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62081047 - Aula - 1 - Introdução - Economia

Introdução Economia

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FUNDAMENTOS DE ECONOMIA Profª. Adriana Cristina Silva INTRODUÇÃO À ECONOMIA AULA 1 Capítulo 1 Introdução à Economia 1.1 Introdução Questões econômicas do dia-a-dia: • aumentos de preços; • desemprego; • setores que crescem mais do que outros; • dívida externa; dentre outros. Conceito de Economia Economia é o estudo do método apropriado para alocar os recursos físicos e humanos escassos entre os fins alternativos. Economia é a ciência social que estuda como o indivíduo e a sociedade decidem utilizar recursos produtivos escassos, na produção de bens e serviços, de modo a distribuí-los entre as várias pessoas e grupos da sociedade, com a finalidade de satisfazer às necessidades humanas. Elementos do Conceito: Escassez Necessidades Humanas Escolha Eficiência Escassez Escassez é a oferta limitada de bens e serviços desejáveis, que reflete a escassez dos recursos produtivos (terra, trabalho e capital); Exemplo: Ar que respiramos: desejável e ilimitado  abundante Lixo: ilimitado e indesejável  não escasso Ar puro: desejável, limitado  escasso Água potável limpa: desejável, limitada  escasso Os desejos humanos são diversos e insaciáveis, mas os recursos para produzi-los são limitados em oferta (escasso relativo à sua demanda). Escolha Decidir como alocar os recursos escassos entre os usos alternativos; Escolha surge pela necessidade de ordenar as necessidades a serem satisfeitas, já que existe escassez de bens e serviços. A racionalidade diz que se deve alocar os recursos na alternativa mais desejável e abrir mão de alternativas menos desejáveis; Exemplo: Tempo: trabalhar, estudar ou lazer etc. Dinheiro: gastar ou poupar? Terra: agricultura, aqüicultura ou moradia? Eficiência Eficiência nas decisões tomadas pelos agentes econômicos (produtores, consumidores e governo) visando fazer o melhor uso dos fatores de produção, ou seja, buscando maximizar lucro, satisfação e bem-estar social. Questões Fundamentais da Economia O que e quanto produzir? Consiste em determinar os desejos e necessidades das comunidades; quais são aquelas mais importantes, e em que grau devem ser satisfeita. Quem vai produzir e como produzir? Consiste em determinar por quem os bens e serviços serão produzidos, com que recursos e qual a tecnologia empregada, ou seja, a forma de combinar os fatores de produção. Para quem produzir? Indivíduos com renda elevada obtém maior parcela do produto. Exemplo: Economia na Fruticultura Trata do cultivo de plantas frutíferas desejáveis, sob condições controladas ou semicontroladas para gerar benefícios econômicos ou subsistência. Recursos escassos: água, terra, sementes, mão-de-obra, energia Usos Alternativos: laranja, limão, acerola, banana, etc. Objetivo do produtor: maximizar lucro ou subsistência familiar Necessidade humana: alimento, fonte de proteína Sistemas Econômicos É a forma de organização econômica de uma sociedade que tem por objetivo dar uma resposta às questões fundamentais da economia. Um sistema econômico será julgado de acordo com sua capacidade para produzir o maior “padrão-de-vida” que os recursos e a tecnologia podem produzir. Os sistemas econômicos que serão estudados são: Economia de mercado (descentralizada ou competitiva) Economia planejada (centralizada) Economia mista Economia de Mercado Economia de livre iniciativa, onde os recursos são de propriedade privada; Existem muitos compradores e vendedores, tornando o mercado impessoal; Os preços são determinados pela interação das forças de oferta e demanda; Inexistência de intervenção governamental, atuando apenas como agente normativo e fiscalizador; A economia é voltada para o consumidor, onde ele “vota” através do preço, portanto o preço sinaliza as preferências dos consumidores. Aloca os recursos eficientemente, onde os produtores tomam os preços prevalecentes no mercado; Prioriza os objetivos econômicos, ao invés dos objetivos sociais, podendo levar à exclusão social. Economia de Mercado Desvantagens: A competição desafia as habilidades dos empreendedores: encoraja a ruptura da competição, podendo levar a forma de competições injustas – preço dumping, propaganda enganosa, suborno etc. Falha em se sintonizar com a tecnologia moderna: suposição irrealistas sobre a economia de mercado puro. Economia Planejada Prevalece a propriedade estatal dos meios de produção; Uma autoridade central é responsável pelas decisões do que, quanto, como e para quem produzir; Os preços são apenas informações contábeis que facilita o controle da eficiência produtiva; O planejador central decide quais setores são prioritários para a economia do país, podendo fechar indústrias eficientes e manter indústrias ineficientes; Economia Planejada Os meios de produção (máquinas, terra, barcos etc.) são propriedade do estado, i.e., propriedade coletiva; Os meios de sobrevivência (roupas, automóveis, eletrodomésticos) pertencem aos indivíduos, enquanto as residências pertencem ao estado; Pode acarretar ineficiência econômica quanto à alocação dos recursos produtivos; Pode gerar ineficiência administrativa (corrupção, formação de grupos de interesse). Economia Mista São sistemas compostos de uma combinação dos sistemas de mercado e planejado; Uma parte dos meios de produção pertencem ao Estado (empresas públicas), outra parte pertence ao setor privado (empresas privadas); Um sistema de mercado misto exibe características de economia de livre iniciativa em muitas de suas atividades, mas algumas decisões são feitas pelo governo central, dentre elas: moradia, infra-estrutura, serviços públicos; Promovem distribuição eqüitativa de renda para a sociedade; Procuram prevenir abusos de poder econômico através das leis e fiscalização.; O governo pode ter participação em ações de empresas que considere importante do ponto de vista estratégico tais como siderurgia, comunicação, companhia elétrica, petróleo. Comparando os Sistemas Econômicos Mercado O que e quanto produzir Livre iniciativa Competição Como produzir Para quem produzir entre empresas Para quem tem renda Planejada Definido pelo Estado Definido pelo Estado Salários definidos pelo Estado Mista Setor Privado: sistema de preços Setor ‘Público: por meio de incentivos Setor Privado: concorrência Setor Público: planejamento governamental Setor Privado: sistema de preços Setor Público: transferências governamentais Sistema Econômico Simplificado Agentes Econômicos: Firmas Famílias Governo Fluxos: Fluxos físicos Fluxo de bens e serviços Fluxo de fatores de produção Fluxos monetários: Receitas da firmas; Renda das famílias. Mercados: Mercado de bens e serviços Mercado de fatores de produção 1.5 Funcionamento de uma economia de mercado: fluxos reais e monetários Figura 1.4 Fluxo real da economia Mercado de bens e serviços Demanda Oferta Empresa s Famílias Oferta Demanda Mercado de fatores de produção Figura 1.5 Fluxo monetário de economia Pagamento dos bens e serviços Famílias Empresas Remuneração dos fatores de produção Unindo os fluxos real e monetário da economia, temos o fluxo circular de renda. Figura 1.6 Fluxo circular de renda Mercado de bens de serviços Demanda de bens e serviços O que e quanto produzir Famílias Oferta de serviços dos fatores de produção Como produzir Para quem produzir Mercado de fatores de produção Fluxo monetário Fluxo real Oferta de bens e serviços Empresas Demanda de serviços dos fatores de produção Alocação de Recursos Escasso na Economia Vamos testar a alocação de recursos através de um problema: Suponha, que somente dois bens econômicos deverão ser produzidos na economia: carne e frango. A economia vai funcionar de acordo com as seguintes suposições: Os recursos são limitados; A economia é fechada, portanto não há importação ou exportação de recursos; Todos os recursos são aplicação na produção (pleno emprego dos recursos); Inexistência de inovação tecnológica. Possibilidade de Produção Tabela 1: Possibilidade de Produção de Carne e Frango Qc: Quantidade de carne Qf: Quantidade de frango Produtos Possibilidades Intermediárias Qc max Qf max A B C D E F Qc 100 90 80 50 30 0 Qf 0 20 40 50 60 65 Nota: Os valores são apenas ilustrativos e não representam a realidade. Curva de Possibilidade de Produção Qt 65 CURVA DE POSSIBILIDADE DE PRODUÇÃO (CPP) F E 60 D 50 I (eficiente) H (inacessível) C 40 G (ineficiente) B 20 A 0 30 50 80 90 100 Qc Curva de Possibilidade de Produção A Curva de Possibilidade de Produção (CPP) ou curva de transformação é formada pela união dos pontos que representam a combinação de níveis de produção de carne e frango. A CCP ilustra o custo de aumentar a quantidade de uma mercadoria em termos de sacrifício em consumo de outros bens. Deslocamento da CPP i) Transferência de recursos produtivos para outros setores da economia; Qt ii) Degradação ambiental comprometendo o desempenho da produção CPP1 CPP0 Qc Deslocamento da CPP Qt i) Importação de recursos produtivos para o setor; ii) Inovação tecnológica. CPP0 CPP2 Qc Custo de Oportunidade Custo de Oportunidade de um recurso é quanto se perde ou deixa de ganhar, por não utilizar o recurso no seu melhor uso alternativo. O custo de oportunidade surge por que numa economia em pleno emprego precisa-se sempre, ao aumentar a produção de bem, desistir de produzir um tanto de outro bem. As condições básicas para a existência do custo de oportunidade são: recursos limitado e pleno emprego dos recursos. Cálculo do Custo de Oportunidade Dado: Qf 65 Pc = Pf = $ 1,00 F E CO = Zero 60 Pontos D 50 2ª Melhor Alternativa C 40 B 20 A 0 30 50 80 90 100 Qc Qc CO Qf A 100 0 VTP 100 (A* – Ai) 20 B 90 20 110 10 C 80 40 120* 0 D 50 50 100 20 E 30 60 90 30 F 0 65 65 55 Exemplo de Custo de Oportunidade Construir um jardim no lugar de lojas em uma área no shopping. Bens e Serviços Aqueles recursos que são escassos são denominados bens econômicos. Os bens livres são aqueles recursos obtidos facilmente a custo zero. 1.5.1 Bens de capital, bens de consumo, • Bens de capital: são utilizados na fabricação de outros bens, sem desgaste total no processo. Ex: máquinas, equipamentos, etc. Bens de consumo: buscam atender as necessidades humanas, podendo ser duráveis (geladeira) ou não-duráveis (alimentos). Bens intermediários e fatores de produção Bens intermediários: são transformados e agregados na produção de outros bens, sendo consumidos no processo produtivo. Fatores de produção: recursos humanos, terra, capital e tecnologia. Economia Positiva vs. Economia Normativa Argumentos positivos: não envolvem juízo de valor e referem-se a proposições objetivas, tipo se A, então B. É uma análise do que é. Argumentos normativos: relativos a uma análise que contém um juízo de valor sobre alguma medida econômica. É uma análise do que deveria ser. A economia não está preocupada em especificar que fins são “bons” e quais são “maus”. Esta é uma matéria no domínio da ética, cultura e religião. Economia Positiva vs. Economia Normativa Economia Positiva: É aquela que está preocupada com “o que é”, ou seja, é baseada em fatos. Esta parte da economia procura oferecer um sistema de generalizações que podem ser usados para fazer previsões corretas sobre as conseqüências das decisões. Estuda o que são as relações econômicas ou como são de fato solucionados os problemas econômicos com os quais uma sociedade se defronta. Economia Positiva vs. Economia Normativa Economia Normativa: Trata do “o que fazer” ou o que “deve ser feito”, e está relacionado com os valores morais, éticos e as preferências sociais. Estuda a economia como deveria ser, ou como deveriam ser solucionados os problemas econômicos com os quais uma sociedade se defronta. Exemplos: Economia Positiva: Análise da situação atual da fruticultura em Sergipe: área, produção, número de fazendas, mão-de-obra, receitas, custos e lucro. Análise do mercado de carne bovina em Aracaju: número de consumidores, consumo per capita, preço etc. Economia Normativa: Proposta de ordenamento pesqueiro no Rio São Francisco: definição no número de embarcações eficientes; produção ótima econômica; produção máxima sustentável etc. 1.7 Inter-relação da Economia com outras áreas do conhecimento 1.7.1 Economia, Física e Biologia • Concepções organicistas: comportamento da Economia como órgão vivo, por isso, uso de termos como órgãos, fluxos, circulação, funções. • Concepções mecanicistas: leis da Economia se comporta como determinadas leis da Física, por isso, uso de termos como equilíbrio, estática, dinâmica, aceleração, velocidade, força, etc. • Concepção humanística: predominante, coloca em plano superior os móveis psicológicos da atividade humana. 1.7.2 Economia, Matemática e Estatística Matemática: permite escrever resumidamente conceitos importantes, relações de Economia e analisar economicamente na forma de modelos analíticos. Estatística: recorre-se a ela, pois as relações econômicas não são exatas. Regularidades da Economia: • consumo nacional depende diretamente da renda nacional; • quantidade demandada de um bem tem uma relação inversamente proporcional com seu preço, tudo o mais constante; • exportações e importações dependem da taxa de câmbio. Econometria: área voltada para a quantificação dos modelos. 1.7.3 Economia e Política Política: fixa instituições sobre as quais se desenvolverão atividades econômicas, subordinadas ao poder político, mas a estrutura política pode muitas vezes se subordinar ao poder econômico. Exemplos: • política do café com leite (1930); • poder econômico dos latifundiários; • poder dos oligopólios e monopólios; • poder das corporações estatais; • poder do sistema financeiro. 1.7.4 Economia e História Pesquisa histórica: facilita a compreensão do presente e ajuda nas previsões. Fatos econômicos: afetam o desenrolar da História. 1.7.5 Economia e Geografia Geografia: permite avaliar fatores úteis à análise econômica como localização das empresas, posição setorial, etc. - estão relacionadas a ela a economia urbana, regional, as teorias de localização industrial e a demografia econômica. 1.7.6 Economia, Moral, Justiça e Filosofia Antes do séc. XVIII: atividade econômica era vista como parte da Filosofia, Moral e Ética. MÉTODOS DEDUTIVOS E INDUTRIVOS DEDUTIVOS I. Se todas as premissas são verdadeiras, a conclusão deve ser verdadeira. II. Toda a informação ou conteúdo fatual da conclusão já estava, pelo menos implicitamente nas premissas. INDUTIVOS I. Se todas as premissas são verdadeiras, a conclusão é provavelmente verdadeira, mas não necessariamente verdadeira. II. A conclusão encerra informação que não estava, nem implicitamente nas premissas. III. Parte do geral para o particular, tem se duas III. Parte –se do específico para o geral. premissas, uma terceira a conclusão. Exemplo: Todo mamífero tem um coração.Ora, Exemplo: Todos os cães que foram observados todos os cães são mamíferos. Logo, todos os cães tinham coração. Logo, todos os cães têm um têm um coração. coração. Todo metal conduz eletricidade. O mercúrio é um Retirando uma amostra de um saco de arroz, metal. Logo, o mercúrio conduz eletricidade. observa-se que aproximadamente 80% dos grãos são do tipo extrafino. Conclui-se, então, que o saco de arroz é do tipo extrafino. Teoria da Vantagem Absoluta e Comparativa:  Interdependência e comércio permitem aos indivíduos usufruir de uma maior quantidade e variedade de bens  O indivíduo que produz um bem ou serviço com a menor quantidade de insumos tem vantagem absoluta na produção desse bem ou serviço  O indivíduo com o menor custo de oportunidade tem vantagem comparativa  Os ganhos obtidos através do comércio são baseados na vantagem comparativa, e não na vantagem absoluta  Vantagem comparativa aplica-se tanto a países quanto a indivíduos e firmas 1.8 Divisão do estudo econômico • microeconomia ou teoria de formação de preços: exame da formação de preços em mercados específicos. • macroeconomia: estudo da determinação e comportamento dos grandes agregados nacionais. • economia internacional: análise das relações econômicas entre residentes e não residentes do país. • desenvolvimento econômico: preocupação com padrão de vida coletiva. 1 Microeconomia Economia do “micro” (economia do pequeno); Trata do comportamento econômico das unidades individuais tais como consumidores, produtores e proprietário dos recursos; Lida com o comportamento econômico das unidades individuais tais como consumidores, produtores, proprietários de recursos; Exemplo: análise do produto e preço de um dado produto para uma firma individual (ou indústria). Macroeconomia Economia do “macro” (economia do largo, grande); Trata do comportamento dos agregados macroeconômicos tais como produto nacional bruto (PNB), o nível de emprego, inflação, câmbio e os vários setores da economia tomados de forma agregada. Exemplo: análise do nível de produto de uma economia como um todo. Economia Internacional Analisa as relações econômicas entre residentes e não residentes de um país, as quais envolvam transações com bens e serviços e transações financeiras. Desenvolvimento Econômico Preocupação com padrão de vida da coletividade ao longo do tempo. O enfoque é macroeconômico, mas centrado em questões estruturais e de longo prazo (como progresso tecnológico e estratégias de crescimento). Questões de Revisão: Responder as perguntas do livro... Marco Antonio S. Vasconcellos Manuel Enriquez Garcia | Referência Bibliográfica Marco Antonio S. Vasconcellos Manuel Enriquez Garcia 3º Edição | 2009 |