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IFRJ – Campus Maracanã
Coordenadoria de Biotecnologia
Disciplina: Tecnologia das Fermentações
Turma: BM181
Professores: Sérgio Hélio Kling & José Ricardo Hassel Lopes
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Relatório de Tecnologia das Fermentações
Dosagem de Açúcares Redutores pelo Método DNS
Avaliação:
"Critério: "Nota: "
"Apresentação " "
"Introdução " "
"Objetivos " "
"Material Utilizado/ " "
"Métodos " "
"Resultados " "
"Discussão " "
"Conclusão " "
"Referências " "
"Bibliográficas " "
"Total: " "
Alunos: Alexandre G. Garcez n° 1
Arthur de Lima n° 2
Bruno Oliveira n° 4
Rio de Janeiro, 31 de outubro de 2011.
Sumário
"Introdução "Pág.: 3 "
"Objetivos "Pág.: 4 "
"Material Utilizado e Métodos "Pág.: 4, 5"
"Resultados "Pág.: 5, "
"Discussões "6, 7 "
"Conclusão "Pág.: 7 "
"Referências Bibliográficas "Pág.: 8 "
1. Introdução
Açúcares redutores são todos aqueles que possuem uma hidroxila no
carbono anomérico livre, ou seja, sem estar comprometida em uma ligação
química, podendo então reduzir outras moléculas com características
oxidantes. Esta habilidade pode ser utilizada como instrumento para a
quantificação de açúcares.
Quantificar açúcares é uma rotina muito importante na rotina de
laboratórios ou indústrias comprometidas com os processos fermentativos. A
capacidade fermentativa dos microorganismos utilizados nesses processos
reflete diretamente na disponibilidade de substratos energéticos para o
início das reações que terminarão em um produto desejado. Havendo uma
concentração baixa de substrato a probabilidade dos microorganismos
encontrarem moléculas para iniciarem a fermentação é mais baixa, o que
ocasionaria uma eficiência menor, que é decisiva para o lucro de indústrias
que os realizam comercialmente.
Em outro extremo, uma quantidade elevada de açúcares pode impedir que
a fermentação ocorra nas quantidades desejadas, pois mataria os
microorganismos por conta da alta pressão osmótica que um meio hipertônico
tem sobre o solvente presente no citoplasmas de suas células.
O método DNS utiliza a característica redutora de açúcares para sua
quantificação. O princípio vem através de uma molécula chamada Ácido 3,5 –
dinitro salicílico (DNS) que quando puro apresenta uma coloração
alaranjada, este ácido é facilmente reduzido por açúcares, embora possa
apresentar menor eficiência se a solução utilizada possuir outras espécies
redutoras fortes. Quando reduzido, o DNS se torna ácido 3-amino – 5 – nitro
salicílico, e passa a apresentar-se com uma coloração acastanhada.
Através dessa mudança de coloração é possível construir roteiros de
ensaios colorimétricos e medir a quantidade de açúcares relacionando a
quantidade de DNS reduzido (a estequiometria da reação é 1:1). Todavia, um
dos principais substratos para a fermentação de microorganismos é a
sacarose, que não possui poder redutor, é necessário neste caso, a
hidrólise ácida desses açúcares em glicose e frutose, para apenas depois
disto proceder como uma análise pelo método DNS comum.
2. Objetivos
Construir uma curva padrão, de dosagem de açúcares por DNS, através de
padrões de açúcares de concentrações conhecidas.
Determinação do teor de açúcares no caldo de cana, comparando a
absorbância lida com as concentrações obtidas pela curva padrão.
3. Material Utilizado e Métodos
Material Utilizado:
Solução estoque de glicose 10 μmols/mL
DNS
HCl 2N
NaOH 1N
Pipetas de 1, 2 e 10mL
Tubos de ensaio
Tubos Follin Wu
Balões Volumétricos de 25 e 200mL
Banho Maria a 70°C
Termômetro
Espectrofotômetro
Métodos:
Através da solução padrão de glicose foram feitos 25mL de soluções
padrões de concentrações 1, 2, 4, 6 e 8 μmols/mL, usando respectivamente,
2.5, 5, 10, 15 e 20 mL do estoque. Dessas soluções foram retiradas
alíquotas de 1mL de cada para tubos Follin Wu e adicionados 1mL de DNS,
junto a um sexto tubo com 1mL de água destilada e 1mL de DNS para servir
como branco na leitura pelo espectrofotômetro. Cada tubo foi então fechado
com parafilm e levados a um banho maria a 100°C por 10min. Logo após os
tubos esfriarem, avolumou-os até 12,5mL para então realizar uma leitura a
540nm.
Após a leitura das absorbâncias para a concentração de uma curva
padrão foi utilizada uma amostra de caldo de cana, e dela pipetados 8mL
para um balão volumétrico de 200mL, completando com água destilada. Após
homogeneizar, 1mL desta diluição foi transferida para um tubo Follin Wu
rotulado como AR (Açúcares Redutores Residuais).
Paralelamente, 1mL da amostra original do caldo de cana foi
transferida para um tubo de ensaio, e acrescentado neste tubo 1mL de HCl,
transferindo-o então para um banho maria à 70°C por 10min. Após esfriar foi
adicionado 3mL de NaOH para interromper a hidrólise ácida, neutralizando a
solução, para só então transferi-la completamente para um balão volumétrico
de 200mL avolumando com água destilada. Desta diluição 1mL foi destinada a
um tubo Follin Wu, onde foi acrescentado 1mL de DNS, rotulando este tubo
como ART (Açúcares Redutores Totais). Este tubo foi avolumado até 12,5mL, e
lidos a 540nm assim como os padrões e o branco.
4. Resultados
As absorbâncias das soluções padrão, utilizadas por todos os grupos,
foram as seguintes:
"Concentração de "Absorbância "
"Glicose (μmol/mL) "(540 nm) "
"1 "0,051 "
"2 "0,051 "
"4 "0,368 "
"6 "0,428 "
"8 "0,702 "
Das soluções preparadas pelo nosso grupo temos as seguintes
absorbâncias:
"Solução "Absorbância "
" "(540nm) "
"Branco "0,066 "
"AR "0,888 "
"ART "0,968 "
Os fatores de diluição utilizados foram os seguintes:
AR ( 1:25 + 1:12,5
ART ( 1:200 + 1:12,5
A razão entre as massas de sacarose e seus produtos pode ser obtida
por:
342/360 ( 0,95
No gráfico obtemos as concentrações de glicose e frutose através da
absorbância (e a equação da reta) e então os valores na solução original
através dos fatores de diluição (em mol/100mL), o valor das glicoses e
frutoses vindas da hidrólise foi obtida pela diferença entre essas
concentrações, que quando multiplicada pelo fator de correção (0,95)
chegamos a concentração de sacarose na solução original. Pudemos saber sua
concentração em gramas por 100mL através da massa molecular (342g/mol),
chegando ao resultado final de 632,7g/100mL.
5. Discussão
Sabe-se que a coloração laranja inicial do DNS pode absorver uma
pequena quantidade do espectro de luz a 540nm, por isso é necessário o uso
de um tubo branco para zerar o espectrofotômetro, garantindo que a leitura
das amostras irá desprezar toda luz absorvida por resíduos de DNS que não
reagiu.
Apenas com a construção de uma curva padrão é possível associar a
absorbância lida com concentrações, o mais recomendado é que as
absorbâncias das amostras estejam dentro da reta traçada pelos padrões
utilizados, porém, como é uma relação linear, só se tornando com um aspecto
parecido com uma parábola além do valor de eficiência do equipamento, é
possível extrapolar a curva para valores de absorbância inferiores a este
limite.
Deve se levar em consideração portanto a diluição utilizada, pois
soluções muito concentradas vão além da eficiência do equipamento. É
possível ler soluções diluídas e multiplicar as concentrações verificadas
através da curva pelo fator de diluição utilizado. Como podemos notar no
gráfico apresentado obtivemos uma equação da reta, e substituímos nossas
absorbâncias nesta equação para obter a provável concentração das amostras
de cana de açúcar.
Sabe-se que na cana de açúcar temos tanto glicose e frutose, que são
açúcares redutores, quanto sacarose. Após a hidrólise ácida da solução
temos a quebra de sacarose nesses outros dois açúcares redutores, e podemos
ler uma absorbância maior pelo método de DNS. A variação nos dirá quantas
glicoses e frutoses foram obtidas através da hidrólise total da sacarose em
solução.
Porém se observado a reação, notamos que há uma variação de massa,
onde a hidrólise necessita do consumo de água para ocorrer, fazendo com que
os produtos sejam a soma das massas de sacarose com a de água. É
necessário, portanto, multiplicar a concentração obtida por um fator que
permita saber a concentração de sacarose original, e não os açúcares que
deu origem. Este fator será a razão entre as massas de sacarose e de seus
produtos (0,95, vide os resultados).
6. Conclusão
Embora tenha erros decorrentes do preparo dos padrões, com
absorbâncias idênticas para os padrões de 1 e 2 μmols/mL podemos obter uma
equação da reta através dos valores mais bem resolvidos o que diminui a
interferência desses valores na concentração obtida através da extrapolação
do gráfico. Seria impossível ler, através desta curva, concentrações que se
apresentassem entre esses valores, porém a eficiência é considerável para
os que superam essas concentrações, como ocorrido nesta prática.
7. Referências Bibliográficas
Literatura:
1. SCHMIDELL, W.; LIMA, U.A.; AQUARONE, E.; BORZANI, W. Biotecnologia
Industrial: Fundamentos – v. 1 - São Paulo: Edgard Blücher Ltda,
2001.
2. SCHMIDELL, W.; LIMA, U.A.; AQUARONE, E.; BORZANI, W. Biotecnologia
Industrial: Engenharia Bioquímica – v. 2 - São Paulo: Edgard
Blücher Ltda, 2001.