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1.3.1 - Observatórios Magnéticos Do Brasil

Curso de Geomagnetismo

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SAIBA MAIS SOBRE OBSERVATÓRIOS MAGNÉTICOS NO BRASIL! O Observatório Nacional planeja instalar sete novos observatórios magnéticos. O mapa abaixo mostra a distribuição destes observatórios, onde os símbolos azuis mostram os observatórios já existentes e os símbolos amarelos representam os observatórios que serão construídos. Atualmente os observatórios do Pantanal, da Amazônia e da Ilha de Trindade estão sendo construídos. O observatório do Pantanal iniciará o seu funcionamento em outubro de 2012 e os observatórios de Trindade e Amazônia provavelmente até março de 2013. 1 Para construir um observatório magnético devemos seguir algumas etapas: 1. Escolha da área: é muito importante selecionar áreas distantes de distúrbios magnéticos, como redes elétricas, carros, objetos metálicos em geral. Precisamos também de uma área livre, de pelo menos 40 x 40 metros para a construção das instalações do observatório. Vale lembrar que a infra-estrutura é essencial: transporte para a área do observatório, energia para manter os equipamentos e computadores e internet para transmitir os dados. No Pantanal encontramos uma área seguindo todos essas condições. A área escolhida é mostrada na figura abaixo. 2. Realização de um levantamento magnético (gradiométrico) na área escolhida: para o Pantanal nós medimos o campo magnético em uma área de 20 x 35 metros, cada medida feita de 1 em 1 metro. O objetivo deste levantamento é descobrir se na área escolhida há alguma anomalia magnética, ou seja, uma região na qual o campo difere consideravelmente dos valores na mesma área. Para construção de observatórios devemos evitar tais tipos de anomalias para que não influenciem nas medições do campo magnético. 3. Teste de todos os itens que serão usados na construção das instalações do observatório, como por exemplo, o concreto. Para esta finalidade colocamos o material a ser testado próximo ao magnetômetro e deixamos por alguns minutos. Verificamos então, se houve alguma alteração do campo magnético causada pelo material. 4. Construção dos pilares e miras e determinação do norte verdadeiro para as posteriores medições da declinação magnética. 2 5. Construção das casas das observações absolutas, que mede D, I e F e casa dos variômetros, que mede X, Y e Z. É muito importante construir a casa dos variômetros com um grande isolamento térmico, já que variações de 1oC pode gerar uma alteração no campo de 1 nT. Os pilares, onde os instrumentos serão colocados, devem ser estáveis, ou seja, não devem inclinar ou afundar, durante centenas de anos. Normalmente são feitos de concreto com uma sapata a profundidades de 2 metros. Um exemplo da parte externa e interna da casa das medidas absolutas do Observatório de Tatuoca é mostrado na figura abaixo. 6. Treinamento da equipe que fará as medições. As medições na casa dos variômetros são feitas automaticamente, mas as medidas absolutas de D, I e F necessitam ser realizadas, duas vezes por semana, por uma equipe bem treinada. É fundamental que as medidas absolutas sejam feitas de forma rigorosa, obedecendo assim os padrões de qualidade estabelecidos pelo INTERMAGNET. O Observatório Nacional oferece um curso de treinamento no observatório de Vassouras, que é o observatório mais antigo do Brasil. 7. Instalação dos equipamentos e testes para garantir uma boa qualidade dos dados: esta é a fase final antes do funcionamento do observatório. A instalação de um observatório magnético é um processo que deve ser feito com muito cuidado. Todas as etapas acima descritas devem ser seguidas rigorosamente já que um observatório ficará até mesmo centenas de anos medindo o campo magnético da Terra. Os observatórios fornecem dados valiosos para o estudo tanto do campo externo quanto do campo do núcleo. 3