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UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL – UNISC
DEPTO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS
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"ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS i "
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" Professor: João Carlos Vogt "
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Santa Cruz do Sul , março 2009
1. O PROJETO NO PROCESSO DE PLANEJAMENTO
1.1 Definições e tipos de projetos
Entendemos por projeto o conjunto de informações internas e/ou
externas à empresa, coletadas e processadas com o objetivo de analisar-se
(e, eventualmente, implantar-se) uma decisão de investimento. Nestas
condições, o projeto não se confunde com as informações, pois ele é
entendido como sendo um modelo que, incorporando informações qualitativas e
quantitativas, procura simular a decisão de investir e suas implicações.
A classificação pôr tipo dependerá do objetivo. Se o objetivo for o de
classificar o tipo de projeto em função do setor econômico, onde se
processa o investimento, tem-se:
* agrícola
Projeto * industrial
* de serviços
Esta é uma classificação macroeconômica, associada, portanto, aos três
grandes setores de atividades econômica.
Caso se deseje classificar o projeto do ponto de vista microeconômico
(ou seja, de impacto na empresa), então a classificação pode ser:
* de implantação
* de exploração ou de ampliação
Projeto * de modernização
* de relocalização
* de diversificação
Pode ser também que se queira classificar o projeto em função do uso
que o mesmo terá para a empresa ao longo do processo decisório e até à
implantação do mesmo. Neste caso a classificação é a seguinte:
* de viabilidade
Projeto * final
* de financiamento
O projeto de viabilidade é um projeto de estudo e analise, ou seja, é
um projeto que procura verificar a viabilidade a nível interno da própria
empresa. Quando surge a idéia (ou a oportunidade) de investir, começa o
processo de coleta e processamento de informações analisadas, permitirão
testar a sua viabilidade. Fica claro então que a empresa deve elaborar
vários projetos de viabilidade desde a idéia inicial até a decisão de
investir. O que se observa na prática, entretanto, é que este tipo de
projeto às vezes não é executado pelas empresas nacionais, que admitem a
viabilidade por antecipação. Isto é, quando uma empresa resolve executar
determinado investimento, raramente faz a verificação de sua viabilidade de
modo formal e explícito. Em geral, a verificação da viabilidade acaba sendo
relegada a segundo plano (ou então nem é feita) dentro do processo
decisório, porque é incomoda, porque é demorada, porque se atingiu o ponto
de não retorno na decisão etc. Este modo de preceder resulta da ausência de
um processo de planejamento formal nas empresas, em que o projeto de
viabilidade seria o último nível.
O projeto final constitui-se no conjunto de informações em que a
grande maioria dos parâmetros críticos para a fase de implantação já se
encontra definida e congelada ( tais como o processo, os equipamentos
básicos , o cronograma etc.). Neste sentido, o projeto é algo mais que um
orçamento: é um documento auxiliar ao próprio processo de acompanhamento do
projeto. Mais uma vez é preciso dizer que este tipo de projeto raramente é
feito nas empresas nacionais. Às vezes, inclusive, o projeto continua a ser
modificado profundamente durante a própria fase de implantação. Não é de se
estranhar, portanto, a virtual impossibilidade de se comparar de
viabilidade com o que foi implantado.
1.2. O papel do projeto na decisão de investir
O projeto é parte integrante do processo decisório, desde a idéia de
investir até sua consecução. Isto porque o projeto atua com um
realimentador deste processo em suas diversas fases. Segundo esta ótica, o
projeto enquadra-se, como se pode ver na Figura 1.2, em um processo de
planejamento.
Os objetivos serão fixados pelo conflito entre os diversos grupos que
detêm alguma parcela de poder na empresa. Estabelece-se um processo de
barganha que permite compatibilizar as discrepâncias entre os objetivos das
pessoas, dos grupos (das coalizões) e as necessidades impostas pelo meio
ambiente( que será mais ou menos turbulento para cada caso).
Os objetivos que resultam deste processo nortearão o planejamento
estratégico da empresa. Neste ponto, e antes que as decisões estratégicas
sejam operacionalizadas, tem-se o processo de elaboração e análise de
projetos, como um simulador e realimentador das decisões estratégicas,
particularmente das decisões de investimento. Antes que o planejamento
estratégico resultem as decisões de investimento e antes que estas sejam
implementadas, é necessário testar sua viabilidade e verificar se são
compatíveis com os objetivos. Esta verificação de viabilidade é feita
usando-se um projeto ( ou seja, um modelo da realidade).Ela é de grande
importância nesta fase, porque as decisões estratégicas de investimento, em
geral, envolvem grandes volumes de recursos, são de longa duração,
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" " " " " " " "
Figura 1.2 . O projeto como parte integrante do processo
de planejamento
inflexíveis e, conseqüentemente, exercem um impacto profundo na
empresa. Além disto, o risco envolvido na decisão pode ser muito grande
para a empresa, sendo necessário ter-se um medida do mesmo e do seu
impacto.
Pode-se dizer que , á medida que o tempo passa, o processo de
planejamento estratégico sofre uma transição para planejamento tático(
embora o mesmo não possa ser dito quanto á natureza das decisões
estratégicas e táticas). Assim, quando a empresa constata a viabilidade de
determinada decisão de investimento ( ou quando há consenso interno ou
mesmo quando a decisão é imposta) e decide pela sua implementação, tem-se
que o planejamento passa de estratégico para tático e o projeto de
viabilidade cede seu lugar para o projeto final. Neste ponto o projeto já
deve estar definido em seus grandes aspectos, começando o trabalho de
detalhamento de engenharia e de implantação.
O projeto pode não ser aceito em qualquer ponto da fase em que se
analisa sua viabilidade. Porém, isto vai-se tornando cada vez mais difícil
à medida que se avança na sua implementação, até que se chegue a um ponto
de "não - retorno". A partir deste ponto, os custos associados à
desistência são maiores do que aqueles que se incorre continuando a
implantação, mesmo que as condições tenham mudado.
Tendo sido implantado, o projeto entra na fase de testes de operação
e, finalmente, de operação.
1.3. O processo de elaboração e analise de projetos
O Quadro 1.2 contém a distribuição percentual dos custos de
investimento para uma fábrica de celulose e papel situada em zonas
afastadas:
Quadro 1.2. Distribuição percentual dos custos de investimento.
"ITEM "PORCENTAGEM DO INVESTIMENTO TOTAL "
"Estudos de viabilidade "0,3% a 1% "
"Engenharia e imprevistos "8% a 12% "
"Supervisão de gastos gerais da "9% a 12% "
"construção " "
"Construção da fábrica (Mão-de-obra "12% a 20% "
"inclusa) "45% a 52% "
"- Preparação e estruturas do terreno"3% a 7% "
"- Equipamento e instalação "4% a 6% "
"Gastos pré-operacionais e início de "5% a 13% "
"operação " "
"Juros durante a construção " "
"Capital de giro " "
Fonte: FAO Guia para planificar empresas y fábricas de pasta y papel.
Roma, 425p
Pode-se verificar que os gastos com os estudos de viabilidade são os
menores de todos os custos de investimento. Entretanto, o estudo de
viabilidade é de vital importância para a decisão de investir. Isto ocorre
não só ao se analisar e selecionar as oportunidades de investimento que
sejam mais convenientes, como também ao se evitarem investimentos
antieconômicos e/ou mal dimensionados. Além disso, como já se observou, a
decisão estratégica de investimento apresenta-se como pouco flexível, de
difícil reversão, de impacto demorado no tempo, requerendo grandes volumes
de recursos. Deve-se acrescer que as decisões tomadas nesta fase da
viabilidade irão influir sobre toda a vida útil da empresa, de modo que o
grau de liberdade operacional tende a ser muito menor (ou seja, uma
administração operacional bem executada pode não ser capaz de compensar
pelos erros do projeto). Este fato tende a ser mais importante em função de
setores que são intensivos de capital, como os setores de siderurgia, papel
e celulose, cimento, química etc.
Apesar do que foi argumentado, muitas vezes a análise de viabilidade
não é elaborada ou então é feito um projeto de financiamento que é assumido
como se fosse o projeto de viabilidade. Existem várias razões para isto,
entre as quais o fato de que a estrutura de financiamento e incentivos ( e
de solicitação de projetos) surgiu de cima para baixo. Outra razão
importante é que a análise de viabilidade requer tempo e recursos e estes
fatores podem ser escassos (ou julgados muito caros, apesar da evidência em
contrário) quando a empresa não tem tradição de planejamento.
É preciso, então, que o processo de elaboração e análise de projetos
seja realizado levando-se em conta alguns fatores básicos.
Como ponto de partida deve-se considerar o fato de que uma análise de
viabilidade é feita com base em projeções. Além disso, é freqüente que cada
fase de verificação da viabilidade corresponda a um processo de decisão
aplicada a um problema complexo, com limites não muito bem definidos e com
informação parcial. Estes dois fatores ( incerteza quanto às projeções,
própria de qualquer processo de inferência, e informação parcial) fazem com
que coleta e o processamento de informações custem tempo e recursos. É uma
questão de lógica a empresa dispender recursos ( e tempo) na análise de
viabilidades de modo proporcional ao risco que o projeto apresenta, como o
que se indicou na figura 1.3.
Figura 1.3. Os gastos em elaboração e análise em função do risco.
Ou seja, se determinada opção de investimento apresentar um grau de
risco elevado (capaz de colocar em jogo a rentabilidade, a estabilidade ou
mesmo a sobrevivência da empresa), então quantias maiores de recursos devem
ser gastas para a análise de viabilidade. É importante observar que o risco
pode estar associado a uma diversificação, por exemplo, e/ou requerem um
volume elevado de recursos para a empresa.
Por outro lado, a experiência diz que os processos de busca, coleta e
processamento de informações saturam longe da certeza absoluta. Como é
sabido, isto decorre em parte da incerteza inerente a qualquer processo de
inferência e, em parte, dos limites impostos pelo próprio meio(
consubstanciado pela carência de informações secundárias e pelas
dificuldades em se levantarem informações primárias). Isto faz com que o
custo e coleta de informações cresça de modo exponencial com a
contabilidade já alcançada, como esta indicado na figura 1.4.
Figura 1.4 Os gastos em elaboração em função da confiabilidade.
Ou seja , a empresa deve gastar em consonância com o grau de
confiabilidade já atingido na análise de viabilidade.
Finalmente, deve-se notar que o processo de verificação da viabilidade
se processa em etapas sucessivas de envolvimento por parte da empresa, como
se pode ver na Figura 1.6.
Figura 1.6. Os gastos acumulados em elaboração e análise em função do
tempo.
A idéia inicial pode ter surgido de uma oportunidade que a empresa
detectou no meio através, por exemplo , de um diagnóstico externo feito por
seu órgão de assessoria( ou então pode ter aparecido de uma oportunidade
interna, como um novo produto ou o aproveitamento de um resíduo). Esta
idéia inicial é traduzida numa análise de viabilidade superficial para
verificar se vale a pena fazer análise de pré-viabilidade. Caso a resposta
seja positiva, entramos na fase de análise de pré-viabilidade e. a seguir,
na fase de análise de viabilidade. Quantias crescentes serão gastos nas
pesquisas de mercado, análise de viabilidade técnica, determinação do
tamanho, localização etc. O ponto importante, por mais obvio que possa
parecer, é que os gastos devem ser feitos por etapas e que a empresa não
deve gastar mais do que o necessário em cada estágio de decisão.
2. O ESTUDO DE MERCADO
2.1 Introdução
Como o projeto consiste na definição de uma estrutura de produção
capaz de satisfazer um determinada necessidade, o seu estudo de começar
pela determinação quantificada dessa necessidade.
No caso de um projeto para a produção de lápis, assume-se que a
população tem uma
necessidade de lápis para o seu consumo, e que o projeto deve
determinar as condições e a estrutura de produção necessária para aumentar
a oferta de lápis no país. Logo, é fundamental que seja determinado, antes
de tudo, a necessidade de lápis, a cada ano, no presente e no futuro e, em
função disso, quando deverá funcionar a empresas, que é o motivo do
projeto.
Portanto, o estudo de mercado é não somente o ponto de partida do
projeto, mas também uma de suas etapas mais importantes, pois através dele
determina-se a viabilidade ou não de continuar com as demais etapas do
estudo. Se o mercado mostra que não há necessidade do produto, e que não
será possível vendê-lo, de na serve continuar com o estudo. Se, pelo
contrário, se constata que há uma possibilidade de venda, o estudo de
mercado será o instrumento fundamental na determinação do tamanho e da
capacidade de produção do projeto, através da quantificação dessas
possibilidades de venda.
A determinação dessa quantidade possível de ser vendida é a tarefa do
e estudo do mercado, que tem, assim, pôr objeto determinar a quantidade de
bens e serviços provenientes de uma nova unidade de produção, que numa
certa área geográfica e em determinadas condições de venda ( preços etc.) ,
a comunidade está disposta a comprar. Para isso o estudo de mercado tem
que responder a três perguntas básicas:
* QUEM COMPRARÁ ?
* QUANTO COMPRARÁ ?
* A QUE PREÇOS COMPRARÁ O PRODUTO ESTUDADO ?
Para responder a estas perguntas existe uma metodologia bastante ampla
mas que exige sempre do projetista um esforço próprio de imaginação, capaz
de adaptar as técnicas conhecidas ao caso estudado
Tomando-se em conta os objetivos gerais e certas características
básicas, é possível definir-se uma metodologia geral que seja adaptada e
ajustada em cada caso particular, considerando que todo estudo de mercado
implica os seguintes aspectos:
a) É necessário analisar dados do passado, observar esse comportamento
no presente e projetar essa tendência, de maneira que seja possível
determinar a quantidade que será vendida no futuro.
b) Para que uma determinada quantidade de bens possa ser vendida, é
fundamental que haja pessoas interessadas em comprá-la, em outras
palavras, é indispensável que haja procura.
c) Além disto, é necessário que essa procura seja superior à oferta
apresentada pelos demais produtores do produto, isto é , a procura deve ser
superior à oferta.
d) A essa diferença - procura menos oferta - chama-se procura
insatisfeita e sua determinação é o objeto central do estudo de mercado.
A metodologia geral para determinar a procura insatisfeita, presente e
futura, do projeto estudado consiste em:
a) Identificar claramente o produto dos consumidores e suas
correlações.
b) Coletar as informações necessárias.
c) Analisar as informações anteriores e determinar corretamente as
tendências das variáveis.
d) Projetar essas tendências de maneira a determinar a procura
insatisfeita futura.
2.2 - A identificação do produto e suas correlações
Se a finalidade do estudo de mercado é definir a procura insatisfeita
por parte dos consumidores do produto, é fundamental, antes de tudo,
caracterizar corretamente o produto em questão.
A identificação do produto, do ponto de vista do mercado (
diferentemente da caracterização do ponto de vista físico realizado pela
engenharia) deve definir claramente o produto quanto a:
a) Sua utilização.
b) Seus substitutos e complementos.
c) Sua vida útil.
2.2.1. A identificação do produto
2.2.1.1. O produto quanto a sua utilização.
De acordo com sua utilização, o produto pode ser classificado nos
seguintes tipos gerais.
Durável
De
consumo
Não durável
BENS OU SERVIÇOS FINAIS
De
capital
BENS OU SERVIÇOS INTERMEDIÁRIOS
Os bens ou serviços finais são aqueles que são levados ao mercado já
de forma definitiva com que serão utilizados pelos indivíduos, seja no
processo de produção como equipamento.
Os bens intermediários são levados ao mercado para serem utilizados
por empresas que os transformam em produtos finais antes de os revender.
A caracterização do produto , de acordo com sua classificação de uso,
é indispensável para identificação do consumidor e para definir a
metodologia a seguir no estudo de mercado.
2.2.1.2. O produto quanto a seus substitutos e complementos
Antes de definir os consumidores , entretanto, deve-se determinar a
correlação dos mesmos, seja com outros produtos complementares, seja com
produtos substitutivos.
O caso do produto complementar é importante principalmente para os
bens ou serviços intermediários, cuja procura depende da demanda por outros
bens finais.
Por exemplo: a demanda por aço laminado depende da procura final dos
produtos metalúrgicos; no caso de alimentos concentrados para animais, a
demanda vai depender da procura final de carnes.
Muitos bens, embora não sejam bens finais, também apresentam
correlações positivas(complementares), como por exemplo: o consumo de
borracha para lápis está relacionado com o lápis, o consumo de pneus com o
consumo de veículos. Algumas vezes a correlação apresenta-se com variáveis
não fundamentalmente econômicas, mas políticas, sociais e culturais. Por
exemplo, o boom da venda de jogos de xadrez depois dos torneios mundiais;
a procura de peixe durante a Semana Santa nos países de população
católicos .
Da mesma maneira, a definição do produto vai permitir (provavelmente
com a ajuda da engenharia ) determinar as correlações negativas do produto
( sua substituição por outros. Por exemplo, os produtos de plástico e os de
madeira, as fibras sintéticas e as naturais, etc.
2.2.1.3. A vida útil do produto
Finalmente, na identificação do produto, deve-se ter presente qual é
sua vida útil estimada. Assim, por exemplo, o dimensionamento do mercado de
seringas muda completamente quando se considera seringas descartáveis, em
vez de seringas de vidro. No primeiro caso, a procura será bastante
superior uma vez que sua vida útil é instantânea.
2.3. A identificação do consumidor
Quando o produto já é bem conhecido ( a sua utilização, as suas
correlações, a sua vida útil), pode-se então determinar sem grande
dificuldade quais são os consumidores potenciais do produto, observando
quanto:
- aos limites geográficos
- ao nível de rendimento;
- ao sexo;
- à faixa etária;
- ao setor produtivo etc.
3. Coleta de informações
A compilação de informações inicia-se ao mesmo tempo que todo o
trabalho enunciado anteriormente, uma vez que sem a busca de informações
auxiliares um especialista em mercados não pode saber exatamente o que é o
produto, nem definir os consumidores.
Entretanto, somente após ter definido qualitativamente o produto e o
consumidor, pode-se partir para a coleta das informações quantitativas que
definem a procura.
3.1. Informações Relativas ao Consumo Histórico do Produto
Quando se trata de um produto já existente no mercado, o ponto de
partida para a coleta de informações deve ser o consumo já verificado
anteriormente. Nem sempre é possível conseguir-se diretamente dados sobre
o consumo. Há, entretanto, estatísticas nacionais que na maioria dos casos
dispõem de dados que permitem a determinação de um valor aproximado do
consumo: o consumo aparente.
O consumo aparente é igual à produção nacional mais as importações
menos as exportações.
CA = PN + I - E
3.2. Informações Relativas à Capacidade de Produção Nacional
Se o objetivo do mercado é a determinação da procura insatisfeita uma
certa região( quase sempre todo o país), é fundamental conhecer a
capacidade de produção, para saber então se justifica uma nova unidade de
produção.
3.3. Informações Relativas População Consumidora.
Se os consumidores, direta ou indiretamente, são o elemento-chave do
mercado, análise da população de consumidores é o elemento-chave do estudo
de mercado.
Quando dispomos de uma definição clara dos consumidores, a análise da
população dos mesmos pode ser realizada diretamente através dos relatórios
estatísticos anuais, que apresentam a série histórica da população, por
diferente categorias: de idade, de sexo etc.
As estatísticas tornam-se menos precisa no caso de bens
intermediários, cuja "população " consumidora não é humana. Por exemplo, no
caso de alimentos concentrados , trata-se de determinar o tamanho de
rebanho de gado ou de aves em geral; no caso de um tipo especial de
inseticidas para certos cultivos, deve-se determinar a área desse cultivo.
3.4. Informações Relativas às Preferências dos Consumidores.
As informações enunciadas até aqui são suficientes para a determinação
do nível de consumo e são úteis para determinar a procura insatisfeita
passada e atual. Para realizar a projeção e determinar a procura futura, é
necessário conhecer o processo de tomada de decisões utilizado pelos
consumidores quando se inclinam para comprar o produto.
Tanto no estudo do mercado de novos produtos como de produtos
substitutivos de outros que já existam no mercado, a determinação atual do
padrão de "gosto"da população e das possibilidades da evolução desses
"gostos" tem uma grande importância na determinação da procura futura.
3.5. Informações Relativas ao Nível de Consumo em Função do Preço
É um dos princípios elementares da teoria econômica, que a demanda
(procura) por um bem é uma função inversa do preço de mercado do produto
considerado.
O projeto necessita, por isso, quantificar como reage a demanda em
conseqüência de mudanças no preço. Para isso definem-se as chamadas funções
de demanda e de oferta, com base nos coeficientes de elasticidade do
produto.
Para a compreensão e o suo do conceito de elasticidade, observemos
duas curvas de demanda: uma para relógios de pulso e outra para batatas.
Observe-se o que acontece com as procuras destes dois bens, quando
ocorre uma mesma redução de preços de R$ 30 ,00 para R$ 20,00. No caso
das batatas, a um preço de R$ 30,00 , vendem-se no país 400 ton., se há
redução de preços até R$ 20,00 por ton., este consumo sobe a 480 ton. No
caso dos relógios, ao preço de R$ 30,00 cada um, vendem-se no país 10.000
unid.; se ocorre baixa de preços até R$ 20,00, está procura sobe até 25.000
relógios.
Pode-se observar que a uma mesma variação de preços estes dois
produtos reagem quantitativamente de forma diferente, isto é, quando se
realiza o mesmo esforço sobre os preços, a procura de relógios expande-se
mais do que a de batatas. A este efeito de expansão chama-se de
elasticidade. Neste caso os relógios apresentam maior elasticidade do que
as batatas.
" "REDUÇÃO NO PREÇO "AUMENTO DA PROCURA "
" "(%) "(%) "
"Batatas "33 "20,0 "
"Relógios "33 "150,0 "
O conceito de elasticidade da demanda é, portanto, a variação relativa
(percentual) na quantidade procurada ( relógio ou batata) por cada variação
unitária (1%) na variável considerada (preço) determinada.
E = (Q / Q = 15 / 10 = 4,54
(P / P 10 / 30
Ao fator 4,54, chamar-se-ia nestas condições de elasticidade-preço da
procura por relógios. Para as batatas, a elasticidade seria:
E = (Q / Q = 80 / 400 = 0,6
(P / P 10 / 30
Quando se conhece, portanto, a função demanda-preço do produto, a
determinação da elasticidade não apresenta dificuldades. Entretanto, muitas
vezes o preparador ou avaliador de projetos encontra a situação em que esta
função não é conhecida por falta de investigações preliminares. Neste,
caso, pode-se tentar determiná-la através de dados estatísticos de consumo
e de preço passados do próprio produto, ou de um outro produto frente ao
qual o consumidor se comporta de maneira equivalente. No caso de batatas,
por exemplo, pode-se assumir uma elasticidade similar à apresentada por
feijões, favas e outros bens de consumo do mesmo gênero e características
econômicas.
Quando não for possível determinar os preços futuros do bem com um
razoável grau de confiança, é conveniente realizar um análise de
sensibilidade e determinar as diferentes demandas equivalentes para
diferentes preços possíveis.
3.6. Informações Relativas ao Consumo em Função da Renda Per Capita
Da mesma maneira que o preço, o nível de renda do consumidor exerce
uma reação sobre sua disposição a comprar o produto, condicionando o nível
de seu consumo e, conseqüentemente, o nível de sua renda.
Na determinação da procura, é importante conhecer a evolução esperada
da renda per capita dos consumidores do produto, e saber a relação que há
entre esse nível de renda e essa procura. Essa relação é definida - da
mesma maneira anteriormente estudada com relação ao preço - através de uma
elasticidade -renda da procura.
3.7 - Informações relativas ao Mercado Internacional
Para a determinação do consumo real ou aparente, é fundamental um
conhecimento dos dados referente à importação e à exportação do produto.
Entretanto, além dos dados relativos ao comércio externo do país, é
fundamental conhecer a situação geral do mercado internacional em relação
ao produto, principalmente no caso dos produtos exportáveis ( que
apresentam possibilidade de ser exportados), ou produtos em que o país não
tem tradição produtiva.
Embora esta situação seja muitas vezes conveniente do ponto de vista
macroeconômico, é necessário que o avaliador do projeto disponha de todas
as informações necessárias para tomar uma decisão quanto à sua execução.
Os dados referentes ao mercado internacional não são difíceis de obter
através das publicações de organismos nacionais e principalmente das
publicações dos organismos internacionais , como as Nações Unidas, BID,
etc.
3.8 - Informações Relativas à Contabilidade Nacional, Renda Per Capita
O consumo futuro dos bens está relacionado a uma quantidade de dados
da economia em geral. É necessário ter os dados referentes à renda
nacional, à população, à balança de pagamentos, às despesas públicas
programadas, ao nível de poupança, à renda disponível.
De acordo com o produto considerado, uma ou outra destas variáveis é
mais importante que as demais. O projetista deve ter presente que não pode
deixar de considerar todas as variáveis básicas para o seu estudo de
mercado mas tampouco pode perder tempo à procura de informações que não
sejam necessários.
3.9 - Informações Relativas à Política Econômica do Governo e às
Políticas de Governos Estrangeiros.
Finalmente, há que considerar como básicas as informações referentes à
política econômica do governo. Esta política tem profunda repercussão no
mercado: primeiro por causa de seus efeitos sobre os preços e as rendas,
cujas conseqüências já foram estudadas; segundo porque certas medidas deste
tipo podem ser básicas na redução da demanda prevista ou na criação de uma
demanda adicional para determinados bens. Por exemplo, se o governo decide
uma política habitacional ambiciosa, isto gerará um grande mercado de
materiais de construção; a construção de escolas gerará uma procura extra
de carteiras, lápis, etc.
A política alfandegária é um dos mais importantes aspectos na
definição do mercado para produtos nacionais. A imposição de tarifas altas,
ao dificultar as importações, gera uma procura por produtos nacionais que
não existiria em condições normais. Ao contrário, se o governo decide
suspender as tarifas à importação de certos bens, os produtos nacionais
concorrentes terão problemas com a procura.
No caso de produtos facilmente comercializáveis, além do estudo da
política econômica nacional, deve-se estudar a política dos governos
estrangeiros. Se o país está dentro de uma área de comércio preferencial (
Mercado Comum Europeu, Mercosul..), a situação dos mercado dos demais
países deve ser estudada, assim como as perspectivas políticas dos
governos. É muito conveniente as perspectivas dos países importadores em
potencial, sua balança de pagamentos nos últimos anos ( se apresenta
déficit, é provável que as importações diminuam), as tendências
protecionistas etc.
3.10 - Informações Relativa aos Preços, à Concorrência e às Formas e
Dificuldades da Comercialização.
Se os preços do próprio poluto já foram estudados, é necessário
complementar este estudo com a análise das possibilidades de bens
substitutos e seus preços relativos. A falta desse tipo de estudo foi
trágica, por exemplo, no caso de projetos de fibras naturais que não
estudaram a possibilidade das fibras sintéticas e o seu baixo custo.
Paralelamente, devem-se coletar todos os antecedentes que permitam
demonstrar a existência e os requerimentos de uma infra-estrutura de
comercialização para a distribuição do bem. Assim, por exemplo, se
determinamos a existência de uma demanda, em certa região, de carros ou
outro equipamento qualquer, mas comprovamos a impossibilidade de instalar
uma infra- estrutura de serviços e de reparações, dificilmente
conseguiremos transformar a procura potencial numa procura real. Isso
ocorre atualmente com as pequenas montadoras de minicomputadores que são
capazes de produzir equipamentos de qualidade e preços competitivos, mas
enfrentam dificuldades na comercialização, exatamente pelas limitações em
sua assistência técnica.
4. Análise das Informações e Definição dos Critérios e Parâmetros de
Projeção
Depois de coletadas as informações, os projetistas ou avaliadores
estão em condições de determinar a situação atual da demanda insatisfeita (
demanda menos oferta) e, através da análise dos dados disponíveis, definir
a tendência que apresentará essa demanda no futuro, que é o verdadeiro
objetivo do estudo.
Para isto, uma vez delimitadas as variáveis que realmente influenciam
na constituição da demanda insatisfeita, o papel do projetista é analisá-
las e determinar e quantificar os efeitos de cada variável sobre essa
demanda.
A oferta potencial (capacidade instalada) varia quase sempre de
maneira discreta, pela entra no mercado de novas unidades de produção. O
estudo da oferta limita-se , portanto, à observação da possibilidade de
ampliação da produção nas instalações atuais e na criação de novas
instalações. Isso é feito através do levantamento de projetos em execução,
solicitações de licenças para importação ou compra de equipamentos etc.
No que se refere à procura, a análise requer o estudo do efeito de
cada variável. Por exemplo, a procura de lâminas de barbear é função
principalmente do preço, da população masculina numa certa idade, do nível
de renda per capita e da política alfandegária. Logo, é preciso analisar
para determinar em que proporção cada uma dessas variáveis pressiona sobre
a procura.
O estudo dos dados permite a determinação de certos parâmetros que
definem a tendência da demanda e sua quantificação.
Da mesma maneira que as informações a serem coletadas dependem do
produto que é estuda, a metodologia do processamento dessas informações e
sua projeção dependerão também do produto. Entretanto, algumas
considerações de ordem geral podem ser vistas.
No que se refere aos bens finais de consumo, duráveis ou não duráveis,
um dado fundamental é a evolução do consumo geral e a sua tendência
histórica, complementado com considerações relativas ao preço e à renda
per capita futura, bem como as respectivas elasticidades.
No que se refere aos bens intermediários, além do estudo, que sempre é
possível, da tendência histórica do próprio produto, é necessário estudar
o comportamento da demanda e da produção dos bens finais que os utilizam.
Por exemplo, os alimentos concentrados para aves tem a sua procura
como função do consumo de frangos e, portanto, é necessário quantificar a
procura desse bem final e correlacioná-lo com a procura de alimentos
concentrados, através de um coeficiente tecnológico que relacione a
produção de frangos com o consumo de alimentos concentrados.
Com relação à procura dos bens de capital, deve-se observar que há uma
relação direta com a demanda dos bens a serem produzidos por esses
equipamentos e, portanto, com os planos de instalação das novas unidades
que necessitem deles. Esses bens apresentam uma correlação com o nível de
crescimento do produto nacional e também com as vida útil respectiva,
devido à procura gerada periodicamente pela substituição de equipamentos
improdutivos ( por estarem deteriorados ou obsoletos).
5 - Projeção de Dados
Certas informações obtidas tem um caráter apenas qualitativo que
serve para orientar quanto ao risco do estudo. Outras, as mais importantes
de base à quantificação da procura e da oferta futuras, através da
projeção dos valores observados e de acordo com os critérios e métodos
estatísticos conhecidos , utilizando os parâmetros indicados.
Os métodos e critérios estatísticos mais utilizados referem-se à:
- extrapolação da tendência histórica;
- projeção através da aplicação dos coeficientes de elasticidade.
5.1. A Extrapolação da Tendência Histórica
Esse tipo de extrapolação considera que as variáveis que incidem na
determinação da procura ( preço, gosto do consumidor, nível de renda per
capita etc.) irão comportar-se no futuro da mesma maneira que no passado.
a) Critério da taxa aritmética
VF= Vo (1+ i n) VF= Valor Final
Vo= Valor Inicial
i = Taxa
n = Período
Com o exemplo abaixo projetar para os três anos seguintes:
Primeiro passo: encontrar a taxa do período:
nn
b) Critério da Taxa Geométrica:
VF= Vo ( 1+i )
Utilizando o exemplo acima projetamos:
5.2. Projeção através da Aplicação dos Coeficientes de Elasticidades.
A maneira mais correta de projetar a demanda é através da aplicação
dos coeficientes de elasticidade às variáveis preço e renda, considerando ,
além disso, os efeitos das outras variáveis que incidirão sobre a procura
futura.
Na extrapolação histórica, determina-se a taxa de crescimento
diretamente em função do sucedido passado. No caso de utilizar os
coeficientes de elasticidade, essa taxa tem que ser determinada a partir
das variáveis que incidem na formação da procura, preços e renda.
( Utilizar exemplo do estudo de mercado - parte 3.5)
5.3. Esquema de Projeções para as Demandas
Para os bens de consumo, projeção pelo método da extrapolação
histórica, sempre que as condições presentes (renda, preço, gosto, etc.) se
mantenham, no futuro; pelo método dos coeficientes de elasticidade-renda e
preço e taxa de crescimento da população, quando se espera variação das
condições socioeconômicas.
Para bens de capital por correlação com a evolução do produto
nacional, principalmente industrial, observando em particular o crescimento
histórico do estoque de capital do país, por exigências de aumento de
produção, de inovações tecnológicas e de reposição. Quando se trata de um
equipamento para produzir um determinado bem de consumo, é conveniente
estudar a procura desse bem e ajustá-la à procura do equipamento, com um
estudo especial relativo à inovação tecnológica e às suas conseqüências
sobre a demanda do produto.
Para bens intermediários, por qualquer dos métodos anteriores, sempre
que se determinem os coeficientes tecnológicos que relacionem o bem
intermediário com os bens finais.
3. TAMANHO
O estudo do mercado determina a capacidade que a economia tem para
absorver o produto em estudo, e estima a evolução futura dessa capacidade
de absorção durante a vida útil do projeto.
Com essa informação os projetistas têm o ponto de partida de quanto
deve ser, em princípio a produção programada para o projeto.
3.1. A viabilidade do Tamanho
Antes de determinar o tamanho ótimo, através da analise das
alternativas viáveis, os projetistas podem eliminar diversas possibilidades
de tamanho que se apresentam inviáveis.
a) A inviabilidade do Mercado
O elemento de juízo mais significante para determinar o tamanho do
projeto é em geral o total da demanda a ser atendida. O problema torna-se
mais complicado ao considerar as variações da demanda em função da receita,
dos preços, dos fatores demográficos, das modificações na distribuição
geográfica do mercado e da influência do tamanho dos custos. A demanda
poder ser um fator de muito significado quanto ao tamanho e localização da
fábrica, dependendo de como se encontra geograficamente distribuída.
b) A inviabilidade Tecnológica
Se, por outro lado, se tomasse como tamanho a produção de 5.000
unidades por mês os projetistas certamente não obteriam uma tecnologia
adequada para produzir, com rentabilidade, tão pequena quantidade de lápis.
Além disso, esse tamanho deixaria de aproveitar toda a potencialidade que o
mercado oferece.
c) A inviabilidade Empresarial e Financeira
Mesmo quando se reúnem todas as condições de viabilidade de um certo
tamanho de projeto, pode ocorrer a inviabilidade por lado dos empresários,
seja através da incapacidade financeira, seja por incapacidade
administrativa para realizar um projeto de grandes dimensões. No caso de
empresas privadas, este aspecto corresponde a um dos mais importantes
fatores limitativos de viabilidade do tamanho mínimo permitido pelo
mercado. No caso das empresas publicas, essa limitação também se apresenta
quando se trata de grandes projetos de infra-estrutura, cujo financiamento
exige recursos enormes.
d) A inviabilidade Locacional
Tamanho e localização são duas etapas muito vinculadas. Por isso, a
localização pode ser um fator de inviabilidade para certos tamanhos. Isso
ocorre nos projetos com matérias-primas de alta densidade de transporte, ou
com uma baixa densidade de valor, quando o aumento da fábrica pode forçar a
utilizar matérias-primas de locais muito distantes, tornando os custo de
produção superiores ao máximo permissível.
3.2. A escolha do Tamanho Ótimo.
Considere-se o caso em que o tamanho já está delimitado; no seu
máximo, pela capacidade de absorção do mercado, e, no seu mínimo, pela
inexistência de tecnologia que produzam abaixo de um certo nível;
combinado isso com as possibilidades empresariais e localizacionais.
Restará ainda um grande número de alternativas possíveis, entre as
quais deve-se tomar a que vai corresponder ao tamanho ótimo do projeto. O
processo para determinar esse tamanho ótimo é, uma vez mais, um processo
de aproximações sucessivas que consiste em:
a) Tomar uma das alternativas viáveis de tamanho.
b) Considerar essa alternativa, desenvolver todo o projeto a um nível
preliminar.
c) Determinar os custos e receitas, lucro e rentabilidade dessa
alternativa.
d) Repetir essas operações para cada uma das demais alternativas.
e) Determinar qual dessas alternativas é a "melhor".
f) Tomar essa alternativa como o tamanho ótimo para o projeto.
g) Com esse tamanho, elaborar o projeto numa forma mais detalhada.
Em geral, utilizam-se os critérios do custo unitário e/ ou do custo
médio, principalmente porque quase sempre essa situação coincide com o
máximo valor de lucros e, portanto, com o máximo valor atual líquido.
O critério do custo unitário mínimo baseia-se nos princípios de
economia de escala. Por economia de escala entenda-se o fato de que uma
elevação na produção permite reduzir, até um certo ponto, o custo de cada
unidade produzida. No caso de uma procura evolutiva, o tamanho deve ser o
que conduza ao custo unitário mínimo para atender à procura atual, ao mesmo
tempo que tenha capacidade disponível para atender à procura futura.
4 - LOCALIZAÇÃO
4.1 - Introdução
O estudo do projeto deve definir claramente qual será a melhor
localização possível para a unidade de produção. Evidentemente, a melhor
localização será a que permitir aumentar a produção e ao mesmo tempo
reduzir os custos necessário a essa produção, elevando assim ao máximo os
benefícios líquidos do projeto.
O custo do fluxo de insumos em direção à fábrica implica uma elevação
dos custos de produção, o que provoca uma redução no nível dos benefícios
expressos em termos monetários. Da mesma maneira, um alto custo do
transporte do produto final pode também forçar a empresa a baixar os seus
preços de fábrica para evitar a perda do mercado.
Desta maneira, o estudo da localização está relacionado com as demais
etapas do projeto, principalmente os custos, a engenharia, o mercado, o
tamanho.
4.2. A Macrolocalização
O estudo da macrolocalização consiste em definir a região ou cidade
onde se deverá situar a unidade de produção, para reduzir ao mínimo os
custos totais de transporte.
Provavelmente haverá uma ou mais localizações em que será mínima a
soma total dos custos de transporte dos insumos até a fábrica e dos
produtos até o mercado. Então, é possível determinar uma série de pontos
geográficos em que a soma dos fretes seja igualmente mínima e que possam
ser considerados como possíveis para a instalação da fábrica.
a) Disponibilidade e Características da Matéria- Prima
Há matérias-primas que pela sua natureza física ou pelas dificuldades
de outra ordem qualquer não são de fácil transporte. Se essas matérias
primas constituem parte importante dos insumos, não é conveniente
transportá-las desde longas distâncias, e torna-se necessário decidir por
uma localização próxima da sua origem.
b) Disponibilidade e Classificação da Mão-de-Obra
No interesse de obter-se um custo baixo, existe a tendência de buscar
localizações onde a oferta de mão de obra seja alta e o nível dos salários
baixo. Porém, é necessário ponderar-se uma série de fatores , dependendo da
natureza da indústria.
c) Disponibilidade dos serviços básicos
Os aspectos relativos aos serviços influem consideravelmente na
seleção da localização das unidade industriais. A disponibilidade e o custo
dos mesmos tem incidência no custo do produto. Quando uma região não dispõe
de abundantes recursos de geração e distribuição de energia elétrica, esse
fato pode constituir um fator limitante no estudo da localização.
d) Políticas Localizacionais
Além das considerações exclusivamente técnicas sobre a localização, é
necessário considerar as políticas governamentais referente á localização,
especialmente das indústrias.
Os governos, com o objetivo de reduzir desigualdades regionais,
oferecem certos incentivos e vantagens para a instalação em regiões menos
desenvolvidas. Tais vantagens - financiamento, isenção de impostos, etc. -
podem, muitas vezes, justificar uma determinada localização , ainda que não
seja a localização ótima de acordo com os aspetos vistos anteriormente.
4.3. A Microlocalização
A investigação do lugar específico, recomendado para a instalação
definitiva de um projeto, é o passo seguinte após ter sido definida a zona
de localização. Apenas em casos muito raros poderá ocorrer que, por
dificuldade em determinar o local específico apropriado, tenha-se de mudar
a macrolocalização.
Para efetuar a seleção do local é necessário ter informações básicas a
respeito das características de engenharia da fábrica.
a) Descrição física do edifício a construir.
b) Área atual e futura requerida.
c) Necessidade de linha férreas, estradas, etc.
d) Volume e características de águas residuais.
f) Regulamentações sobre poluição do ambiente e volume estimado que o
projeto gerará.
g) Instalações de equipamentos e construções especiais.
h) Layout ( distribuição dos equipamentos e fluxo, e transporte de
material dentro da fábrica).
Com essas informações chega-se a estudar a localização específica,
analisando-se os terrenos disponíveis com o seguinte esquema:
a) Superfície disponível.
b) Topografia do terreno.
c) Características mecânicas do solo.
d) Custos do terreno.
e) Impostos presentes e futuros sobre o mesmo.
f) Proximidade das vias de comunicação.
g) Proximidade dos serviços públicos.
h) Transportes urbanos ou suburbanos.
i) Serviços de esgoto, água, luz, telefone, gás .
j) Disponibilidade de escolas, hospitais e demais necessidades
requeridas.
k) Obras futuras nos arredores do terreno.
l) Regulamentação da zona industrial.
como se pode deduzir, na prática é difícil conseguir um terreno que
preencha todas as condições ideais. É fundamental que cada projetista
procure comparar as alternativas e possua bases sólidas para defender
posteriormente a localização que recomendar.
Todas esses fatores, devidamente quantificados dentro de uma análise
técnica, eliminam apreciações subjetivas que podem causar dificuldades
devido a erros de localização.
5. ENGENHARIA
5.1. Introdução
Cada setor produtivo e cada projeto apresenta características próprias
de engenharia. Isso obriga os tecnológicos a usarem diferentes metodologias
e diferentes formas de apresentação da engenharia conforme o projeto.
Entretanto, em geral, essas metodologias seguem um processo que consiste
basicamente em quatro etapas:
a) Ensaios e investigação de preliminares.
b) Seleção e investigação de processo e dos equipamentos (seleção de
tecnologia).
c) Projeto de construção civil e infra-estrutura.
d) Análise de rendimentos.
5.2. As Etapas da Engenharia
5.2.1. Ensaios e Investigações Preliminares
Desde que surgiu a idéia de um produto, até à definição de seu
processo de produção, quase sempre é necessário realizar uma quantidade de
estudos, de pesquisas de ensaio e tentativas preliminares.
Embora seja possível que para muitos projetos (especialmente quando se
trata de pequenas e médias empresas industriais) esses estudos pareçam
desnecessários, dado o conhecimento já acumulado no que se refere ao
processo e aos equipamentos, raramente se poderão evitar os ensaios e
tentativas prévias com relação à engenharia, principalmente quanto a
grandes projetos industriais, de estradas, de energia etc.
Entretanto, por mais que seja fundamental ao desenvolvimento do
projeto e à descrição da engenharia, os projetistas raramente referir-se em
detalhes às investigações preliminares e aos ensaios, exceto quando isso
for decisivo para justificar um determinado processo de produção
selecionado, ou quando se trate de um produto novo.
5.2.2. Seleção do Processo e dos Equipamentos Necessários (Seleção de
Tecnologia)
A produção é o resultado da combinação e transformação de determinados
insumos com o objetivo de conseguir determinados bens ou serviços
procurados no mercado.
Para isso o projeto requer um processo de produção e uma certa
quantidade de equipamentos, de instrumentos e de instalações auxiliares,
que efetuem a combinação e a transformação dos insumos no produto final.
Em raros casos o projeto requer um estudo específico de engenharia
para a definição de um novo processo e de equipamentos inexistentes. Na
grande maioria dos casos os projetos devem processos e equipamentos
selecionados entre alternativas tecnológicas disponíveis no mercado.
5.2.2.1. O processo de produção
Tanto do ponto de vista da teoria do projeto em geral como do ponto de
vista de cada projeto em particular, há uma grande variedade de processo
possíveis. O processo de produção num projeto de estradas, ou de educação,
tem características muito diferentes do processo num projeto industrial ou
agropecuário. Ao considerar, entretanto, diferentes projetos de estradas ou
industrias, ou de educação, as possibilidades de processos de projetos de
produção são diferentes. Pode-se construir a estrada com grandes
equipamentos ou com a utilização intensiva de mão-de-obra; no projeto
industrial, uma fábrica de cimento, por exemplo, pode selecionar um
processo seco ou um processo úmido, um forno horizontal ou um vertical;
etc.
Os fatores que determinam a escolha de um processo são os mesmos do
estudo da seleção de equipamentos: tipo de matéria-prima, disponibilidade
de recursos (humanos e financeiro), tipos de tecnologia oferecidas, normas
determinadas pelas autoridades econômicas, etc.
5.2.2.2. A seleção de equipamentos
Paralelamente à escolha do processo de produção, os projetistas devem
selecionar os equipamentos necessários.
O sistema consiste em definir os equipamentos principais ao mesmo
tempo que se estuda o processo, e, posteriormente, definir os equipamentos
secundário ou auxiliares. Quando se opta por um processo seco para a
produção anual de 200.000 toneladas anuais de cimento, deve-se optar
paralelamente por um tipo de forno. Em seguida determina-se os motores,
equipamentos de transporte, etc.
Conhecidos tipos de equipamentos principais e secundários, os
projetistas devem determinar o equipamento exato a comprar: marca,
fornecedor, origem, custo, etc.
Para essa eleição final, os projetistas vêem-se obrigados a
relacionarem-se com os possíveis fabricantes e fornecedores dos tipos de
equipamentos necessários, e com instaladores desses equipamentos e seus
acessório complementares, considerando as propostas (condições e
desempenho) de cada alternativa. A análise das propostas e complexa e não é
caso de escolher os mais baratos em termos diretos, e sim o mais econômico
no conjunto.
Para a seleção de equipamento é necessário ter em conta principalmente
os seguintes fatores:
a) Custos.
b) País de origem.
c) Facilidade de crédito e outras considerações financeiras.
d) Moeda de pagamento.
e) Possibilidade de ampliar a capacidade.
f) Assistência técnica.
g) Manutenção e peças de reposição.
h) Facilidade de montagem no pais.
Com base nessas considerações, pode-se determinar um conjunto de
alternativas mais eficazes e, determina-se a tecnologia a ser aplicada.
A solução desse problema de maximização apresenta ao empresário, ao
consultor e ao avaliador a necessidade de uma escolha entre variáveis
contraditórias. No estudo do tamanho do projeto, foi possível determinar
essa solução ótima ao comparar alternativas diferentes.
Teoricamente, de acordo com as teorias clássicas do equilíbrio
econômico, deve-se selecionar entre uma ou outra dessas alternativas,
segundo o custo de recursos. Esses custos estão em função direta da
disponibilidade e da procura desses recursos na economia.
A maneira correta consiste, portanto, em realizar uma verdadeira
seleção entre todas as alternativas tecnológicas possíveis. Uma vez
determinadas algumas alternativas, compará-las entre si nos diferentes
aspectos de cada uma, até conseguir definir uma tecnologia que permita um
máximo rendimento. Para essa comparação, deve-se utilizar um processo
semelhante ao utilizado na determinação do tamanho ótimo.
Sempre que os projetistas, ao trabalhar a nível privado, não
consideram os aspectos globais sócio econômicos, os avaliadores do governo
tem que corrigir essa distorção pelo uso de critérios de avaliação
econômica e exigir mudanças no projeto.
5.2.3. O projeto de construção Civil e infra-estrutura
Depois de definidos o processo de produção e os equipamentos, os
projetistas dispõem de informações suficientes para determinar os
requerimentos em obras de construção civil ( quantos metros quadrados e que
tipo de construção é necessária) e em infra-estrutura e obras
complementares ( estradas internas, energia elétrica, serviços hidráulicos
etc.).
Os projetistas devem ter presente a necessidade de maximização a longo
prazo, e não devem projetar construções e instalações muito superiores à
procura atual do produto, mas devem prever possíveis ampliações futuras.
No caso de indústria manufatureiras deve haver um cuidado especial, já
que a distribuição dos edifícios industriais terá um relação importante com
os problemas de manejo e circulação de matérias primas , de materiais em
processo de elaboração e de produção. O lugares de recepção, armazenamento,
oficinas centrais e outras instalações devem estar localizados
funcionalmente com relação ao edifício da fábrica propriamente dita e aos
serviços de transporte.
Para um estudo de viabilidade, o anteprojeto arquitetônico permite
definir com bastante aproximação a quantidade de obras necessárias, e
estimar o custo das edificações. Os arquitetos e engenheiros civis podem,
com o anteprojeto mencionado, dar as principais especificações de
construção, e somente quando o projeto já estiver definitivamente aprovado,
proceder aos desenhos e à elaboração das listas de material e detalhes de
construção.
5.2.4. A Análise de Rendimento
A engenharia deve estudar as necessidades detalhadas de cada dessas
variáveis indispensáveis para o funcionamento da empresa, em diferentes
níveis de produção.
Os principais detalhes a serem estudados são:
a) Matéria Prima: quais são as matérias primas necessárias para o
processo de produção e qual é a quantidade necessária de cada uma pra a
obtenção de uma unidade do produto; origem da matéria prima e o custo de
transporte de uma unidade da mesma, de sua origem até onde está localizado
o projeto; se 'são produtos perecíveis; se há dificuldade em obtê-los;
quanto deve haver em armazém de cada matéria prima, para evitar problemas
de abastecimento e como devem ser armazenados.
b) Materiais Indiretos e Secundários: tanto os materiais indiretos (
os que participam do processo de produção, mas não são agregados os produto
final) quanto os secundários ( agregam-se, mas numa proporção muito
pequena), devem ser estudados da mesma maneira que as matérias primas.
c) Outros Insumos: além das matérias primas básicas e dos materiais
indiretos e secundários, a engenharia deve estudar os requerimentos do
demais insumos, como eletricidade, águas , combustíveis lubrificantes e
artigos de escritórios, etc.
d) Mão de Obra: uma vez determinadas as exigências dos materiais
anteriores para a realização da produção, é indispensável determinar a
qualificação e a quantidade da mão de obra necessária, assim como sua
disponibilidade na região. A determinação dessas informações relativas a
materiais, insumos e mão de obra não apresenta grandes dificuldades na
medida em que sejam conhecidos o processo e os equipamentos.
CUSTOS PARA PLANEJAMENTO E DECISÃO
6.1 Relação Custo/Volume/Lucro
A relação Custo/Volume/Lucro é a relação que o volume de vendas tem
com os custos e lucros.
1 Custos e Despesas Variáveis
Os custos e despesas variáveis são aqueles que variam
proporcionalmente em relação aos produtos fabricados ou aos serviços
prestados. Esses custos e despesas aumentam ou diminuem conforme a
ocorrência de acréscimos nos níveis de produção e vendas.
Exemplo:
- A matéria-prima na área de produção;
- Os fretes na área de comercialização.
Tanto o custo como a despesa variam numa relação direta com as
variações dos volumes de vendas e produção.
Os custos e despesas variáveis aparecem somente quando a atividade ou
a produção é realizada.
Suas principais características são:
- Em unidades – os custos variáveis permanecem constantes
- No total – quanto maior o volume de produção ou atividade, maiores serão
os custos.
2 Custos e Despesas Fixas
Nenhum custos ou despesa são eternamente fixos. Eles são fixos dentro
de certos limites, níveis de atividade. E suas oscilações ocorrem
proporcionalmente, em faixas de níveis, para que não deixem de serem fixos.
Os custos fixos ou despesas fixas são aqueles que independem da
quantidade produzida ou do volume de atividade.
Exemplo:
Aluguel, o imposto predial, a depreciação.
Suas principais características são:
- Em unidades – quanto maior for o volume de produção, menores serão os
custos fixos unitários.
- No total – os custos fixos não variam e independem das quantidades
produzidas em um determinado nível de atividade.
2 Análise do Custo/Volume/Lucro
A análise do C/V/L é usada para determinar as inter-relações entre
diferentes níveis de atividades (vendas), custos, preços de venda e
composição de vendas e dos rendimentos. A análise preocupa-se com o efeito
sobre rendimentos de uma alteração no volume de vendas, preço de venda,
composição de vendas e custos.
A análise exige também que os custos fixos e variáveis sejam
separados e calculados de modo que todos os custos possam ser divididos
simplesmente em fixos e variáveis.
Objetivo:
Existe uma diferença qualitativa importante entre o longo e o curto
prazo, definido da seguinte forma: longo prazo é o planejamento para
mudanças e curto prazo é a adaptação às mudanças.
No curto prazo a capacidade de saídas de produção da empresa é fixa,
assim a sua liberdade de ação é limitada.
A análise Custo/Volume/Lucro é uma ferramenta importante no
planejamento de curto prazo, porque explora o relacionamento existente
entre as suas quatro principais variáveis: custo, receita, volume de saídas
e lucro.
1 Aplicação da Análise Custo/Volume/Lucro
Ao planejarem suas estratégias de curto prazo, os gestores de uma
organização precisam saber qual será o efeito das mudanças em uma ou mais
dessas variáveis, e o efeito dessas mudanças no lucro.
O relacionamento entre o custo e o volume das saídas auxilia o
estabelecimento nas estratégias de preço e também do melhor mix de vendas.
A análise Custo/Volume/Lucro da ênfase ao comportamento dos padrões
de custo em relação às diferentes saídas de produção, como um guia para
selecionar os níveis de lucro e a adoção de uma política apropriada de
preço.
Então em um modelo de curto prazo, esta análise oferece aos
administradores uma visão geral do processo de planejamento.
A reação do custo às influências das diversas variáveis, é
imprescindível para a tomada de decisão.
A análise C/V/L reforça, a respeito a distinção entre custos fixos e
variáveis.
Custos Fixos – São aqueles os quais suas mudanças independem do
volume de saídas da produção.
Custos variáveis – São aqueles os quais suas mudanças são dependentes
diretamente das mudanças nos níveis de atividades.
2 Fatores que Envolvem a Análise do Custo/Volume/Lucro
- Preços de Venda (PV)
- Volume de Vendas
- Custos Variáveis (CV)
- Custos Fixos (CF)
3 A proporção custo/volume/lucro
Vendas = custos variáveis + custos fixos + lucro
A diferença básica entre a equação do custo/volume/lucro e a equação
do Ponto de Equilíbrio é o acréscimo do lucro.
3 Margem de Contribuição (Mcu) e Razâo de Contribuição Unitária (Rcu)
É a diferença entre a Receita e o Custo Variável de cada produto. É o
valor que cada unidade efetivamente traz à empresa de sobra entre sua
receita e o custo que de fato provocou e lhe pode ser imputado sem erro.
A Margem de Contribuição, sem erro, somente é possível no Custeio
Variável (Direto), pois nele os Custos Fixos não são apropriados ao
produto, e sim são jogadas integralmente no resultado. E isto proporciona
uma melhor análise do custo do produto, não incorrendo em problemas de
rateio dos custos diretos.
Exemplo:
Produto "X"
Preço de Venda = R$ 20,00 / unidade
Custos Fixos = R$ 130.000 por ano
Custo Variável = R$ 3,00 / unidade
Fabricação com venda integral = 30.000 unid./ano, com capacidade para
aumentar a produção para 40.000 unid./ano.
"Unidade Vendidas "30.000 unidades "40.000 unidades "
" "Total "Unidade "Total "Unidades "
" "(R$) "(R$) "(R$) "(R$) "
"Receita Total "600.000,00"20,00 "800.000,00"20,00 "
"Custo Variável "90.000,00 "3,00 "120.000,00"3,00 "
"Margem de Contribuição"510.000,00"17,00 "680.000,00"17,00 "
"Custo Fixo "130.000,00"4,33 "130.000,00"3,25 "
"Lucro Líquido "380.000,00"12,67 "550.000,00"13,75 "
Análise:
Com o aumento do Nível de Produção de 30.000 unidades para 40.000 a
Margem de Contribuição também aumentou no total, mas manteve-se fixo por
unidade. Isto porque, mesmo com o aumento da produção o Custo Variável por
unidade permaneceu igual, e não houve alteração no preço de venda.
Os custos totais variáveis aumentaram proporcionalmente com o volume
das vendas, já o custo variável unitário ficou constante.
O custo fixo total é constante para estes níveis de atividade, já o
unitários varia conforme muda a quantidade vendida. Quanto maior for o
volume vendido, menor será o custo fixo unitário, e quanto menor for, maior
será o Lucro Líquido.
Vejamos a relação Custo Fixo e Margem de Contribuição no gráfico.
Para uma empresa ter lucro, a Margem de Contribuição deverá cobrir e
exceder os Custos Fixos, caso contrário ela terá prejuízos.
4 Ponto de Equilíbrio
É também denominado de ponto de ruptura "BREAK-EVER-POINT", e nasce
da conjugação dos custos totais com as receitas totais. É o ponto a onde os
Custos Totais e as r
receitas Totais se igualam. A partir deste ponto a empresa entra na área da
lucratividade.
A análise do Ponto de Equilíbrio é muito importante para a esfera
gerencial, os que tomam decisões devem compreender a relação entre o custo
de realização dos negócios e a receita gerada pelas vendas da empresa. Esta
relação é importante porque, em sua forma mais simples, é a própria
definição de Lucro.
No conceito de Ponto de Equilíbrio, verificamos que este ocorre na
igualdade dos Custos Totais e as Receitas Totais. Portanto, o lucro de uma
empresa é obtido a partir de vendas ocorridas acima do Ponto de Equilíbrio.
A análise do Ponto de Equilíbrio é fundamental nas decisões referente
a investimentos, nos planejamentos de controle do lucro, no lançamento ou
corte de produtos e para análise das alterações do Preço de Venda conforme
o comportamento do mercado.
Para a determinação do ponto de Equilíbrio, é necessário definir
alguns termos usados:
- Receita Total (RT): É o número, Quantidade (Q) de Unidades Vendidas,
multiplicado pelo preço de Venda.
- Custo Total (CT): É composto pelos Custos Variáveis (CV) mais os Custos
Fixos (CF).
- Margem de Contribuição (MC): Diferença entre o preço de venda unitário
(PVu) menos o custo variável unitário (CVu).
Concluímos então que: RT = CT + L
Legenda: PE = Ponto de Equilíbrio
RT = Receita Total
CT = Custo Total
CV = Custo Despesa Variável
CF = Custo Despesa Fixa
PV = Preço de Venda
u = Volume ou Produção em unidades
1 Cálculo do Ponto de Equilíbrio
O cálculo do Ponto de Equilíbrio pode ser resolvido de três maneiras
para sua determinação e apresentação:
- Método da equação
- Método da Margem de Contribuição
- Método Gráfico
1 Método da equação
A determinação do Ponto de Equilíbrio sai da seguinte equação:
PEu = CF ou seja: PEu = CF
PVu – CVu
MCu
Exemplo: Preço de venda (PV) = R$ 20,00 por unidade
Custos variáveis (CV) = R$ 4,00 por unidade
Custos fixos (CF) = R$ 130.000,00 por mês
Calculo do Ponto de Equilíbrio em quantidade e valor.
PEu = 130.000,00 PEu = 8.125 unidades por mês.
20,00 – 4,00
PE$ = PEu x PVu
PE$ = 8.125 unidades x R$ 20,00
PE$ = R$ 162.500,00 por mês
2 Método da Margem de Contribuição
Este método é usado para determinar o Ponto de Equilíbrio, Lucro ou
Prejuízos operacionais a cada nível de produção.
Exemplo: - Mesmos valores do Método da Equação
- Níveis de produção para 7.500 u/m, 8.125 u/m e 8.850 u/m.
"Descrição "Níveis de Produção "
"Unidades "7.500 "8,125 "8.850 "
"Receita Total "150.000,00"162.500,00"177.000,00"
"CV "30.000,00 "32.500,00 "35.400,00 "
"MC "120.000,00"130.000,00"141.600,00"
"CF "130.000,00"130.000,00"130.000,00"
"Lucro ou Prejuízo "(10.000,00"Zero "11.600,00 "
" ") " " "
5 Método Gráfico
Ele demonstra o Ponto de Equilíbrio no gráfico, a relação entre
custos, receitas, volumes de saídas e o lucro resultante.
Eixo Horizontal – representa as saídas em unidades.
Eixo Vertical - representa os valores monetários.
Exemplo com os níveis de atividade do Método da Margem de Contribuição
2 Ponto de Equilíbrio Contábil, Econômico e Financeiro
1 Ponto de Equilíbrio Contábil (PEC)
O Ponto de Equilíbrio Contábil (PEC) será obtido quando o volume
(monetário ou físico) o suficiente para cobrir todos os custos e despesas
fixas (MC), ou seja, o ponto a onde não há lucro ou prejuízo contábil. É o
ponto a onde a Receita Total é igual ao Custo Total.
Exemplo: Dados da empresa "Custos Ltda"
CV = $ 5,00/u
CF = $ 4.000,00/mês
PV = $ 10,00/u
PEC = CF PEC = 4.000,00
MC 10,00 – 5,00
PEC = 800 u/mês ou seja, vendas de $ 8.000,00/mês
2 Ponto de Equilíbrio Econômico (PEE)
As empresas perseguem a obtenção de lucro e operar no PEC significa
ter resultado nulo. O PEE acontece quando existe lucro na empresa e este
busca comparar e demonstrar o lucro da empresa em relação a taxa de
atratividade que o mercado financeiro oferece ao capital investido.
Tomamos como exemplo a empresa "Custos Ltda" e supondo que a empresa
possua um Patrimônio Líquido (PL) de $ 50.000,00, e que se colocado para
render a taxa de atratividade do mercado financeiro seria de 2% ao mês.
Assim teríamos um rendimento mensal de $ 1.000,00.
O lucro da atividade da empresa será obtido quando, contabilmente, o
resultado seja superior a esse retorno de 2% do mercado financeiro. Este
retorno sobre o investimento é também denominado de Custo de Oportunidade.
O Custo de Oportunidade representa a remuneração que a empresa obteria se
aplicasse seu capital no mercado financeiro, ao invés de no seu próprio
negócio.
Exemplo:
PEE = CF + Custo de Oportunidade
MCu
PEE = 4.000,00 + 1.000,00
5,00
PEE = 1.000 u/mês
Podemos concluir que, para a empresa cobrir no mínimo o retorno que o
mercado financeiro daria ao capital investido, a empresa necessita vender
800 u/mês para chegar ao PEC e mais 200 unidades para chegar ao PEE,
portanto 1.000 u/mês.
3 Ponto de Equilíbrio Financeiro (PEF)
É representado pelo volume de vendas necessárias para que a empresa
possa fazer frente a seus compromissos (desembolsos) financeiros.
Os resultados contábeis e econômicos não coincidem com os
financeiros, pois nem todos os custos de fabricação exigem desembolsos.
Como exemplo de despesa não desembolsáveis temos as depreciações, que
podem ser classificadas nos Custos Fixos e não exigem contrapartida, uma
saída de caixa.
Seguindo o exemplo da empresa "Custos Ltda", vamos supor que 20% dos
CF sejam referente à depreciação.
PEF1 = CF – Despesas não Desembolsáveis
MCu
PEF1 = 4.000,00 – (4.000,00 x 0,20)
5,00
PEF1 = 640 u/mês
Comprovação:
DRE
Vendas (640u x 10,00/u) $ 6.400,00
( - ) CV (640u x 5,00/u) $ (3.200,00)
MC $ 3.200,00
( - ) CF (Desembolsáveis) $ (3.200,00)
( - ) CF (Não Desembolsáveis) $ (800,00)
Lucro Operacional $ (800,00)
Desse modo, mesmo operando na área de prejuízo, ou seja, abaixo do
Ponto de Equilíbrio Contábil, a empresa pode apresentar condições de
liquidar suas obrigações financeiras.
Vejamos isto no PEF2, a onde podemos acrescentar aos custos e
despesas fixas parcelas de amortização de empréstimos.
Acrescentaremos ao exemplo da empresa "Custos Ltda" um financiamento
de longo prazo, com parcelas mensais de $ 600,00.
PEF2 = CF – Despesas Não Desembolsáveis + Amortização
MCu
PEF2 = 4.000,00 – (4.000,00 x 0,20) + 600,00
5,00
PEF2 = 760 u/mês
Comprovação:
DRE
Vendas (760u x 10,00/u) $ 7.600,00
( - ) CDV (760u x 5,00/u) $ (3.800,00)
MC $ 3.800,00
( - ) CDF $ (4.000,00)
Lucro Operacional $ (200,00)
Constatamos exatamente o que foi citado acima, mesmo com prejuízo contábil
de $ 200,00 a empresa teria condições de liquidar seu compromisso operando
nesse nível de atividade pois o resultado da empresa é exatamente a
diferença entre a parcela de amortização e a depreciação.
$ 600,00 - $ 800,00 = ($ 200,00)
6.5 Ponto de Equilíbrio em Empresas Multiprodutoras
Até agora apresentou-se a análise CVL para empresas que fabriquem um
único produto (empresas monoprodutoras). Dada a raridade desse tipo de
situação na prática, mostra-se necessário desenvolver os conceitos,
adaptando-os a situação onde se produzam simultaneamente vários produtos.
Para a realização dessa generalização, muitos autores recomendam a
definição de uma RCu média para a empresa, a qual deverá ser representativa
do conjunto de produtos que ela fabrica. Essa RCu média será obtida pela
média das RCu dos diversos produtos da empresa, ponderadas por suas
respectivas participações no faturamento.
"PRODUTO "RCu "i" "% NO FATURAMENTO "PONDERAÇÃO "
"1 "RCu1 "%1 "RCu1 . %1 "
"2 "RCu2 "%2 "RCu2 . %2 "
"-- "-------- "------ "--------------- "
"n "RCu "%n "RCun . %n "
Dessa maneira, a empresa estará definindo um "produto fictício" que
representará a produção como um todo, sendo a RCu desse produto a RCu
calculada acima. A partir da definição desse produto fictício, a seqüência
de cálculos será praticamente a mesma seguida para o caso de empresas
monoprodutoras.
É importante destacar que, para a participação dos produtos no
faturamento, poderá utilizar-se tanto dados históricos de vendas quanto
projeções (ou estimativas) para períodos futuros que se queira analisar.
EXEMPLO ILUSTRATIVO:
"PRODUTO "RCu "% NO FATUR. "PONDERAÇÃO "
"1 "0,30 "50% "0,15 "
"2 "0,20 "30% "0,06 "
"3 "0,10 "20% "0,02 "
RCu = 0,23
Se CF = 460.000,00 ===> Ro = 460.000,00 = 2.000.000,00
0,23
R1 = 2.000.000 . 0,5 = 1.000.000,00
R2 = 2.000.000 . 0,3 = 600.000,00
R3 = 2.000.000 . 0,2 = 400.000,00
Se p1 = 10,00 ===> Q1* = 100.000
Se p2 = 12,00 ===> Q2* = 50.000
Se p3 = 8,00 ===> Q3* = 50.000
EXEMPLO ILUSTRATIVO GERAL:
" "PRODUTO "A" "PRODUTO "B" "PRODUTO "C" "
"p "10,00 "10,00 "10,00 "
"v "6,00 "5,00 "7,50 "
"% Faturamento "50% "30% "20% "
"CF "120.000 "100.000 "80.000 "
"MCu "4,00 "5,00 "2,50 "
"RCu "0,40 "0,50 "0,25 "
Além dos custos fixos específicos a cada linha de produtos, ainda
existem R$ 100.000,00 de custos fixos aos três produtos.
a. Q* e Ro para cobrir custos específicos das linhas de produtos:
Q* = CF e Ro = CF
MCu RCu
Q1* = 30.000 e R1 = 300.000,00
Q2* = 20.000 e R2 = 200.000,00
Q2* = 32.000 e R3 = 320.000,00
b. Q* e Ro para cobrir os custos fixos comuns:
RCu = (0,4 . 0,5) + (0,5 . 0,3) + (0,25 . 0,2) = 0,4
Ro = CF = 100.000 = 250.000,00
RCu 0,4
R1 = 250.000 . 0,5 = 125.000,00 ===> Q1* = 12.500
R2 = 250.000 . 0,3 = 75.000,00 ===> Q2* = 7.500
R3 = 250.000 . 0,2 = 50.000,00 ===> Q3* = 5.000
c. Q* e Ro para cobrir a totalidade dos custos fixos da empresa:
Q1* = 42.500 e R1 = 425.000,00
Q2* = 24.500 e R2 = 275.000,00
Q3* = 37.000 e R3 = 370.000,00
QT* = 107.000 RT= 1.070.000,00
6.6 Ponto de Fechamento
O ponto de fechamento indica o nível de atividade mínimo que
justificará o funcionamento de empresa como um todo ou de uma linha de
produtos particular.
Sua definição baseia-se no fato de que apenas uma parte dos custos
fixos são elimináveis a curto prazo, o que faz com que uma empresa continue
a incorrer em alguns custos fixos (os "não-elimináveis" a curto prazo (*))
mesmo que ele encerre completamente suas atividades em geral ( ou
atividades de produção de uma linha em particular).
O ponto de fechamento (QF*) será, então, a quantidade de produção onde
a empresa consegue cobrir fixos elimináveis, isto é, aqueles custos que não
existiram se ela não funcionasse.
QF* = CF ELIMINÁVEIS
MCu
Assim, se a empresa atuar acima do seu QF* ela estará minimizando seu
prejuízo, uma vez que conseguirá cobrir uma parte dos custos fixos não-
elimináveis (que existiriam mesmo se ela não produzisse nada).
EXEMPLO ILUSTRATIVO:
CF = 10.000,00 ===> CF ELIMINÁVEIS = 7.000,00
CF NÃO-ELIMINÁVEIS = 3.000,00
MCu = 10,00
( QF* = 7.000,00 = 700 e Q* = 10.000,00 = 1.000
10,00 10,00
Isto é, a empresa só deverá parar de operar se o nível de atividade
for inferior a 700 unidades. Seu funcionamento para volumes de produção
entre 700 e 1.000 unidades (deficitários) fará com que a empresa minimize
seu prejuízo total, pois ela conseguirá cobrir parte de seus custos fixos
não-elimináveis.
O conceito de ponto de fechamento é especialmente válido para analisar-
se a decisão de eliminar um produto ou uma linha de produtos. Nessa
situação, os custos fixos elimináveis serão os custos fixos específicos do
produto (ou da linha de produtos), enquanto os custos fixos não-elimináveis
corresponderam à parcela dos custos fixos comuns da emprese que serão
alocados (ou absorvidos) a esse produto (ou a essa linha de produtos).
Assim, se o produto em questão conseguir cobrir seus custos fixos
específicos e uma parte dos custos fixos comuns que lhe serão alocados, ele
não deverá ser desativado, ao menos no curto prazo ( ao longo prazo, a
empresa poderá reduzir seus custos fixos totais, fazendo desaparecer a
parcela de custos fixos que era ao produto analisado).
4 Margem de contribuição e os fatores restritivos de produção
A produção prioritária dos produtos que tenham as maiores margens de
contribuição não implicará, necessariamente, na maximização dos lucros da
empresa.
Isto se deve ao fato de existirem fatores restritivos, os quais
limitam a produção ou venda dos diversos produtos. O fator restritivo mais
comum é o tempo utilizado por um produto nos vários estágios de seu
processo de produção.
Assim, o critério que deve ser adotado para a escolha dos produtos que
maximizarão os lucros da empresa, a uma dada capacidade, é a maior
contribuição possível por unidade do fator restritivo.
Enfim, o problema de formular os programas mais lucrativos de produção
é essencialmente o de maximizar as margens de contribuição face aos
diversos fatores restritivos.
Exemplo ilustrativo 1: utilização diferenciada da estrutura de
produção
" "PRODUTO A "PRODUTO B "
"PREÇO "20,00 "30,00 "
"Cvu "14,00 "18,00 "
"MCu "6,00 "12,00 "
"Rcu "30% "40% "
"PRODUTO/hora "3 unidades "1unidades "
"MCu/hora "10,00 "12,00 "
Exemplo ilustrativos 2: relação de estoques diferentes
" "LOJA A "LOJA B "
"PREÇO "8,00 "7,00 "
"Cvu "6,00 "6,00 "
"MCu "2,00 "1,00 "
"Rcu "25% "14% "
"PRODUTO/hora "20.000 un. "44.000 un. "
"MCu/ANO "40.000,00 "44.000,00 "
5 Margem de Segurança e Alavancagem Operacional
1 Margem de Segurança
É a parcela de produção e vendas que a empresa tem que está acima do
Ponto de Equilíbrio. E conseqüentemente esta empresa poderá amortizar uma
redução em sua produção e vendas sem entrar na faixa de prejuízos.
Vamos ver isto no exemplo da empresa fabricante de Azulejos.
Custos e Despesas Variáveis: $ 2,00 m²
Custos e Despesas Fixas: $ 6.000,00 /mês
Preço de Venda: $ 5,00 / m²
O seu Ponto de Equilíbrio é de:
PE = 6.000,00
15,00 – 2,00
PE = 2.000 m² / mês
Comprovação:
Vendas (2.000m² x 5,00) $ 10.000,00
( - ) CVT(2000 m² x 2,00) $ 4.000,00
MC $ 6.000,00
( - ) CF $ (6.000,00)
L.O $ 0
Se esta empresa produzisse e vendesse 2.500 m² de azulejos por mês,
qual seria o lucro?
Vendas (2.500m² x $ 5,00) $ 12.500,00
( - ) CV (2500m² x $ 5,00) $ (5.000,00)
MC $ 7.500,00
( - ) CFT $( 6.000,00)
Lucro Operacional $ 1.500,00
Veja: - 500m² foram vendidos acima do Ponto de Equilíbrio
- Isto corresponde a um Lucro Operacional de 500m² x 3,00 (Mcu)
= $ 1.500,00.
Estes 500m2 de azulejos a mais representa a margem de segurança desta
empresa, pois se houver alguma redução nas vendas e na produção ela não
entrará na faixa de prejuízo.
MS = 500m² x 100
2.500m²
MS = 20%
Em receita, o cálculo é o mesmo:
MS = Receita Atuais – Receita no PE x 100
Receitas Atuais
MS = 12.500,00 – 10.000,00 x 100
12.500,00
MS = 20%
Aumentando-se agora para 3.000m² de azulejos, qual será o novo Lucro?
MS = 1.000m²
MS = 40%
1.000m²/mês x 3,00 = $ 3.000,00
2 Alavancagem Operacional
Se comparamos os resultados obtidos com a produção e vendas de 2500m²
de azulejos e os 3.000m² por mês, teremos:
Um aumento no Volume (quantidades):
- Unidades: 500m² (3.000 – 2.500) ou seja,
- Percentual: 20%
Aumento no Lucro:
- $ 1.500,00 (3.000,00 – 1.500.00)
- Percentual: 100%
A Alavancagem Operacional será:
AO = Porcentagem de acréscimo no Lucro
Porcentagem de acréscimo no Volume
AO = 100%
20%
AO = 5 vezes
Um acréscimo de 20% no Volume da Atividade corresponde a um aumento de
100% no resultado, com uma alavancagem de 5 vezes.
Isto significa que a cada 1% de crescimento a partir dos 2.500m² de
azulejos produzidos e vendidos, vai crescer 5 vezes meu lucro.
Vejamos o seguinte, em vez da produção passar de 2.500m² para
3.000m², passaremos para 3.500m², qual seria o novo lucro.
LO 1.500m² = MSO x Mcu
LO = 1.500 x 3,00
LO = $ 4.500,00
Aumento no Volume: 40%
Aumento no Lucro: 200%
AO = 200%
40%
AO = 5 vezes
A Alavancagem Operacional de 5 vezes somente é valida paras as
operações a partir do Volume de 2.500m².
A Alavancagem Operacional é sempre diferente para cada ponto que se
encontrar. Ela somente é igual para as comparações a partir do Volume de
2.500m² de azulejos. Desta forma fica claro que a cada 1% de crescimento da
produção e vendas a partir deste ponto, o meu lucro vai crescer 5 veze
PREÇO DE VENDA
"É generalizada a ideia de que uma das finalidades da contabilidade de
custos é o fornecimento do preço de venda" (Eliseu Martins, pag. 236)
De acordo com Eliseu Martins e outros autores que citam a mesma
frase, podemos definir que o cálculo do preço de venda deve levar a um
valor que traga à empresa maximização de lucros, que seja possível manter a
qualidade, atender os anseios do mercado àquele preço determinado e que
melhor aproveite os níveis de produção.
Para sua formação, devemos levar em consideração os seguintes
fatores:
- A demanda esperada por produto;
- O grau de ocupação da fábrica;
- O nível de capital exigido;
- Nível de concorrência;
- Mix de vendas.
Para o cálculo do preço de venda, usaremos a seguinte formula:
PV = Mark-Up x Custo de Produção
- Mark-Up
É um índice multiplicador ou divisor que aplicado ao custo do produto
fornece o preço de venda.
As finalidades do Mark-Up é cobrir os contas de:
- Impostos sobre vendas;
- Custos e Despesas Variáveis;
- Custos e Despesas Fixas;
- Lucro.
Existem dois tipos de Mark-Up:
- Mark-Up Divisor (MKD)
É o resultado da diferença entre o PV (preço de venda) na base de 100%
e os percentuais atribuídos aos impostos e contribuições sobre vendas e a
margem de contribuição.
Exemplo:
"PV "100% "
"(-) Impostos "20,65% "
"(-) Custos "12% "
"Administrativos " "
"(-) Comissões "3% "
"(-) Lucro Desejado "10% "
"Custo do Produto "54,35% "
MKD = 54,35% (Mark-Up Divisor)
- Mark-Up Multiplicador
É determinado pela divisão da base de 100% correspondente ao preço de
venda, pelo resultado do Mark-Up divisor.
Exemplo:
MKM = 100% / MKD
MKD = 100% / 54,35%
MKD = 1,8399
Para chegar ao Preço de Venda, basta multiplicar o MKM pelo Custo de
Produção.
- Custo de Produção
O Custo de Produção é formado pelo custo da Matéria Prima, pela Mão-de-
Obra mais encargos e pelos Gastos Gerais de Fabricação.
Exemplos:
"Matéria Prima "4,54 "
"MOD "2,85 "
"G.G.F. "1,10 "
"Custo de Produção "8,49 "
Então nosso preço de venda seria:
PV = MKM x Custo de Produção
PV = 1,8999 x 8,49
PV = 15,62
"O mercado é o grande responsável pela fixação dos preços, e não os
custos de obtenção dos produtos" (Eliseu Martins, pag. 237).
Realmente, o principal fixador de preços é o mercado pela força da
oferta e procura. É por isso que é importante a análise do C/V/L para o
controle da estrutura dos CF e CV, para que a empresa possa competir de
forma saudável no mercado competitivo e globalizado. Por causa dessa
premissa as empresas cada vez mais necessitam reduzir seus custos, e em
busca disso apostam cada vez mais em controles de gerenciamento dos custos,
qualidade total e combate e eliminação ao desperdício.
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
" Por Caixa "Cola "Limonada "Suco de "
"Guaraná " " "Laranja "
" "
"Preço de Venda "R$ 18,00 "R$ 19,20 "R$ 26,40 "R$ 38,40 "
"Custos Variáveis "R$ 13,50 "R$ 15,20 "R$ 20,10 "R$ 30,20 "
"Venda caixas por "25 "24 "4 "5 "
"metro de espaço, por" " " " "
"dia " " " " "
1) A ENTREGA JÁ ,é uma barraca de praia que entrega
refrigerantes/sanduíches no Gonzaga, em Santos. A proprietária está
decidindo qual a área que deve disponibilizar de sua geladeira para
cada um dos produtos abaixo:
A proprietária tem, no máximo, um espaço de 12 metros para os 4
refrigerantes. Para cada refrigerante, ela quer um espaço de 1 metro e no
máximo 6 metros.
Pede-se:
1) Qual a contribuição por caixa, para cada refrigerante ?
2) Alguém recomendou que se "maximizasse o espaço de geladeira para
aqueles refrigerantes que dessem a maior margem de contribuição por caixa".
Você concorda ?
3) Qual seria a sua recomendação para a apropriação de espaço para
cada um dos refrigerantes?
2) A Lava Rápido Brilhante é um lava rápido bastante automatizado onde à
medida que chegam os carros são colocados em uma esteira rolante. À
medida que a esteira move os carros, do início para o fim do processo
de lavagem, eles são lavados e, após a lavagem os carros são secados
manualmente. Depois disso, os carros são limpos com os aspiradores e
inspecionados para entrega ao cliente. Os funcionários são controlados
por um superior, e durante o ano de 2007 foram lavados 80.000 carros,
com os seguintes custos:
"CONTA "CUSTO "
"Mão de Obra Direta "R$ 240.000,00 "
"Sabão, Trapos e Suprimentos "R$ 32.000,00 "
"Água "R$ 28.000,00 "
"Energia para a Esteira "R$ 72.000,00 "
"Depreciação "R$ 64.000,00 "
"Supervisão "R$ 30.000,00 "
"Pessoal Administrativo "R$ 16.000,00 "
Pede-se:
1 – Classifique cada conta como variável ou fixa
2 – A Brilhante espera lavar 90.000 carros em 2008. Qual o custo total em
2008
3 – Calcule o custo médio unitário da lavagem do carro para o ano de 2007 e
2008
4 - Qual a Margem de Contribuição e Razão de Contribuição por Carro.
5 –Qual o lucro Anual.
3)
4)
8 . INVESTIMENTOS DO PROJETO
8.1 Introdução:
A determinação dos níveis dos investimentos necessários para o projeto
é um aspecto fundamental, pois ela será básica na definição da viabilidade
ou não da unidade de produção. Esta determinação consiste na realização de
cálculos com bases na etapa de engenharia.
Para definir o montante de tais elementos, a engenharia segue os
caminhos básicos: por um lado, determina as instalações necessárias à
empresa, por outro lado, define quais atividades e recursos adicionais
necessita-se para que as instalações projetadas possam funcionar.
Assim, por exemplo, uma fábrica para a produção de cimento vai
necessitar de um forno, de grutas, de edifícios (para escritórios e para a
fábrica), de caminhões, de tratores etc. Com isso a fábrica estaria
completamente instalada, mas não poderia funcionar, uma vez que, antes que
consiga vender a sua produção, será necessário comprar a matéria-prima, o
combustível, o material de escritório, pagar aos técnicos e aos
funcionários etc. Há portanto dois tipos de investimentos.
Ao primeiro tipo de investimentos chama-se de investimentos fixos,
pois servem para financiar os custos da instalação da industria; ao segundo
chama-se investimentos circulares ou capital de trabalho, pois servem para
financiar o funcionamento da empresa e remunerar os recursos necessários ao
próprio processo de produção.
8.2 Cálculo dos investimentos fixos
A etapa da engenharia do projeto define todas as necessidades de
instalação do projeto, com base nas quais definir-se-á cada um dos
componentes de investimentos.
Para a definição de tais investimentos, os projetistas deverão entrar
em contato com possíveis construtores civis, com fornecedores de
equipamentos, veículos, móveis, instalações industriais e demais
componentes, e solicitar-lhes informações detalhadas dos preços.
No caso de projetos industriais, os principais itens dos investimentos
fixo são os seguintes:
a) Os terrenos e obras preliminares às edificações
Compreende o custo de aquisição dos terrenos necessários para a
construção, bem como os gastos legais de
escritura, impostos ,taxas, registros etc.., assim como os gastos de
limpeza, nivelação e outros necessários à construção futura.
b) Os edifícios e a construção
Este item compreende o custo da construção de todas as edificações
civis necessárias à fábrica, escritórios de administração e vendas e outras
construções diretamente relacionadas com o projeto. Em muitos casos será
necessário considerar edificações auxiliares para armazéns,
comercialização etc. no próprio local da fábrica ou não.
c) Obras complementares
Paralelamente à construção civil, o projeto exige certas obras
complementares como esgotos e canalizações de água, luz força, vapor etc.
d) Maquinaria e equipamentos
No caso da maquinaria e equipamentos , deverá ser levado em conta o
seu custo de aquisição ou construção, mais custos do transporte e outros
gastos adicionais até localizá-los na fábrica.
e) Outros equipamentos
Inclui os equipamentos não utilizados diretamente no processo de
produção, tais como equipamentos de transporte interno, equipamentos
auxiliares de força, bombas de água, transformadores, ferramentas,
laboratório e outros similares. Deve-se apresentar, o detalhe completo e o
cálculo do custo, da mesma forma para a maquinaria e os equipamentos.
f) Os gastos de instalação, montagem e testes
Os gastos de instalação devem incluir tudo que for relacionado com a
colocação da maquinaria e d equipamento em condições de trabalho, isto é,
as bases e as estruturas das máquinas, as ligações de água, de eletricidade
e vapor , assim como a mão-de-obra e outros gastos de montagem e teste.
g) Os
veículos, móveis e utensílios
Na própria fábrica e nos escritórios de administração e de vendas
requerem-se móveis (mesas, cadeiras, armários, arquivos etc.), e máquinas
de escrever, micro computadores, impressoras etc.
Paralelamente cabe definir os gastos necessários para compra de
veículos para transporte ou viagens.
h) Os estudos, projetos e gastos de instalação
Desde a fase da identificação da idéia do projeto até a posta em
marcha da unidade de produção, efetua-se uma quantidade de gastos para
estudos ( estudo de viabilidade ,detalhes da engenharia, política de
comercialização etc.), para constituição de empresas, etc. Os gastos
correspondentes a essas rubricas devem ser identificados e incluídos como
gasto de investimento.
i) As patentes, tecnologia, licenças
Em muitos casos a empresa é obrigada a pagar licenças a outras
empresas, como condições para a produção do bem. Quando esse pagamento for
uma parcela fixa anterior ao funcionamento e não uma percentagem da
produção, deve ser considerada como um investimento.
j) Os juros durante a construção
Quando a empresa tiver que pagar juros ainda durante a instalação do
projeto, os pagamentos desses juros são considerados como investimentos
fixos até que a empresa entre em operação normalmente; nesse momento passam
a constituir gastos financeiros que afetam a conta de custos operacionais.
l) O imprevisto
Todo orçamento, por mais cuidadosamente que seja elaborado, tem sempre
uma margem de erro, devido a modificações das condições originais.
Por essa razão é conveniente incluir uma rubrica de imprevistos,
calculados geralmente como uma percentagem da soma dos investimentos fixos.
8.3 - Cálculo do Investimento Capital de Giro
Para definir uma metodologia que permita calcular o capital de
trabalho ou giro, deve-se estudar quais são os investimentos necessários
para pôr em marcha as instalações da fábrica.
Observa-se que há um período, às vezes muito longo, entre o início das
operações do projeto e a entrada de receitas por vendas. Durante esse
período a empresa deve financiar os seus custos através de fundos
provenientes do seu capital social.
O capital de giro corresponde ao montante dos recursos destinados ao
financiamento de tal custo inicial, que permita à empresa funcionar, vender
e receber o pagamento correspondente à venda.
Com base nisso pode-se dividir o capital de trabalho em seis partes
diferentes:
a) As reservas de caixa
Para o cálculo do capital de giro há necessidade de uma soma de
recursos, em caixa e nos bancos, que assegure, ao mesmo tempo , a
mobilidade da empresa no dia-a-dia, e sirva -lhe de reserva contra gastos
não previstos.
O mais conveniente é estimar um montante aproximado. Para isso pode-se
levar em conta montantes que sejam de cerca de 5% do capital de giro (
estoque + venda a prazo - compra a prazo).
b) Estoque de matéria prima
Para evitar descontinuidade no seu funcionamento, o projeto deve
prever um estoque de matérias primas e outros materiais que assegurem um
fornecimento efetivo durante o processo de produção e da manutenção de seus
equipamentos.
A maneira de determinar o montante do capital de trabalho necessário
para o financiamento do estoque de matérias primas e outros materiais
consiste, em que o tempo, é determinado de acordo com as características do
mercado de tal material.
No caso de alguns projetos, quando em certos períodos do ano se
necessita manter maior quantidade do material em estoque, como acontece com
os materiais de produção sazonal.
c) Estoque produtos em elaboração
Da mesma maneira que a empresa necessita manter um estoque de matérias
primas financiadas com recurso do seu capital, deve também ter recursos que
permitem o financiamento da elaboração dos produtos finais.
Se trata de uma fábrica de pasteurização de leite, não será necessário
financiar o processo de fabricação que é quase instantâneo. Entretanto, no
caso de uma fábrica aviões que levam, por exemplo, um ou dois anos para
serem fabricados, ou barcos que levem três a quatro anos, a empresa deve
reservar considerável soma de recursos para funcionar durante todo esse
período antes de obter receitas.
O caso de bebidas finas, que requerem longo período de envelhecimento
, por dois, três, dez anos, é um exemplo cujo capital de trabalho para
produtos em elaboração é muito elevado.
d) Estoque de produtos prontos
Concluído o processo de elaboração, os produtos são levados ao mercado
ou, como é o caso mais comum, armazenados. Dessa maneira a empresa de estar
em condições de financiar a quantidade total de produtos prontos que será
mantido em estoques. Essa quantidade varia de empresa para empresa. No
caso, por exemplo, de uma padaria, o estoque de produtos acabados é
praticamente zero. No outro extremo, uma fábrica de artigos de Natal, deve
funcionar quase todo ano aumentando seu estoque para vendê-lo, de uma vez,
no curo prazo de um a dois meses.
e) O custo do financiamento das vendas
Depois que o produto é produzido e vendido, é muito provável que os
compradores disponham de um período para pagamento da faturas. Dessa
maneira a empresa do projeto não pode contar com receitas imediatas e deve
dispor de meios para financiar as vendas. Quanto maior as vendas (volume) e
quanto maior os prazos de pagamento, maior será a necessidade de capital
para financiar essas vendas.
f) O crédito com financiamento das compras
Da mesma maneira como se financia as vendas, existe um crédito ou uma
redução da necessidade do capital de giro nas compras a prazo. Pois os
fornecedores concedem prazos de pagamento na compra de matéria prima ou
outros materiais.
FÓRMULA :
CAPITAL DE GIRO = Reserva de caixa
Matérias Prima e Mat. Secundários
( + ) Estoques Produtos em Elaboração.
Produtos Prontos
( + ) Vendas à Prazo
( - ) Compras
(+/-) Lucro
Obs: Devemos avaliar os estoques pelo custo de produção.
8.3.1 Capital de Giro a partir da Receita
Uma parte do capital da empresa em operação é utilizada com capital de
giro para financiar a venda a prazo, o estoque do produto acabado, o
produto em processo etc. Parte dessas obrigações é financiada pelo prazo
concedido pelo fornecedor da matéria prima. Supondo que antes da aprovação
do projeto a empresa e3steja operando com as necessidades de capital de
giro atendidas, um novo projeto poderá aumentar as necessidades de capital
de giro. A estimativa relevante é o capital de giro incremental provocado
pela aceitação do projeto para atender o incremento de financiamento da
venda a prazo, o estoque de produto acabado, os produtos em processo etc. O
capital de giro de um projeto pode ser estimado com porcentagem das vendas
ou a partir do fluxo comercial do produto, considerando a estimativa de
vendas de um ano, por exemplo, como mostra o exemplo abaixo.
Exemplo: Na determinação da estimativa do capital de giro do projeto
são utilizados os prazos registrados na tabela. Na Composição de custos, a
matéria prima representa 16% da venda anual, e o produto em processo e
produto acabado 48%. Calcule o capital de giro anual do projeto
considerando a venda anual do projeto igual a RS 1.000.000,00
"Prazo de recebimento clientes "45 dias "
"Estoque de produto acabado "30 dias "
"Estoque de matéria prima "30 dias "
"Produto em processo "15 dias "
"Prazo de pagamento fornecedor "60 dias "
Solução: Com os dados do exemplo, primeiro são obtidos as parcelas do
capital de giro e depois a estimativa do capital de giro, R$ 169.315,00 ,
cuja a taxa de capital é 16,9%.
"Parcelas de capital de "Valor (R$) "Cálculo "
"giro " " "
"Vendas a Receber "123.288,00 "1.000.000 x 45 / 365 "
"Estoque produto acabado"39.452,00 "0,48 x 1.000.000 x "
" " "30/365 "
"Estoque matéria prima "13.151,00 "0,16 x 1.000.000 x "
" " "30/365 "
"Estoque em processo "19.726,00 "0,48 x 1.000.000 x "
" " "15/365 "
"Financiamento de "- 26.301,00 "0,16 x 1.000.000 x "
"fornecedor " "60/365 "
"Capital de Giro Anual "169.315,00 " "
"Taxa de Capital de Giro"16,9% " "
A necessidade de capital de giro pode ser constante durante o prazo de
análise do projeto, ou pode variar anualmente aumentando ou diminuindo.
Seja qual for a situação, o capital de giro necessário em cada período
deverá estar disponível no início do período.
Desta forma podemos denominar o Capital de Giro um Investimento, pois
enquanto não mudar a política de prazo de pagamentos, estoques, o mesmo não
poder ser tirado da empresa. Portanto, é importante prestar atenção ao
investimento em capital de giro porque ele exige uma renumeração do projeto
e, ao mesmo tempo, se não for incluído como investimento o VPL do projeto
será superestimado. O mesmo será totalmente recuperado no final do prazo de
análise do projeto.
9 . FINANCIAMENTOS
9.1 Análise dos recursos disponíveis
O financiamento do projeto deve indicar as fontes de recursos
financeiros necessários para a sua execução e financiamento e descrever os
mecanismos através dos quais esses recurso serão canalizados para os usos
específicos do projeto. Deverá ser demonstrado que as fontes indicadas são
realmente acessíveis e que os mecanismos propostos guardarão relação com a
realidade.
Não bastará afirmar que um projeto será financiado mediante uma
emissão de ações, se antes não se demonstra que existe a possibilidade real
de colocação dessas ações. Tampouco será suficiente afirmar que
determinada parte dos recursos será obtida mediante créditos; será
necessário demonstrar ou discutir a possibilidade real de consegui-los.
Como é natural, o estudo do financiamento deverá levar em conta as
datas em que os recursos do investimento são necessários, de acordo com o
programa de trabalho e o calendário de investimentos. Além disso, deverá
abordar o problema tanto no conjunto, em moeda local, como para os
componentes parciais do investimento, em moeda local e estrangeira.
Finalmente, deverá ser claro quanto ao financiamento do investimento fixo e
do capital de giro.
Os recursos para o financiamento de projetos provêm de duas fontes
gerais:
É óbvio que o financiamento baseado em fontes internas só será
possível quando o projeto é desenvolvido por uma empresa já existente.
9.2. Sistemas de amortizações
a) Sistema de amortização constante - SAC
O sistema de amortização constante é denominado simplesmente por SAC.
No sistema SAC, as parcelas de amortização são iguais entre si. Os juros
são calculados, a cada período, multiplicando-se a taxa de juros contratada
pelo saldo devedor existente sobre o período anterior.
Para melhor compreensão do sistema de amortização constante, segue a
sua representação gráfica:
Exemplo:
Uma empresa solicita um empréstimo de R$ 1.000.000,00, que o banco
libera no ato de assinatura do contrato. Informa-se que o banco concedeu 2
meses de carência, que os juros serão pagos mensalmente. A taxa de juros
cobrada é de 10% a.m. e o principal será amortizado em 5 parcelas mensais.
b) Sistema de amortização francês - PRICE
O Sistema de amortização francês acrescido de certas peculiaridades
de cálculo é também conhecido por tabela Price. Esta modalidade
caracteriza-se pelas prestações que são iguais entre si e calculadas de tal
forma que uma parte paga os juros e a outra amortiza o principal da
operação de crédito.
Para melhor compreensão do sistema de amortização francês, segue a sua
representação gráfica:
Exemplo:
Uma empresa solicita um empréstimo de R$ 1.000.000,00 que o banco
libera no ato. Informa-se que o banco não concedeu nenhuma carência e
utiliza o sistema de amortização francês. Os juros pagos mensalmente, que a
taxa contratada foi de 10% a.m., e que o banco deseja a devolução do
empréstimo em 7 prestações mensais.
VP = P
c) Sistema de amortização variável
O sistema de amortização variável caracteriza-se pelas parcelas
amortizáveis serem diferentes, em cada período de pagamento da prestação do
empréstimo ou financiamento.
Assim, as parcelas de amortização são contratadas pelas partes e os
juros são calculados sobre o saldo devedor da operação de crédito.
Exemplo:
Uma empresa solicita um empréstimo de R$ 1.000,00 , que o banco libera
no ato da assinatura do contrato. Informa-se que o banco concedeu 2 meses
de carência para o início das amortizações e que os juros serão pagos
mensalmente, ã taxa de juros de 10% a.m.
Informa-se, ainda, que o valor das amortizações mensais serão as
seguintes:
Primeiro mês R$ 100,00
Segundo mês R$ 200,00
Terceiro Mês R$ 300,00
Quarto Mês R$ 400,00
d) Sistema de amortização americano
Sistema de amortização consiste em após determinado período, o devedor
paga em uma única parcela, todo o capital tomado emprestado.
Uma empresa solicita um empréstimo de R$ 10.000,00 por uma período
de 3 anos a juros de 10% a.a., será desembolsado da seguintes forma:
10 . FLUXO DE CAIXA
A identificação e quantificação das estimativas relevantes do
projeto é o início da construção do fluxo de caixa do projeto para uma
empresa em funcionamento. A elaboração
do fulxo de caixa de qualquer projeto tem as mesmas premissas básica, um
único procedimento que pode mudar quanto ao grau de detalhamento mas não
quanto aos tipos de dados e resultados
Fluxo de Caixa Potencial e Pagamento do Projeto
"Meses/Anos "0 "
"Despesas de preparação " 5.000,00 "
"Valor Contábil "100.000,00 "
"Ganho de Capital " 50.000,00 "
"Tributação sobre ganho Capital "-15.000,00 "
"Valor Residual "135.000,00 "
Considerando o valor de venda R$ 85.000,00 , teríamos
"Venda do Equipamento " 85.000,00 "
"Despesas de preparação " 5.000,00 "
"Valor Contábil "100.000,00 "
"Ganho de Capital " -20.000,00 "
"Tributação sobre ganho Capital " 6.000,00 "
"Valor Residual " 86.000,00 "
-----------------------
"X"
R$
Custo Fixo
Venda Ações
Vendas / Unidades
Recuros de Terceiros
Reservas
Fontes Internas
Margem de Contribuição Total
PE RT = CT
RT = PVu x Q
CT = (CVu x Q) + CF
Mcu = PVu - CVu
PE
RT
CF
CT
PREJUÍZO
LUCRO
Lucros Retidos
Recursos Próprios
mês ou dia
Estoque
CT
=
x
Consumo
ano ou mês
7.500 8.125 8.850 Unidades
$
177.000.00
162.500,00
150.000,00
130.000,00
PE
CF
Prejuízo
RT
prejuízo
CV
lucro
Necessidade de estoque mês ou dia
Debêntures
Juros
Amortização
Amortização
Prestação
Juros
RISCO
CUSTO FIXO DE ASSESSORIA
GASTO EM
ELABORAÇÃO
E ANALISE DE
VIABILIDADE
CUSTO VARIÁVEL DE CO-
LETA E PROCESSAMENTO
DE INFORMAÇÕES , ASSES-
SORIA EXTERNA ETC.
i ( 1 + i )
Períodos
n
-1
Prestação
Período
( 1 + i )
n
Fontes Externas
Empréstimos
100% CONFIABILIDADE
100%
GASTO EM
ELABORAÇÃO
E ANALISE DE
VIABILIDADE
IDÉIA INICIAL
CUSTO FIXO ASSESSORIA (DIAGNÓSTICO)
GASTO ACUMULADO EM ELAB..E ANÁLISE
PRÉ-VIABILIDADE
TEMPO
VIABILIDADE
PROJETO FINAL
CURVA DEMANDA BATATAS
CURVA DE DEMANDA RELÓGIOS
P
P
30
30
20
20
25
480
Q
Q
10
400
Y
Y2
Y1
Q
Q2
Q1
DEMANDA INSATISFEITA
IDENTIFICAÇAO
DO
CONSUMIDOR
IDENTIFICAÇÃO
DO
PRODUTO
COLETA
INFORMAÇÕES
PROJETAR
DADOS
ANALISAR
QUANTIFICAR
UNIDADES
ANOS
2003
2004
2005
2006
2007
2008
-
2009
2010
2011
768
905
1171
1118
1173
1475
PROJEÇÃO
1616,33
1757,72
1899,11
i= (Vn/Vo)-1
n
i= (1475/768)-1
5
i= 0,1841 = 18,41%
n
Taxa do Período
n
n
-1
vn/vo
i=
ANOS
2009
2010
2011
UNIDADES
1680,42
1914,67
2181,51
5
-1
i=
1475
768
0,1394 ou 13,94% aa.
i=
MERCADO
TAMANHO
LOCALIZAÇÃO
CUSTOS
ENGENHARIA
INSUMOS
PRODUTO
ENGENHARIA
PROCESSO
EQUIPAMENTOS