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Retrovírus Endógenos:relíquias Da Evolução

Trabalho de Genética-Evolução

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Universidade Federal do Maranhão Centro de Ciências Biológicas e da Saúde Departamento de Enfermagem Curso de Enfermagem Professor Dr. Murilo Sérgio Drummond Módulo: Leitura de texto Atividade: Individual Título do trabalho: "Retrovírus Endógenos: relíquias da Evolução" Discente: Fabiana Kethlem de Nazaré Costa Silva Disciplina: Genética e Evolução Título do Livro: "A história da humanidade contada pelos vírus, bactérias, parasitas e outros microrganismos...". Autor: Stefan Cunha Ujavari Editora: Contexto Ano de edição: 2011 Trecho do livro que mais destacou (no. Página): pag. 20 "Cerca de quarenta milhões de humanos apresentam fragmentos genéticos do retrovírus da AIDS incorporados no DNA de suas células. Mas mesmo aqueles quês estão livres da doença apresentam fragmentos de material genético de vários tipos diferentes de retrovírus em seu organismo. São pegadas de nossa história evolutiva (...)". Introdução: Na década de 1990 foram descobertas no genoma de aves e mamíferos, inúmeras sequencias de DNA que tinha grande similaridade com retrovírus infecciosos, são os chamados retrovírus endógenos (HERS) e constituem 8% do genoma humano.Estes são considerados verdadeiros fosseis, pegadas deixadas por infecções que atingiram nossos ancestrais.Entende-los é analisar também a História Evolutiva do Homem. Desenvolvimento: Para se buscar a origem dos retrovírus que fazem parte do DNA humano é necessário olharmos a cerca de setenta milhões de anos atrás, quando populações de animais foram invadidas por retrovírus, os quais provocaram inúmeras doenças, entre elas a AIDS. Dos animais afetados alguns sobreviveram, eram mais adaptados que os outros que morreram pelas enfermidades, os sobreviventes transmitiram aos seus descendentes o material genético viral, assim gerações foram contaminadas, algumas das quais contaminaram os ancestrais dos primatas, o que explica a presença de determinados genes tanto em macacos quanto no homem. A capacidade de transmissão aos descendentes deve-se à forma como ocorre a replicação viral. Os retrovírus são assim classificados porque conseguem se multiplicar utilizando uma molécula de RNA como molde para a síntese de DNA, auxiliado pela enzima transcriptase reversa. Em forma de DNA, o material genético viral invade o núcleo celular e é aderido ao DNA-hospedeiro.Entre as célula invadidas estão as germinativas,assim gerações futuras também eram infectadas pelo vírus.Porém, o que explica a grande porcentagem da presença de retrovírus no genoma humano? O sucesso obtido pelos retrovírus endógenos, quanto a sua presença em nosso DNA, foi uma questão intrigante para muitos cientistas. Pesquisas realizadas sobre o assunto concluíram que os HERS, diferente do vírus da AIDS, por exemplo, perderam a capacidade de invadirem as células (são, portanto, vestígios inócuos de infecções virais muito antigas). Para entrarem nas células precisam de uma capa de proteínas, que é sintetizada por um gene denominado "env", quando o vírus perde esta capa fica impossibilitado de invadir outras células,permanecendo preso. Ao perde o gene "env" os vírus tornam-se "super-replicadores", o que explica a sua considerável expressividade em nosso DNA. A perda do gene "env" pode estar ligada a fatores adaptativos, pois a presença do gene poderia ser prejudicial ao hospedeiro, diminuindo o seu período de vida e por consequência a do vírus também. Assim os vírus que possuíam o gene não eram tão preservados ao longo do tempo, diferente daquele que o perdiam e constituíam-se, portanto, mais adaptados. Outra dúvida em torno do retrovírus foi se estes conseguiriam provocar alguma doença, afinal são vírus presentes dentro do corpo humano, a resposta obtida pelos pesquisadores foi que eles perderam a capacidade de causar doenças. Basta pensarmos que se a presença dos HERVS fosse tão deletéria dificilmente teria se perpetuado no genoma, sendo eliminada pela seleção natural, porém não podemos descartar totalmente a sua influencia patológica. Outros estudos também foram realizados sobre os HERVS e sua capacidade patológica, onde estes seriam cofatores na etiologia de determinadas doenças como o cancro, doenças autoimunes, diabetes mellitus e esquizofrenia. Tais estudos tem como base a observação do aumento da expressão de certos retrovírus nessas condições. Contudo, ainda não foram demonstradas evidências que apontem o envolvimento direto causal entre os vírus e tais doenças. Podem ainda até restar dúvidas sobre a o potencial patológico do retrovírus endógenos, mas não há quanto a importância dos mesmos para a humanidade, principalmente em relação à contribuição no processo de reprodução. São eles os responsáveis pela produção de proteínas que atuam diretamente na formação da placenta humana e de outros primatas. Há fortes indícios de outros genes de retrovírus também atuariam na produção de proteínas que auxiliam no desenvolvimento da gestação, cujo resultado proporcionaria a não rejeição materna ao feto. Conclusão: Assim os retrovírus endógenos são relíquias da evolução e fundamentais pra entendermos a História Evolutiva humana, identificando agentes infecciosos que já afetaram nossos ancestrais, além das vantagens evolutivas conferidas graças a sua presença. Pesquisá-los e compreender as suas funções fisiológicas é também entender quem somos. Referências: A história da humanidade contada pelos vírus, bactérias, parasitas e outros microrganismos; Stefan Cunha Ujvari, 2ᵒed.2011.Contexto. Fundamentos de Genética. D.Peter Snustad; Michael J.Simmons. 4ᵒ ed. 2006. Guanabara Koogan. Bio; Sônia Lopes. Volume 3. 1ᵒ ed.2006 Retrovírus Endógenos Humanos: significado biológico e implicaciones evolutivas. Carlos Sentís.2002. Departamento de Biología. Universidad Autónoma de Madrid. Espanha. Retrovírus Humanos Endógenos: papel patológico. Amélia Isabel Aleixo Miguela, Quirina Santos-Costaa, José Miguel Azevedo-Pereiraa.Unidade dos Retrovírus e Infecções Associadas - Centro de Patogénese Molecular; Faculdade de Farmácia, Universidade de Lisboa. http://hypescience.com/como-o-genoma-humano-ficou-repleto-de-dna-viral/, acesso em nove de outubro de 2012.