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3.equipamentos Industriais 2

3.Equipamentos Industriais 2

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10. Britadores e Moinhos 10.1 BENEFICIAMENTO DO MINÉRIO Os minerais constituem os insumos básicos mais requeridos pela civilização moderna. São utilizados nas indústrias do aço (ferro), cerâmica (argilas, caulim, calcários, feldspatos, filitos, quartzo, talco, etc.); do vidro (quartzo, calcários, feldspatos, etc.); de cimento e cal (calcários, gipsum, etc.); química (cloretos, fosfatos, nitratos, enxofre etc.); de papel (caulim, carbonato de cálcio, talco, etc.); bem como na construção civil (areia, brita e cascalho), além das espécies consideradas insumos da indústria joalheira (gemas). Nem sempre esses minerais apresentam-se na natureza na forma em que serão consumidos pela indústria, quer seja por suas granulometrias (tamanhos) quer por estarem associados a outros minerais, que não têm interesse ou são indesejáveis para o processo industrial a que se destinam. É exatamente para a adequação dos minerais aos processos industriais que se utiliza o beneficiamento dos minérios. A seguir serão apresentados alguns dos mais importantes processos do beneficiamento do minério 10.2 FRAGMENTAÇÃO A fragmentação ou redução de tamanho é uma técnica de vital importância no processamento mineral. Um minério deve ser fragmentado até que os minerais úteis contidos sejam fisicamente liberados dos minerais indesejáveis. Às vezes, a redução de tamanho visa apenas à adequação às especificações granulométricas estabelecidas pelo mercado, como, por exemplo, a fragmentação de rochas como o granito ou calcário para a produção de brita. Em todos os casos, a fragmentação é uma operação que envolve elevado consumo energético e baixa eficiência operacional, representando, normalmente, o maior custo no tratamento de minérios. A fragmentação é quase sempre dividida em várias etapas, para minimizar seus custos e não fragmentar as partículas além do necessário. As etapas iniciais da fragmentação, quando ainda são gerados tamanhos relativamente grandes de partículas (diâmetros até aproximadamente 1 milímetro), são chamadas de britagem. Quando a fragmentação visa atingir tamanhos bem menores (por exemplo: 0,074 milímetros), dá-se o nome de moagem. Os circuitos de fragmentação podem incluir apenas etapas de britagem ou de britagem associada à moagem. Os equipamentos que fazem a britagem são chamados de britadores e os de moagem moinhos. Existem diferentes tipos de britadores e moinhos disponíveis. São exemplos de britadores mais utilizados nas operações mineiras: britadores de mandíbulas, e britadores giratórios. Em relação aos moinhos tem-se: moinho de martelos, moinho de rolos, moinho de barras e moinho de bolas, entre outros. A escolha do melhor tipo de britador e moinho para a fragmentação depende de características próprias dos minérios e dos tamanhos que têm que ser gerados. Usualmente, os fabricantes desses equipamentos disponibilizam esse tipo de informação. As Figuras 1 e 2 apresentam um britador e um moinho. Figura 1- Britador de Mandíbulas Britador de Mandibulas Britador Giratório Britador de Rolo Figura 2- Moinho de bolas Moinho de martelo Moinhos de rolo Moinho de Fricção Moinho de Bolas 10.3 CLASSIFICAÇÃO Classificação é o processo de separação de partículas por tamanho. A classificação opera, geralmente, junto com as etapas de fragmentação. A classificação de partículas controla os tamanhos que são gerados no processo de fragmentação e tem como objetivos principais: Verificar se o tamanho das partículas do minério está dentro das especificações de mercado. Esse é um objetivo da classificação muito utilizado para os minerais de uso direto na indústria, como a brita e a areia para a construção civil; Verificar se a granulometria produzida nos equipamentos de fragmentação atingiu o tamanho no qual as partículas dos minerais de interesse (úteis) já se separaram fisicamente dos outros minerais que estão no minério. Os equipamentos de classificação mais comuns são: Peneiras – utilizadas apenas para a classificação de partículas mais grosseiras, usualmente trabalham com os produtos da britagem. Podem operar a seco e a úmido; Classificadores mecânicos – operam com tamanho de partículas menores que as peneiras, mas são ineficientes para trabalhar com partículas muito finas (em média menores que 0,105 milímetro). Trabalham quase sempre a úmido, Exemplo típico: classificador espiral ou parafuso sem fim; Ciclones – utilizados na faixa de tamanhos onde os classificadores mecânicos atuam, com a diferença que são muito eficientes para separarem partículas muito finas. Põem, também, operar a seco ou a úmido. Figura 3 - Peneira Vibratória Figura 4- Classificador espiral Figura 5- Hidrociclone Figura 6- Conjunto de hidrociclones 10.4 CONCENTRAÇÃO A concentração de minérios ocorre quando é preciso separar os minerais de interesse dos que não o são. Para que essa separação ocorra, é preciso que o ou os minerais de interesse não estejam fisicamente agregado aos que não são de interesse, daí a importância das etapas de fragmentação e classificação, que realizam e monitoram essa separação, respectivamente. A razão de se dar ao processo de separação de minerais contidos em um minério o nome de CONCENTRAÇÃO pode ser bem entendido se tomarmos um exemplo prático, por exemplo a concentração de ouro aluvionar. Ao se tomar os sedimentos de um rio numa bateia, digamos 1kg, ele pode conter apenas uma partícula de ouro de 0,5 grama. Neste caso diz-se que a concentração de ouro é de 0,5g/kg. Quando numa primeira operação da bateia essa massa inicial é reduzida para, por exemplo, 100 gramas, mantendo no produto a mesma partícula de ouro de 0,5g, a relação ouro/quartzo contida na bateia passa a ser de 0,5g/100g, ou seja: houve uma concentração do ouro na bateia. A separação de minerais exige que haja uma diferença física ou físico- química entre o mineral de interesse e os demais e pode ser fácil ou muito complexa, dependendo do minério. Duas propriedades físicas são as mais utilizadas na separação ou concentração de minerais: diferença de densidade e diferença susceptibilidade magnética. Quando não existe diferença de propriedade física entre os minerais que se que separar, utiliza-se de técnicas que tomam como base propriedades físico-químicas de superfície dos minerais. A técnica mais amplamente utilizada neste caso é a flotação. Não se pode esquecer de mencionar que é possível, também, concentrar determinado bem mineral de um minério por seleção manual, comum, até hoje, em alguns garimpos. A seguir serão apresentados resumos explicativos sobre o que são os principais métodos de concentração e, posteriormente, quais são mais aplicáveis aos minerais industriais, agregados para construção civil, diamante e gemas. Separação/concentração gravítica ou gravimétrica: método que apresenta bons resultados com baixo custo. O processo se baseia na diferença de densidade existente entre os minerais presentes, utilizando-se de um meio fluido (água ou ar) para efetivar a separação/concentração, os equipamentos tradicionalmente utilizados são os jigues, mesas vibratórias, espirais, cones e "sluices". O método é adotado na produção de ouro, ilmenita, zirconita, monazita, cromita, cassiterita etc. Separação magnética: a propriedade determinante nesse processo é a suscetibilidade magnética. Baseado nesse fato, os minerais podem ser divididos em 3 grupos, de acordo com o seu comportamento quando submetidos a um campo magnético (natural ou induzido): ferromagnéticos (forte atração), paramagnéticos (média e fraca atração) e diamagnéticos (nenhuma atração). Os processos podem ser desenvolvidos via seca ou via úmida. Os equipamentos mais utilizados são os tambores, correias, rolos, carrosséis e filtros. A separação magnética é adotada na produção de minério de ferro, areias quartzosas, feldspatos, nefelina sienitos, etc. Flotação: atualmente, a flotação é o processo dominante no tratamento de quase todos os tipos de minérios, devido à sua grande versatilidade e seletividade. Permite a obtenção de concentrados com elevados teores e expressivas recuperações. É aplicado no beneficiamento de minérios com baixo teor e granulometria fina. O processo se baseia no comportamento físico-químico das superfícies das partículas minerais presentes numa suspensão aquosa. A utilização de reagentes específicos, denominados coletores, depressores e modificadores, permite a recuperação seletiva dos minerais de interesse por adsorção em bolhas de ar. Os equipamentos tradicionalmente adotados se dividem em 2 classes, mecânicos e pneumáticos, dependendo do dispositivo utilizado para efetivar a separação. A flotação é adotada na produção de areias quartzosas de elevada pureza, cloretos, feldspatos, fluorita, fosfatos, magnesita, sulfetos, talco, mica, berilo, etc. Seleção Manual: é o método mais antigo de concentração. Através de uma inspeção visual, os minerais de interesse são manualmente resgatados do restante ou, apenas os minerais contaminantes são separados para purificar o minério original. Devido ao crescente custo da mão de obra, ela vem sendo utilizada somente em casos especiais. Atualmente a seleção de minérios segue o mesmo princípio, porém de forma mecanizada e se utilizando de uma variedade de dispositivos automáticos de detecção, identificação e separação. As propriedades mais utilizadas são as óticas (reflectância, transparência, etc.), raios X (fluorescência), condutividade elétrica, magnetismo e radioatividade. A seleção automatizada é adotada na recuperação de diamantes, pedras preciosas e minerais nobres. As figuras apresentadas a seguir mostram exemplos de equipamentos de concentração. Figura 7- Célula de Flotação (modelo de laboratório) Figura 8- Mesa Vibratória Figura 9- Jigue Figura 10- Tromel 10.5 O BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS E O MEIO AMBIENTE A situação ideal para a atividade mineral é que o produto da lavra seja integralmente aproveitado, ou seja: que todos os minerais contidos no minério lavrado sejam aproveitados economicamente. Essa não é, entretanto, a realidade. Normalmente o produto da lavra é beneficiado gerando um concentrado e um rejeito. Quando os rejeitos contêm muitos minerais de interesse econômico significa que os procedimentos utilizados no beneficiamento não foram bons, caracterizando o que se chama: BAIXA RECUPERAÇÃO no beneficiamento. Essa baixa recuperação, além de significar perdas financeiras, leva a um aumento do volume de rejeitos que serão dispostos no meio ambiente, aumentando o impacto ambiental da atividade. Logo, o beneficiamento de minérios, quando bem feito, contribui para diminuir o volume de rejeitos e, conseqüentemente, para minimizar impactos ambientais. Por outro lado, a utilização de técnicas de beneficiamento pode contribuir, se mal utilizadas, para uma poluição do ar, solo e rios. São exemplos: Amalgamação de ouro com mercúrio; Efluentes dos processos de flotação lançados em rios contendo reagentes químicos como: amônia, sulfetos e metais pesados, entre outros; Alto teor de partículas finas lançadas no ar nos processos de britagem e moagem a seco. Portanto, o beneficiamento de minérios tem que ser utilizado de forma adequada, com conhecimento sobre o assunto, para que ele possa contribuir para diminuir e não aumentar o impacto ambiental. 10.6 EXEMPLOS DE BENEFICIAMENTO PARA ALGUMAS SUBSTÂNCIAS MINERAIS a) Feldspato: As rochas a serem lavradas para obtenção do feldspato são rochas silicáticas, compostas predominantemente, por feldspatos e quartzo. Abrangem rochas como pegmatitos, granitos, sienitos, monzonitos, charnoquitos, além de diabásios e basaltos, como também rochas gnáissicas e migmatíticas. Numa primeira etapa do beneficiamento, o minério é submetido à britagem, moagem, peneiramento e a classificação granulométrica, gerando dois produtos: grossos (-0,6mm e +0,15 mm) e finos (-0,15mm). Numa segunda etapa, os produtos são submetidos à separação magnética (via seca para grossos e via úmida para finos). O produto final da britagem, menor que 25 mm, é submetido a uma moagem via úmida, a seguir o minério moído a úmido sofre uma deslamagem, a fim de ser eliminada a fração menor que 38μ.. Quando o minério atingir um tamanho adequado, iniciam-se as operações de flotação. A primeira flotação é feita para separar a mica, depois inicia-se a flotação dos minerais de ferro, que são encaminhados para o rejeito. A britagem, moagem, flotação da mica e flotação do ferro já produzem uma mistura de feldspato com relativa pureza, que pode ser utilizada em diversos setores cerâmicos. Para ser vendida a segmentos mais exigentes, essa mistura, após ser filtrada e seca em fornos rotativos, passa por uma separação magnética de alta intensidade, a fim de diminuir os teores de ferro. Caso seja exigido um produto de alta pureza, o material, antes de ser filtrado e seco, passa por uma terceira flotação e, posteriormente, sofre as operações de filtragem, secagem e de separação magnética. Os concentrados finais obtidos são submetidas à análises químicas e a ensaios cerâmicos básicos ("cone de queima"), visando avaliar suas características e seu comportamento quanto à fusibilidade. No beneficiamento de feldspatos oriundos de rochas pegmatíticas são empregadas várias técnicas como fragmentação, flotação, separação magnética e calcinação. O feldspato beneficiado é caracterizado por meio de difração de raios-X, análises químicas e ensaios físicos do mineral. Aqueles feldspatos com um desempenho satisfatório, permitirão sua participação na formulação de várias massas cerâmicas. Ressalta-se que todos os produtos obtidos são misturas homogêneas de feldspato potássico, feldspato sódico cálcico e quartzo, com baixo teor de ferro. Além disso, o processo produtivo permite recuperações significativas de concentrados com custos operacionais e de investimento, relativamente baixos. b) Quartzo: A partir de areias feldspáticas, o minério é levado da frente de lavra direto para a usina de beneficiamento passando pelos processos de desagregação; deslamagem (hidrociclones); peneiramento; flotação dos óxidos de ferro para poder separar, posteriormente, o quartzo do feldspato; filtragem; secagem e moagem. No processo de flotação usa-se o ácido fluorídrico para deprimir o quartzo e amina primária para flotar o feldspato. Em lavras de pegmatito após desmonte com explosivo é feita uma catação manual e posterior fragmentação, podendo passar, também, por processo de lapidação quando possuir características gemológicas. Os cristais piezelétricos de quartzos naturais e sintéticos são úteis na produção de sementes para o cultivo. As lascas de quartzo têm agora maior aproveitamento, fornecendo principalmente os nutrientes necessários à produção do quartzo cultivado e obtenção de granulado de quartzo para fusão usado na fabricação de fibra ótica. A produção de quartzo está relacionada à sua utilização a exemplo do quartzo para indústrias de alta tecnologia (cristais piezelétricos e lascas de alta pureza); do quartzo industrial comum (leitoso); e do quartzo ornamental (variedades coloridas - gemas). c) Mica: Mica é um termo genérico aplicado ao grupo de minerais alumino-silicatos complexos, possui estrutura lamelar, compreendendo diferentes composições químicas e propriedades físicas. Na composição mineralógica dos pegmatitos predominam os feldspatos, quartzo e micas (moscovita e biotita). A moscovita, como mineral primário, origina-se em rochas como pegmatitos e alasquitos. O beneficiamento da rocha pegmatítica para caulim, feldspato, quartzo e turmalina produz um grande volume de rejeitos com elevados teores de moscovita (conhecida como mica "lixo"), que necessita de um beneficiamento para futuras aplicações industriais, o que pode resultar numa diminuição do impacto ambiental. A moscovita tem diversas aplicações industriais, dentre elas destaca-se a sua utilização para obter pigmentos necessários às indústrias de tintas, cosméticos e plásticos. Entretanto, esse mineral precisa de moagem especial para reduzir o tamanho de partícula (fragmentação), ser submetido à concentração gravítica em mesa vibratória para retirada de areia e minerais pesados, moagem especial, deslamagem (retirada de finos) e processos químicos para diminuir o teor de ferro através de ensaios de lixiviação utilizando soluções de ácido sulfúrico em concentrações de 5, 10, 15, 20 e 25% e ácido clorídrico a 5M (molar). O método de recuperação da mica "lixo" pode ser bastante utilizado pelos mineradores por se tratar de um processo de baixo custo com tecnologia limpa, por conseguinte, ao alcance dos mesmos. Além disso, essa tecnologia oferece a obtenção de um insumo mineral adequado á produção de pigmentos, produtos com elevado valor agregado. d) Caulim: Sua especificação de uso é baseada no método de preparação ou purificação industrial e em características físicas e químicas específicas das indústrias a que se destina (COMIG, 1994). A maioria dos caulins por apresentar contaminantes que comprometem sua alvura (qualidade), pode sofrer branqueamento pela adição de produtos químicos. A quantidade total de ferro presente no caulim pode variar de 0,2 a 1,0%, sem afetar significativamente a qualidade do caulim para revestimento (D' Almeida, 1991). A partir desse nível, utiliza- se hidrossulfito de zinco ou zinco metálico, para a redução do ferro trivalente (Fe³+) a divalentes (Fe²+), tornando-o solúvel (Ampiam, 1979). O Fe³+ na forma de hematita (Fe2O3) provoca cor avermelhada e, na forma de goethita – FeO(OH) – a cor amarelo-creme (Jepson, 1988). As principais aplicações industriais do caulim incluem: cerâmicas, cargas para tintas, borrachas, plásticos e cobertura para papel, refratários e inseticidas, adubos químicos e outras aplicações (Petri & Fúlfaro, 1983). e) Talco: o beneficiamento ocorre a partir do desmonte da rocha que contém o minério, com a seleção manual do minério, que segue para usinas de beneficiamento, onde sofre uma lavagem com água em tambores giratórios, seguindo para instalações de britagem, para processamento final nas etapas de moagem, classificação, blendagens, micronização, desbacterização, embalagem e comercialização. Nas usinas de beneficiamento também é empregada a técnica da flotação. f) Argila: As argilas são caracterizadas como matérias-primas de baixo valor unitário, fato este que não viabiliza o seu transporte a grandes distâncias, condicionando a instalação de unidades industriais cerâmicas o mais próximo possível das jazidas. Após a lavra as argilas são beneficiadas, de acordo com o setor a que se destinam: cerâmicas branca ou vermelha diferenciadas pelas colorações apresentadas após a queima. As argilas são submetidas à análise química para verificação da sua composição e ensaios tecnológicos como perda ao fogo, retração linear, tensão de ruptura à flexão, absorção de água, porosidade aparente, massa específica e cor, posteriormente são submetidas à difratometria de raios-X para determinação quantitativa de sua composição mineralógica. Na fabricação de pavimentos e revestimentos a argila é submetida à moagem por via seca ou úmida, preparação da composição, extrusão, conformação, prensagem e queima. Dentre as diversas substâncias minerais consumidas, no setor cerâmico, destacam-se, em face ao volume de produção atingido, as argilas de queima vermelha ou argilas comuns que respondem pelo maior consumo, sendo especialmente utilizadas na cerâmica vermelha e de revestimento, às vezes constituindo a única matéria-prima da massa. Dois outros importantes setores cerâmicos, consumidores de minerais industriais são as indústrias de vidro e de cimento. Entretanto, esses dois setores constituem segmentos tratados à parte, tendo em vista os seus portes e características. Em geral, o abastecimento destes setores é feito por mineração de médio a grande porte, tradicionalmente bem conduzida, com exceção de feldspato para a indústria de vidro. g) Gemas e "Diamante": O beneficiamento começa na seleção das pedras a serem tratadas, utilizando- se a princípio o método da seleção manual, além de tratamentos térmicos, tingidura com corantes e uso de líquidos para corrigir defeitos. A radiação eletromagnética, raios gama, feixe de elétrons e nêutrons também são usados para modificação ou indução de cores em alguns minerais como topázios incolores, turmalinas, quartzo, ametistas, diamantes, kunzita, berilo (esmeraldas) e pérolas, para posterior lapidação. Os reagentes utilizados irão compensar o exíguo tempo de exposição, catalisando e acelerando as reações físicas e químicas. Entretanto, os resultados do beneficiamento são sempre imprevisíveis, dependem do sistema cristalino, da formação e da origem da pedra, do tipo de pigmento e das inclusões na rede cristalina formadora do cristal. Agregados (areia, brita e cascalho): Insumos minerais mais consumidos mundialmente de emprego imediato na indústria da construção civil; h) Areia: o beneficiamento da areia para construção é um processo executado concomitantemente à lavra e se constitui de lavagem, peneiramento, classificação e desaguamento (secagem). A lavagem pode ser considerada como uma operação de beneficiamento nos métodos da lavra da cava seca e da cava submersa, com sucessiva movimentação e lavagem da areia. No método de lavra em leito de rio, pelo fato da areia ser succionada diretamente da jazida até as peneiras dos silos, não chega a se caracterizar de fato uma operação de beneficiamento. Na lavra da cava seca, a lavagem é mais intensa e feita mediante o jateamento d'água na areia armazenada nos tanques de decantação, e proveniente da caixa de acumulação, a classificação dos produtos é iniciada por um peneiramento, com a retirada do material mais grosso (concreções / pedrisco / cascalho), em grelhas ou peneiras estáticas. i) Brita: As operações de beneficiamento são puramente mecânicas e consistem em britagem primária, secundária e rebritagem em uma ou duas etapas (britagens terciária e quaternária) que pode ser realizada a seco ou a úmido. O britador primário, de mandíbulas, faz a britagem dos matacões, e neste ponto pode ou não ocorrer lavagem da pedra, para a diminuição de material pulverulento durante a fragmentação e classificação da rocha. No caso de ocorrer lavagem, as partículas menores são estritamente produzidas nas fases seguintes e são isentas de quaisquer impurezas anteriores, tais como capeamento, matéria orgânica, dentre outras. Quando não há lavagem, é comum a separação de bica corrida quando não há lavagem após a primeira britagem, quando então o material é enviado para ser comercializado sem qualquer classificação. Após a no britador primário, há a formação de pilhas-pulmão, que alimentam os britadores secundários. O britador secundário pode ser de mandíbulas ou do tipo cônico. Os britadores terciário e quaternário são cônicos ou de impacto, sendo atualmente usados na tentativa de reduzir a lamelaridade do agregado e a produção de excesso de finos. O transporte de brita entre os britadores e/ou rebritadores é feito, normalmente, por um sistema de correias transportadoras sempre procurando aproveitar o desnível topográfico para economia na planta de beneficiamento. Para diminuir o pó em suspensão, gerado pela atividade de britagem, algumas das pedreiras utilizam sistemas de aspersores de água, instalados nas bocas dos britadores e nas correias transportadoras. j) Cascalho: o beneficiamento deste insumo ocorre com a desagregação do material rochoso friável (cascalheiras), por desmonte hidráulico ou manual utilizando-se equipamentos como escavadeira, retroescavadeira e trator de lâmina para a retirada do mesmo, sem passar por qualquer tipo de tratamento químico ou como subproduto resultante do beneficiamento da areia ou nas primeiras etapas da britagem. k) Ouro: em linhas gerais o processo de beneficiamento do ouro pode se restringir a uma adequação granulométrica do minério às etapas hidrometalúrgicas ou envolver, além da preparação, estágios de concentração que envolvem diferença de densidade e de hidrofobicidade (natural ou induzida) entre o ouro e minerais a ele associados e os minerais de ganga. Na etapa de preparação deve-se preservar as partículas de ouro livre e na etapa de beneficiamento devese priorizar a recuperação do ouro contido, ficando o teor de ouro no concentrado e as impurezas como rejeito. Etapa de Preparação: esta etapa abrange a britagem (primária, secundária e terciária), o peneiramento (peneiras vibratórias convencionais, horizontais e inclinadas), a moagem (moinhos de bolas) e a classificação (separação granulométrica de partículas grossas "underflow" e finas "overflow"). Etapa de Beneficiamento: esta etapa abrange a concentração gravítica, que envolve processos de fragmentação do minério e subseqüente liberação das partículas de ouro, seguidos de uma etapa de flotação e outra subseqüente de cianetização (utilização de cianeto HCN), que será antecedida de ustulação ou lixiviação à pressão ou bacteriana, previamente. A separação/concentração gravítica, propriamente dita, após o processamento inicial, é efetuada através da utilização de equipamentos como os jigues, as mesas vibratórias (osciladores) e concentradores centrífugos (Lins, 1998). a) Jigagem: processo de concentração gravítca mais complexo devido às suas variações hidrodinâmicas, nesse processo a separação dos minerais de densidades diferentes é realizada num leito dilatado por uma corrente pulsante de água, produzindo a estratificação dos minerais; b) Mesas vibratórias: consiste num deck de madeira revestido com material com alto coeficiente de fricção (borracha ou plástico), parcialmente coberto com ressaltos, inclinado e sujeito a um movimento assimétrico na direção dos ressaltos com aumento de velocidade no sentido da descarga do concentrado e uma reversão súbita no sentido contrário, diminuindo a velocidade no final do curso; c) Concentradores centrífugos: a concentração centrífuga é processo que aumenta o efeito gravitacional visando uma maior eficiência na recuperação de partículas finas; Nos garimpos, após extração o ouro é concentrado através do processo de amalgamação com a utilização de mercúrio. 11.Fornos e Secadores 11. 1 Fornos industriais Fornos industriais são usados para executar uma variedade de operações relacionadas com o calor em diversos setores. Mais claramente, eles são aquecidos câmaras ou túneis. Estes são usados principalmente para o processamento térmico. As actividades como a cura, fazendo comida, cozimento, fusão, aquecimento, etc processamento químico é feito por estes aquecimento industrial e componentes de refrigeração. No entanto, estas unidades de tratamento térmico não se destinam a realizar tarefas que necessitam de maiores graus de temperatura. Eles são mais adequados para toda a aplicação térmica que pode ser feito utilizando não mais do que 1300-1400 graus centígrados de temperatura. Os fornos industriais, como qualquer outro de aquecimento industrial e componentes de refrigeração pode ser operado com uma variedade de fontes de energia como o petróleo, gás natural, eletricidade, etc Muitas indústrias estão utilizando fornos industriais capazes de funcionar a vapor também. 11.1.1 Tipos de Fornos Existem diferentes tipos de fornos industriais e que variam não apenas em suas funções, mas em suas formas e formas também. Fornos industriais de vácuo: O aquecimento é feito em vacuumed. Os benefícios do aquecimento em um vacuumed são muitos. Ele remove, quase completamente, as chances de reações químicas nocivas e não permitir que o processo esteja contaminada. Fornos Lote Industrial: Geralmente usado em padarias, estes fornos de cozimento industrial é muito grande em tamanho. As funções básicas que desempenham são: panificação, cura, secagem, etc. Eles realizam estas atividades utilizando carrinhos e racks de rodas. Também estes são chamados de walk-in ou caminhão-nos fornos. Banco Industrial Fornos Estes tipos de fornos são utilizados no tratamento da quantidade específica de qualquer material a ser processado. Eles são geralmente pequenas em suas formas e são fixadas em suportes. Industrial de Cura Fornos Estes fornos são utilizados para revestimentos de energia e uma série de reações químicas em materiais a serem utilizados para fins particulares. Essas funções são feitas por gerar uma certa quantidade de calor nos fornos. Industrial Fundição Fornos maioria das vezes, estes são utilizados nas indústrias de jóias, etc Além disso, como os campos de mineração e fundição em molde onde a fusão dos metais é necessária precisar dos serviços desses fornos. Estes podem ser executados usando volantes também. Industrial Estufa: Basicamente, estes fornos são utilizados no tratamento de aquecimento e de cerâmica. Eles trabalham como fornos e são usados para demoisturize os materiais a serem utilizados para fins particulares. Os materiais, como cerâmica etc são tratados termicamente com estes fornos. No entanto, esta lista não é completa por aqui. Há muitos mais tipos de fornos industriais e que são utilizados para fins específicos e as operações tenham sido feitas. Os fabricantes de fornos industriais estão sempre em busca de chegar com mais sofisticada e fácil de usar fornos industriais que podem ser úteis ao seu máximo. Eles estão constantemente tentando maximizar a eficiência desses fornos ". 11.2Secagem Industrial A secagem é uma das operações industriais mais usadas na prática, tanto para o acabamento final ou equilíbrio da umidade própria dos diversos materiais processados com o ar ambiente, como é o caso das madeiras e de seus derivados, das borrachas, dos couros, dos plásticos, da celulose e seus derivados, etc., como para a sua melhor conservação, como é o caso dos cereais, dos alimentos e dos materiais perecíveis de uma maneira geral. 11.2.1 Secagem é uma operação de transferência de massa envolvendo a remoção de umidade (água) ou outro solvente de um sistema sólido ou semi- sólido. Líquidos podem ser removidos de sólidos mecanicamente através de prensas ou centrífugas e por vaporização térmica. O termo secagem se refere apenas a este último - a remoção mecânica de umidade é geralmente denominada desidratação mecânica. Da mesma maneira, a simples evaporação de uma solução, sem o auxílio de uma corrente de gás para arrastar a umidade não é considerada secagem. " " 11.2.2 Equilíbrio A umidade contida em um sólido ou numa solução líquida exerce uma pressão de vapor que depende da natureza da umidade, do sólido e da temperatura. Em contato com uma fase gasosa contendo um vapor com pressão parcial p, o sólido irá perder ou retirar umidade do ar até que a pressão parcial da umidade no sólido seja igual a p. A umidade pode estar presente no sólido de diversas maneiras. A água pode estar adsorvida nas paredes celulares ou estruturas sólidas, em solução dentro das células ou em pequenos poros dentro do material. Esta umidade é denominada umidade ligada e exerce uma pressão de vapor menor que a pressão de vapor da água líquida pura. A água também pode estar presente sobre a superfície do sólido, ou em grandes cavidades dentro do sólido, de modo que sua pressão de vapor seja igual à pressão da água líquida; essa umidade é denominada umidade não-ligada 11.2.3Secadores em batelada Bandejas: Dentre os secadores em batelada, o secador de bandejas é o representante mais comum. Estes secadores são utilizados quando o sólido precisa ser suportado por bandejas, que por sua vez são posicionadas dentro de uma câmara fechada. O gás de secagem é circulado pela câmara e passa por entre as bandejas e, eventualmente, através delas (o que aumenta a eficiência da secagem). Além de ar, outros agentes secadores podem ser utilizados, como gases inertes (e.g. Nitrogênio) e vapor superaquecido. Vácuo: secadores a vácuo são semelhantes aos secadores de bandejas na sua construção. No entanto, duas diferenças básicas são notáveis: a câmara deve ser hermeticamente fechada e sem circulação de gás; sem o gás de secagem, calor deve ser fornecido ao material por outro meio, como condução através do aquecimento dos suportes ou radiação. Liofilização: é utilizada para substâncias que não suportam altas temperaturas como alimentos e fármacos. O material é congelado e colocado em uma câmara a vácuo, onde a umidade é sublimada e retirada normalmente por uma bomba de vácuo. Semelhantemente ao caso da secagem a vácuo, o maior desafio é como fornecer o calor para a sublimação da água. Normalmente, calor é fornecido por condução, radiação ou aquecimento dielétrico. 11.2.4 Exemplo de um secador industrial desenvolvido O TURBO DRYER VOMM efetua a secagem / granulação / encapsulação em contínuo, sendo o primeiro secador contínuo que opera por duplo efeito térmico (condução + convecção), com consumos evaporativos na ordem de 800 kcal/ L H2O evaporada. Permite evaporar até as últimas frações de água, obtendo um produto final anidro, se assim desejado. Permite entrar com cakes ou pastas obtidas com qualquer meio de concentração mecânica (centrifugação, prensagem, decantação, filtragem) efetuando o TURBO DRYER exclusivamente evaporação térmica final. Elimina as exigências de fluidez inicial, condição indispensável p/outros sistemas, por exemplo: SPRAY ou DRUM, permitindo uma fundamental economia energética. O TURBO DRYER VOMM é fabricado com critério e simplicidade e resistência mecânica, que garantem confiabilidade operacional e reduzidos níveis de manutenção. Além disso, o projeto conseguiu: Facilidade e rapidez de limpeza (auto limpeza mecânica) Segurança total (eliminação de qualquer operação manual) Eliminação de qualquer contaminação com gases de combustão graças ao aquecimento indireto. Possibilidade de operação com produtos orgânicos termosensíveis. SALA DE COMPROVAÇÃO TECNOLÓGICA A Vomm desenvolveu a Sala de Comprovação Tecnológica, onde são realizadas simulações em escala semi-industrial. Isso possibilita aos clientes verificar a performance da Turbo Tecnologia e sua eficácia em suas matérias-primas. Especificações técnicas O Turbo-Dryer Vomm possui as seguintes características: Modelos......................................ES 1700, ES 1500, ES 1100, ES 900, ES 600, ES 450, ES 350 Finalidade....................................Secagem Capacidade..................................Até 3.500 l / h de H2O evaporada Formato final do produto processado....Em pó ou granulado Tipo de Circuito..............................Aberto ou Fechado Montagem....................................Em Skid Monobloco Tipo de Controle............................Semi-automático ou Automático (com PLC) Operação....................................1 operador em tempo parcial Origem da tecnologia.......................VOMM – Itália Origem do equipamento....................100% Brasil Fabricante...................................VOMM Equipamentos e Processos Ltda. Unidade Fabril...............................Bairro do Limão - São Paulo / SP 11.2.5 Túnel secador contínuo O túnel secador contínuo está dotado de fornalha geradora de calor, tubos condutores de calor aletados para obter melhor dispersão da temperatura e telas transportadoras e de fixação ajustáveis na altura acionadas por moto- variador. Possui ainda exaustores em cada cámera de secagem, as que são construídas de alvenaria. A fonte geradora de calor é uma fornalha que pode ser alimentada por qualquer material ígneo inclusive resíduos. A alimentação do material a ser secado pode opcionalmente ser manual ou automática, para o qual utiliza-se equipamento adicional. 12 Caldeiras 12.1 Geral No século II antes da nossa era, como resultado de uma série de experiências, Heron, de Alexandria, criou um aparelho, o qual denominou de Eolípila, que vaporizava água e movimentava uma esfera em torno de um eixo. Eram os precursores das caldeiras e das turbinas a vapor que, então, surgiam. Denis Papin, na França; James Watt, na Escócia; Wilcox, nos Estados Unidos e muitos outros, entre cientistas, artífices e operários, ocuparam- se, ao longo dos tempos, com a evolução dos geradores de vapor. Se mesmo com a tecnologia hoje existente, as caldeiras explodem e causam fatalidades, é de se imaginar como foi dura essa evolução, quantos acidentes ocorreram e quantas vitimas se fizeram na época em que o vapor era o responsável pelo movimento das maquinas na industria que se expandia mundialmente. Em 1835, já existiam seis mil teares movidos a vapor. Após a I Guerra Mundial, acentuou-se essa evolução e, ainda hoje, apresenta dados surpreendentes. As duas características básicas das caldeiras, pressão e capacidade de produção de vapor, vêm alcançando valores jamais esperados pelos técnicos do século passado . Atualmente, existem caldeiras com capacidade para produzir ate 3 ou 4 ton de vapor por hora e sabe-se que o fator limitante dessa característica é o tamanho da unidade, que se assemelha cada vez mais, a uma verdadeira fabrica de vapor. Por outro lado, a limitação das pressões relaciona-se às propriedades metalúrgicas dos materiais empregados, permitindo, no entanto, a existência de caldeiras que operem a pressões acima de 200 atmosferas, ou seja, "pressão critica", onde se igualam determinadas características da água nas fases liquida e de vapor. Se a tecnologia de produção de vapor avançou, há necessariamente que ocorrer um avanço na técnica de proteção dos homens que trabalham nessa área. Pretendemos aqui dar uma contribuição para que esse objetivo seja alcançado e, dar uma contribuição para que esse objetivo seja alcançado e, para tanto, reunimos aqui, as principais causas de acidentes na operação de caldeiras, cujo conhecimento consideramos indispensável àqueles que ministram treinamentos, orientam, ou supervisionam operadores desses equipamentos. Ressaltamos, porém, que este trabalho não visa esgotar o assunto, nem mesmo tratar em profundidade das medidas de controle dos riscos, o que, a nosso ver, só se pode alcançar com a integração harmoniosa da pratica e de todos os estudos existentes a nível nacional e internacionais sobre a matéria. 12.2. Introdução Caldeiras a vapor são equipamentos destinados a produzir e acumular vapor sob pressão superior à atmosférica, utilizando qualquer fonte de energia, excetuando-se os refervedores e equipamentos similares utilizados em unidades de processo 12.3. Tipos de Caldeiras e Suas Utilizações Muitas são as formas de classificarmos as caldeiras, por esta razão apresentamos a seguir as mais conhecidas: a) Quanto ao Fluido que Passa Pelos Tubos: Caldeiras Flamotubulares Caldeiras Aquotubulares Quanto à Fonte de Calor Caldeiras Elétricas Caldeiras com Câmaras de Combustão Caldeiras de Recuperação Caldeiras de Fluido Térmico b) Quanto à Movimentação da água nos Tubos Caldeiras de Circulação Natural Caldeiras de Circulação Forçada Quanto à Pressão da Câmara de Combustão Caldeiras de Pressão Positiva Caldeiras de Pressão Negativa c) Quanto à Tiragem Caldeiras de Tiragem Forçada Caldeiras de tiragem Induzida Caldeiras de tiragem Balanceada d) Quanto à Pressão de Operação Caldeiras Subcritica Caldeiras Supercriticas e) Quanto ao Tipo de Combustível Caldeiras a Combustíveis Líquidos Caldeiras a Combustível Sólido Caldeiras a gás 12.4 Caldeiras Flamotubulares Estamos tão acostumados a trabalhar com caldeiras para usinas de geração de energia elétrica, na sua maioria de médio ou grande porte e com elevadas capacidades de geração de vapor, e conseqüentemente do tipo aquotubular, que consideramos as caldeiras flamotubulares como verdadeiras "caldeirinhas". Entretanto, é importante que saibamos que a grande maioria das caldeiras distribuídas por todo o mundo são caldeiras de pequeno porte, do tipo flamotubular e estas, apesar de parecerem tão inofensivas são os equipamentos de geração de vapor que mais tem causado acidentes com vítimas. Nas caldeiras flamotubulares os produtos gasosos resultados da queima do combustível, são adequadamente direcionados para circularem nas partes internas dos tubos de troca de calor, os quais estão circundados com a água que queremos transformar em vapor. Como estes tubos estão totalmente cobertos externamente pela água, a transferência de calor ocorre em todas as áreas da superfície tubular. A superfície de troca de calor das caldeiras é dimensionada pelo projetista em função da capacidade da geração de vapor que se deseja obter, porém, para que a troca se torne mais eficiente, dá-se preferência a aplicação de um elevado número de tubos de diâmetro relativamente pequeno ao invés do uso de uma pequena quantidade de tubos de grande diâmetro. Estes tubos são posicionados em feixes tanto verticalmente como horizontalmente, mas estes últimos são mais freqüentes. Existe uma infinidade de tipos e formas de caldeiras flamotubulares no mercado e dentre as características que as distingue temos: Caldeiras de fornalha (tubo principal onde ocorre a queima ) lisa. Caldeiras de fornalha corrugada (tipo sanfonada), característica que aumenta de forma considerável a área de transferência de calor. Caldeiras com um ou múltiplos passes para o percurso dos gases. Caldeiras de parede traseira seca (a parede frontal ao queimador é revestida com material isolante, não tendo nesta superfície troca de calor com a água). Caldeiras de parede traseira molhada. As caldeiras flamotubulares são utilizadas apenas para a produção de vapor saturado pois a troca de calor é feita sempre entre o tubo com gás quente na parte interna envolvido completamente com água na forma líquida. Assim, não havendo troca de calor adicional entre os gases e o vapor já gerado, exceto em caldeiras de queima combinada na qual uma câmara de queima adicional é instalada para gerar gases para aquecimento do vapor, tornando-o superaquecido. As caldeiras flamotubulares em sua grande maioria possuem capacidade de geração de vapor reduzida (cerca de 5 toneladas por hora) e pressões inferiores a 20 kg/cm2. Modernamente podemos encontrar caldeiras deste tipo com capacidade superiores atingindo cerca de 30 toneladas de vapor por hora. As principais vantagens deste tipo de caldeiras em relação às aquotubulares são: Tamanho compacto permitindo seu fácil transporte desde a fábrica até o local de uso e futuras relocalizações. Melhor eficiência na troca de calor por área de troca térmica. Maior flexibilidade para variações bruscas de consumo de vapor. Operação simples com reduzido número de instrumentos de supervisão e de controle. Baixo custo de manutenção, as quais se limitam a etapas de limpeza e troca de tubos. Como desvantagens, possuem limitada capacidade de geração de vapor, e só produzem vapor saturado, o que as torna próprias apenas para a geração de vapor de aquecimento o que muitas vezes não interessa as indústrias de grande porte que requerem vapor para acionamento de máquinas de processo como bombas, turbinas, ejetores, etc. 12.5 Caldeiras Elétricas Estas caldeiras têm aplicabilidade bastante reduzida no setor industrial, onde a oferta de combustíveis fósseis ainda é muito elevada e os preços comparativamente vantajosos. Entretanto, em locais onde há pouca oferta de combustíveis e facilidade de obtenção de eletricidade, estas caldeiras devem ser consideradas como opção. Basicamente a caldeira elétrica é constituída de um vaso de pressão não sujeito a chama, um sistema de aquecimento elétrico e de um sistema de água de alimentação. O rendimento deste tipo de caldeira é bastante elevado já que por efeito joule a troca de calor ocorre no interior da massa líquida sem perda do calor gerado. O custo deste equipamento se torna reduzido devido a inexistência de dutos, câmaras de queima, queimadores, tubos de troca de calor, refratários, chaminés, dispersão de poluentes, etc. Duas técnicas são usadas para a troca de calor nas caldeiras elétricas. A primeira consiste na introdução dentro do vaso de um conjunto de resistores blindados nos quais circula a corrente elétrica com alta liberação de calor. A potência dissipada - RI2 é diretamente transferida para a água pelo processo de convecção. A outra técnica, consiste da condução elétrica, que acontece através da própria massa de água por onde circula a corrente elétrica entre eletrodos adequadamente posicionados. Neste caso a energia se dissipa na água também por efeito joule. Para que este segundo método tenha efeito é necessário que a água possua um valor de condutividade capaz de permitir a circulação elétrica. O mercado já oferece um outro tipo de caldeira elétrica denominado caldeira de indução. Nestas caldeiras a água a ser transformada em vapor circula de forma forçada no interior das bobinas do secundário de um transformador, absorvendo o calor dissipado. As caldeiras elétricas requerem especial atenção no que concerne a segurança no uso de energia elétrica, cujos equipamentos devem estar permanentemente sendo revisados e monitorados contra falhas. Os elementos de troca de calor ( resistências e eletrodos) são fortemente atacados durante o uso, com desgaste e formação de depósitos provenientes dos sais existentes na água. 12.6 Caldeiras Aquotubulares Nas caldeiras aquotubulares a água a ser vaporizada circula no interior dos tubos de troca térmica, enquanto o calor proveniente da queima do combustível circula na parte externa. As caldeiras de grande porte que operam em altas e médias pressões são todas aquotubulares. Existem centenas de projetos diferentes para as caldeiras deste tipo, adequando-as ao uso a que se destinam. Devido a sua alta flexibilidade, estas caldeiras foram gradualmente recebendo inovações visando elevar seu rendimento e confiabilidade. Uma destas inovações mais importante foi a instalação de uma seção tubular para passagem do vapor após sua saída da zona de evaporação, permitindo a elevação de sua temperatura acima da de saturação, ou seja o seu superaquecimento. 12.7 Caldeiras a Combustíveis Sólidos Inúmeros são os combustíveis sólidos que podem ser aplicados para queima em caldeiras. Eles tanto podem ser combustíveis naturais como derivados, como apresentados a seguir: Combustíveis Sólidos Naturais Madeira Turfa Carvão mineral Bagaço de cana, etc. Combustíveis sólidos Derivados Carvão vegetal Coque de carvão Coque de petróleo, etc. Para uso nas caldeiras destinadas a geração de vapor para a termoeletricidade, o carvão mineral é o mais utilizado, por ser aquele encontrado com mais facilidade na natureza. As caldeiras a carvão mais antigas utilizavam o carvão mineral na forma de pedras. Este combustível era muitas vezes introduzido nas caldeiras de forma manual tornando o processo de geração de calor bastante irregular. O carvão britado como é conhecido, é lançado em grelhas móveis que estão instaladas na parte inferior das fornalhas, abaixo das quais é insuflado ar para a combustão. Modernamente as caldeiras utilizam o carvão pulverizado. Apesar do nosso país possuir uma grande reserva de carvão mineral na região sul, a qualidade deste produto é muito inferior a encontrada em outros países. O carvão mineral tanto pode ser obtido em minas de grande profundidade, como em reservas superficiais. As usinas térmicas de Santa Catarina ( Complexo Termelétrico Jorge Lacerda) utilizam carvões de minas, enquanto a Usina Presidente Médici situada em candiota, utiliza carvão de superfície. O poder calorífico dos carvões minerais é muito inferior ao dos combustíveis derivados de petróleo além de possuir inúmeras impurezas inertes ao processo de combustão. Os constituintes inertes mais presentes nos carvões estão as cinzas, o enxofre e a umidade, sendo que em alguns casos as cinzas atingem percentuais em torno de 40 a 50% dependendo de sua origem. Para minimizar a baixa qualidade dos carvões, eles são beneficiados por processos de lavagens denominados de flotação, tanto junto a mina de onde são extraídos, como em alguns, casos após o transporte antes de ser colocado nos pátios das usinas. Apesar disto o carvão de melhor qualidade é separado para ser enviado a processos siderúrgicos considerados mais nobres. As caldeiras à carvão de alta eficiência efetuam a sua pulverização em moinhos transformando o combustível num fino pó que pode ser facilmente arrastado pelo fluxo de ar em direção aos queimadores através de dutos. Este ar , bem como os próprios moinhos são previamente aquecidos não só para facilitar a queima como para evitar que o carvão devido a sua umidade se aglomere nos dutos. As fornalhas das caldeiras à carvão são bem maiores que as de óleo para que haja tempo de permanência suficiente da mistura até a queima total. Maiores também são todas as dimensões dos dutos de circulação dos gases bem como os espaçamentos entre os tubos dos feixes de troca de calor, em decorrência do grande volume de gases produzidos somados as cinzas contidas no carvão. Caldeiras à carvão requerem além dos equipamentos já citados, os seguintes: Sistema de correias transportadoras para levar o carvão até o silo da caldeira. Silo para armazenamento do carvão que será utilizado na caldeira Tanque de captação de cinzas pesadas no fundo das caldeiras, com sistema de transporte destas cinzas. Grande quantidade de sopradores de fuligem para eliminarem continuamente os depósitos sobre os tubos. Sistema de proteção contra a incidência direta das cinzas nos feixes de troca de calor para evitar a erosão(telhas de sacrifício) Sistema de captação de cinzas leves levadas com os gases em direção a chaminé ( coletores e precipitadores). 12.8 Caldeiras a Combustíveis Líquidos Os principais combustíveis líquidos utilizados nas caldeiras são: Óleo combustível Óleo diesel Resíduo de vácuo Descreveremos algumas características destes combustíveis: Óleo Combustível O óleo combustível é obtido a partir da mistura de um derivado de petróleo pesado, resíduo de vácuo ou resíduo asfáltico, com derivados mais leves, adicionados com a finalidade de especificar a viscosidade. Os derivados mais utilizados para esta diluição são: óleo decantado, óleo pesado de reciclo de FCC, óleo leve de reciclo, resíduo aromático, diesel e querosene. As viscosidades máximas admissíveis para os óleos combustíveis, comercializados no Brasil, são padronizados pelo Departamento Nacional de Combustíveis (DNC), agrupadas em nove faixas. A especificação do DNC prevê, para cada viscosidade, duas faixas de teor de enxofre: o óleo A de alto teor (com até 5% de enxofre para o óleo 1 e até 5,5% de enxofre para os óleos 2 a 9) e o óleo B de baixo teor (com menos de 1% de enxofre). Assim, um óleo combustível com viscosidade de 15.000 SSF a 50 ºC e 3% de enxofre é classificado para faturamento como óleo 5A. "Óleo "Ponto de "Teor de "Viscosidad"Teor de " "Combustível"Fulgor "Enxofre "e "Sedimentos " "Tipos "ºC "% Peso "SSF a 50 "% Peso " " " "(máx.) "ºC " " "1A "66 "5,0 "600 "2,0 " "2A "66 "5,5 "900 "2,0 " "3A "66 "5,5 "2.400 "2,0 " "4A "66 "5,5 "10.000 "2,0 " "5A "66 "5,5 "30.000 "2,0 " "6A "66 "5,5 "80.000 "2,0 " "7A "66 "5,5 "300.000 "2,0 " "8A "66 "5,5 "1.000.000 "2,0 " "9A "66 "5,5 "Sem Limite"2,0 " "1B "66 "1,0 "600 "2,0 " "2B "66 "1,0 "900 "2,0 " "3B "66 "1,0 "2.400 "2,0 " "4B "66 "1,0 "10.000 "2,0 " "5B "66 "1,0 "30.000 "2,0 " "6B "66 "1,0 "80.000 "2,0 " "7B "66 "1,0 "300.000 "2,0 " "8B "66 "1,0 "1.000.000 "2,0 " "9B "66 "1,0 "Sem Limite"5,0 " "C "66 "- "2,1 a 26,0"em volume " " " " "cST a 37,8" " " " " "ºC " " Cinzas - 0,10% (máx.) para o tipo C Tabela de Classificação dos Combustíveis Um óleo A é mais barato que um óleo B da mesma faixa de viscosidade. Dentro de uma mesma faixa de teor de enxofre, quanto maior a faixa de viscosidade em que o óleo for enquadrado mais barato ele fica. O DNC também limita o teor máximo de água e sedimentos a 2,0% em volume. O teor de água obtido por destilação é somado ao teor de sedimentos obtido por extração. Quantidades de água e sedimentos entre 1,0% e 2,0%, embora aceitáveis, devem ser deduzidas da quantidade fornecida por ocasião do faturamento. Resíduo de Vácuo A PETROBRÁS consome nos fornos e caldeiras da maioria de suas refinarias resíduo de vácuo puro. Ou seja, o produto de fundo da torre de destilação a vácuo é encaminhado diretamente para consumo sem nenhum tipo de diluição. Quando consumido diretamente, sem passar por tancagem, o produto não necessita de aquecimento adicional, já que a temperatura de retirada do produto da torre, 380 ºC, é maior do que a temperatura necessária para queima, 240 a 270 ºC. Assim, o controle de temperatura é feito através da mistura do resíduo de vácuo retirado da bateria de preaquecimento de carga de um ponto, com temperatura mais elevada que o desejado, com resíduo de outro ponto, com temperatura inferior à desejada. Este combustível, também, é fornecido para grandes consumidores, para utilização em fornos e caldeiras, sendo enquadrado para efeito de faturamento como óleo 8A. Óleo Diesel É o combustível padrão para motores diesel, e, praticamente, toda a produção brasileira é consumida para aquela finalidade. No passado foi maior a utilização do óleo diesel como combustível industrial, mas, com um evento das refinarias nacionais, produzindo uma maior gama de derivados, procurou-se soluções mais econômicas para combustão contínua, substituindo- se o óleo diesel por produtos menos nobres. É ainda utilizado em algumas caldeiras domiciliares e nos queimadores que trabalham em sistema automático aquecendo produtos que exigem um combustível com baixo teor de enxofre. As caldeiras são construídas de acordo com o tipo de combustível que irá utilizar. As caldeiras que utilizam combustíveis líquidos possuem características bem definidas para isto. Como sabemos toda queima só ocorre após uma mistura adequada entre as moléculas do combustível com as moléculas do comburente e numa determinada temperatura. Assim, apesar do combustível inicialmente se apresentar na forma líquida, é necessário transformá-lo em gás para que a queima ocorra, e normalmente esta transformação ocorre à saída dos queimadores após o líquido ter sido cuidadosamente pulverizado, aquecido, e colocado em contato com o ar. Uma caldeira para queima de líquidos, em especial os mais viscosos, necessita de componentes auxiliares que facilitem este processo, tais como: Instalações adequadas para recebimento e manuseio do combustível, incluindo tanques para armazenamento com capacidades adequadas ao consumo e oferta do produto no mercado. Instalações de aquecimento para elevar a temperatura do combustível previamente a sua entrada na caldeira, facilitando desta forma sua atomização e queima. A entrada do combustível frio na fornalha além de proporcionar uma má queima, faz com que parte do calor ali existente seja utilizado para levar as moléculas a temperatura da reação de combustão e consequentemente reduzindo a eficiência do processo. Pelo mesmo motivo, sempre que possível as caldeiras de combustível líquido devem possuir sistemas para aquecimento prévio do ar destinado a queima, conhecidos como pré - aquecedores de ar. Os queimadores utilizados nestas caldeiras devem ser compatíveis com as características do óleo em uso. Como uma caldeira é projetada e construída para uso por muitos anos, é comum que devido ao aparecimento de novos processos de refino que os combustíveis do mercado modifiquem suas especificações. É portanto necessário que os usuários de caldeiras estejam permanentemente atentos as especificações reais do produto que utiliza para segurança e eficiência do processo. Quando for modificado o tipo de óleo, é necessário que novos queimadores sejam adquiridos ou o sistema existente seja adaptado. As fornalhas para combustíveis líquidos devem possuir dimensões suficientes para que o processo de transformação para o estado gasoso ocorra, assim como toda a queima em seu interior sob qualquer condição de carga. A queima em locais fora da fornalha, denominada de combustão secundária, além de ocasionar um descontrole em todos os parâmetros do processo, causa danos aos equipamentos da caldeira, muitas vezes irrecuperáveis a curto prazo. Como a queima de combustíveis líquidos em uma caldeira não é uma das prioridades para o uso dos combustíveis líquidos, o óleo destinado a este fim são os chamados óleos residuais, e sempre apresentam inúmeras impurezas que podem provocar danos tanto ao sistema de bombeio e queima, como podem ser carreados com os produtos da combustão produzindo efeitos nocivos as superfícies de troca de calor e dutos. Nas caldeiras de combustível líquido as tubulações e equipamentos do sistema de manuseio devem ser convenientemente isoladas termicamente para evitar a troca de calor com o meio ambiente e evitar expor as superfícies aquecidas ao contato humano. Quanto maior for a viscosidade do combustível, maior será a elevação da temperatura e conseqüentemente maiores cuidados devem ser dedicados ao isolamento das tubulações. 12.9 Combustíveis Gasosos Gás Combustível de Refinaria É um combustível gasoso, de baixo peso molecular médio, que não se liqüefaz por compressão, dificultando seu armazenamento. O gás combustível, geralmente, é uma corrente secundária do processamento em unidades de refinação e petroquímica (craqueamento catalítico, coqueamento retardado, reforma catalítica, pirólise) resultante do craqueamento térmico de frações mais pesadas. Antes de ser destinado como combustível, esta corrente, geralmente, passa por unidades de tratamento, onde é retirado o H2S, e por unidades de fracionamento onde são retiradas frações utilizadas pela indústria petroquímica. É obrigatoriamente consumido na própria refinaria/petroquímica que o originou ou em indústrias vizinhas, interligadas através de gasodutos. Gás Natural O gás natural é encontrado em reservatórios subterrâneos naturais, associado ou não ao petróleo, donde é extraído através da perfuração de poços. Após ser produzido, antes de ser enviado para consumo como combustível, geralmente, passa por unidades de processamento (PGN) que retiram deste gás as frações mais pesadas. Estas frações podem ser incorporadas às correntes de gás liqüefeito de petróleo e gasolina, ou servir como matéria prima de unidades petroquímicas. A seguir, apresentamos algumas análises típicas deste combustível: " "Gás 1 "Gás 2 " "PCI (Kcal/Kg "11.377 "11.571 " "Peso Molecular "20,2 "17,6 " "Componentes: "Composição "em volume (%) " "Metano "81,4 "89,9 " "Etano "10,08 "8,5 " "Propano "4,88 "0,5 " "i - butano "0,72 "- " "n - butano "1,11 "- " "Isopentano "0,22 "- " "Neopentano "0,21 "- " "Pentanos e > "0,15 "- " "Nitrogênio "1,08 "0,7 " "CO2 "0,52 "0,4 " "Gás 1 - Gás produzido na Bacia de Campos (antes da " "PGN) " "Gás 2 - Gás produzido na Bacia de Campos (após a PGN)" Para fornecimento a consumidores externos à PETROBRÁS, o DNC exige o cumprimento da especificação abaixo: "Gás Natural " "Densidade relativa ao ar, a 20 ºC "0,60 a 0,81 " "Enxofre total, mg/m3 "110 (máx.) " "Gás Sulfídrico, mg/m3 "29 (máx.) " "Nitrogênio + Dióxido de carbono, % "6 (máx.) " "Vol. "7.600 a 11.500 " "Poder calorífico, a 20 ºC e 1 atm "8.500 a 12.500 " "Inferior, Kcal/m3 " " "Superior, Kcal/m3 " " "OBS.: O produto deve ser isento de hidrocarbonetos " "condensados, óleos e partículas sólidas. "   As caldeiras projetadas para a queima de gás são em geral muito mais simples que as utilizadas para os demais combustíveis. Isto se explica pelo fato do gás não requerer nenhum aquecimento prévio para ser queimado nas fornalhas, não necessitar de grandes reservatórios para sua estocagem, e por ser um combustível de alto rendimento contendo poucas impurezas. Os ciclos combinados associando uma ou mais turbinas a gás à caldeiras de recuperação tem se apresentado como uma das melhores opções para a geração da termoeletricidade. Estas caldeiras podem ou não serem dotadas de queimadores e se destinam a produzir vapor aproveitando o calor residual contido nos gases ao deixarem a exaustão da turbina a gás. Também tem sido muito utilizada a modificação de caldeiras, inicialmente projetadas para queima de óleo, para passarem a atuar alternativamente ou simultaneamente com queima de gás, são as denominadas caldeiras de queima mista. 13.Trocadores de Calor 13. 1 Objetivos Apresentar os principais tipos de trocadores de calor, suas aplicações e suas características mais marcantes. Apresentar as principais variáveis e metodologias envolvidas no projeto, dimensionamento e seleção de trocadores de calor. Apresentar uma classificação dos trocadores de calor com relação a aspectos construtivos, operacionais e de princípios 13.2 Definição - O que são Trocadores de Calor? Equipamentos de vários tipos e configurações onde ocorre transferência de energia sob a forma de calor entre duas ou mais massas de fluido que podem ou não estar em contato direto. 13.3 Aplicações PROCESSOS/OPERAÇÕES Aquecer, resfriar, condensar, evaporar, ferver, esterilizar, pasteurizar, congelar, fracionar, destilar, concentrar, cristalizar, fundir, secar... As incontáveis aplicações e os inúmeros processos e aplicações levam à necessidade de classificar os trocadores de calor. 13.4 Classificação 13.5 Trocadores duplo-tubo 13.5.1 Trocadores duplo-tubo: Características básicas 1. Consiste de um tubo montado internamente e concêntrico a um tubo de maior diâmetro. Acoplamentos hidráulicos (flanges etc.) servem para guiar os fluidos para o interior do trocador e de uma seção para outra. 2. O tubo interno geralmente possui aletas longitudinais soldadas internamente ou externamente para aumentar a área de troca térmica para o fluido de menor C.T.C. 3. Usado na maioria das vezes para transferência de calor sensível (aquecimento ou resfriamento) em situações onde áreas de troca pequenas (até 50 m2) são necessárias. Condensação e ebulição em pequenas quantidades também podem ser acomodadas. 4. Em alguns casos, há um feixe tubular interno ao invés de um tubo. 5. Alguns modelos são "itens de catálogo". 13.5.2 Trocadores duplo-tubo VANTAGENS 1. Flexibilidade na aplicação, podendo ser conectados em diversos arranjos em série e/ou paralelo a fim de acomodar limitações de perda de carga e de temperatura; 2. Flexibilidade na montagem, podendo ser facilmente construídos a partir de componentes disponíveis (ex.: tubos, flanges, acoplamentos...) e também facilidade de aumento/redução da área de troca de acordo com variações no processo; 3. São de fácil manutenção e limpeza; 4. Métodos de cálculo são razoavelmente bem estabelecidos e precisos DESVANTAGENS A principal desvantagem deste tipo de trocador é o seu elevado custo por unidade de área de troca (quando comparado a outras configurações). 13.6 Trocadores casco-e-tubos 13.6.1 Trocadores casco-e-tubos: Características básicas 1. É o tipo mais comum de trocador de calor, compreendendo diversos sub- tipos e configurações (as quais dependem da aplicação); 2. Um trocador C-e-T típico possui os seguintes componentes (a) TUBOS: Componentes básicos do trocador, que promovem a área de troca entre as duas correntes de fluido. Os tubos podem ser lisos ou possuir aletas de baixo perfil de maneira a aumentar a área de troca. Os tubos são mantidos no lugar pelas placas tubulares. (b) PLACA TUBULAR: Placa circular de metal perfurada na qual os tubos são fixados (por solda, interferência, dilatação térmica...). A(s) placa(s) tubular(es) podem ser soldadas ou fixadas por meio de parafusos ao casco do trocador de calor. (c) CASCO ou CARCAÇA: Elemento metálico de formato cilíndrico que envolve o feixe tubular. Dependendo das dimensões, pode ser fabricado a partir do corte de um tubo existente (D < 0.6 m), ou da calandragem de uma chapa metálica seguida de soldagem. O tamanho de um trocador C-e-T é designado através da combinação (d) CHICANAS: O arranjo de chicanas no lado do casco do trocador serve a dois propósitos: (i) dar suporte aos tubos contra flexão e vibração, (ii) guiar o fluido do lado do casco através do feixe de tubos de uma forma o mais próximo possível de um escoamento cruzado ideal. O tipo mais comum de chicanas são as segmentadas (como na figura), mas outros tipos estão disponíveis pesquisas, patentes.. Trocadores casco-e-tubos: 13.6.2 Trocadores casco-e-tubos: VANTAGENS 1. São robustos e de construção relativamente simples; 2. São de limpeza e manutenção relativamente simples (se forem projetados corretamente...); 3. Métodos de projeto existentes já foram bem testados; 4. Flexibilidade na construção permite que praticamente qualquer processo possa ser executado num trocador C-e-T (pressões e temperaturas extremamente baixas ou altas, altas diferenças de temperatura, mudança de fase, incrustações severas, fluidos corrosivos...). DESVANTAGENS Os itens 3 e 4 acima são responsáveis pela maior desvantagem dos trocadores C-e-T. Para grande parte das situações, outros tipos de trocador de calor executariam o processo de uma forma 13.7 Trocadores de placas 13.7.1 Trocadores de placas:características básicas 1. Há pelo menos 3 tipos diferentes de trocadores de placas, os placas-e- armação (mais conhecidos e utilizados), os em espiral e os trocadores do tipo lamela. 2. Em sua variante mais comum, o trocador consiste de placas metálicas corrugadas montadas em uma armação. O conjunto de placas compreende a superfície de troca e as 'rugas' promovem turbulência e minimizam regiões de estagnação e incrustação; 3. As juntas (geralmente de borracha, Viton ou Neoprene) têm o propósito de vedar as folgas entre placas adjacentes e delinear os caminhos a serem percorridos pelas correntes; 4. Placas podem ser construídas a partir de qualquer material 'prensável'. Os mais comuns são aço inox, titânio, Incoloy etc. Para aplicações sujeitas a corrosão severa, alguns fabricantes oferecem placas de grafite ou de materiais poliméricos; 5. Os trocadores P-e-A foram usados inicialmente na indústria de laticínios, onde a necessidade de montagem, limpeza e desmontagem de fácil execução é mandatória; 6. A armação consiste de uma barra superior e de placas de pressão (uma fixa e a outra móvel) em ambas as extremidades do trocador. A flexibilidade de montagem e adaptação a mudanças do processo são características importantes deste trocador; 7. Trocadores P-e-A aplicam-se a uma gama de processos, incluindo líquido- líquido, condensação e evaporação. Sua utilização com gases e altas pressões não é recomendada (vedação). 13.7.2Trocadores de placas:comparativo casco-e-tubos Devido a sua maior EFETIVIDADE, os trocadores P-e-A necessitam de uma menor área para executar o mesmo processo. Para aplicações líquido-líquido, áreas de um P-e-A são 25% menores e a perda de carga é, na média, mais baixa. Em termos de peso do trocador, os P-e-A são geralmente 40 a 50% mais leves. 13.8 Trocadores de placas:espiral e lamela 13.9 Trocadores de placas:soldadas e brazadas 13.10Trocadores de placas: platecoil 13.11 Trocadores de placas: circuito impresso 13.12 Trocadores tubo-aleta 13.13 Trocadores arame-sobre-tubo 13.14 Trocadores de micro-canais 13.15 Trocadores placa-aleta 13.15.1 Trocadores placa-aleta: Características básicas 1. São construídos a partir de placas paralelas e seções de aletas corrugadas unidas por diversos processos de fabricação ('vacuum brazing', 'diffusion-bonding') umas sobre as outras (formando um "sanduíche"); 2. As matrizes são geralmente construídas de alumínio. Recentemente, outras ligas (incluindo aço inox) vêm sendo utilizadas; 3. A principal aplicação é em criogenia (processamento de gases liquefeitos). No entanto, estes trocadores são encontrados em aplicações aeroespaciais, petroquímicas, 'off-shore' etc. 4. Para algumas aplicações, trocadores compactos podem ser mais caros; 5. Não permitem desmontagem! 13.15.2Trocadores placa-aleta: Tipos de aletas 13.16 Resumo – Trocadores de Calor