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Tecnologia Do Concreto (módulo I)

Sumário: CONCEITOS Definição do que é concreto Quais os seus componentes Materiais constituintes do concreto Quais os fatores que influenciam na qualidade VARIÁVEIS DO CONCRETO Fck Fcj Mpa A/C Fc28 SLUMP-TESTE Pega Cura

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    December 2018
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TECNOLOGIA DO CONCRETO MODULO I Willian Abreu da Silva S A presentação Quando surgiu o conceito relativo às misturas feitas utilizando o Cimento Portland, criando peças arquitetônicas com relativa facilidade e versatilidades antes nunca feitas, vieram os estudos relativos as misturas, para conseguir cada vez mais, ultrapassar os limites com economia e bom desempenho estrutural. O curso “Tecnologia do Concreto” dividiu-se em 02 (dois) módulos, mostrando os conceitos básicos relativos ao tema de forma clara e objetiva. O Módulo I mostra os conceitos iniciais, seus componentes e suas principais variáveis. O Modulo II define as variáveis e suas influenciam no concreto. umário CONCEITOS Definição do que é concreto Quais os seus componentes Materiais constituintes do concreto Quais os fatores que influenciam na qualidade VARIÁVEIS DO CONCRETO Fck Fcj Mpa A/C Fc28 SLUMP-TESTE Pega Cura 1.0 Concreto + Concreto é um material de construção, constituído por uma mistura de aglomerante (cimento), com um ou mais materiais inertes (areias, britas, seixos, argila expandida, etc...) e água podendo ou não ser utilizado um quinto elemento denominado aditivo. O concreto é então uma pedra artificial que sobre a pedra natural tem a vantagem de ser na forma e dimensões desejadas, oferecendo condições de plasticidade que facilitem as operações de manuseio indispensáveis ao lançamento nas formas, adquirindo, com o tempo coesão e resistência. Existem duas denominações de concreto: Cimento Armado O concreto simples tem em sua composição a utilização de cimento, água e agregados, já o concreto armado, são o mesmo concreto simples, contendo uma armadura de aço para lhe dar maior resistência. 2.0 Quais os seus componentes O cimento em contato com a água, forma uma pasta, a qual se adiciona o agregado miúdo (areia), obtendo-se uma argamassa, na qual é adicionado o agregado graúdo (pedra), formando o concreto. “O cimento é o maior responsável pelas resistências finais do concreto” PASTA Água + Cimento + Água + Cimento Simples = = Areia + Água ARGAMASSA + Areia = CONCRETO Agregado - Aglomerantes (cola, reagente) – Cimento - Materiais Inertes - Areia, pó de pedra, seixo rolado, caco cerâmico, laterita, pedra e etc. - Aditivos – Elementos químicos 2.1 ARGAMASSA As argamassas são classificadas, segundo a sua consistência, em seca, plástica e fluída, sendo definidas pela a película de pasta que envolve os grãos de areia. A Argamassa servirá para: a) Envolver todo o agregado, preenchendo os vazios e facilitando o seu manuseio. b) Dar ao concreto certa resistência aos esforços mecânicos e agentes agressivos; aumentar a impermeabilidade; etc... Os principais tipos de argamassa são: - Argamassa de cal; - Argamassa de cimento; - Argamassa de cimento e aditivos; - Argamassa mista de cimento e cal. As principais propriedades das argamassas são: - Ter trabalhabilidade; - Ter capacidade de retenção de água; - Adquirir rapidamente resistência; - Ter adequada aderência as componentes; - Acomodar as deformações. 3.0 Materiais Constituintes do concreto 3.1 CIMENTO Cimento Portland é um material em pó, constituído de silicatos e aluminatos de cálcio, após serem cozidos e moídos, praticamente sem cal livre. 3.1.1 Histórico O seu nome técnico Cimento Portland, pois assim foi batizado pelo seu inventor há mais de 150 anos, inspirado na cor das pedras da Ilha de Portland (Inglaterra), que eram muitos usados nas construções da época. Portanto, como você pode ver, Portland não e uma marca de cimento, nem indica que ele é um produto importado. O cimento Portland, ou simplesmente cimento, é fabricado com calcário, argila, gesso e outros materiais denominados adições. Embora suas principais matérias-primas estejam disponíveis na natureza, a fabricação do cimento exige grandes e complexas instalações industriais, operadas por técnicos muitos bem treinados. 3.1.2 Processo de Fabricação O processo de fabricação do cimento consiste basicamente na extração do calcário da jazida (mina), com o auxilio de maquinas e explosivos, seguindo-se a sua britagem e mistura com argila. Essa mistura passa por um moinho, onde é reduzida a pó, e a seguir por um possante forno giratório, onde é cozida a 1450°c, se transformado em pelotas duras, do tamanho de bolas de gude (clinquer). Finalmente, este clinquer é moído e misturado ao gesso e outras adições, transformando-se no cimento, que agora está pronto para ser entregue ao consumo, em sacos ou a granel. 3.1.3 Tipos de cimento no Brasil Cimento Portland Comum (sem adição) Cimento Portland Comum (com adição) Cimento Portland Composto Cimento Portland de Alto-Forno Cimento Portland Pozolanico Cimento Portland de Alta Resistência Inicial Cimento Portland Branco Estrutural Não Estrutural Cimento Portland Resistente a Sulfatos TIPO CP I CP I S CP I - E,Z,F CP III CP IV ARI Cb CLASSE (25-32-40) (25-32-40) (25-32-40) (25-32-40) (25-32) (25-32,40) Reajuntamento de Azulejos MRS Moderada Resist. a Sulfatos ARS Alta Resistência a Sulfatos Cimento Portland de Baixo Calor de Hidratação Cimento p/ Poços Petrolíferos Bc CPP (CPII-E-32BC) 3.1.4 Campos de Aplicação - Cimento Portland Comum / com adição / composto CP-25 - Em obras de pequena e média estrutura; CP-32 - Em obras de estrutura de médio a grande porte; CP-40 - Usado normalmente para pavimentação de aeroportos e nos concretos onde se exigem altas resistências. a) b) c) d) 3.1.5 Cuidados na utilização do cimento Não use cimento empedrado. Verifique se o saco de cimento não esta úmido ou molhado. Não é pela cor mais clara ou mais escura ou se o saco está quente ou frio que se verifica a qualidade do cimento. Todos os cimentos brasileiros têm a sua qualidade constantemente controlada pela ABCP, de acordo com as exigências da ABNT, devendo ser confirmada quando do recebimento do lote. 3.1.6 Transporte e armazenamento do cimento - Tanto no transporte como no armazenamento, é preciso evitar que o cimento entre o contato com água; - Não empilhar o cimento mais de 10 (dez) sacos. Se o cimento for utilizado por um prazo de 15 (quinze) dias o mesmo poderá ser empilhado com 15 (quinze) sacos; - No depósito o cimento deverá ser empilhado sobre estrado de madeira, numa altura de 30cm do piso. Não deixe encostado no teto ou nas paredes com distâncias mínimas respectivas de 50cm e 30cm; - O tempo de estocagem em clima úmido não deve ultrapassar 30 (trinta) dias. 3.2 AGREGADO São os materiais que ocupam a ordem de 70% do volume total da composição da mistura, sendo assim, deverão ser escolhidos com toda atenção disponível e critério técnico disponível, pois contribui na maior parte do concreto. Os agregados servirão para: - Aumentar a resistência aos esforços mecânicos, ao desgaste a ação das intempéries, estabilizar os volumes, etc...; - Reduzir os custos; Os agregados classificam em: - Quanto à origem a) Naturais; b) Artificiais. - Quanto a dimensão a) Agregado miúdo; b) Agregado graúdo. 3.2.1 AGREGADO NATURAL São os agregados encontrados na natureza como as areias de rio, pedras, pedregulhos, seixo rolado etc. 3.2.2 AGREGADO ARTIFICIAL Os agregados artificiais são também encontrados na natureza, passando apenas por processo de industrialização, antes de serem utilizados, que são o caso das areias artificiais, argila expandida, caco cerâmico, brita, entre outros. 3.2.3 AGREGADO MIÚDO É todo agregado, seja ele, areia natural ou areia artificial proveniente do britamento de rochas estáveis, que possui diâmetro máximo ≤ 4,8 mm. A areia para desempenhar bem sua função de preencher os vazios do concreto deve ter uma granulometria com grãos graúdos, grãos médios e grãos finos. É o que se chama de areia graduada. Uma areia que só tenha um tamanho de grãos não é desejável. - Pedra de mão 76,0 à 250 mm - Matacão maior que 250 mm O tamanho máximo dos grãos dos agregados a serem utilizados deve ser previamente fixado de acordo com as dimensões da peça a ser concretar, com as seguintes orientações: - Devem ser menores que 1/4 da menor dimensão das vigas e pilares e 1/3 da espessura das lajes. CLASSIFICAÇÃO Areia Grossa - MF > 3,87 Areia Média - 3,87 > MF > 2,39 Areia Fina - MF < 2,39 A areia do rio acre (mais utilizada na região) tem seu MF entre 1,0 a 1,5, fazendo com que ocorra a necessidade de aumentar o consumo de cimento para obtermos a mesma resistência de um concreto feito com areia grosa ou média. 3.2.4 AGREGADO GRAÚDO É todo agregado com diâmetro máximo superior a 4,8 mm, seja eles, pedregulho natural, seixo rolado, pedra britada, laterita, caco cerâmico, argila expandida, etc. CLASSIFICAÇÃO - Pedra 0 (pedrisco) 4,8 à 9,5 mm - Pedra 1 9,5 à 19,0 mm - Pedra 2 19,0 à 25,0 mm - Pedra 3 25,0 à 38,0 mm - Pedra 4 38,0 à 64,0 mm - Devem ser menores que 0,8 do menor espaçamento entre barras de aço das peças. 3.3 ÁGUA A água deve ser adicionada ao concreto na fase do amassamento, usando sempre que possível água potável ou tratada, pois as mesmas não apresentam substâncias nocivas. A água servirá para: a) Dar a plasticidade ao conjunto enquanto úmido. b) Proporcionar uma reação química com o cimento ocasionando seu endurecimento. 3.4 ADITIVOS São substâncias adicionadas ao concreto, com a finalidade de aumentar ou melhorar certas características do concreto fresco ou endurecido. 3.4.1 Tipos de Aditivos - Plastificante - A função do plastificante é aumentar a plasticidade do concreto podendo-se com seu uso reduzir a quantidade de água por m3 e, com isso, aumentando-se a resistência à compressão. Usa-se na ordem de 0,2% a 0,5% da massa de cimento. - Aceleradores - São produtos que aceleram o endurecimento do concreto. Usa-se na ordem de 1% a 3% da massa de cimento. - Retardadores - São produtos que retardam o endurecimento do concreto. Usa-se ordem de 0,2% a 0,5% da massa de cimento. - Superplastificante - São aditivos que atuam como os plastificantes, porém muito mais energicamente permitem a obtenção de concreto super fluída sem segregação, denominados reo-plásticos. Usa-se na ordem de 0,7% a 1,2% da massa de cimento - Incorporadores de ar - São aditivos que incorporam ar ao concreto na forma de pequenas bolhas, aumentando a trabalhabilidade e a coesão do concreto. Usa-se ordem de 0,05% da massa de cimento. - Impermeabilizantes - São aditivos que provocam um maior adensamento do concreto, oferecendo uma maior coesão na mistura. 4.0 Quais os fatores que influência a qualidade do concreto 4.1 Qualidade dos materiais Adquirir somente cimento Portland que possuir a marca de conformidade dom as normas técnicas, rejeitar os sacos de cimento abertos e rasgatos, úmidos ou molhados. Dentro do depósito, separar os sacos de cimento pela data de recebimento e fabricação, isto, facilita a inspeção e o cumprimento do prazo de validade. Os agregados recebidos não devem conter materiais de contaminação com siltes, carvão, torrões de argila, raízes, cascas de arvores etc. Estes matérias prejudicam o endurecimento do concreto diminuindo sua resistência. Os agregados devem ser armazenados em baias ou tapumes, ou pilhas espaçadas para evitar a mistura de agregados. Recomenda-se, todavia, que a estocagem seja feita em BAIAS para conte-los e separá-los. 4.2 Traço do concreto A dosagem do concreto pode ser definida como sendo a proporção adequada dos materiais utilizado na composição unitária do traço, como: Cimento, água, agregados, e eventualmente aditivos. Essa proporção deve atender requisitos tanto no estado fresco como no endurecido CONCRETO FRESCO a) Trabalhabilidade Para uma dada relação água/cimento, em massa, a resistência tanto quanto todas as outras propriedades do concreto endurecido são muito afetadas pelo grau de compacidade do concreto. Se o concreto não é totalmente compacto, numerosas bolhas de ar podem ficar aprisionadas, resultando no crescimento da resistência e da durabilidade. Sendo assim, é vital que essa mistura fresca possa ser transportada, lançada e adensada de um modo suficientemente fácil, para que se obtenha um concreto com o mínimo volume de vazios. A mistura que satisfaz essas condições é dita trabalhável. Portanto, um concreto trabalhável é aquele que flui dentro das formas - mesmo que estas contenham alta taxa de armadura - e mantém estável, coeso e homogêneo durante o transporte e o adensamento, sem segregar-se. Um concreto trabalhável é também aquele que permite o bombeamento e ao mesmo tempo é facilmente adensável expulsando as bolhas de ar aprisionadas permitindo um bom acabamento por sarrafeamento ou desempenamento. Certamente, se as misturas são mais trabalháveis, elas podem ser empregadas mais rapidamente e com segurança. Para um mesmo desempenho, o empreiteiro apreciará misturas mais trabalháveis, que requer menor tempo e esforço, e, conseqüentemente, menores custos de lançamento. Além disso, concretos mais trabalháveis apresentam uma freqüência menor de defeitos visíveis ou invisíveis. b) Segregação Segregação é a separação dos componentes da mistura. Quando ela ocorre durante o transporte e operação de lançamento, o concreto tende a perder a sua uniformidade de composição. A principal razão da segregação é as dimensões e as massas específicas diferentes dos constituintes da mistura. As partículas maiores e mais pesadas tendem a assentar na parte inferior (segregação interna), ou a separar-se da mistura durante a sua descarga em um declive, enquanto a argamassa também pode separar-se da mistura (segregação externa). Os fatores que basicamente afetam a segregação do concreto são: - Tipos de agregado - A dimensão máxima característica, a granulometria, a proporção de finos, a massa específica e a angulosidade dos agregados podem influenciar a tendência à segregação. - Relação cimento/agregados - concretos pobres tendem a segregar mais facilmente do que concretos ricos em cimento. Particularmente uma relação cimento/agregados baixa conduz à exsudação por canais. - Quantidade de água - concretos muitos secos ou muito úmidos facilitam a segregação. Se a mistura é muito seca e os agregados não tem boa granulometria, estes tenderão a se separar quando o concreto fluir, descendo por uma calha. A adição de água geralmente melhora a coesão da mistura, mas, um excesso favorece a separação da pasta. - Adições ou aditivos - A adição de material pozolânico fino, como por exemplo, cinza volante, reduz a tendência à segregação, particularidade característica de misturas pobres. A incorporação de ar tem efeito similar e poderia ser considerada como uma forma de material fino. O uso de aditivos superfluidificantes leva à produção de concretos fluidos e não segregáveis por causa da redução elevada na quantidade de água de amassamento, especialmente nas misturas ricas. c) Exsudação Exsudação é uma forma particular de segregação: ela ocorre quando parte da água de amassamento sobe verticalmente até à superfície do concreto fresco. Conseqüentemente, há disposição de concreto e a exsudação pode ser expressa como sedimentação por unidade de massa do concreto. A caracterização quantitativa da exsudação pode ser descrita por: - Profundidade da lâmina de água; - A velocidade em que a exsudação ocorre; - A duração da esxudação. d) Ar Contido no Concreto Em geral, o teor de ar do concreto inclui o ar aprisionado e o ar incorporado ao concreto. O ar aprisionado é o normalmente contido no concreto quando não é usado aditivo incorporador de ar. O ar incorporado é aquele que se apresenta em excesso sobre o aprisionado e é produzido devido à presença do aditivo incorporador de ar. Em geral, o tamanho das bolhas de ar aprisionado é da ordem de 100 a 1000um, enquanto que as bolhas de ar incorporado são da ordem de 100 a 200um. O principal objetivo de incorporar ar intencionalmente é a proteção do concreto endurecido à ação do gelo. Por outro lado, também as propriedades dos concretos frescos contendo ar incorporado são alteradas e, às vezes, é feita a incorporação de ar para melhorar a trabalhabilidade de concretos pobres. Quando um agente incorporador de ar é usado, o volume de areia deve ser diminuído do mesmo valor que o do volume de ar incorporado, sem mudança do consumo de cimento e agregados graúdos. A água necessária para obter-se uma dada consistência é, por essa razão, menor do que no concreto sem agente incorporador de ar. Desta maneira, a diminuição da relação a/c parcial ou totalmente compensa a resistência mais baixa causada pelo aumento dos vazios internos. Em geral, misturas contendo ar incorporado para as finalidades mencionadas acima têm menos do que 10% de ar. e) Bombeabilidade O bombeamento do concreto é um tipo particular de transporte que requer algumas propriedades especiais da mistura no estado fresco. Durante a operação de bombeamento o concreto deve proporcionar argamassa necessária para lubrificar o interior das paredes dos tubos. A composição do concreto e, particularmente, o consumo de cimento e de partículas finas por m3, devem estar dentro de certos limites para que o bombeamento possa ocorrer sem problemas. Geralmente, areias naturais e cascalhos arredondados são melhores para o bombeamento do que pedras britadas. Agregados leves, especialmente se não saturados, são bombeáveis mis dificilmente porque a água de amassamento, se forçada para dentro dos poros, tornam o concreto mais seco. A consistência do concreto também deve variar dentro de certos limites: em geral, o abatimento o concreto não deve ser menor do que 50mm ou maior do que 150mm, ainda que o uso de superfluidificantes permita o bombeamento de concretos, cujas composições dão abatimentos maiores do que 150mm. CONCRETO ENDURECIDO a) Resistência mecânica A resistência final do concreto é função principal da resistência da pasta (cimento/água) e dos agregados graúdo e miúdo, com fator preponderante a ligação pasta x agregado b) Durabilidade/Permeabilidade É a capacidade do concreto de resistir à ação das intempéries de ataques químicos e abrasão. Logo a escolha criteriosa dos materiais e da dosagem são fundamentais na definição de que tipo de ataque (físico ou químico) a estrutura estará exposta. c) Mistura, transporte, lançamento e adensamento Ao ser retirado da betoneira ou masseira, o concreto deverá ser transportados em carrinhos, baldes, caminhões betoneira, calhas, bombas e esteiras do ponto de produção até as formas. Devemos evitar transportar em: - Dias de chuvas e sol muito fortes; - Pisos irregulares (segregação); - Espaços muitos longos (máximo 60 minutos). O maior cuidado no ato do lançamento evita a segregação (separação dos materiais) e a formatação de ninhos (brocas) e também impede a exposição das ferragens. Devemos executar algumas atividades antes do lançamento do concreto, são elas: - Qual o período de tempo ideal para se curar o concreto? O tempo ideal seria determinado em função das diversas variáveis do local (temperatura ambiente; umidade relativa do ar; velocidade dos ventos; temperatura do concreto). Normalmente as especificações pedem uma cura de no mínimo, sete dias para os concretos com Cimento Portland. - Limpeza no interior das formas; - Limpeza das armaduras; - Vedação das juntas de concretagem; - Verificação do número de equipamentos e de pessoal necessário para a execução da concretagem. d) Cura São procedimentos utilizados para manter o concreto saturado a fim de que a maior quantidade de cimento seja hidratada durante a reação do cimento. Após o início de pega, é importantíssima a cura, para evitar-se perda de água por evaporação e aparecimento de trincas e conseqüentemente queda de resistência, ou seja, é a técnica de impedir a secagem prematura do concreto, possíveis fissuras. Evitando o aparecimento de possíveis fissuras. Principais procedimentos de cura: - Cobrir a superfície exposta do concreto com areia molhada, serragem molhada, etc; - Molhar freqüentemente a superfície, criando uma película d’água sobre as peças; - Manter úmidas as superfícies o tempo mais longo possível; - Membranas plásticas; - A vapor. A cura adequada aumenta a resistência à compressão do concreto e evita a ocorrência de trincas na superfície do concreto. 5.0 Parâmetros que caracterizam e/ou interferem no concreto e suas influências 5.1 Fck Fck é a resistência característica do concreto à compressão, o Fck caracteriza a resistência da estrutura e é definido pelo engenheiro calculista, é com base no Fck que são dimensionadas as peças de concreto armado da estrutura. Portanto, o Fck é a resistência necessário, já incluído os coeficientes de segurança, para que a estrutura permaneça estável, sem riscos. - Fck é previsto aos 7 dias? Não, o Fck é uma resistência que define a estrutura, não é prevista aos 7 dias e, sim em qualquer idade. Caso se queira uma resistência garantida aos 7 dias, esta resistência deverá ser solicitada como Fc7 e, cuja dosagem será determinada através de estudos especiais pelo departamento técnico. - O Fck poderá ser pedido para qualquer idade? Sim, o Fck poderá ser pedido para qualquer idade, mas ele deverá ter a nomenclatura certa (Fc) seguida do número de dias prevista para esta idade (3, 7, etc...). 5.2 Fcj Fcj é a resistência média do concreto à compressão na idade de “j” dias, isto é, a resistência média (é diferente de estimada) do concreto numa determinada idade que poderá ser de 6 horas, 1 dia, 3 dias, 7 dias, etc.... - Fcj é a mesma coisa que Fc28? Não necessariamente, como vimos anteriormente fcj é para uma determinada idade de “j” dias e, este “j” também poderá ser “28” dias. - Como se determina o Fc28 a partir do Fck? A unidade para a tensão em concretos de Mpa foi adotada de acordo com a Lei Federal nº 81.621, de 3 de maio de 1978 (Decreto Presidencial). Fcj = Fck + 1,65 Sd 5.5 Slump Slump teste ou abatimento é um número expresso em “mm” que relaciona a trabalhabilidade do concreto. A medição se faz com a diferença de altura entre a forma tronco cônica e o concreto abatido. J = 28 dias Sd = desvio padrão onde Sd é maior ou igual à 2,0 Mpa 5.3 Mpa Mpa é a abreviatura de megapascal que é a unidade de pressão exercida pela força de 1 newton (N) uniformemente distribuída sobre um plano de um metro quadrado (m²) de área, perpendicular na direção da força. 1 Mpa = 10 kgf cm 2 Portanto, o que se dizia kgf/cm² será corrigido e substituído por Mpa (megapascal) tendo os valores de kgf/cm² divididos por 10. Isto significará que teremos concretos da seguinte forma: kgf/cm² (Antigo) Mpa (Atual) 150 15,0 165 16,5 180 18,0 5.4 A/C O a/c é o chamado fator água/cimento que nos dá a relação entre as quantidades de água e de cimento. É o fator fundamental na resistência do concreto. Podemos ter vários concretos (# slumps, # tipos de pedra, # areias) com o mesmo a/c e logicamente o mesmo Fck. - Ensaio de abatimento ou Slump (NBR 7223) Coloca-se o cone sobre uma chapa (ambos molhados) e apoia-se firmemente com os pés nas abas. Em seguida, coloca-se a primeira camada de concreto, com 1/3 da altura do cone apiloa-se com 25 golpes com a vareta e metálica, bem distribuídos. Repete-se a operação para a 2ª camada, com mais 1/3 da altura, lembrando que a vareta deve penetrar também na 1ª camada. Após a mesma rotina para a 3ª camada (com a vareta chegando apenas até a 2ª camada), retira-se o excesso com a colher de pedreiro ou com a própria vareta. Eleva-se o molde pelas alças cuidadosamente na direção vertical com velocidade constante e uniforme num tempo de (10 +/- 2 seg.). Mede-se o assentamento e esse será o valor do ensaio ou slump. - Slumps utilizados Em obras normais, com vibração mecânica, usamse slumps que variam de 40 a 60 mm. Em obras bombeadas ou com excesso de ferragem ou formas estreitas usam abatimento de 70 a 90 mm. Em obras de parede diafragma, barretes ou peças muito esbeltas, usam-se slumps de 150 a 220 mm. - Pode adicionar água no concreto para correção de abatimento? Somente se admite adição suplementar de água para correção de abatimento, devido à evaporação, antes do início da descarga e desde que: a) Antes de se proceder a esta adição, o valor de abatimento obtido seja igual ou superior a 10 mm. b) Que esta correção não aumente o abatimento em mais de 25mm. c) Que o abatimento após a correção não seja superior ao limite máximo especificado d) Que o tempo transcorrido entre a primeira adição de água aos materiais até o início da descarga não seja inferior a 15 minutos. 5.6 PEGA Quando o concreto começa a enrijecer, aumentando rapidamente a temperatura, dizemos que está iniciando a pega. Quando a temperatura atinge seu máximo e começa a decrescer o concreto se encontra em m de pega. A medida do fim e início de pega do concreto e faz peneirando-se o concreto e usando-se a agulha de proctor. Regra prática: Início de pega: o vibrador de agulha deixa furo no concreto. Fim de pega: pode-se andar em cima sem deixar marcas. - O que é falsa pega? Quando o concreto perde a plasticidade rapidamente, provocada por reações químicas inesperadas, e após ser remisturado, adquire plasticidade inicial, dizemos que concreto sofreu falsa pega. - Tempo útil da aplicação do concreto O tempo de transporte do concreto decorrido entre o início da mistura, a partir do momento da primeira adição de água, até a entrega do concreto deve ser: a) Fixado de forma que o fim do adensamento não ocorra após o início de pega do concreto lançado e das camadas ou partes contíguas a essa remessa (evitando-se a formação de "junta-fria"). b) Inferior a 90 minutos e fixado de maneira que até o fim da descarga seja e, no máximo, 150 minutos; no caso do emprego de veículo dotado de equipamento de agitação. c) Inferior a 40 minutos e fixação de maneira que até o fim de descarga seja de, no máximo, 60 minutos; no caso de veículo não dotado de equipamento de agitação. LEVA-SE EM CONTA: - Tipo de cimento, umidade relativa do ambiente, uso de aditivos retardadores, temperatura, etc... B ibliografia Manoel Henrique Campos Botelho - ABC da Tecnologia do Concreto. Concrelix - Concreto Dosado em Central. Concrelix - 13º Simpósio de Aplicação da Tecnlogia do Concreto. ABESC - Controle da Resistência do Concreto. ABESC - Os Serviços Especializados de Concretagem: Manuseio e Colocação do Concreto. ABESC - Concreto Dosado em Central. ABCP - Conheça Construa e Reforme Melhor.