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Relatório De Campo De Geografia Econômica

Relatório de Campo para a disciplina de Geografia Econômica. Visita técnica ao porto de Itajaí.

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7 Relatório de Campo da disciplina de Geografia Econômica Universidade do estado de Santa Catarina – UDESC Centro de Ciências Humanas e da Educação – FAED DGEO – Curso Superior de Licenciatura em Geografia Disciplina de Geografia Econômica – 2ª FASE Docentes: Maria Graciana de Deus Vieira e Gabriel Bertimes Discentes: Gabriel Carlos de Souza João Paulo O. da Rosa Hariany Cargnin Introdução Os portos possuem grande relevância no que tange o desenvolvimento de um país, pois dinamiza as relações internacionais e comerciais, proporcionando mais matérias primas e produtos, para assim poder atender as demandas de toda a população, além de oferecer milhares de empregos. Neste relatório será abordado o contexto histórico do passado e atual do maior porto brasileiro em movimentação de mercadorias, o Porto de Itajaí, em Santa Catarina. Importante para a cidade, importante para o Estado e importante para o Brasil. Começando, é retratada sua origem, como o porto surgiu e seu papel e importância naquele período, em que o sul do Brasil começava a ser destacar no cenário nacional. Posteriormente são relatadas as diferentes gestões e dinâmicas do porto ao longo do século XX. Chegando aos dias atuais, onde visitamos pessoalmente as suas instalações, unindo teoria e prática. Seu papel atual na economia do Centro-Sul brasileiro, escoando a produção de importantes polos agro industriais do nosso país, sem esquecer-se dos gargalos de infraestrutura que ainda existem causados pelos ineficientes investimentos do Governo Federal, resultando em perda de dinheiro, competitividade e produção, mas é importante destacar os projetos de infraestrutura em andamento para a superação de todas as dificuldades. Relatório: A saída para campo até o porto de Itajaí foi realizada dia 19 de setembro de 2014, e teve como objetivo, no caso da disciplina de geografia Econômica, analisar o funcionamento do porto, sua importância para a economia Itajaiense, seu processo histórico, a relação dos portos com o sistema capitalista, assim como relacionar o conhecimento teórico ao prático. – Dados Históricos: Começou com a chegada de imigrantes europeus a Itajaí. Localizado no litoral norte do estado, na margem direita do rio, o porto se distancia cerca de 3,2km de sua foz e desde o tempos mais remotos, exerceu papel essencial para o povoamento da região, e, principalmente, como porta de entrada para a colonização do vale do rio itajai-açu. Por volta de 1914, se tem os primeiros indícios da atividade portuária em Itajaí, com a construção de um pequeno porto. Tem a exportação de madeira e frango congelado como primeiros produtos. Logo surgiram outros produtos, principalmente de origem agricola. Cabe ressaltar também que a produção de farinha de mandioca, juntamente com outros gêneros agrícolas, favoreceu o surgimento de pequenos comerciantes os quais negociavam o excedente dessa pequena produção. O núcleo urbano inicial se desenvolve com base em uma organização de origem portuguesa, onde a partir da igreja e da praça surgem, nas suas imediações, blocos irregulares fazendo da igreja um elemento fundamental e centralizador na malha urbana. Nos anos de 1950 e 1956, esse pequeno porto recebeu uma série de melhorias e aperfeiçoamentos… Em 1966 o porto de Itajaí é considerado "porto organizado", subordinado ao Governo Federal e até 1990, permanece sob a administração da Portobrás. Com a extinção da estatal, porém, passou a vincular-se á companhia Docas do estado de São Paulo (CODESP). Por meio de um convênio de descentralização, em 1995 o porto é municipalizado e sua administração passa a ser do poder executivo municipal. Em 1997 o governo federal delega a gestão do porto por 25 anos ao município, através da administradora hidroviária docas catarinense (ADHOC), posteriormente a prefeitura, por meio de lei municipal, transforma o órgão em autarquia municipal para administrar o porto de Itajaí, denominada "Superintendência do Porto de Itajaí". A municipalização em 1997, aliada a lei da modernização dos portos do Brasil, e a crescente mundialização da economia, acabam gerando transformações no perfil do porto de Itajaí. É importante ressaltar que, apesar de a administração ser municipal, a operação do porto é feito por empresas privadas! São 4 docas, e cada uma tem uma operadora privada. Esse é um dos poucos pontos negativos do porto, já que acreditamos que ele poderia funcionar do mesmo modo que funciona, com as mesmas tecnologias, porém sem capital privado, ou seja: toda a operação poderia ser 100% pública. O prefeito da época da privatização da operação do porto era Jandir Bellini, filiado ao Partido Progressista – PP, que hoje volta a ser prefeito de Itajaí e está em seu 4º mandato. A situação geográfica também foi altamente favorável ao progresso do porto, localizado entre São Francisco do Sul e Desterro (atual Florianópolis), transformando-o em um excelente ponto de escala para as pequenas embarcações de cabotagem que desciam a costa meridional do Brasil, na época da navegação a vela. O porto de Itajaí passou por várias transformações, desde a sua fase "natural", época em que serviu de escoadouro para a pequena produção mercantil agromanufatureira colonial dos vales do Rio Itajaí-Açu e Itajaí-Mirim, a partir de meados do século XIX. Ao longo dos anos recentes, as principais mercadorias movimentadas pelo Porto de Itajaí foram: madeira e derivados; frangos congelados (maior porto exportador do Brasil); cerâmicos; papel kraft; máquinas e acessórios; tabacos; veículos, têxteis; açúcar e carne congelada. Merece destaque a movimentação de contêineres, que coloca o Complexo Portuário de Itajaí na segunda posição do ranking nacional, atrás apenas do Porto de Santos. - O município de Itajaí: Itajaí é o município-polo da microrregião da foz do rio itajai-Açu, apresentando atividades econômicas diversificadas, entre as quais se destaca a atividade portuária. Sua população é de 183 mil e 388 habitantes, com um PIB de R$18.598,456 mil. (fonte dos dados: IBGE/2011) Itajaí tem outras atividades, como já mencionado, que merecem ser reconhecidas, como por exemplo a pesca. Itajai é conhecida como a capital brasileira da pesca. Abriga cerca de 50 empresas beneficiadoras que produzem mais de um milhão de latas de sardinha e atum por dia. São 250 armadores e uma frota 500 barcos que respondem por 20% da produção brasileira de pescados, estimada em 500 mil toneladas ao ano. A produção pesqueira de Itajaí está concentrada na captura do atum, da sardinha e do camarão. Cerca de 15 mil pessoas trabalham direta e indiretamente na indústria da pesca na cidade. Itajaí tem belas praias cercadas por morros cobertos pela exuberante vegetação subtropical da Mata Atlântica. A cidade investiu no turismo. Ergueu o único píer turístico da região sul do Brasil que possui alfândega e, portanto, permite a atracação de navios de cruzeiros marítimos internacionais. Nas águas abrigadas do Rio Itajaí, os turistas descem no centro da cidade. Itajaí também é uma cidade-universitária com seus 23 mil alunos da Universidade do Vale do Itajaí, Univali, uma das maiores instituições de ensino do Brasil, com mais de 70 cursos superiores. - Os portos e a economia mundial, nacional e regional: Os portos fazem parte de um conjunto muito importante para a economia nacional: a dos transportes! Podemos citar como exemplos de integrantes desse conjunto os setores aéreo, ferroviário, rodoviário e claro, o portuário. E é esse setor (que é induvidavelmente importante) que contem um dos principais nós de estrangulamento da economia brasileira, e que está atrasado, conforme já conversado em aula, em dimensão e eficiência em relação as necessidades dos setores produtivos, e que acaba prejudicando, em efeito avalanche, a agricultura e a indústria (setores produtivos)… Outro nó de estrangulamento que limita o setor produtivo, é a politica cambial brasileira, que contribui com importações e prejudica as exportações. Essa politica faz com que produtos produzidos em outros lugares do mundo entrem no mercado nacional a um preço muito baixo, fazendo com que as empresas nacionais não consigam competir e acabam falindo, causando uma desindustrialização crescente. O professor Dr. Armen Mamigonian, chama essa politica de "doença holandesa". Essa prática é muito comum nos países que seguem o neoliberalismo, que continua vigente em nosso país, apesar dos esforços contrários dos governantes, nos últimos 12 anos. Paralelamente, temos alguns setores da indústria muito desenvolvidos, tais como o setor de máquinas pesadas, aviões, automóveis, motores, produção em grande escala de embarcações (com mão de obra especializada), dentre outros. São verdadeiros "heróis", pois estão conseguindo sobreviver mesmo com as destruições provocadas pelo neoliberalismo vigente. Um setor de extração e processamento de vários minérios, sobretudo de ferro, muito eficiente. Temos também um setor de agronegócios altamente eficiente a nível mundial, que nem a politica neoliberal conseguiu derrubar. Estamos diante de uma situação um pouco contraditória, porem muito fácil de compreender. Setores arrasados e estrangulados, e outros setores funcionando melhor do que nunca. Porem, os setores deficitários e estrangulados dificultam os outros desenvolvidos, como por exemplo, a indústria e o agronegócio: ótimos dentro da produção, porém sofrem dificuldades em escoar essa produção, pela deficiência no setor de transportes, e uma outra dificuldade quando vão exportar a produção, por conta da politica cambial neoliberalista. A grande privatização de portos em todo o Brasil deve-se a falência da PORTOBRÁS, que acabou resultando na privatização descontrolada da lei dos portos (1993). Atualmente marchamos para um sistema politico-privado, como é a regra nos grandes portos do mundo. Conclusão: Com os fatos apresentados, vimos que o Porto de Itajaí se inicia com pequenos comércios, como o de madeira, frango congelado e outros produtos agrícolas. Com o passar dos anos, o porto recebeu melhoramentos e se tornou um Porto organizado no ano de 1966, pelo Governo Federal. Com a extinção da Petrobrás, empresa que o administrava, o Porto passa para o comando da companhia CODESP. Em 1997, o Porto volta ser comandado por mãos públicas, no caso, o município. A localização geográfica é um grande aliado do Porto em seu progresso, pois fica entre São Francisco do Sul e Desterro, um excelente ponto de escala para embarcações de cabotagem que desciam a costa brasileira, na época das navegações a vela. O Porto de Itajaí tem grande credibilidade no país pelo seu complexo portuário, colocando-o na segunda posição no ranking nacional. O Porto de Itajaí contribui constantemente para o crescimento da cidade que possui belas prais e investe fortemente no turismo. Bibliografia: http://www.itajai.sc.gov.br/ * http://pt.wikipedia.org/wiki/Itajaí * http://www.portoitajai.com.br/novo/c/historia * http://cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?lang=&codmun=420820&search=santa-catarina * http://pt.wikipedia.org/wiki/Partido_Progressista_(Brasil http://pt.wikipedia.org/wiki/Anexo:Lista_de_prefeitos_de_Itaja%C3%AD * PEREIRA, Raquel Maria Fontes do Amaral. O porto de Itajaí/SC: passado e presente.. In: 14º Encontro de Geógrafos da América Latina - EGAL, 2013, Lima. Anais - EGAL, 2013. v. 1. p. 1-16. MAMIGONIAN, A.. Portos e Navegações Marítimas no Brasil. In: Encontro de Geógrafos da América Latina, 2013, Lima. Anais do 14 Encuentro de Geógrafos de América Latina. Lima, Peru, 2013. v. 1. p. 35-42 *(todos os sites foram acessados no dia 27/09/2014, entre 9h e 15h)