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Análise filme: Réquiem para um Sonho e PI – Darren Aronofsky
O primeiro filme realizado por Darren Aronofsky, Pi retrata a vida de
um gênio que vive conturbado em desvendar um padrão matemático e obcecado
por esse conflito se isola cada vez mais em um mundo que o degenera. O
filme deixa claro que a busca do esclarecimento de todas as dúvidas podem
levá-lo à morte. Já quando criança, sua mãe o orientou para não olhar
diretamente para o Sol, pois a luz poderia cegá-lo. Porém ele o fez e
apesar de não ter ficado completamente cego, Max perdeu sua visão por um
determinado período e esta nunca mais foi a mesma.
Analogicamente, pode-se correlacionar com o Mito de Ícaro, no qual
para sair de um labirinto seu pai lhe dá assas para voar porém o aconselha
a não subir muito alto e voar em altura média. Ícaro não segue os conselhos
do seu pai e voa tão alto que se aproxima do Sol, derretendo a cera que
fixa suas assas e acaba caindo no mar onde encontra sua morte. Assim como
no mito, Max angustiado pelo desvendamento e pela ansiedade de saber mais,
tem suas crises de dor de cabeça cada vez mais freqüente e começa a
delirar, não conseguindo distinguir realidade e alucinação.
No filme Réquiem Para um Sonho, Aronofsky também trabalha a idéia da
obsessão por alguma coisa. Harry quer montar um negócio com sua namorada
Marion, porém devido ao vício pela heroína, acaba "matando" seu sonho e
hipnotizado pela idéia de enriquecer através das drogas, acaba matando a si
próprio.
Em um outro ângulo, Sara, mãe de Harry, também obcecada por uma idéia
(de emagrecer e entrar no vestido para participar do show) acaba
desencadeando uma loucura que levará ao mesmo destino que Max no filme PI.
Ambos filmes mostram que uma idéia em obsessão e em excesso pode
levar a uma tragédia e a um desfecho trágico, tanto para loucura, quanto
para morte ou sofrimento.