolvidas no gerenciamento de resíduos Um resíduo não é, por princípio, algo nocivo. Muitos resíduos podem ser transformados em subprodutos ou em matérias-primas para outras linhas de produção. A manipulação correta de um resíduo tem grande importância para o controle do risco que ele representa, pois um resíduo relativamente inofensivo, em mãos inexperientes, pode transformar-se em um risco ambiental bem mais grave. Abaixo, temos um fluxograma (Figura: 83) de gestão de resíduos. Figura 83 - Fluxograma da Gestão Global de Resíduos 140 Abaixo na Figura 84, temos o fluxo para o reaproveitamento de resíduos. Figura 84 - Fluxo geral de aproveitamento de resíduos 141 Abaixo na Figura 85 , temos o fluxo para o reaproveitamento de resíduos industriais. Figura 85 - Fluxo para o aproveitamento de resíduos industriais A Figura 86 mostra um modelo de gerenciamento ambiental, onde visa a priorizar as ações de prevenção a poluição, no contexto da minimização de resíduos e /ou poluentes. A metodologia proposta esta baseada numa serie de etapas de decisão que devera ser aplicada seqüencialmente, em ordem decrescente de interesse. A primeira etapa – a mais favorável, ou 142 a melhor ação – é a prevenção da geração de resíduos, por meio da adoção de tecnologias, ferramentas adequadas. A ultima – a etapa menos favorável – a disposição do resíduo em aterros industriais. A Figura 87 apresenta o fluxograma das etapas de decisão para o gerenciamento de resíduos sólidos industriais. Figura 86 - Modelo do gerenciamento ambiental de resíduos 143 Figura 87 - Fluxograma das etapas de decisão para o gerenciamento de resíduos industriais 144 Todo processo industrial está caracterizado pelo uso de insumos (matérias-prima, água, energia, etc) que, submetidos a uma transformação, dão lugar a produtos, subprodutos e resíduos. A soma das ações de controle, envolvendo a geração, manipulação, transporte, tratamento e disposição final, traduz-se nos seguintes benefícios principais: minimização dos riscos de acidentes pela manipulação de resíduos perigosos; disposição de resíduos em sistemas apropriados; promoção de controle eficiente do sistema de transporte de resíduos perigosos; proteção à saúde da população em relação aos riscos potenciais oriundos da manipulação, tratamento e disposição final inadequada. intensificação do reaproveitamento de resíduos industriais; proteção dos recursos não renováveis, bem como o adiamento do esgotamento de matériasprimas; diminuição da quantidade de resíduos e dos elevados e crescentes custos de sua destinação final; minimização dos impactos adversos, provocados pelos resíduos no meio ambiente, protegendo o solo, o ar e as coleções hídricas superficiais e subterrâneas de contaminação. 145 ANÁLISE CRITICA As transformações ocorridas nos últimos anos, nos aspectos mercadológicos, econômicos e sociais, levaram a mudanças no comportamento do consumidor, que se tornou mais exigente quanto à qualidade dos bens e serviços que adquire. De um lado, os consumidores esperam uma variedade e qualidade maior de produtos, sem aumentar os preços. De outro lado, estão as pressões da concorrência para aumentar sua fatia de mercado, exigindo redução dos custos para assegurar a continuidade da empresa no mercado. Com o aumento da competição entre as empresas nos diferentes setores de atuação, torna-se cada vez mais relevante a utilização de instrumentos gerenciais que possam auxiliar na tomada decisão dos gestores. A logística pode ser entendida como uma forma de aumentar o grau de eficiência empresarial, uma vez que, através da integração entre fabricante, fornecedor e consumidor final, o processo se torna mais ágil, seguro e competitivo. Desse modo, a logística pode ser concebida como uma atividade de suporte em todos os campos, para incrementar e solidificar o resultado dos negócios das empresas. Nos primórdios da civilização, o homem considerado por nós pré-histórico mantinha um convívio harmônioso com o meio ambiente, vivendo da caça e da pesca e da coleta de frutos e raízes. Com a utilização do fogo, da agricultura, com o advento da máquina e finalmente com a era nuclear e da eletrônica e informática, o homen rompeu definitivamente o equilibrio natural que existia com o meio ambiente e com isso passou a ameaçar a si, as seus descendentes e às diversas espécies da fauna e da flora que se constituem na biodiversidade a um futuro incerto e até improvável. A humanidade não consegue mais viver sem que seu desenvolvimento provoque um alto custo ecológico. O aumento populacional exige maior incremento na produção industrial, produção agrícola e prestação de serviços. A tentativa de atender a essa demanda faz com que a sociedade 146 transforme cada vez mais matérias-primas em produtos acabados, gerando maiores quantidades de sobras, as quais dispostas inadequadamente podem comprometer o meio ambiente, afetando com isso toda a humanidade. O processo industrial moderno e a vida, principalmente nas grandes metrópoles, geram cada vez mais efeitos deletérios para a qualidade de vida e se constituem numa ameaça permanente ao bem estar das diversas comunidades, sempre de uma forma crescente e irreversível. Esforços devem ser feitos por todos, no sentido de minimizar os efeitos dessa degradação que nos parece ser mundial. Com a pesquisa tecnológica e com vontade permanente poderemos encontrar soluções para os problemas gerados pelo progresso industrial, quais poderão se transformar em oportunidades de negócio, com a conseqüentes repercussão positiva no meio ambiente. Podemos definir industria siderúrgica como uma grande produtora de resíduos que também produz aço, ferro gusa, chapas metálicas e outros produtos, isso evidentemente em termos ecológicos. As industrias siderúrgicas são consideradas de uma forma geral como empresas que produzem grandes efeitos nocivos ao meio ambiente, principalmente pela grande geração de substâncias poluentes. A estratégia de encontrar soluções sustentáveis para enfrentar o impacto ambiental provocado pela siderurgia brasileira está proporcionando o surgimento cada vez mais intenso nas usinas de projetos inovadores voltados ao reaproveitamento de resíduos sólidos, pós, efluentes líquidos e gasosos, produzindo receitas não operacionais significativas e ganhos de eficiência. Conceitos de harmonização entre a produção de bens e serviços e a preservação dos recursos naturais, assim como o bem-estar coletivo. “Esta sustentabilidade só é possível se todos os setores deixarem de lado seus interesses específicos e passarem a apensar no bem comum”. Sustentabilidade significa viabilidade futura. Por isso, suas ações buscam contribuir para a construção de uma base econômica estruturada e segura para a sociedade. Com fábricas e 147 processos de produção seguros para seus colaboradores, vizinhos, e para o meio ambiente, a empresa comercializa produtos e tecnologias que respeitam os princípios de desenvolvimento sustentável. Para ser competitivo e buscar um nível de diferenciação no mercado globalizado, é necessário uma performance ambiental positiva que permita que a sustentabilidade faça parte de seu diaa-dia. A empresa que não acompanhar a dinâmica das necessidades do consumidor e da tecnologia, através da aplicação de um sistema logístico, que busca garantir a confiabilidade dos produtos e processos, e atender às expectativas do cliente, tem grandes probabilidades de ser excluída do mercado por seus concorrentes Cada vez mais se trona imperativo a conscientização de toda a sociedade no sentido de se encontera soluções para o aproveitamento dos rejeitos gerados nos mais diversos setores industriais de nossa economia. Muito embora, esforços isolados venham sendo desenvolvidos com este intuito, há ainda um caminho bastante longo a percorrer até que de uma maneira definitiva nosso país possa aliar toda sua tecnologia avançada ao interesse comum e maior, qual seja o da sua própria sobrevivência. Reciclando, reaproveitando, gerando impulsosos positivos à economia preserva-se a ecologia e o meio ambiente, fatores primordiais para qualquer nação responsável e desenvolvida. A logística constitui-se, hoje, numa das principais fontes de vantagem competitiva sustentável para as organizações produtivas. Trabalhos nacionais e internacionais têm constatado a importância dessa nova visão gerencial baseada na integração de processos internos e externos à organização produtiva e na sua agilidade no gerenciamento de mudanças. 148 COMENTÁRIOS FINAIS O setor de petróleo e gás natural tem importância estratégica em âmbito mundial. Essa importância se traduz, em termos econômicos, em uma participação relevante na produção econômica mundial atual, como principal insumo energético para praticamente todos os demais setores e, também, como matéria-prima para a indústria petroquímica, com derivações diversas, na química fina e farmacêutica, novos materiais, entre outras áreas Trata-se de uma indústria dinâmica, especialmente nos países como o Brasil, onde as reservas concentram-se em águas ultra-profundas, o que demanda constante investimento em novas tecnologias de produtos (bens e serviços). O setor é intensivo em capital, sendo abastecido por cadeias de fornecimento diversas e não exclusivas, oportunizando, em muitos casos, que as inovações demandadas transbordem para outros setores da economia, tanto com respeito às tecnologias de materiais, de produtos e de processos de fabricação como também em relação à inovações na organização do trabalho, na gestão do conhecimento e da inovação, novos modelos de negócio, melhorias na articulação dos atores dos processos de inovação entre si e destes em relação aos elementos institucionais determinantes da competitividade das empresas; A indústria de Petróleo no Brasil vêm atravessando uma fase de grandes desafios e grandes avanços tecnológicos, criando um ambiente rico em oportunidades para empresas empreendedoras, que invistam em desenvolvimento de produtos e serviços. A abertura do setor e a legislação atual trazem também uma nova dinâmica ao setor, colocando as empresas nacionais em concorrência direta com as de outros países. Parte-se do pressuposto de que as inovações, que por definição são outputs de processos com resultado econômico, são promotoras da competitividade da firma. Significa que, com base nas referências teóricas apresentadas neste trabalho, assume-se que a diferenciação em produtos e processos (resultados de processos de inovação) é uma estratégia competitiva robusta. Inovação tecnológica é definida pela implementação de produtos (bens ou serviços) e ou processos tecnologicamente novos ou substancialmente aprimorados. Um produto/processo 149 tecnologicamente novo é um produto/processo cujas características fundamentais (especificações técnicas, usos pretendidos, software ou outro componente imaterial incorporado) diferem significativamente de todos os produtos previamente produzidos pela empresa. Atualmente, devido ao desenvolvimento tecnológico, mudanças de padrões de comportamento dos consumidores, maior exigência de diferenciação dos produtos e serviços e também pelo avanço de conceitos e legislações ambientais, entre outros, as empresas são impelidas a reverem, fortemente, seus processos produtivos e de negócios A globalização trouxe consigo mudanças radicais na maneira de interação entre as empresas e o mercado. A questão ambiental passa a ter, portanto, importância fundamental nos processos de produção, comercialização e consumo, alterando substancialmente as vantagens competitivas de vários segmentos econômicos em todos os países. Assim sendo, verifica-se que o segmento de petróleo e gás que é apoiado pelo setor metal – mecânico e siderúrgico passa pelo desafio de crescer de modo competitivo e sustentável, adequando-se aos novos padrões de produção e comercialização na tentativa de conquistar e manter um maior espaço no mercado global competitivo. Competir é preciso e, portanto, uma realidade que não se pode mais ignorar. Assim, todas as organizações buscam diferenciar-se de seus concorrentes para conquistar e manter clientes. Só que isto está se tornando cada vez mais difícil. O aumento da arena competitiva, representado pelas possibilidades de consumo e produção globalizadas, a necessidade de que se façam lançamentos mais freqüentes de novos produtos, os quais, em geral, terão ciclos de vida curtos, e a mudança no perfil dos clientes, cada vez mais bem informados e exigentes, forçam as empresas e serem criativas, ágeis e flexíveis, mas também a aumentar a sua qualidade e confiabilidade. Sem dúvida, tarefas que estão desafiando os executivos em todo o mundo e exigindo maiores esforços. O processo de desenvolvimento de produtos aumenta, a cada dia, sua importância em contribuir para o sucesso das organizações, cada vez mais o mercado tem imposto aos produtos requisições de características que vêm se desenvolvendo e se atualizando de forma muito rápida. 150 O aumento significativo da qualidade dos produtos tem sido fator crucial para a distinção entre as melhores empresas e o resto das indústrias. Uma parcela crescente das indústrias vem perseguindo o objetivo de oferecer aos clientes produtos “de classe mundial”, para competir internacionalmente. A necessidade de competitividade de tais produtos pode ser desdobrada nas necessidades industriais de segurança, redução do tempo de interrupção de produção, aumento da qualidade e redução do custo dos produtos como também no impacto que sua produção e descarte causa ao meio ambiente. Como resultado das tentativas de atender às demandas mencionadas, não somente a prática industrial, mas, também, a pesquisa na área de desenvolvimento de produto vem recebendo atenção crescente O desenvolvimento de produtos é a transformação de uma oportunidade de mercado em produto disponível para a venda. Desenvolvimento de produtos e processos, é de importância especial para as empresas industriais, pois para atender às constantes mudanças das preferências dos clientes, para antecipar os lançamentos dos concorrentes e/ou responder a eles, para aproveitar as oportunidades tecnológicas e para conquistar uma maior participação no mercado, uma opção estratégica é investir no desenvolvimento de novos produtos O desenvolvimento de produto pode ser visto como um processo de solução de problemas, que são traduzidos em necessidades. Problemas são barreiras que se interpõem entre um estado inicial indesejado e um estado final desejado. Soluções são o resultado do processo de travessia ou contorno das barreiras ou problemas. A solução criativa de problemas é um dos fatores essenciais para a inovação e conseqüente sobrevivência das organizações que desenvolvem produtos Atualmente os produtos não devem apenas atender aos requisitos de projeto ou qualidade mas também a questões de apelo ecológico. A indústria metalúrgica na fabricação de tubos de aço, em sua essência, produz também vários tipos de resíduos e efluentes, e muitos desses são contaminantes para o meio ambiente, principalmente devido à sua concentração. 151 De modo geral, os resíduos resultam de atividades industriais ou de sistemas de tratamento de diversas origens, podendo apresentar-se nas formas sólida, semi-sólida, líquida ou gasosa. Em função de suas características específicas, podem apresentar risco efetivo ou potencial à saúde humana, ou gerar impactos aos meios físico, biótico e sócio-econômico, exigindo cuidados especiais quanto ao manuseio, acondicionamento, coleta, transporte e disposição final. Tal disposição depende do grau de periculosidade do resíduo, podendo acontecer em aterros convencionais, para os resíduos inertes, e em aterros especiais, para os não-inertes e/ou perigosos. O elevado volume de resíduos gerados na siderurgia faz com que esse tipo de atividade industrial se mantenha em permanente busca de destinos e, como meta, uma agressão ambiental menor com pouco dispêndio de recursos. Entre os destinos dados aos resíduos siderúrgicos estão à reciclagem; a venda, pavimentação, uso agrícola e o menos interessante, a disposição em aterros. A geração de resíduos tem aumentado em quantidade e diversidade nas últimas décadas em todo o mundo, em decorrência da explosão demográfica e do crescimento econômico. Também por estas mesmas razões têm surgido limitações em termos energéticos, de matériasprimas e do espaço para deposição final de resíduos Dessa forma, um resíduo sem utilidade para uma determinada indústria poderia servir como matéria prima para outra atividade industrial. Os resíduos industriais constituem um problema ambiental e o seu gerenciamento deve ser conduzido de forma adequada, seja pela sua disposição final ou pela reciclagem. Desde os tempos mais remotos, o ser humano sempre buscou uma relação de domínio sobre a natureza com base na sua criatividade, visando garantir a sua existência em um ambiente hostil, o que propiciou descobertas que facilitaram diferentes formas de dominação sobre os demais seres vivos, considerada como início da degradação da natureza. O resultado foi o aumento da concorrência em todos os setores industriais por meio do avanço tecnológico e a necessidade de se prestar serviços cada vez melhores para atender às exigências dos consumidores, o que trouxe discussões a respeito de como situar uma empresa 152 num ambiente altamente ativo e competitivo. Portanto, resultando na aceleração do tempo de giro na produção o que aumentou o consumo, transformando-se em um mundo de instantaneidade e descartabilidade, o que tem sido perverso para o planeta e seus habitantes. As transformações no cenário econômico brasileiro e mundial nos últimos anos vêm causando grandes e profundas alterações no ambiente das organizações. As constantes fusões, aquisições, alianças estratégicas, determinaram ambientes altamente competitivos, com consumidores cada vez mais exigentes. Há a necessidade de reformular conceitos e agregar valor ao produto para que se tenha condições de competir e satisfazer as necessidades dos clientes. Para que a organização sobreviva e tenha condições de superar a concorrência, é fundamental o uso de estratégias diferenciadas. Nesse sentido, a logística ganha um novo enfoque e está assumindo posição de destaque nas estratégias competitivas das organizações preocupadas em garantir sua posição no mercado . Partindo do pressuposto de que não se pode em hipótese alguma ignorar a necessidade de competição, todas as organizações buscam diferenciar-se de seus concorrentes para conquistar e manter clientes, principalmente após o advento da globalização e da mudança no perfil dos clientes, cada vez mais bem informados e exigentes. Esta situação força as organizações a serem criativas, ágeis e flexíveis, enfatizando a qualidade e confiabilidade. As teorias sobre obtenção de vantagem competitiva definem que esta deveria ser o mais duradoura possível e tornar-se muito perceptível aos olhos dos clientes, colocando a organização em posição de destaque perante a concorrência. O ponto comum dessas abordagens consiste em produzir a um baixo custo, agregar mais valor, atender de maneira mais efetiva às necessidades de determinado nicho de mercado. A logística deve ser aplicada para obtenção de vantagem competitiva, através da disponibilização do produto certo, na quantidade certa, no local certo, no momento certo, nas condições adequadas para o cliente certo a preço justo, preservando o meio ambiente, atingindo assim a eficiência e eficácia do processo. 153 A preocupação com a questão ambiental é ética e econômica. Dela depende a permanência da empresa no mercado. Com o crescimento da competitividade dos mercados e o surgimento das discussões em torno das preocupações ambientais surge a Logística Reversa como uma possibilidade de agregação de valor econômico, ecológico e legal para as organizações através de estratégias voltadas para a redução de custos e melhoria de imagem da marca. A logística reversa é o processo de planejamento, implementação e controle do fluxo de produtos acabados e as respectivas informações, desde o ponto de consumo até sua origem, com a finalidade de recapturar valor ou ajustar o seu destino A Logística reversa é instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada. As empresas estão tomando um comportamento ambiental ativo, transformando uma postura passiva em oportunidades de negócios, segundo Lora (2000). O meio ambiente deixa de ser um aspecto para atender as obrigações legais e passa a ser uma fonte adicional de eficiência. No atual cenário econômico, muitas empresas procuram se tornar competitivas, nas questões de redução de custos, minimizando o impacto ambiental e agindo com responsabilidade. E descobriram que controlar a geração e destinação de seus resíduos é uma forma a mais de economizar e que possibilita a conquista do reconhecimento pela sociedade e o meio ambiente, pois não se trata apenas da produção de produtos, mas a preocupação com a sua destinação final após o uso. Isso significa que, para ter sucesso, uma organização deve oferecer um produto com maior valor perceptível pelo cliente, ou produzir com custos menores, ou, ainda, utilizar a combinação das duas estratégias. Assim, a logística tem se posicionado como uma ferramenta para o gerenciamento empresarial pela sua contribuição na obtenção de vantagens econômicas, sem, contudo, desconsiderar os aspectos ambientais. Porque a legislação que atribui maior responsabilidade 154 ao produtor fica cada vez mais popular em todo o mundo, isto é, repassa ao fabricante a responsabilidade sobre o seu produto desde a fabricação até o final da vida útil. A logística reversa é um termo bastante genérico e significa em seu sentido mais amplo, todas as operações relacionadas com a reutilização de produtos e materiais, englobando todas as atividades logísticas de coletar, desmontar e processar produtos e/ou materiais e peças usadas a fim de assegurar uma recuperação sustentável. Em termos práticos a logística reversa tem como objetivo principal reduzir a poluição do meio ambiente e os desperdícios de insumos, assim como a reutilização e reciclagem de produtos. A reintegração dos resíduos nos processos produtivos permite um desenvolvimento mais sustentável, reduzindo o risco para as gerações futuras. Portanto, a logística torna-se uma ferramenta estratégica de vantagem competitiva para obtenção de um produto tubular sustentável e pode ser vista como um novo paradigma na cadeia produtiva do aço e de diversos setores econômicos, pelo fato de reduzir a exploração de recursos naturais na medida em que recupera materiais para serem retornados aos ciclos produtivos e também por reduzirem o volume de poluição constituída por materiais descartados no meio ambiente 155 CONCLUSÃO O petróleo é uma fonte de energia primária, em geral de baixa substituibilidade no curto prazo, apresentando seus derivados demandas de curto e médio prazo pouco elásticas a variações nos preços (ou seja, variações percentuais nos preços implicam em variações comparativamente muito menores nas quantidades demandadas). Devido a esta baixa substitutabilidade, a demanda por derivados de petróleo (e por conseguinte do próprio petróleo) tem que ser realizada no curto prazo para que não haja a redução do nível de atividade econômica deste espaço, quase que independentemente do nível corrente de preços do petróleo. Essas características e a amplitude do consumo de seus derivados (combustível automotivo, geração elétrica, calefação, etc.) fazem do petróleo uma fonte energética fundamental para a economia de todos os países. Como indústria de energia, de características infra-estruturais, a indústria de petróleo gera bens que são insumos de difícil substituição na matriz produtiva de qualquer país, sendo estes insumos bases do modo de produção e consumo e mesmo da cultura da sociedade moderna. A disponibilidade de petróleo e seus derivados e seus níveis de preços têm grande importância para a determinação do nível de crescimento econômico e do nível de preços das economias nacionais, pois energia e transporte são insumos necessários para produção de quaisquer bens ou serviços. A indústria de petróleo está assim na formação e sustentação dos alicerces da economia industrial moderna, e seu modus operandi, e, por conseguinte do modus vivendi do homem moderno. A evolução de setores industriais inteiros, como as indústrias química, automobilística e de construção naval, é ligada umbilicalmente à indústria de petróleo. Os componentes de intensidade de capital e de padrão tecnológico na indústria de petróleo são extremamente relevantes, de modo que a indústria foi responsável pelo desenvolvimento de toda uma indústria diferenciada em seu bojo: a indústria para-petrolífera. Ademais, o fato de a indústria de petróleo depender de uma longa cadeia produtiva (da prospecção até a revenda a varejo e consumo final dos derivados, passando pelo desenvolvimento das jazidas, produção, transporte, refino e distribuição a atacado) conduziu 156 historicamente a uma tendência pela busca constante de integração vertical entre os diferentes ramos da cadeia, e também de integração horizontal, gerando pesados investimentos neste setor. Esses investimentos envolvem produtos de alto valor agregado, com alto padrão tecnológico, representando uma oportunidade sem precedentes para as empresas nacionais fornecedoras, de várias cadeias produtivas, haja vista a diversidade de itens demandados. Nesse contexto há uma série de necessidades (e oportunidades) de desenvolvimento de produtos e processos novos para o mercado mundial. O ambiente de concorrência global no qual estão inseridas empresas brasileiras da indústria em geral, e em especial aquelas que são fornecedoras da indústria de Petróleo e Gás Natural, sugere a necessidade de esforços tecnológico em relação a fornecedores noruegueses, ingleses, escoceses, dinamarqueses, norte-americanos, canadenses, entre outros. Empresas destes países vêm fornecendo produtos para essa indústria há vários anos, inclusive para demandas específicas de atividades de exploração e produção em águas profundas a inovações vem sendo tratada como peça-chave para a competitividade das firmas e para o desenvolvimento econômico de países, regiões e setores em geral. A competitividade está cada vez mais associada à capacidade de inovação institucional, organizacional e tecnológica. Desde o surgimento das primeiras organizações empresariais, um dos principais objetivos dos gestores, para manter e conquistar parcelas de mercado e clientes-alvo é manter uma empresa competitiva Considerando como vantagem competitiva o valor que uma empresa cria para seu cliente, ou seja, um valor melhor (custo ou diferencial) do que o de seu concorrente Cada empresa pode possuir dois tipos de vantagens competitiva: uma por custos relativamente mais baixos, outra por diferenciação Uma forma de sobreviver num mercado de acirrada concorrência é a diferenciação de produtos A transformação tecnológica é um dos principais condutores da concorrência; é através desta que há mudanças estruturais nas indústrias atuais. 157 As empresas mais competitivas não são as que possuem acesso aos insumos de baixo custo, mas aquelas que buscam sempre as inovações empregando tecnologias e métodos mais avançados em sua gestão. Entende-se por Inovação um produto, um serviço ou conceito que faculta uma nova solução para o problema do mercado. O dinamismo do ambiente competitivo, das exigências dos consumidores, e mesmo das normas e regulamentações, impõe às empresas pressões para melhoria constante da qualidade dos produtos existentes. Assim, a capacidade para conseguir manter os produtos atualizados, frente às exigências do ambiente econômico e tecnológico, tem-se tornado uma importante fonte de vantagem competitiva. O desempenho nessa área depende da capacidade das empresas para gerir o processo de desenvolvimento e de aperfeiçoamento dos produtos e interagir com o mercado e com as fontes de inovação tecnológica. O conceito de mudança da qualidade de produto, deriva do conceito de inovação tecnológica. Essa mudança se dá em parâmetros e dimensões que compõem a qualidade total do produto, e representa modificações que aumentam o seu valor. O lançamento de novos produtos e a melhoria da qualidade dos produtos existentes são duas questões de grande relevância para a capacidade competitiva das empresas. Nesse ambiente competitivo, caracterizado por intensa concorrência em nível global, pela emergência de mercados fragmentados e com consumidores cada vez mais exigentes e sofisticados, e por mudanças tecnológicas mais rápidas, diversificadas e transformadoras, as empresas estão sujeitas a pressões constantes para a melhoria da qualidade dos produtos. A maioria dos produtos de sucesso resulta de uma compreensão de como o produto, será utilizado, por quem e em que tipo de clima competitivo, econômico, tecnológico, cultural e político ele estará inserido. A destinação final desses produtos traz um grande problema ao meio ambiente, mas apresenta oportunidades de reciclagem ou reuso que podem incentivar diversas outras operações capazes de trazer resultados positivos. 158 Vivemos em uma época onde enfrentamos um dos maiores desafios com que a humanidade já se deparou. O uso indiscriminado dos recursos naturais associado ao acelerado e intenso crescimento populacional e das atividades econômicas está levando o meio ambiente ao colapso. Ao longo de sua existência, o homem sempre utilizou os recursos naturais do planeta e gerou resíduos com pouca ou nenhuma preocupação, já que os recursos eram abundantes e a natureza aceitava passivamente os despejos realizados. Produzidos em todos os estágios das atividades humanas, os resíduos, em termos tanto de composição como de volume, variam em função das práticas de consumo e dos métodos de produção. As principais preocupações estão voltadas para as repercussões que podem ter sobre a saúde humana e sobre o meio ambiente (solo, água, ar e paisagens). Esses resíduos ou produtos impróprios podem seguir três destinos diferentes: ir para um local de descarte seguro, como aterros sanitários e depósitos específicos, um destino não seguro sendo lançado na natureza poluindo o ambiente, ou por fim, voltar a uma cadeia de distribuição reversa. Em outras palavras, o destino dos produtos descartados poderá ser a reclicagem do produto, o seu reprocessamento e devolução ao mercado, ou ainda, se não tiver mais nenhuma possibilidade de ser reaproveitado, o descarte pela deposição em algum depósito definitivo na forma de lixo. As sociedades desenvolvidas precisam da indústria para produzir energia e bens que mantenham seu estilo de vida. O aquecimento global, o alto índice de poluição, devastação de florestas e superpopulação são considerados os péssimos resultados da atuação mecanicamente capitalista do século XX, onde o lucro era o único motor da economia. Com a melhoria do nível de vida, sobretudo nos países industrializados, tem-se verificado um aumento cada vez maior dos resíduos, em número e em quantidade, os resíduos eram eliminados por intermédio da deposição em aterros, incineração ou, simplesmente, jogados fora, sem quaisquer cuidados adicionais 159 O crescimento da atividade industrial, com a conseqüente geração de maior quantidade de resíduos e poluentes, em seus diferentes estados, sejam sólidos, líquidos e gasosos, com indesejáveis efeitos no meio ambiente, têm elevado o custo do tratamento desses resíduos para a sociedade. Assim como o aumento das áreas de aterros para a deposição do inservível, contaminação das águas e ar, tanto em áreas urbanas como rurais, também apresenta graves efeitos nocivos pela deposição incorreta dos resíduos e dejetos. As atividades industriais abrangem processamento de alimentos, mineração, produção petroquímica e de plástico, metais e produtos químicos, papel e celulose, e a manufatura de bens de consumo. Por sua vez, a indústria necessita de matéria-prima, como o ferro, a água e a madeira, para a produção desses bens. Esses processos de manufatura produzem lixo, que pode ser inofensivo ou tóxico A indústria é responsável por grande quantidade de resíduo – sobras de carvão mineral, refugos da indústria metalúrgica, resíduo químico e gás e fumaça lançados pelas chaminés das fábricas O resíduo industrial é um dos maiores responsáveis pelas agressões fatais ao ambiente. Nele estão incluídos produtos químicos (cianureto, pesticidas, solventes), metais (mercúrio, cádmio, chumbo) e solventes químicos que ameaçam os ciclos naturais onde são despejados. Os resíduos sólidos são amontoados e enterrados; os líquidos são despejados em rios e mares; os gases são lançados no ar. Assim, a saúde do ambiente, e conseqüentemente dos seres que nele vivem, torna-se ameaçada, podendo levar a grandes tragédias A aplicação de tecnologias apropriadas e ecológicas, com a redução da utilização de recursos naturais, de desperdício, da geração de resíduos e poluição, é uma ação de prioridade mundial. A interferência do ser humano sobre os sistemas naturais, causando seu comprometimento, tem feito com que se discuta e se implemente cada vez mais ações que, ao contemplar a questão ambiental, visem não comprometer tanto a qualidade de vida da atual população e também a das próximas gerações O gerenciamento de resíduos deve basear-se em ações preventivas preferencialmente às ações corretivas e deve ter uma abordagem multidisciplinar, considerando que os problemas 160 ambientais e suas soluções estão determinados não apenas por fatores tecnológicos, mas também por questões econômicas, físicas, sociais, culturais e políticas. Um programa de gerenciamento de resíduos deve utilizar o princípio da responsabilidade objetiva, na qual o gerador do resíduo é o co-responsável pelo seu correto tratamento e descarte (individual ou coletivo), mesmo após sua saída da indústria onde é gerado. Portanto, reduzir, reutilizar e reciclar são condições essenciais para a garantia de processos mais econômico e ambientalmente sustentáveis. Os resíduos e dejetos passam da condição de elementos descartados do processo para matéria-prima de co-produtos. Transformação de resíduos e dejetos em co-produtos é a base do conceito de sustentabilidade do mundo moderno – produzir mais com menos e com menor impacto ambiental, o que significa produzir de forma mais eficiente, com a utilização racional das matérias-primas, água e energia. Desta forma, o tratamento dos resíduos gerados por parques industriais e o seu "reuso" pode ser visto como a alternativa mais importante no planejamento, desenvolvimento e utilização dos finitos recursos naturais disponíveis. Através da utilização responsável e da adoção de tecnologias adequadas podemos garantir a existência destes recursos para o futuro e desta forma a continuação do desenvolvimento humano O Processo Siderúrgico é o processo de fabricação do aço, compreendendo o aproveitamento do ferro contido no minério de ferro, pela eliminação progressiva das impurezas desse minério que, na forma líquida, recebe adições que lhe conferem as características desejadas. As matérias primas básicas deste processo são minério de ferro, carvão mineral e calcário, mas muitos outros insumos e utilidades também são empregados. A atividade siderúrgica de fabricação de tubos é responsáveis pela geração de uma grande variedade e quantidade de resíduos passíveis de reciclagem. Os principais resíduos do processo siderúrgico classificam-se, basicamente, em escórias, pós e lamas de alto-forno e aciaria, carepas, cavacos de usinagem, sucata, efluentes, gases e fumaças e os finos de carvão e minério 161 As empresas devem sempre estar preocupadas em utilizar os recursos da maneira mais eficiente possível. E desta forma, evitar o desperdício e conseguir ao mesmo tempo, proteger o meio-ambiente e obter êxito em seus negócios. Sabe-se que atualmente o setor ambiental, bem como o metalúrgico e o siderúrgico vem crescendo fortemente, entretanto, infelizmente não ao ponto de hoje poderem assumir a níveis respeitáveis uma inter-relação apreciável. A logística é considerada um dos caminhos para a diferenciação de uma organização na obtenção de vantagens competitivas, na medida em que implica na redução de custos, agregando valor ao cliente e maximizando a lucratividade, além de ser ferramental para fabricação de produtos verdes (sustentáveis e ecologicamente corretos) o que significa posição de superioridade perante os concorrentes. Sendo o foco principal da gestão de uma cadeia de suprimentos para fabricação de tubos de aço, o fluxo organizado de produtos e a extração da matéria-prima até o consumo final, entende-se que a logística convencional, fundou suas raízes apenas no gerenciamento do transporte, responsável por movimentar produtos acabados até o próximo elo da cadeia. Com o passar do tempo observou-se uma necessidade mais abrangente de gerenciamento e a nova função passou a ser um controle mais completo de toda a movimentação de materiais e bens, da matéria-prima até o consumo final. A conscientização e as preocupações relativas à ecologia e ao meio ambiente como forças propulsoras para mudança crescem juntas com a população e a industrialização, e, nesse contexto, o que mais suscita debates e discussões são as questões relacionadas a descartes e reciclagem dos resíduos sólidos. A logística está ligada ao mesmo tempo, a questões legais e ambientais e as econômicas, o que coloca em destaque e faz com que seja imprescindível o seu estudo no contexto organizacional, porque é o processo por meio das quais as empresas podem se tornar ecologicamente mais eficiente por intermédio da reciclagem, reuso e redução da quantidade de materiais usados. 162 Logística foi historicamente associada com as atividades de reciclagem de produtos e a aspectos ambientais, assim, passou a ter importância nas empresas devido à pressão exercida pelos stakeholders relacionados às questões ambientais que e não podiam ser desprezadas. No processo da logística reversa, os produtos passam por uma etapa de reciclagem e voltam à cadeia até ser finalmente descartado, percorrendo o “ciclo de vida do produto”, que envolve desde a escolha de materiais a serem utilizados nos produtos e em suas embalagens e que sejam ambientalmente adequados e dentro da concepção do ecodesign, passando pela manufatura limpa que reduza consumo de materiais, energia, e produção de resíduos, pela distribuição que busque economizar combustível e reduzir a emissão de poluentes, e no controle das cadeias de retorno da pós-venda e pós-consumo que atendam no mínimo as legislações aplicáveis, e participe na conscientização do consumidor em seu papel dentro deste sistema sustentável O termo logística reversa tornou-se mais comum pelos esforços das empresas em reduzir o impacto ambiental da cadeia de suprimentos, pois atividades como a redução do uso de matérias-primas virgens e a substituição de materiais tóxicos tem um significativo impacto ecológico. A logística reversa é um processopor meio do qual as empresas podem se tornar ecologicamente mais eficientes por meio de reciclagem, reuso e redução da quantidade de materiais usados Assim, a cadeia de abastecimento em circuito fechado (closed-loop supply chain) terá de englobar não só as atividades logísticas tradicionais, abastecimento, produção, distribuição e consumo como, também, as atividades associadas a uma logística para recolha, inspeção, separação, reprocessamento, deposição e redistribuição de resíduos recuperados. Logo, a abrangência e o grau de importância relativa que a logística tem dentro do contexto empresarial, envolvendo de forma holística todos os tipos de processos existentes em conjunto com todas as fases do processo de manufatura, merecem destaque na medida em que represente fonte de vantagem competitiva 163 A reciclagem é um conjunto de técnicas que tem por finalidade aproveitar os resíduos e reutilizá-los no ciclo de produção de que saíram ou em um ciclo de produção paralelo, uma atividade pela qual, materiais que poderiam se tornar lixo, ou que já estão no lixo, são desviados, coletados, separados e tratados para serem usados como matéria-prima na manufatura de novos produtos. Esses materiais recuperados sempre têm um custo mais conveniente que o da matéria prima original, cabe à logística viabilizar economicamente o transporte e a armazenagem dos produtos, obtendo como efeito colateral benéfico uma diminuição dos danos ambientais. A implantação do processo de logística reversa torna-se, cada vez mais, imprescindível ao desenvolvimento ambiental, econômico, financeiro e operacional das empresas. Sendo que esse processo representa uma ferramenta indispensável na busca de vantagem competitiva e controle operacional das atividades da empresa, além de subsidiar ações relacionadas a todas as dimensões do desenvolvimento sustentável. Portanto, a implantação do processo de logística reversa nas empresas pode aumentar as possibilidades de adquirir um diferencial competitivo que, além de agregar valor ao produto, pode prover à mesma uma maior rentabilidade, além de satisfazer às necessidades e expectativas dos clientes, conforme apresentado na Figura 156, os principais objetivos e benefícios, tanto ambiental como econômico. As empresas foram concebidas para gerar lucro. Inicialmente no gerenciamento de seus processos produtivos era dada grande importância somente para dois fatores: custos e qualidade. As empresas buscavam incessantemente diminuir cada vez mais os seus custos operacionais e adequar a qualidade do seu produto ao mercado ao qual elas pretendiam se inserir. Atualmente esta ainda é uma prática importante dentro das companhias. Mas com o desenvolvimento social as empresas vieram a dar importância a outro aspecto, a segurança de seus processos. A ocorrência de acidentes gera, dependendo do grau, paradas de equipamentos e algumas vezes afastamento de empregados, o que para a empresa significa economicamente perda de produção e consequentemente de lucro, e socialmente e mais importante, a possibilidade de lesões físicas aos seus empregados. Em tempo mais recente, começou a ser dada importância a mais um fator, o meio ambiente. A população mundial constatou que ao longo dos anos o meio ambiente foi sendo gravemente degradado, diminuindo a qualidade de vida, e criou-se a necessidade de promover meios que visam a 164 proteção ao meio ambiente. Neste contexto, a logística pode ser utilizada como apoio à administração de programas de gestão ambiental. Benefícios que a logística traz para a produção do tubo verde Nos processos industriais é freqüente a ocorrência de sobras no processo de fabricação, e a logística deve possibilitar a utilização desse refugo transferindo para a área correspondente ou se caso não for possível o seu uso para produzir novos produtos, deve ser removido para o descarte correto do material, portanto, é responsável por seu manuseio, transporte e armazenamento. Cada vez mais se torna imperativo a conscientização de toda a sociedade no sentido de se encontrar soluções para o aproveitamento dos rejeitos gerados nos mais diversos setores industriais de nossa economia. Muito embora, esforços isolados venham sendo desenvolvidos com este intuito, há ainda um caminho bastante longo a percorrer até que de uma maneira definitiva nosso país possa aliar toda sua tecnologia avançada ao interesse comum e maior, 165 qual seja o da sua própria sobrevivência. Reciclando, reaproveitando, gerando impulsos positivos à economia preserva-se a ecologia e o meio ambiente, fatores primordiais para qualquer nação responsável e desenvolvida. 166 BIBLIOGRAFIA ALVES, J. M. ; OJIMA, R. K. ; FILHO, M. R. - Logística de produção: estudo de caso XXIV Encontro Nac. de Eng. de Produção - Florianópolis, SC, Brasil, 03 a 05 de nov de 2004 ALMEIDA, S. T. - Tubulação industrial e estrutura metálica - Senai - São Paulo - 2012 ARMENDRO, B. N, ; RIBEIRO, F. M. P. ; FIORI, M. A. 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