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4.3.1 - Campo Magnético De Outros Planetas

Curso de Geomagnetismo

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MÓDULO 4.3.1: CAMPO MAGNÉTICO DE OUTROS PLANETAS O estudo do campo magnético dos planetas é um assunto interessante pelo seu próprio conhecimento. Por exemplo, se um planeta tem campo global que é suficientemente forte para desviar o vento solar, então uma magnetosfera se formará. Então vamos ver como é estudado o campo magnético dos planetas. Mercúrio Em 1974 a nave espacial Mariner 10 detectou o campo magnético de Mercúrio (Figura 1). A intensidade do campo magnético medido por Mariner 10 era de 100nT a uma altura de 700 km. Existem três hipóteses para o campo magnético desse planeta: um processo de dínamo, um campo magnético remanescente ou correntes elétricas induzidas. Vênus Na década de 60, sondas espaciais russas e americanas fizeram várias investigações em Vênus (Figura 2). Essas pesquisas tinham como objetivo verificar a possibilidade da existência de campo magnético no planeta. Em 1967, instrumentos detectaram ondas de choque causadas pela colisão do vento solar com Vênus. Entretanto, não conseguiram encontrar evidências da existência de campo magnético. Se houver qualquer característica magnética, ela deve estar muito próxima à superfície do planeta, o que impossibilita a detecção pelo magnetômetro instalado na sonda. A velocidade de rotação do planeta Vênus é muito inferior à velocidade de rotação da Terra. Um dia em Vênus dura 243 dias terrestres. Essa velocidade de rotação não fornece energia suficiente para o processo de dínamo no interior de Vênus, impossibilitando a formação de um campo magnético interno. Figura 2. Imagem do planeta Vênus. Figura 1 . Imagem do planeta Mercúrio e da nave Mariner 10. Marte A comunidade científica esperava que Marte (Figura 3) possuísse um campo magnético, pois sua 1 velocidade de rotação é semelhante a da Terra. A única sonda americana equipada com um magnetômetro foi a Mariner 4 (Figura 3), que pesquisou Marte em 1965 e não conseguiu detectar qualquer atividade magnética no planeta. Uma sonda russa também fez análises no planeta, porém os dados são ambíguos e não levam a uma conclusão definitiva. o da Terra. O campo magnético de Júpiter é produzido pela atividade do dínamo no núcleo do planeta. Esse núcleo é imenso e possui um raio de 75% do raio do planeta. Intensas auroras são produzidas em Júpiter. A Figura 5 mostra uma imagem do Telescópio Hubble. As auroras de Júpiter podem ser milhares de vezes mais luminosas do que na Terra. Figura 5: Imagem feita pelo Hubble, da aurora de Júpiter. Figura 3. Imagem do planeta Marte e da nave Mariner 4. Júpiter Desde 1955 os cientistas tem conhecimento da existência de um forte campo magnético em Júpiter. As sondas Pioneer 10 e 11 em 1973, a Voyager 1 e 2 em 1979, verificaram que o planeta possuía um campo magnético. A enorme magnetosfera do planeta choca-se com o vento solar a uma altitude de 5.000.000 km acima de sua superfície. A cauda magnética se estende até o planeta Saturno. A intensidade do campo magnético do planeta Júpiter (Figura 4) é de aproximadamente 400.000 nT, muito maior do que Figura 4. Campo magnético de Júpiter. Saturno A sonda Pioneer 11 em 1979, a Voyager 1 e 2 em 1980 e 1981, respectivamente, chegaram em Saturno. Os equipamentos a bordo de todas as sondas detectaram uma onda de choque, causada 2 pelo vento solar e atividade magnética. A intensidade do campo magnético equatorial de Saturno é de aproximadamente 58.000 nT, quase o dobro da Terra na mesma região. O campo magnético de Saturno é resultado da atividade do dínamo, presente no núcleo do planeta. Tente identificar na Figura 6 as diferentes partes da magnetosfera de Saturno, como a magnetopausa e vento solar. Se tiver dúvidas, encontre a resposta em: http://saturn.jpl.nasa.gov/science/index.cfm?Scien cePageID=59 de campo magnético em ambos. Figura 7 . Imagem do planeta Urano. A Figura 8 mostra uma comparação entre os campos magnéticos da Terra, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Note que há várias diferenças entre os campos magnéticos destes planetas, como a inclinação do eixo do dipolo e a intensidade. Figura 6 . Magnetosfera de Saturno. Urano O planeta Urano (Figura 7) foi visitado pela Voyager 2 em Janeiro de 1986. A sonda encontrou uma onda de choque e atividade magnética. A Voyeger 2 entrou na magnetosfera do planeta e verificou que a intensidade do campo magnético era de 24.000 nT, valor parecido com o da Terra. Netuno e Plutão Não se sabe ainda da existência de atividade magnética nesses dois corpos celestes. Plutão é muito pequeno e provavelmente não tem campo magnético próprio. Netuno, por outro lado, pode possuir alguma atividade magnética. Ainda não há dados para confirmar ou negar a existência 3 Figura 8: Comparação dos campos magnéticos de diferentes planetas. R eferências Bibliográficas Lowrie, William (2004). Fundamentals of Geophysics. Cambridge University Press. ISBN 0521-46164-2. Merril, R. T., Mcelhinny, M. W.; McFadden, P. L. (1996). The Magnetic Field of the EarthPaleomagnetism, the core and the deep mantle. Academic Press. Volume 63. Homepages de Universidades e da NASA, citados nas figuras. F ontes das F iguras Figuras 1, 2, 3, 7: Homepage da NASA. www.nasa.gov Figura 4: http://www.lpl.arizona.edu/undergrad/classes/spri ng2011/Hubbard_206/Lectures3/Mar08.htm Figura 5: http://csep10.phys.utk.edu/astr161/lect/jupiter/m agnetic.html Figura 6: http://saturn.jpl.nasa.gov/science/index.cfm?Scien cePageID=59 Figura 8: http://www.ifa.hawaii.edu/~barnes/ast110_06/gph ah.html#[14] 4