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Relatorio Anaí

Este relatório aborda questões que envolvem os índios diante de si mesmos e da sociedade de uma maneira geral.

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ARGUMENTO PÓS GRADUAÇÃO TRABALHO DE CAMPO DE HISTÓRIA E CULTURA INDÍGENA R E L A T Ó R I O F I N A L - ANAÍ ENTREVISTA COM A ANTROPÓLOGA JUREMA MACHADO DE ANDRADE Equipe: Bárbara Milene Andrade –[email protected] Norma Ires Almeida – [email protected] Marcelo Moreira – [email protected] ...................................................... ............................................................. Professor: Tânia M. S. Bernardelli Salvador Dezembro – 2008 Relatório final do Trabalho de Campo realizado na ANAÍ Equipe: Norma Ires Almeida – [email protected] Bárbara Milene Andrade de Castro –[email protected] Marcelo Morreira – [email protected] ...................................................... ............................................................. Disciplina: Professor: História e Cultura Indígena Tânia M. S. Bernardelli Resumo: Este relatório aborda questões que envolvem os índios diante de si mesmos e da sociedade de uma maneira geral. As idéias estão baseadas na entrevista realizada com a antropóloga Jurema Machado de Andrade associada e colaboradora da ANAÍ - Associação Nacional de Ação Indigenista- com os qual tivemos a oportunidade e o privilégio de partilhar momentos de pesquisa na sede da ANAÍ em 09 de dezembro de 2008. Falar hoje de índios no Brasil significa falar de uma diversidade de povos, habitantes originários das terras conhecidas na atualidade como continente americano. São povos que já habitavam há milhares de anos essas terras, muito antes da invasão européia. As comunidades, os povos e as nações indígenas são aqueles que, contando com uma continuidade histórica das sociedades anteriores à invasão e à colonização que foi desenvolvida em seus territórios, consideram a si mesmos distintos de outros setores da sociedade, e estão decididos a conservar, a desenvolver e a transmitir às gerações futuras seus territórios ancestrais e sua identidade étnica, como base de sua existência continuada como povos, em conformidade com seus próprios padrões culturais. Salvador Dezembro – 2008 Metodologia; A metodologia utilizada para esse trabalho foi a entrevista, a qual foi filmada e logo depois repassada para o papel. A princípio seguiu um roteiro previamente que foi sugerido pela professora da disciplina História e Cultura Indígena, e à medida que as respostas aconteciam tivemos oportunidade de abordar outros assuntos relacionados à questão indigenista. “... aquela parcela da população brasileira que apresenta problemas de inadaptação à sociedade brasileira, motivados pela conservação de costumes, hábitos ou meras lealdades que a vinculam a uma tradição pré-colombiana. Ou, ainda mais amplamente: índio é todo o indivíduo reconhecido como membro por uma comunidade indígena pela população brasileira com quem está em contato”. Darcy Ribeiro SEGUINDO ROTEIRO  Histórico e frente de atuação da ANAÍ / A importância dos órgãos indigenistas para a luta dos povos indígenas / As Alianças e parcerias indigenistas existentes com a ANAÌ; A ANAÍ surgiu em 1979, porém só foi registrado em cartório em 1982, no período da reabertura democrática no país. É uma organização de direito privado, sem fins lucrativos, com sede em Salvador, Bahia, formalizada, para discutir e promover alternativas de relacionamento mais justo entre a sociedade brasileira e as sociedades indígenas no país. Surgiu a partir de um grupo majoritariamente de professores/antropólogos da UFBA, que já trabalhavam com as questões indígenas –pesquisa- e eles sentiram a necessidade de ter uma atuação política em torno dos direitos indígenas para apoiar o movimento. Daí surgiu à necessidade se criar a ANAÍ uma organização onde eles pudessem atuar mais politicamente. A ANAÍ não é uma organização indígena e o sim indigenista. Junto com os movimentos indígenas a ANAÍ promoveu e promove ações no sentido da “garantia dos direitos indígenas” que acabou culminando com a promulgação dos artigos 231 e 232 que trata basicamente da questões dos territórios e da garantia dos direitos que os índios tem e de fato garantir o direito de ter sua livre manifestação cultural religiosa e etc. Esse período particularmente no Nordeste os índios estavam reivindicando a sua identidade étnica, durante várias décadas os índios se escondiam por questão de tolerância e preconceito etc. Várias comunidades indígenas não reivindicavam uma identidade e a partir desse momento, o cenário foi mudando, a ANAÍ começou a sinalizar pelas garantias desses povos indígenas. Assim esses povos tiveram mais segurança para aparecer e dizer: “somos índios e estamos aqui”, a ANAÍ acompanhou todo esse período de reafirmação de identidade do ressurgir de alguns povos indígenas na Bahia e no Nordeste, foi nesse contexto que surgiu a ANAÍ. Hoje o trabalho da ANAÍ mudou um pouco , os próprios índios se representam por si mesmo e estão cada vez mais lutando por autonomia, superaram o paradigma da tutela que são incapazes etc. O trabalho da ANAÍ é mais votado para a acessória do próprio movimento, já que o mesmo tem uma organização já consolidada e constituída em torno das próprias organizações indígenas, na Amazônia tem a COIAB (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira, no Nordeste a APOIMES (Articulação dos Povos Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo). Hoje o principal trabalho da ANAÍ é assessorar o movimento e mantendo trabalhos na área da educação indigenista,saúde indigenista e acompanhamento do movimento no sentido de fortalecer o movimento indígena, fortalecer a auto determinação dos povos a autonomia dos povos, onde a ANAÍ também tem parceria com os Tupinambás da serra do padeiro. “ANAÍ pensa que, para mais além da defesa dos direitos indígenas, a ação indigenista conseqüente é uma parcela indispensável e indissociável da luta dos brasileiros na construção de uma sociedade mais justa, democrática e plural O perfil de organização indigenista tanto atenta e atuante no plano político quanto especializada e experiente no plano técnico é assegurado à ANAI pelo conjunto dos seus associados, formado por profissionais diversos (antropólogos, educadores, profissionais da saúde e do direito, engenheiros etc.) que aliam experiências de pesquisa ou de intervenção social à disposição para desenvolver um trabalho indigenista independente, em grande medida voluntário, mas sistemático e participativo, o que torna a ANAÍ atrativa e potencialmente plena de realizações para os que se dispõem a esse trabalho.” Texto extraído do site da ANAÍ  Transformação do conceito e visão do que é se Índio; A sociedade tem que tirar da concepção que índio é aquele que vive no mato, que toma banho de rio e come bêju e peixe. A qual onde questiona muito essa questão, por que os índios hoje portam celulares, portam mecanismos tecnológicos estão cada vez mais ligados com isso,os índios de algumas etnias do Brasil, se adaptam em grandes disputas entre o índio e a máquina,assim proporcionar melhorias excelentes para a vida cotidiana deles, onde a tecnologia, hoje em dia é uma ferramenta indispensável, à televisão, o celular o computador etc. Hoje há uma grande consciência que o acesso a essa tecnologia do mundo dos não índios onde o índio pode ter acesso sem deixar de ser quem são. Outra questão são os traços físicos, também, hoje não podemos definir o índio com base nos traços físicos, pois está tudo muito misturado e seria difícil defini-lo baseados nesses itens. A questão mesmo é o pertencimento é a identidade mais ideológica de modo de ser.  As problemáticas enfrentadas pelo índio no Brasil; A questão indigenista no nordeste/ Bahia avanços e dificuldades; Principalmente a demarcação do território, na Amazônia região norte e centro oeste, os territórios estão invadidos, degradados mais os territórios estão mais garantidos do que no nordeste, e lá os territórios são relativamente bom em tamanho . Quanto aos da Bahia são territórios pequenos escassos em zona insalubres, os indos não conseguem retomar seu território geralmente estão acabando porque por muito anos esses territórios foram explorados. Essa dificuldade de garantir demarcação do território, garantir que o território seja desintrusados “não ter invasores” e que seja capaz de suprir a sustentação deles para que os índios não necessitem de cestas básicas do governo etc. é um ponto fundamental dos problemas indígenas.  A importância da lei 11.645; A Lei Nº. 11.645, traz a inclusão da educação indígena no currículo escolar, incorporando costumes e saberes dos índios, essa inclusão prevê a participação efetiva indígenas no processo escolar, uma participação calcada nas línguas, costumes, tradições e relatos orais são imprescindíveis. Para que essa lei surta efeito, precisamos sim capacitar os professores, fazendo um trabalho de base onde o conteúdo indígena venha ser trabalhado com responsabilidade. Sabemos que historicamente temos uma dívida com os índios, essa dívida perpassa inclusive pelo auto-preconceito daqueles que negam sua própria origem, desfazendo do próximo, numa tentativa de conduzi-lo a um patamar inferior ao do não índio ou branco, e sobretudo, pela negação dos direitos desses povos. Não há como negar a participação indígena na organização social brasileira, a primeira escola indígena no Brasil implantada por missionários religiosos, como o Padre Anchieta, no século XVI. E uma delas deu origem à cidade de São Paulo, isso significa dizer que temos uma das maiores metrópoles do Brasil vinculado diretamente à presença indígena, presença esta que muitos ignoram principalmente no que diz respeito à educação, e uma das formas de pagarmos a dívida do passado é garantir o direito de educação a esses povos. Muitas não entendem a importância desta lei para a legitimidade dos direitos do homem. Quando os posicionamentos são contrários à lei, há também uma expropriação dos direitos humanos no que tange o respeito, igualdade e liberdade.  O índio e a política; “Os indígenas não estão mais dispostos a esperar que os políticos brancos ajam em seu favor.” A falta de representatividade indígena dentro do congresso nacional e senado são apontados como um dos grandes entraves para a consolidação dos direitos indígenas. Atualmente os índios ainda não possuem um contingente eleitoral que os permita eleger representantes federais e estaduais somente através dos votos indígenas – o voto étnico. Somente o Amazonas e Roraima seriam exceção. Mas, o que temos percebido, é que estão havendo um aumento da presença indígena nos espaços políticos eletivos brasileiros, principalmente como vereadores. O Brasil também tem mostrado um aumento da participação dos índios como eleitores e candidatos nas últimas eleições, por exemplo, só havia dois candidatos a deputado pelos estados de Roraima e Acre. No entanto, nosso país ainda apresenta um quadro desfavorável quando comparado com outros países da América do Sul que já possuem partidos indígenas próprios e índios ocupando cadeiras no Parlamento. Fatos isolados acontecem como cidade mineira de São João das Missões, onde Indígenas elegem prefeito e seis vereadores nas eleições de 2008. José Nunes de Oliveira (PT), da etnia Xacriabá, foi reeleito prefeito da cidade mineira de São João das Missões. Além do prefeito, os indígenas conquistaram seis das nove cadeiras na Câmara Municipal de Vereadores todos da etnia Xacriabá . O prefeito Zé Nunes, que é filho do cacique Rosalino, disse que é "muito importante a participação indígena na política da cidade, pois, de forma geral, os indígenas nunca participam das decisões do país e destacando que a convivência entre e índios e nãoíndios é pacífica." "A gente está começando a ocupar lugares na própria política, nas universidades. O próprio governo, o Brasil, precisa dar mais atenção para essa questão" Zé Nunes  A informação como é chegada ao leitor; A ANAÍ tem o site onde apesar de não esta atualizado tem bastantes informações a respeito de etnias e toda a questão indígena, já tivemos sim um informativo, porém paramos de confeccioná-lo por corte de custo com as dificuldade financeira paramos de publicar.  Trabalhos científicos; A produção é grande, porém em torno dos povos da Bahia ainda e insuficiente, mais já bem representativa. Apesar de ter uma quantidade relativamente significativa, o que tem é substancial é importante cada vez mais estão surgindo pessoas com interesse em pesquisar povos indígenas na Bahia, mais ainda é pouco, em determinado povos ainda não existe estudo e temas pesquisados.  Missionários X Índios; Os missionários não descaracteriza a cultura, os índios estão em evolução , por isso não acreditamos que o missionário possa descaracterizar a cultura do índio. Como em todos os segmento da sociedade, existe evolução o índio também , certamente os índios também tem evoluído nessa ponto. Existem debates quanto os missionários em relação ao infanticídio, pois segundo alguns estudiosos eles interferem nessa questão ainda muito polemica. As mudanças acontecem independente de missionários ou não dentro da etnia ,a exemplo vida do índio , eles vivem conforme a evolução .  Dificuldade – Ações Políticas Há um retrocesso em alguns campos na questão do território. Por outro lado tudo que foi conquistado pelo índio foi com muita luta . As ações mais visíveis estão na questão da educação onde as escolas para os indígenas deveram conter currículos específicos, na questão da saúde que também deverá ser diferenciada, porém sabemos que ainda não se aplica.  Atuação do Governo; O governo é ambíguo, particularmente esse governo “Federal” retrocedeu em algumas questões, e por isso os territórios indígenas estão sendo impactados. Alguns ministros têm políticas voltadas para o índio como financiamento de projeto de auto- sustentabilidade, mais em linhas gerais os povos indígenas estão sofrendo com a política do governo.  Ajuda Financeira; Existem sócios “que não pagam mensalidade”, porém deveriam pagar, e ajuda por parte agencia CRISTIANEIDE, que aprova projetos em países da América latina e da África , no caso da ANAÍ eles cooperam com uma verba anual, para toda a despesas. Bibliografia: http://www.cimi.org.br/ acesso em 10 de dezembro de 2008; http://www.anai.org.br/ acesso em 10 de dezembro de 2008; www.socioambiental.org/ acesso em 10 de dezembro de 2008;