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Suporte Alimentar Para Pacientes Pediatricos Com Câncer

A atividade de alimentação para pacietes internados apresenta grandes dificuldaldes, entre elas, além da restrinção da doença, os equipamentos nem sempre são ergonomicamente adequados. Este pôster apresenta o inicio de um estudo sobre ergonomia hospitalar na atividade de alimentação de pacientes internados.

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SUPORTE ALIMENTAR PARA PACIENTES PEDIATRICOS COM CÂNCER TASSIANE SOUTO MAIOR, GERMANNYA D´GARCIA DE ARAÚJO SILVA | UFPE - CAA 1.3 Métodos de Procedimento 1. Prato de Entrada Para a coleta de dados serão realizadas: - Visitas aos pacientes pediátricos durante as refeições, para observação do tempo gasto e comportamento dos pacientes. Design Ergonomia Ludicidade Câncer Alimentação Fig. 1 - Cardápio :Temas abordados De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), nas ultimas quatro décadas, o progresso nos estudos e tratamento do câncer infantil têm sido significativos. Atualmente, 70% das crianças acometidas da doença podem ser curadas se diagnosticadas precocemente e tratadas em centros especializados. O paciente pediátrico internado fica debilitado física e emocionalmente, por ter que se afastar do convívio familiar, dos amigos, da escola e ainda ter que permanecer em um local estranho; sob um tratamento medico intenso, convivendo com outros pacientes, profissionais e equipamentos diferentes de sua rotina habitual. Na contra mão dessa realidade, a arquitetura, as condições de trabalho, equipamentos e acessórios são fatores importantes que podem garantir a qualidade do atendimento do paciente e do sistema hospitalar, promovendo um ambiente de satisfação e conforto aos pacientes internados nesse período. Como uma das ferramentas para consecução desse objetivo, a ergonomia, disciplina cientifica que trata da relação entre o homem e seu ambiente, pode contribuir na identificação e investigação desses problemas e na melhoria das condições de trabalho e segurança dos trabalhadores da área de saúde e dos pacientes internados CARDOSO E MORAES (1999). Outra alternativa de apoio ao tratamento formal da doença é tratar o lado emocional do paciente provocando sentimentos positivos. Estudos mostram que o riso desencadeia uma serie de reações fisiológicas como aliviar a tensão, diminuir estresse e ansiedade, reforçar a imunidade, relaxa a tensão muscular e diminui a dor o que melhoram a situação do internado diminuindo a rejeição dos medicamentos e seus efeitos colaterais. O lúdico é um bom exemplo de terapia que vem sendo aplicada junto ao tratamento convencional como forma de aliviar o estresse vivido por esses pacientes. A pessoa internada seja criança ou não, está frágil e precisa de uma motivação para tentar contornar a situação vivenciada. Através da brincadeira, do jogo, a pessoa se descontrai, sorri, cria e inova, esquecendo, por alguns instantes, da dor que está vivenciando. Normalmente, pacientes oncológicos apresentam uma redução no apetite devido as alteração no olfato e no paladar, alem dos sintomas como náuseas e vômitos. Cardoso e Moraes no artigo: Ergonomia hospitalar - Atividade de alimentação e deficiência dos equipamentos disponíveis mostram que além da dificuldade para se alimentar, os equipamentos utilizados para essa atividade e encontrados em grande maioria nos hospitais, apresentam problemas de adaptação aos seus usuários. Os suportes para alimentação como mesas, bandejas ou o próprio recipiente da comida, se mostram poucos compatíveis e atrativos com a realidade, ações e necessidades dos pacientes, que acabam realizando improvisações e ficando expostos a acidentes ou tendo de pedir ajuda a outras pessoas para realizar as tarefas. Assim se faz necessário a antecipação de riscos no desenvolvimento de novos projetos em sua usabilidade e manuseio, sendo fundamental a atuação do designer com a aplicação da ergonomia contribuindo nos produtos hospitalares, não só oferecendo boa adaptação, mas também atração estética que também é um fator de conforto importante. 1.1 Objetivo Geral Propor um sistema de suporte para alimentação de pacientes pediátricos internados no setor de oncologia do Instituto Materno Infantil de Pernambuco (IMIP) 1.2 Objetivos Específicos - Compreender como funciona o sistema de preparo e distribuição de alimentos no ambiente hospitalar; - Analisar o comportamento dos indivíduos internados, bem como as suas necessidades e limitações nutricionais; - Estabelecer as principais relações entre as necessidades do paciente com as características técnicas dos produtos que auxiliam a tarefa de alimentação. - Registro fotográfico e vídeo, - Entrevistas com os pacientes, acompanhantes, nutricionistas, enfermeiros e cozinheiros para obter informações relevantes ao processo nutricional do paciente. - Analise de mercado com os equipamentos existentes que funcionam como suporte para alimentação do paciente, - Analise estética e funcional dos equipamentos existentes para compreensão das limitações técnicas e de produção do projeto. 2. Receita 2.1 O Paciente com Câncer: necessidades e limitações O câncer é definido como um tumor maligno, mas não é uma doença única e sim um conjunto de mais de 200 patologias, caracterizado pelo crescimento descontrolado de células anormais (malignas) e como conseqüência ocorre a invasão de órgãos e tecidos adjacentes envolvidos, podendo se disseminar para outras regiões do corpo, dando origem à tumores em outros locais. O nosso organismo possui um sistema de defesa natural que ao identificar essa produção de células anormais, começa agir imediatamente interrompendo esse processo. Mas nem sempre ocorre a eliminação total das células anormais o que depende do histórico de cada pessoa, o que acaba desencadeando a doença. O câncer pode apresentar diversos sintomas, já que não é uma doença especifica. Anemia, febre diária, perda de peso, aumento persistente, progressivo e indolor de linfonodos (ínguas), podem ser alguns indícios que na presença prolongada pode ser sinal de busca para confirmação do diagnostico. Que em caso positivo poderá ser tratado por cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou transplante de medula óssea. Em alguns casos a combinação de mais de uma modalidade se faz necessário. Durante um processo o paciente infantil fica com seu organismo vulnerável podendo contrair infecções agravando seu estado; tendo assim de ter atenção e cuidados especiais principalmente na higiene, alimentação e com doenças transmissíveis. - Cuidados com a higiene corporal – manter o local onde a criança fica sempre bem limpo, banhos diários são fundamentais mesmo em período de inverno, higiene bucal também é importante, deve-se evitar o consumo exagerado de doces. - Cuidados com a alimentação – os alimentos devem ser preparados com o máximo de higiene, frutas e verduras devem ser muito bem lavadas. Atenção especial também nas mãos que devem estar limpas durante o preparo da comida e também durante as refeições. - Cuidados com doenças transmissíveis – pacientes que recebem quimioterapia ficam mais suscetíveis a infecções já que sua defesa fisiologia fica alterada devido ao tratamento e também pela doença. Por isso o contato com multidões é restrito, shopping centers, cinemas, igrejas, por exemplo, devem ser evitadas pela possibilidade de contato de pessoas doentes ou gripadas. É preciso extremo cuidado com pessoas contaminadas com catapora e sarampo. Se isso ocorrer, a equipe médica deve ser avisada imediatamente. Se a criança estiver freqüentando a escola, é importante alertar a professora para comunicar quando houver outras crianças doentes na sala de aula ou na escola. Crianças em quimioterapia NÃO devem receber vacinas, a não ser sob orientação médica. 2.1.1 A alimentação durante o tratamento Todos os tratamentos utilizados para a recuperação matam células, tanto as células do câncer como também as saudáveis são danificadas e é isso que causa os efeitos colaterais do tratamento. Pode ocorrer a queda de pêlos no corpo, perda do apetite, perda ou ganho de peso, boca seca, mudança de paladar e no olfato, problemas na boca e na garganta, aproximadamente 30% das drogas quimioterápicas provocam náuseas e vômitos, diarréia, cansaço ou depressão. Além dos problemas para se alimentar gerados pelo tratamento, outras vezes o paciente não come por que está zangado, preocupado ou mesmo com medo. Contra essa realidade, sabe-se que uma boa alimentação é vital para o bom funcionamento do organismo que luta contra uma doença e o paciente que tem bons hábitos alimentares pode ter mais disposiçã para enfrentar os efeitos colaterais do tratamento, adquirir menos infecções, evita a degeneração dos tecidos do corpo e reconstruí aqueles que o tratamento possa ter prejudicado e estar apto a ter uma vida normal. Nesta fase participa o profissional de nutrição que irá aliar o paladar do paciente as possibilidades de sua condição e do sistema alimentar do hospital. Ele poderá lhe dar sugestões de refeições específicas, petiscos e alimentos e de como lidar com quaisquer problemas de alimentação que o paciente possa ter. Não existem quaisquer normas de nutrição inflexíveis e fixas durante o tratamento do câncer, mas sim recomendações que se seguidas melhoram a ingestão de alimentos. O paciente pode melhora sua dieta fazendo: - Mastigar lentamente; - Quando puder fazer refeições e comer petiscos nutritivos; - Não forçar a ingestão de alimentos, comer aos poucos; - Beber muito líquido, principalmente nos dias em que não conseguir ingerir sólidos; - Comer frutas e verduras; - Ingerir alimentos de alto teor calórico. O paciente pode melhorar sua dieta evitando: - Alimentos muito gordurosos; - Bebidas alcoólicas, gaseificadas ou ricas em cafeína; - Alimentos muito quentes ou muito gelados; - Alimentos secos, duros, picantes, muito temperados ou ácidos; - Caso sinta o sabor de resíduos de metal nos talheres, substituir pelos de plástico; - Ficar próximo da cozinha durante o preparo das refeições, o cheiro dos alimentos pode agravar a sensação de mal-estar; - Ficar sem se alimentar; - Comer sem os vômitos não estiverem controlados. 2.2 O lúdico O brincar tem papel importante no desenvolvimento da criança, ajudando a resolver conflitos internos, além de garantir a construção do conhecimento e do desenvolvimento emocional, cognitivo e social, contribui para o seu bem-estar e para suas experiências futuras. É a oportunidade que a criança tem de aprender sozinha com sua própria falha sem se sentir constrangida em errar e tentar novamente. O brincar é fundamental para o desenvolvimento proporcionando a criança experimentar o mundo. A brincadeira, apesar de não possuir regras e atividades dirigidas, permite explorar os processos capazes de fazer o brincar funcionar de verdade, favorecendo a construção do conhecimento e o desenvolvimento emocional e cognitivo das crianças. Brincar não é apenas recrear. Segundo Leontiev (1991, p. 79),“Brincando a criança irá pouco a pouco aprendendo a se conhecer melhor e a aceitar a existência dos outros, organizando suas relações emocionais e, conseqüentemente, estabelecendo suas relações sociais.”. O brincar é a forma mais completa que a criança tem de comunicar-se consigo mesma e com o mundo, podendo incorporar valores morais e culturais, sendo que as atividades lúdicas devem visar à auto-imagem, auto-estima, autoconhecimento e cooperação porque estes conduzem à imaginação, à fantasia, à criatividade, e estimulo critico e a uma porção de vantagens que ajudam a moldar suas vidas como crianças e como adultos. 2.2.1 O lúdico como ferramenta para a recuperação A influência do emocional sobre o sistema imunológico nos pacientes com câncer aumenta em demasia suas possibilidades de recuperação ou até, em alguns casos, constitui um mau prognóstico; cada paciente conta com um modo particular de enfrentar a doença, mas vem se comprovando que o bom humor é um ótimo aliado para a recuperação. O impacto da alegria sobre a saúde humana motivou a criação de um laboratório especifico para estudos sobre o tema o Instituto da Ciência e Felicidade, coordenado pela cientista Silvia Helena Cardoso, doutora em psicobiologia pela Universidade de São Paulo (USP) e pós doutora em neurociência pela Universidade da Califórnia de Los Angeles (UCLA). "O riso não cura a doença, mas pode fortalecer o organismo e melhorar o sistema orgânico, realizando uma atividade preventiva", esclarece. Na avaliação da profissional, as endorfinas liberadas durante o riso podem atuar de modo analgésico, tanto em dores e físicas e inclusive as emocionais. Quando vemos alguém dar uma gargalhada temos vontade de rir também por causa de uma estrutura cerebral chamada neurônio espelho que também é ativado quando vemos alguém machucado e sentimos mal-estar. O que o riso pode fazer: - Alivia a tensão: mesmo em momentos de nervosismo o riso pode reduzir o estresse e a ansiedade - Atenua a dor: Rir libera a endorfina, hormônio produzido no cérebro que produz sensação de bem-estar e alivia a dor. - Diminui a pressão arterial: no sistema cardiovascular, rir aumenta a freqüência cardíaca e a pressão arterial. Isso promove a vasodilatação das artérias ocasionando uma queda de pressão benéfica para os hipertensos. - Dá mais oxigênio: rir aumenta a quantidade de oxigênio captada pelos pulmões e facilita a saída de gás carbônico - Fortalece o sistema imune: não está comprovado o fato de quem ri fica menos doente, mas os pesquisadores já sabem que o riso aumenta a liberação de células do sistema imune, fortalecendo nossas defesas. - Ajuda na memorização: rir durante a apresentação de uma aula ou palestra aumenta o interesse e facilita a aprendizagem. Todos estes benefícios do riso, que podem ser estimulado de diversas formas, podem contribuir ao paciente na diminuição de medicação e até diminuir seu tempo de internação. Em alguns hospitais aonde programas de humanização hospitalar vem sendo aplicadas, através de terapia ocupacional, arte e música, ouve diminuição no tempo de internação de quatro até dez dias em alguns pacientes. O paciente infantil dentre tantas limitações também possui poucas atividades recreativas, e algumas instituições há um espaço reservado para a distração, são as brinquedotecas, mas nem sempre freqüentadas por todos, devido alguma debilitação provocada pela doença. Assim devem-se encontrar novas formas de estimular a brincadeira para este paciente acamado. 3. Prato Principal O resultado final esperado, através da pesquisa, será a apresentação de propostas de artefatos que apóiem a atividade de alimentação dos pacientes pediátricos oncológicos; onde o design, a ergonomia e o lúdico promovam estímulos positivos na recuperação do paciente e na condução do tratamento médico. 4. Livros de Receitas Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia Disponível em < http://www.abrale.gov.br > Acesso em: 10 de Nov. de 2009 BOOTH, Wayne C,; COLOMB, Gregory G.; WILLIAMS, Joseph M.. A Arte da Pesquisa. 2 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2005. CARDOSO, Vânia Maria B.; MORAES, Ana Maria. Ergonomia Hospitalar: Atividades de Alimentação e Deficiências dos Equipamentos Disponíveis. 1998. Trabalho apresentado ao 18 ENEGEP, RJ 1998. Doutores da Alegria Disponível em < http://www.doutoresdaalegria.org.br > Acesso em 16 de out. 2009 Instituto Nacional do Câncer Disponível em < http://www.inca.gov.br > Acesso em: 05 de Out. de 2009 KISHIMOTO, Tizuko Morchida. et al. O Brincar e suas Teorias. 3. reimpr. Da 1 ed. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. LEONTIEV, A. M. A Brincadeira é a Atividade Principal da Criança Pequena. In: Fundação Roberto Marinho. Professor da PréEscola. Rio de Janeiro: FAE, 1991. MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia do trabalho científico: procedimentos básicos, pesquisa bibliográfica, projeto e relatório, publicações e trabalhos científico. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2001. MATELIS, Arunas. Antes do Vôo de Volta a Terra (Pries Parskrendant i Zeme). [Documentário-vídeo]. Direção Tom Shadyac. Lituânia, Nomimun, TAG/TRAUM Filmproduktion, ZDF Productions, 2005. DVD, 51 min. Color. Som. SHADYAC, Tom. Patch Adams – O Amor é Contagioso. [Filmevídeo]. Roteiro de Steve Oedekerk. EUA, Universal Home Video, 1998. DVD, 115 min. Color. Som.