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1. INTRODUÇÃO
O Processo de Trabalho em Saúde direcionado para a enfermagem indica
um trabalho profissional específico e pressupõe uma série de ações
dinâmicas e interrelacionadas para sua realização, ou seja, indica a adoção
de um determinado método ou modo de fazer (Sistematização da Assistência de
Enfermagem), fundamentado no conhecimento técnico-científico da área.
Neste trabalho estaremos apresentando os elementos inerentes à
prática profissional de enfermagem tais como: processos administrativos,
diagnósticos e procedimentos assistenciais e a organização do processo de
trabalho em equipe.
2. CONTEXTUALIZANDO O TRABALHO EM SAÚDE
O trabalho pode ser caracterizado como um processo de transformação
que ocorre porque as pessoas têm necessidades que precisam ser satisfeitas;
no presente caso, necessidades de saúde. Essa transformação se dá mediante
a atividade do trabalho, realizada com o consumo produtivo de força
trabalho e a intermediação de instrumento que o agente insere entre ele
próprio e o objeto, para dirigir sua atividade a uma dada finalidade.
A divisão do trabalho não apenas reflete o desenvolvimento cientifico
tecnológico, mas a dinâmica social das práticas de saúde engendra
subdivisões sistemáticas dos trabalhos. Esse processo ocorreu no interior
da enfermagem, dando origem ás distintas categorias profissionais
enfermeiro, técnico de enfermagem, auxiliares de enfermagem, formal e
regular, usualmente denominados atendentes. Assim, o trabalho em equipe
refere se á composição de diferentes processos de trabalho, constituindos
em uma rede complexa de prestação de serviços.
3. PROCESSOS ASSISTENCIAIS ADMINISTRATIVOS DO SERVIÇO DE ENFERMAGEM
Todo processo compreende um conjunto de ações especificas, coordenadas
e sistematizadas, tendo um sentido próprio, visando assegurar a
racionalização do tempo, simplificação dos métodos de trabalho e evitar
desperdícios, envolvendo ações preventivas e corretivas para evitar
retrabalhos e agilizar a influencia das respostas.
A ideologia da rotina necessita neste contexto ser revista por sua
característica que conduz à repetitividade de ações , constituindo-se em
barreira aos questionamentos, criatividade e necessidade de reformulações
de aspectos pré-determinados.
Devem estar sintonizados ao perfil do hospital, pois a capacidade de
resposta rápida e flexível no atendimento aos clientes constitui hoje um
registro imprescindível na gestão organizacional.
Consideramos que as melhorias relevantes no tempo de resposta, exigem
que não apenas as estruturas de trabalho estejam adequadas, mas que também
os profissionais da equipe de Enfermagem tenham domínio das técnicas de
enfermagem e etapas do processo.
O processo requer também monitoramento continuo de todas as variáveis,
para identificação e correção de elementos que não estejam em conformidade
com o padrão de desempenho a ser atingido.
Tanto a admissão do paciente como todos os demais processos envolvidos na
assistência ao paciente durante sua hospitalização ate a finalização dos
serviços oferecidos constituem-se em processos essencialmente relacionados
à sistematização de Enfermagem.
3.1 Admissão do Paciente
A admissão do paciente é responsável pelo inicio do relacionamento do
paciente e usa primeira percepção dos serviços oferecidos, sendo portanto
um processo de alta visiabilidade ao cliente.
Munido da solicitação medica, o paciente apresenta-se ao Serviço de
Recepção e Internação, o qual analisa todas as condições para efetuar a
internação, bem como a procedência com relação a seguro saúde, particular,
SUS, outros convênios e especialidades, efetuando a internação conforme
critérios adotados para cada vaso, transmitindo as informações eletrônica
ou manualmente aos demais setores envolvidos; Serviço de Nutrição e
Dietética, Laboratório de Analises Clinicas e outros, quando necessário.
Após preenchimento do formulário, o paciente é acompanhado por
funcionários do Setor de Internação à unidade de internação na qual será
admitido.
Caberá à Enfermagem a responsabilidade por sua admissão e acolhimento
na unidade, procedendo às anotações de sua condições nessa ocasião,
abrangendo as dimensões físicas, psíquicas, emocionais e sociais, com os
objetivos de elaborar os Planos de Assistência, de Cuidados e Prescrição.
Presta também as orientações necessárias ao paciente e familiares e
comunica ao médico responsável ou outro membro da equipe sobre sua
internação.
Em casos nos quais o paciente não traga a prescrição médica, a
Enfermagem aguardará visita e prescrição para iniciar o tratamento.
Observação: em caso de procedência do Pronto Atendimento, a recepção desse
serviço deverá comunicar-se com a Internação Geral, solicitando vaga e
encaminhando familiares para efetuar a internação.
3.2 Alta Hospitalar
O planejamento da alta contém uma série de variáveis a ser considerada
por sua interdependência com vários outros serviços da instituição.
Trata-se de um processo que requer de seu coordenadores uma elevada
capacidade para interagir e operacionalizar.
Trata-se de um processo que requer de seus coordenadores uma elevada
capacidade para interagir e operacionalizar.
A alta hospitalar inicia-se a partir da alta clínica, formalizada pelo
médico responsável, finalizando com a alta administrativa.
A alta de enfermagem esta incluída no processo assistencial, mas
vinculada aos processos institucionais, sendo seu principal sujeito de
intervenção o paciente, sua família e o ambiente físico e social em que
encontra-se inserido. De acordo com estes referencias, o planejamento das
ações de saúde e ações educativas devem integrar os princípios básicos da
enfermagem e atender aos cuidados preventivos e curativos, através de
orientações que visem o aprendizado, a educação e a reeducação de hábitos.
Representa a etapa final da hospitalização, sendo que o papel
desempenhado pela enfermagem neste momento é de muita importância,
considerando que centraliza e coordena varias ações e condutas especificas,
abrangendo o aviso de alta e comunicação aos demais setores envolvidos,
dentre eles Recepção/Internação, Nutrição e Dietética, Higiene e
Tesouraria.
A agilização e precisão desse serviço decorrem de um planejamento
associado à previsão de alta clinica, para que a enfermagem possa coordenar
eficazmente todas as ações e informações presentes nesse processo.
O Enfermeiro, portanto, operacionaliza a alta, que se consolida
através da liberação da Tesouraria, orientações, entrega de receita médica
e respectivos exames ao paciente e se necessário o acompanhamento à
Recepção.
Existe também um outro aspecto a ser considerado nessa trajetória,
relacionado à previsão da continuidade do tratamento após alta hospitalar,
que se define através da orientação e preparação do paciente para o
autocuidado e para a retomada de sua vida no ambiente social em que
encontra-se inserido.
3.3 Transferência de Paciente
A transferência de pacientes deve também receber atenção especial,
pois requer um série de providências a serem tomadas.
Em casos de transferência da UTI para a Unidade de Internação, os
procedimentos são os seguintes:
Comunicar à Unidade de Internação sobre a alta, solicitando vaga para
efetuar a transferência;
Informar ao paciente(se consciente) ou aos familiares sobre a
transferência e orientá-los quanto aos cuidados a serem tomado;
Preencher o aviso de transferência e encaminhá-lo ao Serviço de
Internação, Tesouraria e Recepção, devendo constar no prontuário do
paciente uma cópia do aviso;
Recolher os pertences do paciente, preparando-o para a mudança;
A equipe de Enfermagem da UTI deve preencher o prontuário do paciente,
incluindo uma orientação por escrito de Enfermagem que dará
continuidade à sua assistência;
Transportar o paciente na própria cama, cadeira de rodas ou maca,
conforme condições e necessidades.
Obervação: os procedimentos para transferência de uma unidade de internação
para outra devem obedecer aos mesmos critérios acima.
3.4 Transferência para outro Hospital
Comunicar ao paciente ou familiares os motivos da tranferencia;
Providenciar a reserva de vaga em outro hospital, consultando a
família acerca da preferência;
Caso o paciente necessite de ambulância, solicitar providencias da
família através de convenio ou do hospital;
Preencher minuciosamente a ficha de transferência, encaminhando-a aos
setores competentes;
A transferência deverá ser acompanhada de um relatório ou encaminhando
médico e de orientações sobre cuidados de Enfermagem pelo Enfermeiro
responsável;
A equipe responsável pela remoção deve estar apta a prestar
assistência em casos de urgências e emergências.
Anotar no prontuário os motivos da transferência, as condições do
paciente e o hospital ou clinica para onde foi transferido;
Organizar a documentação seguindo os mesmos critérios da alta
hospitalar, encaminhando-a ao Serviço de Arquivo Médico e Estatistica.
3.5 Centros de Diagnósticos
Pela representação gráfica apresentada, no processo de admissão e
alta, podemos observar que existe um espaço de interseção entre o inicio e
finalização dos serviços prestados aos pacientes, havendo entre ambos a
interdependência de vários serviços, componentes da dinâmica assistencial.
Os centros de diagnósticos estão classificados de acordo com o tipo e
características dos exames realizados, conforme segue:
CDI- Centro de Diagnostico por Imagem
CDG – Centro de Diagnostico por Métodos Gráficos
CDE – Centro de Diagnostico por Métodos Endoscópicos
Todos os exames solicitados aos centros de diagnósticos deverão ser
prescritos pelo médico e checados pela equipe de Enfermagem, devendo
constar do prontuário do paciente, e preenchidos em impresso próprio, para
encaminhamento ao serviço especifico.
Atualmente, esse processo está sendo efetuado eletronicamente na maioria
dos hospitais.
Centro de Diagnósticos por Imagem
Os exames efetuados por este centro são constituídos por:
Radiologia
Tomografia Computadorizada
Ressonância Magnética
Ultra-sonografia
Hemodinâmica
Densitometria Óssea
Medicina Nuclear e outros
Para realização desses exames, as ações a serem tomadas são:
Preenchimento da solicitação de exame em impresso próprio, pela
escrituraria, que q encaminhará ao serviço de CDI ou transmissão da
informação através do sistema on-line;
Encaminhamento da rotina de preparo do paciente internado pelo
funcionário do CDI à equipe de Enfermagem;
O CDI deve manter pessoal alocado no próprio setor para realização do
transporte do paciente ao local do exame e retorno, mantendo plantão
para atendimentos nas 24 horas e emergências durante os sete dias da
semana;
A equipe de enfermagem cabe a realização dos procedimentos de preparo do
paciente e cuidados pós-exames.
Os débitos na conta do paciente deverão ser realizados pelo funcionário
responsável pela execução dos cuidados, cabendo ao próprio centro de
diagnostico a efetuação da cobrança ou encaminhamento ao setor de cobrança.
Centro de diagnostico por métodos gráficos
Os exames realizados pelo centro de diagnostico por métodos gráficos são:
-eletrocardiograma
-ecocardiograma
-teste egométrico
-polissonografia
-Prova de função pulmonar
-bioimpedância e outros
Para realização destes exames não são exigidos cuidados e preparos
especiais, exceto no caso da bioimpedancia, devendo-se entretanto seguir
orientações medicas de cada especialidade.
Nos casos que houver impossibilidade de locomoção do paciente devido
as suas condições físicas, esses exames deveram ser realizados no próprio
leito, por técnico especializado, através de equipamento transportado ao
local.
Os débitos deverão ser efetuados no próprio centro de diagnostico,
cabendo a enfermagem averiguar no prontuário, a realização e condições em
que foi realizado.
Nos casos em que não há enfermeiro no serviço e que foi solicitada ou
se verificar necessidade, ele poderá acompanhar e auxiliar durante o
procedimento.
Centro de diagnostico por métodos endoscópicos
Destina-se a execução dos seguintes exames:
-endoscopia
-broncoscopia
-cistoscopia
-colonoscopia
-laparoscopia
-artroscopia e outros
Cabe a equipe de enfermagem a responsabilidade pelo encaminhamento da
solicitação de exame ao serviço competente, informando-se quanto as
orientações necessárias ao preparo do paciente.
Os exames poderão ser realizados em centro cirúrgico ou sala especializada,
contando com funcionários e equipamentos próprios.
A equipe de enfermagem deverá inteirar-se conhecer os procedimentos
específicos a serem realizados durante o exame, estando apta a orientar e
preparar o paciente, prestando-lhe também os pos-cuidados necessários.
A equipe de enfermagem deverá checar todos os exames precritos no
prontuário médico, responsabilizando-se pelo lançamento dos débitos em
impressos próprio e encaminhamento à tesouraria.
Laboratório de analises clínicas
Todos os exames que requerem análises clinicas, solicitados durante 24
horas, são de competência do serviço de analise clinicas.
Compreende a realização de diversos exames, que requerem coleta e
amostragem de sangue, urina e outros, para certificação de diagnósticos
diversos.
As solicitações de exames deverão ser preenchidas manualmente pelo
próprio médico ou encaminhadas eletronicamente ao setor pelo funcionário
responsável.
O impresso a ser preenchido deverá estar disposto em local visível no
posto de enfermagem, visando a agilização do serviço de coleta.
Geralmente os exames de rotina que exigem jejum são colhidos do paciente,
preferencialmente, antes do café da manhã sendo que o funcionário da
enfermagem deverá orientá-lo ao jejum e outros cuidados ou preparos
necessários.
Devido à impossibilidade do estabelecimento de horário determinado
para coleta de alguns exames, tais como secreção e urina, caberá a equipe
de enfermagem, solicitar a retirada do material pelo laboratório, após
efetuação da coleta pelo paciente.
4. PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS DO SERVIÇO DE ENFERMAGEM
É a descrição detalhada e seqüencial de como uma atividade deve ser
realizada.
Os procedimentos geralmente são uniformes em toda organização, pois
estão baseados em princípios científicos e sendo assim, não se modificam,
independentemente de quem os realiza.
Todavia, temos também a evidenciar que toda relação que envolve
funcionários e pacientes encontra-se permeada por fatores psico-emocionais,
comunicação e contato.
Atualmente, não podemos conhecer um sistema assistencial que não
priorize um tratamento digno e humanizado ao paciente e que o envolva como
co-participante efetivo de seu processo terapêutico.
Torna-se imprescindível a adequação da assistência ao paciente e todas
as suas considerações devem ser julgadas relevantes.
Deve-se evitar a interrupção da seqüência do atendimento,
especialmente por ocasião de passagem de plantão.
4.1 Terapia nutricional
A terapia nutricional é recomendada a pacientes incapacitados de se
alimentar por via oral e que necessitam de intervenção nutricional, a qual
inclui suplementos, dietas especificas de nutrição enteral ou parenteral.
Deve ser adotada com o objetivo de recuperação ou manutenção do estado
nutricional e estar adequada à patologia e as necessidades individuais do
paciente.
Em todas as etapas desse procedimento, é fundamental a participação e
acompanhamento da equipe multidisciplinar.
4.2 Nutrição parenteral prolongada
A nutrição parenteral prolongada é um procedimento através do qual são
administrados nutrientes ao paciente, por via endovenosa, constituindo-se
em uma alternativa apenasquando a alimentação pelo tubo digestivo é contra-
indicada ou insuficiente.
O fornecimento da N.P.P é efetuado pela farmácia, que estabelece a
forma de fornecer a solução, preparada internamente ou adquirida
externamente.
As unidades de internação requisitam a farmácia a solução N.P.P para 24
horas acondicionando-as em lugar apropriado.
A administração da solução, será realizada pelo enfermeiro da
unidade, que anotará no prontuário do paciente o inicio da infusão e
possíveis ocorrências. A continuidade ou horário determinado para
interrupção deverão ser informados durante a passagem do plantão.
4.3 Nutrição Enteral
A nutrição enteral consiste na administração de nutrientes pelo trato
gastrointestinal através de sondas nasoenterais, nasogastricas ou ostomias,
localizadas em vários locais do tubo digestivo.
Cada paciente recebe uma dieta especifica, para suas necessidades, que
poderá ser administrada de modo intermitente ou contínuo.
O fornecimento da nutrição enteral é efetuado pelo setor de nutrição e
dietética, conforme prescrição, médica solicitado do serviço de enfermagem.
A administração será feita pelo serviço de enfermagem, que deverá observar
todos os cuidados necessários para evitar riscos ao paciente, tais como
aspiração e deslocamento da sonda, que poderá ocasionar refluxo gástrico.
O serviço de enfermagem deverá anotar todas as intercorrências
observadas com o paciente tais como: vômitos, diarréia, distensão
abdominal, sinais de desidratação, aspectos de pele e mucosas, débito
urinário e aumento ou ganho de peso.
É recomendado fazer pausa noturna, para evitar broncospiração, com
interrupção da dieta às 24 horas, podendo também ser interronpida em
ocasiões de exames que exijam jejum.
Observar a necessidade da troca de equipe a cada 24 horas e realização do
controle radiológico anterior a liberação da dieta.
4.4 Aspiração das vias aéreas
Consiste na retirada de secreção do trato respiratório, sem
traumatismo, garantindo uma ventilação e oxigenação adequadas.
Sua finalidade é a prevenção de complicações no quadro clinico geral do
paciente, provocada por acumulo de secreções nos pulmões e redução da
incidência de infecção respiratória.
A aspiração de secreção deverá ser realizada somente quando
necessária, portanto, o enfermeiro deverá avaliar o paciente e, de acordo
com a característica e quantidade de secreção, prescrever o numero de vezes
que será feita a aspiração.
Efetuar as anotações do procedimento e todas as intercorrencias no
prontuário do paciente.
Descrever características, aspecto das secreções e quantidade,
anotando no prontuário reações do paciente, tais como: cianose e
sangramento.
4.5 Sondagem Vesical
Consiste na introdução de uma sonda através da uretra, com as
finalidades de esvaziamento da bexiga e controle do volume urinário.
Portanto todo a material a ser utilizado, dirigir-se ao quarto do paciente,
explicando o procedimento.
Fazer assepsia das mãos e proceder com técnica asséptica a introdução da
sonda, observando a sua fixação correta visando a preservação de estenose
uretral.
O volume urinário deverá ser medido fazendo as anotações no prontuário
do paciente e relatando qualquer alteração observada. Nos casos de sondagem
vesical de permanência, superior a 24 horas, procede-se da mesma forma,
utilizando-se porem sonda foley (silicone) adaptada a um coletor de urina
de sistema fechado.
Realizar as anotações no prontuário, constando o dia de colocação, atendo-
se com atenção ao tempo de permanência, que deverá ser discutido com o
S.C.I.H. da instituição, evitando dessa forma infecção urinaria e outras
complicações.
As medidas a serem observadas no cateterismo vesical são:
-colher cultura quando realizar sondagem de permanência.
-trocar sonda vesical quando houver obstrução, presença de grumos, quebra
de integridade do sistema, febre de origem não identificada, vigência de
sepsis ou infecções urinarias.
-fazer higiene íntima três vezes ao dia, utilizando sabão neutro.
5. TRABALHO EM EQUIPE E PROCESSO GRUPAL
O trabalho em equipe consiste em uma modalidade de trabalho coletivo
que se contrapõe ao modo independente isolado que os profissionais de saúde
e de enfermagem usualmente executam seu trabalho no cotidiano dos serviços
de saúde.
Na enfermagem, a proposta de trabalho em equipe surge na década de 50,
no Brasil, os resultados dessa proposta e das experiências em curso são
divulgados, em 1966 pela Associação Brasileira de Enfermagem por meio da
tradução e publicação do livro intitulado "Equipe de Enfermagem Organização
e Funcionamento".
A divisão do trabalho de enfermagem expressa, desde sua origem, a
marca de trabalho coletivo, uma vez que a enfermagem não constitui um
trabalho que possa ser desenvolvido aparentemente por uma pessoa só, tal
como ocorre com outros trabalhos especializados, como medicina, psicologia
e outros, que puderam, em parte, caracterizar-se como trabalho de uma
pessoa só realizado no âmbito da consulta profissional-paciente. O cuidado
de enfermagem caracterizar-se com acompanhamento contínuo e constante, de
modo que foi constituindo como prática, exercida por um conjunto de
agentes, o que, por um lado, demanda ações de coordenação e supervisão, ou
seja, de gerência.
A proposta de trabalho em equipe emerge no interior de um processo
contraditório, representado pela tensão entre a tendência crescente de
especialização e a necessidade de integração dos trabalhos produzidos pelas
diferentes áreas da saúde-enfermagem, fisioterapia, fonoaudióloga,
medicina, nutrição, psicologia, serviço social e outras.
O serviço de saúde especializado tende a fragmentação do cuidado
prestado ao paciente, configurando uma teia de ações executadas por
diferentes argentes, que necessita de articulação; na atualidade, a nem um
trabalhador de saúde em separado cabe a possibilidade de atender ás
demandas de saúde apresentados pelos pacientes ou mesmo por um usuário em
particular; por isso, torna-se necessário que os profissionais reconheçam
as conexões que existem entre as diversas atividades executadas e tomem
estes nexos verdadeiramente em consideração, articulação, articulando suas
ações.
6. ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO EM SAÚDE POR EQUIPES
A noção de equipe predominante nos serviços de saúde se restringe á
coexistência de vários profissionais numa mesma situação de trabalho,
compartilhando o mesmo espaço físico e a mesma clientela, o que não se
traduz imediata e automaticamente, na recomposição dos distintos processos
de trabalho.
A integração no trabalho em equipe expressa, simultaneamente e de
forma complementar, dois aspectos que a caracterizam: a articulação das
inúmeras ações executadas pelos distintos profissionais da equipe, e a
comunicação entre seus componentes, orientada para o entendimento. A
interação dos profissionais não é externa ao trabalho, mas pelo contrário,
faz do próprio processo de trabalho, que, como referido anteriormente é,
simultaneamente ação produtiva e interação social.
A flexibilidade da divisão do trabalho busca superar a rigidez da
divisão estanque de atividades por área profissional e construir tanto
ações comuns, executadas por agentes de distintas profissões, quanto
conviver com certas indefinições de fronteiras na atuação profissional. O
tema trabalho em equipe faça parte do processo de formação permanente dos
trabalhadores de saúde e que a supervisão permita iluminar a qualificação
de cada trabalho particular, potencializando a contribuição de cada
especialização do trabalho no processo global.
7. CONCLUSÃO
Conforme procuramos apresentar neste trabalho que o Processo de
Enfermagem tem representado o principal modelo metodológico para o
desempenho sistemático da prática profissional, ou um instrumento de que se
lança mão para favorecer o cuidado, para organizar as condições necessárias
à realização do cuidado e para documentar a prática profissional.
Descreveu-se através da conceituação e a aplicação dos processos
administrativos do serviço de enfermagem, das ações a serem tomadas nos
centros de diagnósticos e os processos assistenciais do serviço de
enfermagem.
8. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA