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Polígrafo Elaboração E Análise De Projetos I - 2009

Elaboração e Análise de Projetos

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UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL – UNISC DEPTO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS " " " " " " " " "ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS i " " " " " " " " " " " " Professor: João Carlos Vogt " " " " " Santa Cruz do Sul , março 2009 1. O PROJETO NO PROCESSO DE PLANEJAMENTO 1.1 Definições e tipos de projetos Entendemos por projeto o conjunto de informações internas e/ou externas à empresa, coletadas e processadas com o objetivo de analisar-se (e, eventualmente, implantar-se) uma decisão de investimento. Nestas condições, o projeto não se confunde com as informações, pois ele é entendido como sendo um modelo que, incorporando informações qualitativas e quantitativas, procura simular a decisão de investir e suas implicações. A classificação pôr tipo dependerá do objetivo. Se o objetivo for o de classificar o tipo de projeto em função do setor econômico, onde se processa o investimento, tem-se: * agrícola Projeto * industrial * de serviços Esta é uma classificação macroeconômica, associada, portanto, aos três grandes setores de atividades econômica. Caso se deseje classificar o projeto do ponto de vista microeconômico (ou seja, de impacto na empresa), então a classificação pode ser: * de implantação * de exploração ou de ampliação Projeto * de modernização * de relocalização * de diversificação Pode ser também que se queira classificar o projeto em função do uso que o mesmo terá para a empresa ao longo do processo decisório e até à implantação do mesmo. Neste caso a classificação é a seguinte: * de viabilidade Projeto * final * de financiamento O projeto de viabilidade é um projeto de estudo e analise, ou seja, é um projeto que procura verificar a viabilidade a nível interno da própria empresa. Quando surge a idéia (ou a oportunidade) de investir, começa o processo de coleta e processamento de informações analisadas, permitirão testar a sua viabilidade. Fica claro então que a empresa deve elaborar vários projetos de viabilidade desde a idéia inicial até a decisão de investir. O que se observa na prática, entretanto, é que este tipo de projeto às vezes não é executado pelas empresas nacionais, que admitem a viabilidade por antecipação. Isto é, quando uma empresa resolve executar determinado investimento, raramente faz a verificação de sua viabilidade de modo formal e explícito. Em geral, a verificação da viabilidade acaba sendo relegada a segundo plano (ou então nem é feita) dentro do processo decisório, porque é incomoda, porque é demorada, porque se atingiu o ponto de não retorno na decisão etc. Este modo de preceder resulta da ausência de um processo de planejamento formal nas empresas, em que o projeto de viabilidade seria o último nível. O projeto final constitui-se no conjunto de informações em que a grande maioria dos parâmetros críticos para a fase de implantação já se encontra definida e congelada ( tais como o processo, os equipamentos básicos , o cronograma etc.). Neste sentido, o projeto é algo mais que um orçamento: é um documento auxiliar ao próprio processo de acompanhamento do projeto. Mais uma vez é preciso dizer que este tipo de projeto raramente é feito nas empresas nacionais. Às vezes, inclusive, o projeto continua a ser modificado profundamente durante a própria fase de implantação. Não é de se estranhar, portanto, a virtual impossibilidade de se comparar de viabilidade com o que foi implantado. 1.2. O papel do projeto na decisão de investir O projeto é parte integrante do processo decisório, desde a idéia de investir até sua consecução. Isto porque o projeto atua com um realimentador deste processo em suas diversas fases. Segundo esta ótica, o projeto enquadra-se, como se pode ver na Figura 1.2, em um processo de planejamento. Os objetivos serão fixados pelo conflito entre os diversos grupos que detêm alguma parcela de poder na empresa. Estabelece-se um processo de barganha que permite compatibilizar as discrepâncias entre os objetivos das pessoas, dos grupos (das coalizões) e as necessidades impostas pelo meio ambiente( que será mais ou menos turbulento para cada caso). Os objetivos que resultam deste processo nortearão o planejamento estratégico da empresa. Neste ponto, e antes que as decisões estratégicas sejam operacionalizadas, tem-se o processo de elaboração e análise de projetos, como um simulador e realimentador das decisões estratégicas, particularmente das decisões de investimento. Antes que o planejamento estratégico resultem as decisões de investimento e antes que estas sejam implementadas, é necessário testar sua viabilidade e verificar se são compatíveis com os objetivos. Esta verificação de viabilidade é feita usando-se um projeto ( ou seja, um modelo da realidade).Ela é de grande importância nesta fase, porque as decisões estratégicas de investimento, em geral, envolvem grandes volumes de recursos, são de longa duração, " " " " " " " " " " " "OBJETIVOS " " " " " " " " " " " " " " " "PLANEJAMENTO " "PROJETO DE" " " " " "ESTRATÉGICO " "VIABILIDAD" " " " " " " "E " " " " " " " " " " " " " "PLANEJAMENTO " " " " " " " "TÁTICO " " " " " " " " " " " " " "PROJETO " "IMPLANTAÇÃO " " " " " "FINAL " " " " " " " " " "PRODUÇÃO " " " " " " " " " " " " Figura 1.2 . O projeto como parte integrante do processo de planejamento inflexíveis e, conseqüentemente, exercem um impacto profundo na empresa. Além disto, o risco envolvido na decisão pode ser muito grande para a empresa, sendo necessário ter-se um medida do mesmo e do seu impacto. Pode-se dizer que , á medida que o tempo passa, o processo de planejamento estratégico sofre uma transição para planejamento tático( embora o mesmo não possa ser dito quanto á natureza das decisões estratégicas e táticas). Assim, quando a empresa constata a viabilidade de determinada decisão de investimento ( ou quando há consenso interno ou mesmo quando a decisão é imposta) e decide pela sua implementação, tem-se que o planejamento passa de estratégico para tático e o projeto de viabilidade cede seu lugar para o projeto final. Neste ponto o projeto já deve estar definido em seus grandes aspectos, começando o trabalho de detalhamento de engenharia e de implantação. O projeto pode não ser aceito em qualquer ponto da fase em que se analisa sua viabilidade. Porém, isto vai-se tornando cada vez mais difícil à medida que se avança na sua implementação, até que se chegue a um ponto de "não - retorno". A partir deste ponto, os custos associados à desistência são maiores do que aqueles que se incorre continuando a implantação, mesmo que as condições tenham mudado. Tendo sido implantado, o projeto entra na fase de testes de operação e, finalmente, de operação. 1.3. O processo de elaboração e analise de projetos O Quadro 1.2 contém a distribuição percentual dos custos de investimento para uma fábrica de celulose e papel situada em zonas afastadas: Quadro 1.2. Distribuição percentual dos custos de investimento. "ITEM "PORCENTAGEM DO INVESTIMENTO TOTAL " "Estudos de viabilidade "0,3% a 1% " "Engenharia e imprevistos "8% a 12% " "Supervisão de gastos gerais da "9% a 12% " "construção " " "Construção da fábrica (Mão-de-obra "12% a 20% " "inclusa) "45% a 52% " "- Preparação e estruturas do terreno"3% a 7% " "- Equipamento e instalação "4% a 6% " "Gastos pré-operacionais e início de "5% a 13% " "operação " " "Juros durante a construção " " "Capital de giro " " Fonte: FAO Guia para planificar empresas y fábricas de pasta y papel. Roma, 425p Pode-se verificar que os gastos com os estudos de viabilidade são os menores de todos os custos de investimento. Entretanto, o estudo de viabilidade é de vital importância para a decisão de investir. Isto ocorre não só ao se analisar e selecionar as oportunidades de investimento que sejam mais convenientes, como também ao se evitarem investimentos antieconômicos e/ou mal dimensionados. Além disso, como já se observou, a decisão estratégica de investimento apresenta-se como pouco flexível, de difícil reversão, de impacto demorado no tempo, requerendo grandes volumes de recursos. Deve-se acrescer que as decisões tomadas nesta fase da viabilidade irão influir sobre toda a vida útil da empresa, de modo que o grau de liberdade operacional tende a ser muito menor (ou seja, uma administração operacional bem executada pode não ser capaz de compensar pelos erros do projeto). Este fato tende a ser mais importante em função de setores que são intensivos de capital, como os setores de siderurgia, papel e celulose, cimento, química etc. Apesar do que foi argumentado, muitas vezes a análise de viabilidade não é elaborada ou então é feito um projeto de financiamento que é assumido como se fosse o projeto de viabilidade. Existem várias razões para isto, entre as quais o fato de que a estrutura de financiamento e incentivos ( e de solicitação de projetos) surgiu de cima para baixo. Outra razão importante é que a análise de viabilidade requer tempo e recursos e estes fatores podem ser escassos (ou julgados muito caros, apesar da evidência em contrário) quando a empresa não tem tradição de planejamento. É preciso, então, que o processo de elaboração e análise de projetos seja realizado levando-se em conta alguns fatores básicos. Como ponto de partida deve-se considerar o fato de que uma análise de viabilidade é feita com base em projeções. Além disso, é freqüente que cada fase de verificação da viabilidade corresponda a um processo de decisão aplicada a um problema complexo, com limites não muito bem definidos e com informação parcial. Estes dois fatores ( incerteza quanto às projeções, própria de qualquer processo de inferência, e informação parcial) fazem com que coleta e o processamento de informações custem tempo e recursos. É uma questão de lógica a empresa dispender recursos ( e tempo) na análise de viabilidades de modo proporcional ao risco que o projeto apresenta, como o que se indicou na figura 1.3. Figura 1.3. Os gastos em elaboração e análise em função do risco. Ou seja, se determinada opção de investimento apresentar um grau de risco elevado (capaz de colocar em jogo a rentabilidade, a estabilidade ou mesmo a sobrevivência da empresa), então quantias maiores de recursos devem ser gastas para a análise de viabilidade. É importante observar que o risco pode estar associado a uma diversificação, por exemplo, e/ou requerem um volume elevado de recursos para a empresa. Por outro lado, a experiência diz que os processos de busca, coleta e processamento de informações saturam longe da certeza absoluta. Como é sabido, isto decorre em parte da incerteza inerente a qualquer processo de inferência e, em parte, dos limites impostos pelo próprio meio( consubstanciado pela carência de informações secundárias e pelas dificuldades em se levantarem informações primárias). Isto faz com que o custo e coleta de informações cresça de modo exponencial com a contabilidade já alcançada, como esta indicado na figura 1.4. Figura 1.4 Os gastos em elaboração em função da confiabilidade. Ou seja , a empresa deve gastar em consonância com o grau de confiabilidade já atingido na análise de viabilidade. Finalmente, deve-se notar que o processo de verificação da viabilidade se processa em etapas sucessivas de envolvimento por parte da empresa, como se pode ver na Figura 1.6. Figura 1.6. Os gastos acumulados em elaboração e análise em função do tempo. A idéia inicial pode ter surgido de uma oportunidade que a empresa detectou no meio através, por exemplo , de um diagnóstico externo feito por seu órgão de assessoria( ou então pode ter aparecido de uma oportunidade interna, como um novo produto ou o aproveitamento de um resíduo). Esta idéia inicial é traduzida numa análise de viabilidade superficial para verificar se vale a pena fazer análise de pré-viabilidade. Caso a resposta seja positiva, entramos na fase de análise de pré-viabilidade e. a seguir, na fase de análise de viabilidade. Quantias crescentes serão gastos nas pesquisas de mercado, análise de viabilidade técnica, determinação do tamanho, localização etc. O ponto importante, por mais obvio que possa parecer, é que os gastos devem ser feitos por etapas e que a empresa não deve gastar mais do que o necessário em cada estágio de decisão. 2. O ESTUDO DE MERCADO 2.1 Introdução Como o projeto consiste na definição de uma estrutura de produção capaz de satisfazer um determinada necessidade, o seu estudo de começar pela determinação quantificada dessa necessidade. No caso de um projeto para a produção de lápis, assume-se que a população tem uma necessidade de lápis para o seu consumo, e que o projeto deve determinar as condições e a estrutura de produção necessária para aumentar a oferta de lápis no país. Logo, é fundamental que seja determinado, antes de tudo, a necessidade de lápis, a cada ano, no presente e no futuro e, em função disso, quando deverá funcionar a empresas, que é o motivo do projeto. Portanto, o estudo de mercado é não somente o ponto de partida do projeto, mas também uma de suas etapas mais importantes, pois através dele determina-se a viabilidade ou não de continuar com as demais etapas do estudo. Se o mercado mostra que não há necessidade do produto, e que não será possível vendê-lo, de na serve continuar com o estudo. Se, pelo contrário, se constata que há uma possibilidade de venda, o estudo de mercado será o instrumento fundamental na determinação do tamanho e da capacidade de produção do projeto, através da quantificação dessas possibilidades de venda. A determinação dessa quantidade possível de ser vendida é a tarefa do e estudo do mercado, que tem, assim, pôr objeto determinar a quantidade de bens e serviços provenientes de uma nova unidade de produção, que numa certa área geográfica e em determinadas condições de venda ( preços etc.) , a comunidade está disposta a comprar. Para isso o estudo de mercado tem que responder a três perguntas básicas: * QUEM COMPRARÁ ? * QUANTO COMPRARÁ ? * A QUE PREÇOS COMPRARÁ O PRODUTO ESTUDADO ? Para responder a estas perguntas existe uma metodologia bastante ampla mas que exige sempre do projetista um esforço próprio de imaginação, capaz de adaptar as técnicas conhecidas ao caso estudado Tomando-se em conta os objetivos gerais e certas características básicas, é possível definir-se uma metodologia geral que seja adaptada e ajustada em cada caso particular, considerando que todo estudo de mercado implica os seguintes aspectos: a) É necessário analisar dados do passado, observar esse comportamento no presente e projetar essa tendência, de maneira que seja possível determinar a quantidade que será vendida no futuro. b) Para que uma determinada quantidade de bens possa ser vendida, é fundamental que haja pessoas interessadas em comprá-la, em outras palavras, é indispensável que haja procura. c) Além disto, é necessário que essa procura seja superior à oferta apresentada pelos demais produtores do produto, isto é , a procura deve ser superior à oferta. d) A essa diferença - procura menos oferta - chama-se procura insatisfeita e sua determinação é o objeto central do estudo de mercado. A metodologia geral para determinar a procura insatisfeita, presente e futura, do projeto estudado consiste em: a) Identificar claramente o produto dos consumidores e suas correlações. b) Coletar as informações necessárias. c) Analisar as informações anteriores e determinar corretamente as tendências das variáveis. d) Projetar essas tendências de maneira a determinar a procura insatisfeita futura. 2.2 - A identificação do produto e suas correlações Se a finalidade do estudo de mercado é definir a procura insatisfeita por parte dos consumidores do produto, é fundamental, antes de tudo, caracterizar corretamente o produto em questão. A identificação do produto, do ponto de vista do mercado ( diferentemente da caracterização do ponto de vista físico realizado pela engenharia) deve definir claramente o produto quanto a: a) Sua utilização. b) Seus substitutos e complementos. c) Sua vida útil. 2.2.1. A identificação do produto 2.2.1.1. O produto quanto a sua utilização. De acordo com sua utilização, o produto pode ser classificado nos seguintes tipos gerais. Durável De consumo Não durável BENS OU SERVIÇOS FINAIS De capital BENS OU SERVIÇOS INTERMEDIÁRIOS Os bens ou serviços finais são aqueles que são levados ao mercado já de forma definitiva com que serão utilizados pelos indivíduos, seja no processo de produção como equipamento. Os bens intermediários são levados ao mercado para serem utilizados por empresas que os transformam em produtos finais antes de os revender. A caracterização do produto , de acordo com sua classificação de uso, é indispensável para identificação do consumidor e para definir a metodologia a seguir no estudo de mercado. 2.2.1.2. O produto quanto a seus substitutos e complementos Antes de definir os consumidores , entretanto, deve-se determinar a correlação dos mesmos, seja com outros produtos complementares, seja com produtos substitutivos. O caso do produto complementar é importante principalmente para os bens ou serviços intermediários, cuja procura depende da demanda por outros bens finais. Por exemplo: a demanda por aço laminado depende da procura final dos produtos metalúrgicos; no caso de alimentos concentrados para animais, a demanda vai depender da procura final de carnes. Muitos bens, embora não sejam bens finais, também apresentam correlações positivas(complementares), como por exemplo: o consumo de borracha para lápis está relacionado com o lápis, o consumo de pneus com o consumo de veículos. Algumas vezes a correlação apresenta-se com variáveis não fundamentalmente econômicas, mas políticas, sociais e culturais. Por exemplo, o boom da venda de jogos de xadrez depois dos torneios mundiais; a procura de peixe durante a Semana Santa nos países de população católicos . Da mesma maneira, a definição do produto vai permitir (provavelmente com a ajuda da engenharia ) determinar as correlações negativas do produto ( sua substituição por outros. Por exemplo, os produtos de plástico e os de madeira, as fibras sintéticas e as naturais, etc. 2.2.1.3. A vida útil do produto Finalmente, na identificação do produto, deve-se ter presente qual é sua vida útil estimada. Assim, por exemplo, o dimensionamento do mercado de seringas muda completamente quando se considera seringas descartáveis, em vez de seringas de vidro. No primeiro caso, a procura será bastante superior uma vez que sua vida útil é instantânea. 2.3. A identificação do consumidor Quando o produto já é bem conhecido ( a sua utilização, as suas correlações, a sua vida útil), pode-se então determinar sem grande dificuldade quais são os consumidores potenciais do produto, observando quanto: - aos limites geográficos - ao nível de rendimento; - ao sexo; - à faixa etária; - ao setor produtivo etc. 3. Coleta de informações A compilação de informações inicia-se ao mesmo tempo que todo o trabalho enunciado anteriormente, uma vez que sem a busca de informações auxiliares um especialista em mercados não pode saber exatamente o que é o produto, nem definir os consumidores. Entretanto, somente após ter definido qualitativamente o produto e o consumidor, pode-se partir para a coleta das informações quantitativas que definem a procura. 3.1. Informações Relativas ao Consumo Histórico do Produto Quando se trata de um produto já existente no mercado, o ponto de partida para a coleta de informações deve ser o consumo já verificado anteriormente. Nem sempre é possível conseguir-se diretamente dados sobre o consumo. Há, entretanto, estatísticas nacionais que na maioria dos casos dispõem de dados que permitem a determinação de um valor aproximado do consumo: o consumo aparente. O consumo aparente é igual à produção nacional mais as importações menos as exportações. CA = PN + I - E 3.2. Informações Relativas à Capacidade de Produção Nacional Se o objetivo do mercado é a determinação da procura insatisfeita uma certa região( quase sempre todo o país), é fundamental conhecer a capacidade de produção, para saber então se justifica uma nova unidade de produção. 3.3. Informações Relativas População Consumidora. Se os consumidores, direta ou indiretamente, são o elemento-chave do mercado, análise da população de consumidores é o elemento-chave do estudo de mercado. Quando dispomos de uma definição clara dos consumidores, a análise da população dos mesmos pode ser realizada diretamente através dos relatórios estatísticos anuais, que apresentam a série histórica da população, por diferente categorias: de idade, de sexo etc. As estatísticas tornam-se menos precisa no caso de bens intermediários, cuja "população " consumidora não é humana. Por exemplo, no caso de alimentos concentrados , trata-se de determinar o tamanho de rebanho de gado ou de aves em geral; no caso de um tipo especial de inseticidas para certos cultivos, deve-se determinar a área desse cultivo. 3.4. Informações Relativas às Preferências dos Consumidores. As informações enunciadas até aqui são suficientes para a determinação do nível de consumo e são úteis para determinar a procura insatisfeita passada e atual. Para realizar a projeção e determinar a procura futura, é necessário conhecer o processo de tomada de decisões utilizado pelos consumidores quando se inclinam para comprar o produto. Tanto no estudo do mercado de novos produtos como de produtos substitutivos de outros que já existam no mercado, a determinação atual do padrão de "gosto"da população e das possibilidades da evolução desses "gostos" tem uma grande importância na determinação da procura futura. 3.5. Informações Relativas ao Nível de Consumo em Função do Preço É um dos princípios elementares da teoria econômica, que a demanda (procura) por um bem é uma função inversa do preço de mercado do produto considerado. O projeto necessita, por isso, quantificar como reage a demanda em conseqüência de mudanças no preço. Para isso definem-se as chamadas funções de demanda e de oferta, com base nos coeficientes de elasticidade do produto. Para a compreensão e o suo do conceito de elasticidade, observemos duas curvas de demanda: uma para relógios de pulso e outra para batatas. Observe-se o que acontece com as procuras destes dois bens, quando ocorre uma mesma redução de preços de R$ 30 ,00 para R$ 20,00. No caso das batatas, a um preço de R$ 30,00 , vendem-se no país 400 ton., se há redução de preços até R$ 20,00 por ton., este consumo sobe a 480 ton. No caso dos relógios, ao preço de R$ 30,00 cada um, vendem-se no país 10.000 unid.; se ocorre baixa de preços até R$ 20,00, está procura sobe até 25.000 relógios. Pode-se observar que a uma mesma variação de preços estes dois produtos reagem quantitativamente de forma diferente, isto é, quando se realiza o mesmo esforço sobre os preços, a procura de relógios expande-se mais do que a de batatas. A este efeito de expansão chama-se de elasticidade. Neste caso os relógios apresentam maior elasticidade do que as batatas. " "REDUÇÃO NO PREÇO "AUMENTO DA PROCURA " " "(%) "(%) " "Batatas "33 "20,0 " "Relógios "33 "150,0 " O conceito de elasticidade da demanda é, portanto, a variação relativa (percentual) na quantidade procurada ( relógio ou batata) por cada variação unitária (1%) na variável considerada (preço) determinada. E = (Q / Q = 15 / 10 = 4,54 (P / P 10 / 30 Ao fator 4,54, chamar-se-ia nestas condições de elasticidade-preço da procura por relógios. Para as batatas, a elasticidade seria: E = (Q / Q = 80 / 400 = 0,6 (P / P 10 / 30 Quando se conhece, portanto, a função demanda-preço do produto, a determinação da elasticidade não apresenta dificuldades. Entretanto, muitas vezes o preparador ou avaliador de projetos encontra a situação em que esta função não é conhecida por falta de investigações preliminares. Neste, caso, pode-se tentar determiná-la através de dados estatísticos de consumo e de preço passados do próprio produto, ou de um outro produto frente ao qual o consumidor se comporta de maneira equivalente. No caso de batatas, por exemplo, pode-se assumir uma elasticidade similar à apresentada por feijões, favas e outros bens de consumo do mesmo gênero e características econômicas. Quando não for possível determinar os preços futuros do bem com um razoável grau de confiança, é conveniente realizar um análise de sensibilidade e determinar as diferentes demandas equivalentes para diferentes preços possíveis. 3.6. Informações Relativas ao Consumo em Função da Renda Per Capita Da mesma maneira que o preço, o nível de renda do consumidor exerce uma reação sobre sua disposição a comprar o produto, condicionando o nível de seu consumo e, conseqüentemente, o nível de sua renda. Na determinação da procura, é importante conhecer a evolução esperada da renda per capita dos consumidores do produto, e saber a relação que há entre esse nível de renda e essa procura. Essa relação é definida - da mesma maneira anteriormente estudada com relação ao preço - através de uma elasticidade -renda da procura. 3.7 - Informações relativas ao Mercado Internacional Para a determinação do consumo real ou aparente, é fundamental um conhecimento dos dados referente à importação e à exportação do produto. Entretanto, além dos dados relativos ao comércio externo do país, é fundamental conhecer a situação geral do mercado internacional em relação ao produto, principalmente no caso dos produtos exportáveis ( que apresentam possibilidade de ser exportados), ou produtos em que o país não tem tradição produtiva. Embora esta situação seja muitas vezes conveniente do ponto de vista macroeconômico, é necessário que o avaliador do projeto disponha de todas as informações necessárias para tomar uma decisão quanto à sua execução. Os dados referentes ao mercado internacional não são difíceis de obter através das publicações de organismos nacionais e principalmente das publicações dos organismos internacionais , como as Nações Unidas, BID, etc. 3.8 - Informações Relativas à Contabilidade Nacional, Renda Per Capita O consumo futuro dos bens está relacionado a uma quantidade de dados da economia em geral. É necessário ter os dados referentes à renda nacional, à população, à balança de pagamentos, às despesas públicas programadas, ao nível de poupança, à renda disponível. De acordo com o produto considerado, uma ou outra destas variáveis é mais importante que as demais. O projetista deve ter presente que não pode deixar de considerar todas as variáveis básicas para o seu estudo de mercado mas tampouco pode perder tempo à procura de informações que não sejam necessários. 3.9 - Informações Relativas à Política Econômica do Governo e às Políticas de Governos Estrangeiros. Finalmente, há que considerar como básicas as informações referentes à política econômica do governo. Esta política tem profunda repercussão no mercado: primeiro por causa de seus efeitos sobre os preços e as rendas, cujas conseqüências já foram estudadas; segundo porque certas medidas deste tipo podem ser básicas na redução da demanda prevista ou na criação de uma demanda adicional para determinados bens. Por exemplo, se o governo decide uma política habitacional ambiciosa, isto gerará um grande mercado de materiais de construção; a construção de escolas gerará uma procura extra de carteiras, lápis, etc. A política alfandegária é um dos mais importantes aspectos na definição do mercado para produtos nacionais. A imposição de tarifas altas, ao dificultar as importações, gera uma procura por produtos nacionais que não existiria em condições normais. Ao contrário, se o governo decide suspender as tarifas à importação de certos bens, os produtos nacionais concorrentes terão problemas com a procura. No caso de produtos facilmente comercializáveis, além do estudo da política econômica nacional, deve-se estudar a política dos governos estrangeiros. Se o país está dentro de uma área de comércio preferencial ( Mercado Comum Europeu, Mercosul..), a situação dos mercado dos demais países deve ser estudada, assim como as perspectivas políticas dos governos. É muito conveniente as perspectivas dos países importadores em potencial, sua balança de pagamentos nos últimos anos ( se apresenta déficit, é provável que as importações diminuam), as tendências protecionistas etc. 3.10 - Informações Relativa aos Preços, à Concorrência e às Formas e Dificuldades da Comercialização. Se os preços do próprio poluto já foram estudados, é necessário complementar este estudo com a análise das possibilidades de bens substitutos e seus preços relativos. A falta desse tipo de estudo foi trágica, por exemplo, no caso de projetos de fibras naturais que não estudaram a possibilidade das fibras sintéticas e o seu baixo custo. Paralelamente, devem-se coletar todos os antecedentes que permitam demonstrar a existência e os requerimentos de uma infra-estrutura de comercialização para a distribuição do bem. Assim, por exemplo, se determinamos a existência de uma demanda, em certa região, de carros ou outro equipamento qualquer, mas comprovamos a impossibilidade de instalar uma infra- estrutura de serviços e de reparações, dificilmente conseguiremos transformar a procura potencial numa procura real. Isso ocorre atualmente com as pequenas montadoras de minicomputadores que são capazes de produzir equipamentos de qualidade e preços competitivos, mas enfrentam dificuldades na comercialização, exatamente pelas limitações em sua assistência técnica. 4. Análise das Informações e Definição dos Critérios e Parâmetros de Projeção Depois de coletadas as informações, os projetistas ou avaliadores estão em condições de determinar a situação atual da demanda insatisfeita ( demanda menos oferta) e, através da análise dos dados disponíveis, definir a tendência que apresentará essa demanda no futuro, que é o verdadeiro objetivo do estudo. Para isto, uma vez delimitadas as variáveis que realmente influenciam na constituição da demanda insatisfeita, o papel do projetista é analisá- las e determinar e quantificar os efeitos de cada variável sobre essa demanda. A oferta potencial (capacidade instalada) varia quase sempre de maneira discreta, pela entra no mercado de novas unidades de produção. O estudo da oferta limita-se , portanto, à observação da possibilidade de ampliação da produção nas instalações atuais e na criação de novas instalações. Isso é feito através do levantamento de projetos em execução, solicitações de licenças para importação ou compra de equipamentos etc. No que se refere à procura, a análise requer o estudo do efeito de cada variável. Por exemplo, a procura de lâminas de barbear é função principalmente do preço, da população masculina numa certa idade, do nível de renda per capita e da política alfandegária. Logo, é preciso analisar para determinar em que proporção cada uma dessas variáveis pressiona sobre a procura. O estudo dos dados permite a determinação de certos parâmetros que definem a tendência da demanda e sua quantificação. Da mesma maneira que as informações a serem coletadas dependem do produto que é estuda, a metodologia do processamento dessas informações e sua projeção dependerão também do produto. Entretanto, algumas considerações de ordem geral podem ser vistas. No que se refere aos bens finais de consumo, duráveis ou não duráveis, um dado fundamental é a evolução do consumo geral e a sua tendência histórica, complementado com considerações relativas ao preço e à renda per capita futura, bem como as respectivas elasticidades. No que se refere aos bens intermediários, além do estudo, que sempre é possível, da tendência histórica do próprio produto, é necessário estudar o comportamento da demanda e da produção dos bens finais que os utilizam. Por exemplo, os alimentos concentrados para aves tem a sua procura como função do consumo de frangos e, portanto, é necessário quantificar a procura desse bem final e correlacioná-lo com a procura de alimentos concentrados, através de um coeficiente tecnológico que relacione a produção de frangos com o consumo de alimentos concentrados. Com relação à procura dos bens de capital, deve-se observar que há uma relação direta com a demanda dos bens a serem produzidos por esses equipamentos e, portanto, com os planos de instalação das novas unidades que necessitem deles. Esses bens apresentam uma correlação com o nível de crescimento do produto nacional e também com as vida útil respectiva, devido à procura gerada periodicamente pela substituição de equipamentos improdutivos ( por estarem deteriorados ou obsoletos). 5 - Projeção de Dados Certas informações obtidas tem um caráter apenas qualitativo que serve para orientar quanto ao risco do estudo. Outras, as mais importantes de base à quantificação da procura e da oferta futuras, através da projeção dos valores observados e de acordo com os critérios e métodos estatísticos conhecidos , utilizando os parâmetros indicados. Os métodos e critérios estatísticos mais utilizados referem-se à: - extrapolação da tendência histórica; - projeção através da aplicação dos coeficientes de elasticidade. 5.1. A Extrapolação da Tendência Histórica Esse tipo de extrapolação considera que as variáveis que incidem na determinação da procura ( preço, gosto do consumidor, nível de renda per capita etc.) irão comportar-se no futuro da mesma maneira que no passado. a) Critério da taxa aritmética VF= Vo (1+ i n) VF= Valor Final Vo= Valor Inicial i = Taxa n = Período Com o exemplo abaixo projetar para os três anos seguintes: Primeiro passo: encontrar a taxa do período: nn b) Critério da Taxa Geométrica: VF= Vo ( 1+i ) Utilizando o exemplo acima projetamos: 5.2. Projeção através da Aplicação dos Coeficientes de Elasticidades. A maneira mais correta de projetar a demanda é através da aplicação dos coeficientes de elasticidade às variáveis preço e renda, considerando , além disso, os efeitos das outras variáveis que incidirão sobre a procura futura. Na extrapolação histórica, determina-se a taxa de crescimento diretamente em função do sucedido passado. No caso de utilizar os coeficientes de elasticidade, essa taxa tem que ser determinada a partir das variáveis que incidem na formação da procura, preços e renda. ( Utilizar exemplo do estudo de mercado - parte 3.5) 5.3. Esquema de Projeções para as Demandas Para os bens de consumo, projeção pelo método da extrapolação histórica, sempre que as condições presentes (renda, preço, gosto, etc.) se mantenham, no futuro; pelo método dos coeficientes de elasticidade-renda e preço e taxa de crescimento da população, quando se espera variação das condições socioeconômicas. Para bens de capital por correlação com a evolução do produto nacional, principalmente industrial, observando em particular o crescimento histórico do estoque de capital do país, por exigências de aumento de produção, de inovações tecnológicas e de reposição. Quando se trata de um equipamento para produzir um determinado bem de consumo, é conveniente estudar a procura desse bem e ajustá-la à procura do equipamento, com um estudo especial relativo à inovação tecnológica e às suas conseqüências sobre a demanda do produto. Para bens intermediários, por qualquer dos métodos anteriores, sempre que se determinem os coeficientes tecnológicos que relacionem o bem intermediário com os bens finais. 3. TAMANHO O estudo do mercado determina a capacidade que a economia tem para absorver o produto em estudo, e estima a evolução futura dessa capacidade de absorção durante a vida útil do projeto. Com essa informação os projetistas têm o ponto de partida de quanto deve ser, em princípio a produção programada para o projeto. 3.1. A viabilidade do Tamanho Antes de determinar o tamanho ótimo, através da analise das alternativas viáveis, os projetistas podem eliminar diversas possibilidades de tamanho que se apresentam inviáveis. a) A inviabilidade do Mercado O elemento de juízo mais significante para determinar o tamanho do projeto é em geral o total da demanda a ser atendida. O problema torna-se mais complicado ao considerar as variações da demanda em função da receita, dos preços, dos fatores demográficos, das modificações na distribuição geográfica do mercado e da influência do tamanho dos custos. A demanda poder ser um fator de muito significado quanto ao tamanho e localização da fábrica, dependendo de como se encontra geograficamente distribuída. b) A inviabilidade Tecnológica Se, por outro lado, se tomasse como tamanho a produção de 5.000 unidades por mês os projetistas certamente não obteriam uma tecnologia adequada para produzir, com rentabilidade, tão pequena quantidade de lápis. Além disso, esse tamanho deixaria de aproveitar toda a potencialidade que o mercado oferece. c) A inviabilidade Empresarial e Financeira Mesmo quando se reúnem todas as condições de viabilidade de um certo tamanho de projeto, pode ocorrer a inviabilidade por lado dos empresários, seja através da incapacidade financeira, seja por incapacidade administrativa para realizar um projeto de grandes dimensões. No caso de empresas privadas, este aspecto corresponde a um dos mais importantes fatores limitativos de viabilidade do tamanho mínimo permitido pelo mercado. No caso das empresas publicas, essa limitação também se apresenta quando se trata de grandes projetos de infra-estrutura, cujo financiamento exige recursos enormes. d) A inviabilidade Locacional Tamanho e localização são duas etapas muito vinculadas. Por isso, a localização pode ser um fator de inviabilidade para certos tamanhos. Isso ocorre nos projetos com matérias-primas de alta densidade de transporte, ou com uma baixa densidade de valor, quando o aumento da fábrica pode forçar a utilizar matérias-primas de locais muito distantes, tornando os custo de produção superiores ao máximo permissível. 3.2. A escolha do Tamanho Ótimo. Considere-se o caso em que o tamanho já está delimitado; no seu máximo, pela capacidade de absorção do mercado, e, no seu mínimo, pela inexistência de tecnologia que produzam abaixo de um certo nível; combinado isso com as possibilidades empresariais e localizacionais. Restará ainda um grande número de alternativas possíveis, entre as quais deve-se tomar a que vai corresponder ao tamanho ótimo do projeto. O processo para determinar esse tamanho ótimo é, uma vez mais, um processo de aproximações sucessivas que consiste em: a) Tomar uma das alternativas viáveis de tamanho. b) Considerar essa alternativa, desenvolver todo o projeto a um nível preliminar. c) Determinar os custos e receitas, lucro e rentabilidade dessa alternativa. d) Repetir essas operações para cada uma das demais alternativas. e) Determinar qual dessas alternativas é a "melhor". f) Tomar essa alternativa como o tamanho ótimo para o projeto. g) Com esse tamanho, elaborar o projeto numa forma mais detalhada. Em geral, utilizam-se os critérios do custo unitário e/ ou do custo médio, principalmente porque quase sempre essa situação coincide com o máximo valor de lucros e, portanto, com o máximo valor atual líquido. O critério do custo unitário mínimo baseia-se nos princípios de economia de escala. Por economia de escala entenda-se o fato de que uma elevação na produção permite reduzir, até um certo ponto, o custo de cada unidade produzida. No caso de uma procura evolutiva, o tamanho deve ser o que conduza ao custo unitário mínimo para atender à procura atual, ao mesmo tempo que tenha capacidade disponível para atender à procura futura. 4 - LOCALIZAÇÃO 4.1 - Introdução O estudo do projeto deve definir claramente qual será a melhor localização possível para a unidade de produção. Evidentemente, a melhor localização será a que permitir aumentar a produção e ao mesmo tempo reduzir os custos necessário a essa produção, elevando assim ao máximo os benefícios líquidos do projeto. O custo do fluxo de insumos em direção à fábrica implica uma elevação dos custos de produção, o que provoca uma redução no nível dos benefícios expressos em termos monetários. Da mesma maneira, um alto custo do transporte do produto final pode também forçar a empresa a baixar os seus preços de fábrica para evitar a perda do mercado. Desta maneira, o estudo da localização está relacionado com as demais etapas do projeto, principalmente os custos, a engenharia, o mercado, o tamanho. 4.2. A Macrolocalização O estudo da macrolocalização consiste em definir a região ou cidade onde se deverá situar a unidade de produção, para reduzir ao mínimo os custos totais de transporte. Provavelmente haverá uma ou mais localizações em que será mínima a soma total dos custos de transporte dos insumos até a fábrica e dos produtos até o mercado. Então, é possível determinar uma série de pontos geográficos em que a soma dos fretes seja igualmente mínima e que possam ser considerados como possíveis para a instalação da fábrica. a) Disponibilidade e Características da Matéria- Prima Há matérias-primas que pela sua natureza física ou pelas dificuldades de outra ordem qualquer não são de fácil transporte. Se essas matérias primas constituem parte importante dos insumos, não é conveniente transportá-las desde longas distâncias, e torna-se necessário decidir por uma localização próxima da sua origem. b) Disponibilidade e Classificação da Mão-de-Obra No interesse de obter-se um custo baixo, existe a tendência de buscar localizações onde a oferta de mão de obra seja alta e o nível dos salários baixo. Porém, é necessário ponderar-se uma série de fatores , dependendo da natureza da indústria. c) Disponibilidade dos serviços básicos Os aspectos relativos aos serviços influem consideravelmente na seleção da localização das unidade industriais. A disponibilidade e o custo dos mesmos tem incidência no custo do produto. Quando uma região não dispõe de abundantes recursos de geração e distribuição de energia elétrica, esse fato pode constituir um fator limitante no estudo da localização. d) Políticas Localizacionais Além das considerações exclusivamente técnicas sobre a localização, é necessário considerar as políticas governamentais referente á localização, especialmente das indústrias. Os governos, com o objetivo de reduzir desigualdades regionais, oferecem certos incentivos e vantagens para a instalação em regiões menos desenvolvidas. Tais vantagens - financiamento, isenção de impostos, etc. - podem, muitas vezes, justificar uma determinada localização , ainda que não seja a localização ótima de acordo com os aspetos vistos anteriormente. 4.3. A Microlocalização A investigação do lugar específico, recomendado para a instalação definitiva de um projeto, é o passo seguinte após ter sido definida a zona de localização. Apenas em casos muito raros poderá ocorrer que, por dificuldade em determinar o local específico apropriado, tenha-se de mudar a macrolocalização. Para efetuar a seleção do local é necessário ter informações básicas a respeito das características de engenharia da fábrica. a) Descrição física do edifício a construir. b) Área atual e futura requerida. c) Necessidade de linha férreas, estradas, etc. d) Volume e características de águas residuais. f) Regulamentações sobre poluição do ambiente e volume estimado que o projeto gerará. g) Instalações de equipamentos e construções especiais. h) Layout ( distribuição dos equipamentos e fluxo, e transporte de material dentro da fábrica). Com essas informações chega-se a estudar a localização específica, analisando-se os terrenos disponíveis com o seguinte esquema: a) Superfície disponível. b) Topografia do terreno. c) Características mecânicas do solo. d) Custos do terreno. e) Impostos presentes e futuros sobre o mesmo. f) Proximidade das vias de comunicação. g) Proximidade dos serviços públicos. h) Transportes urbanos ou suburbanos. i) Serviços de esgoto, água, luz, telefone, gás . j) Disponibilidade de escolas, hospitais e demais necessidades requeridas. k) Obras futuras nos arredores do terreno. l) Regulamentação da zona industrial. como se pode deduzir, na prática é difícil conseguir um terreno que preencha todas as condições ideais. É fundamental que cada projetista procure comparar as alternativas e possua bases sólidas para defender posteriormente a localização que recomendar. Todas esses fatores, devidamente quantificados dentro de uma análise técnica, eliminam apreciações subjetivas que podem causar dificuldades devido a erros de localização. 5. ENGENHARIA 5.1. Introdução Cada setor produtivo e cada projeto apresenta características próprias de engenharia. Isso obriga os tecnológicos a usarem diferentes metodologias e diferentes formas de apresentação da engenharia conforme o projeto. Entretanto, em geral, essas metodologias seguem um processo que consiste basicamente em quatro etapas: a) Ensaios e investigação de preliminares. b) Seleção e investigação de processo e dos equipamentos (seleção de tecnologia). c) Projeto de construção civil e infra-estrutura. d) Análise de rendimentos. 5.2. As Etapas da Engenharia 5.2.1. Ensaios e Investigações Preliminares Desde que surgiu a idéia de um produto, até à definição de seu processo de produção, quase sempre é necessário realizar uma quantidade de estudos, de pesquisas de ensaio e tentativas preliminares. Embora seja possível que para muitos projetos (especialmente quando se trata de pequenas e médias empresas industriais) esses estudos pareçam desnecessários, dado o conhecimento já acumulado no que se refere ao processo e aos equipamentos, raramente se poderão evitar os ensaios e tentativas prévias com relação à engenharia, principalmente quanto a grandes projetos industriais, de estradas, de energia etc. Entretanto, por mais que seja fundamental ao desenvolvimento do projeto e à descrição da engenharia, os projetistas raramente referir-se em detalhes às investigações preliminares e aos ensaios, exceto quando isso for decisivo para justificar um determinado processo de produção selecionado, ou quando se trate de um produto novo. 5.2.2. Seleção do Processo e dos Equipamentos Necessários (Seleção de Tecnologia) A produção é o resultado da combinação e transformação de determinados insumos com o objetivo de conseguir determinados bens ou serviços procurados no mercado. Para isso o projeto requer um processo de produção e uma certa quantidade de equipamentos, de instrumentos e de instalações auxiliares, que efetuem a combinação e a transformação dos insumos no produto final. Em raros casos o projeto requer um estudo específico de engenharia para a definição de um novo processo e de equipamentos inexistentes. Na grande maioria dos casos os projetos devem processos e equipamentos selecionados entre alternativas tecnológicas disponíveis no mercado. 5.2.2.1. O processo de produção Tanto do ponto de vista da teoria do projeto em geral como do ponto de vista de cada projeto em particular, há uma grande variedade de processo possíveis. O processo de produção num projeto de estradas, ou de educação, tem características muito diferentes do processo num projeto industrial ou agropecuário. Ao considerar, entretanto, diferentes projetos de estradas ou industrias, ou de educação, as possibilidades de processos de projetos de produção são diferentes. Pode-se construir a estrada com grandes equipamentos ou com a utilização intensiva de mão-de-obra; no projeto industrial, uma fábrica de cimento, por exemplo, pode selecionar um processo seco ou um processo úmido, um forno horizontal ou um vertical; etc. Os fatores que determinam a escolha de um processo são os mesmos do estudo da seleção de equipamentos: tipo de matéria-prima, disponibilidade de recursos (humanos e financeiro), tipos de tecnologia oferecidas, normas determinadas pelas autoridades econômicas, etc. 5.2.2.2. A seleção de equipamentos Paralelamente à escolha do processo de produção, os projetistas devem selecionar os equipamentos necessários. O sistema consiste em definir os equipamentos principais ao mesmo tempo que se estuda o processo, e, posteriormente, definir os equipamentos secundário ou auxiliares. Quando se opta por um processo seco para a produção anual de 200.000 toneladas anuais de cimento, deve-se optar paralelamente por um tipo de forno. Em seguida determina-se os motores, equipamentos de transporte, etc. Conhecidos tipos de equipamentos principais e secundários, os projetistas devem determinar o equipamento exato a comprar: marca, fornecedor, origem, custo, etc. Para essa eleição final, os projetistas vêem-se obrigados a relacionarem-se com os possíveis fabricantes e fornecedores dos tipos de equipamentos necessários, e com instaladores desses equipamentos e seus acessório complementares, considerando as propostas (condições e desempenho) de cada alternativa. A análise das propostas e complexa e não é caso de escolher os mais baratos em termos diretos, e sim o mais econômico no conjunto. Para a seleção de equipamento é necessário ter em conta principalmente os seguintes fatores: a) Custos. b) País de origem. c) Facilidade de crédito e outras considerações financeiras. d) Moeda de pagamento. e) Possibilidade de ampliar a capacidade. f) Assistência técnica. g) Manutenção e peças de reposição. h) Facilidade de montagem no pais. Com base nessas considerações, pode-se determinar um conjunto de alternativas mais eficazes e, determina-se a tecnologia a ser aplicada. A solução desse problema de maximização apresenta ao empresário, ao consultor e ao avaliador a necessidade de uma escolha entre variáveis contraditórias. No estudo do tamanho do projeto, foi possível determinar essa solução ótima ao comparar alternativas diferentes. Teoricamente, de acordo com as teorias clássicas do equilíbrio econômico, deve-se selecionar entre uma ou outra dessas alternativas, segundo o custo de recursos. Esses custos estão em função direta da disponibilidade e da procura desses recursos na economia. A maneira correta consiste, portanto, em realizar uma verdadeira seleção entre todas as alternativas tecnológicas possíveis. Uma vez determinadas algumas alternativas, compará-las entre si nos diferentes aspectos de cada uma, até conseguir definir uma tecnologia que permita um máximo rendimento. Para essa comparação, deve-se utilizar um processo semelhante ao utilizado na determinação do tamanho ótimo. Sempre que os projetistas, ao trabalhar a nível privado, não consideram os aspectos globais sócio econômicos, os avaliadores do governo tem que corrigir essa distorção pelo uso de critérios de avaliação econômica e exigir mudanças no projeto. 5.2.3. O projeto de construção Civil e infra-estrutura Depois de definidos o processo de produção e os equipamentos, os projetistas dispõem de informações suficientes para determinar os requerimentos em obras de construção civil ( quantos metros quadrados e que tipo de construção é necessária) e em infra-estrutura e obras complementares ( estradas internas, energia elétrica, serviços hidráulicos etc.). Os projetistas devem ter presente a necessidade de maximização a longo prazo, e não devem projetar construções e instalações muito superiores à procura atual do produto, mas devem prever possíveis ampliações futuras. No caso de indústria manufatureiras deve haver um cuidado especial, já que a distribuição dos edifícios industriais terá um relação importante com os problemas de manejo e circulação de matérias primas , de materiais em processo de elaboração e de produção. O lugares de recepção, armazenamento, oficinas centrais e outras instalações devem estar localizados funcionalmente com relação ao edifício da fábrica propriamente dita e aos serviços de transporte. Para um estudo de viabilidade, o anteprojeto arquitetônico permite definir com bastante aproximação a quantidade de obras necessárias, e estimar o custo das edificações. Os arquitetos e engenheiros civis podem, com o anteprojeto mencionado, dar as principais especificações de construção, e somente quando o projeto já estiver definitivamente aprovado, proceder aos desenhos e à elaboração das listas de material e detalhes de construção. 5.2.4. A Análise de Rendimento A engenharia deve estudar as necessidades detalhadas de cada dessas variáveis indispensáveis para o funcionamento da empresa, em diferentes níveis de produção. Os principais detalhes a serem estudados são: a) Matéria Prima: quais são as matérias primas necessárias para o processo de produção e qual é a quantidade necessária de cada uma pra a obtenção de uma unidade do produto; origem da matéria prima e o custo de transporte de uma unidade da mesma, de sua origem até onde está localizado o projeto; se 'são produtos perecíveis; se há dificuldade em obtê-los; quanto deve haver em armazém de cada matéria prima, para evitar problemas de abastecimento e como devem ser armazenados. b) Materiais Indiretos e Secundários: tanto os materiais indiretos ( os que participam do processo de produção, mas não são agregados os produto final) quanto os secundários ( agregam-se, mas numa proporção muito pequena), devem ser estudados da mesma maneira que as matérias primas. c) Outros Insumos: além das matérias primas básicas e dos materiais indiretos e secundários, a engenharia deve estudar os requerimentos do demais insumos, como eletricidade, águas , combustíveis lubrificantes e artigos de escritórios, etc. d) Mão de Obra: uma vez determinadas as exigências dos materiais anteriores para a realização da produção, é indispensável determinar a qualificação e a quantidade da mão de obra necessária, assim como sua disponibilidade na região. A determinação dessas informações relativas a materiais, insumos e mão de obra não apresenta grandes dificuldades na medida em que sejam conhecidos o processo e os equipamentos. CUSTOS PARA PLANEJAMENTO E DECISÃO 6.1 Relação Custo/Volume/Lucro A relação Custo/Volume/Lucro é a relação que o volume de vendas tem com os custos e lucros. 1 Custos e Despesas Variáveis Os custos e despesas variáveis são aqueles que variam proporcionalmente em relação aos produtos fabricados ou aos serviços prestados. Esses custos e despesas aumentam ou diminuem conforme a ocorrência de acréscimos nos níveis de produção e vendas. Exemplo: - A matéria-prima na área de produção; - Os fretes na área de comercialização. Tanto o custo como a despesa variam numa relação direta com as variações dos volumes de vendas e produção. Os custos e despesas variáveis aparecem somente quando a atividade ou a produção é realizada. Suas principais características são: - Em unidades – os custos variáveis permanecem constantes - No total – quanto maior o volume de produção ou atividade, maiores serão os custos. 2 Custos e Despesas Fixas Nenhum custos ou despesa são eternamente fixos. Eles são fixos dentro de certos limites, níveis de atividade. E suas oscilações ocorrem proporcionalmente, em faixas de níveis, para que não deixem de serem fixos. Os custos fixos ou despesas fixas são aqueles que independem da quantidade produzida ou do volume de atividade. Exemplo: Aluguel, o imposto predial, a depreciação. Suas principais características são: - Em unidades – quanto maior for o volume de produção, menores serão os custos fixos unitários. - No total – os custos fixos não variam e independem das quantidades produzidas em um determinado nível de atividade. 2 Análise do Custo/Volume/Lucro A análise do C/V/L é usada para determinar as inter-relações entre diferentes níveis de atividades (vendas), custos, preços de venda e composição de vendas e dos rendimentos. A análise preocupa-se com o efeito sobre rendimentos de uma alteração no volume de vendas, preço de venda, composição de vendas e custos. A análise exige também que os custos fixos e variáveis sejam separados e calculados de modo que todos os custos possam ser divididos simplesmente em fixos e variáveis. Objetivo: Existe uma diferença qualitativa importante entre o longo e o curto prazo, definido da seguinte forma: longo prazo é o planejamento para mudanças e curto prazo é a adaptação às mudanças. No curto prazo a capacidade de saídas de produção da empresa é fixa, assim a sua liberdade de ação é limitada. A análise Custo/Volume/Lucro é uma ferramenta importante no planejamento de curto prazo, porque explora o relacionamento existente entre as suas quatro principais variáveis: custo, receita, volume de saídas e lucro. 1 Aplicação da Análise Custo/Volume/Lucro Ao planejarem suas estratégias de curto prazo, os gestores de uma organização precisam saber qual será o efeito das mudanças em uma ou mais dessas variáveis, e o efeito dessas mudanças no lucro. O relacionamento entre o custo e o volume das saídas auxilia o estabelecimento nas estratégias de preço e também do melhor mix de vendas. A análise Custo/Volume/Lucro da ênfase ao comportamento dos padrões de custo em relação às diferentes saídas de produção, como um guia para selecionar os níveis de lucro e a adoção de uma política apropriada de preço. Então em um modelo de curto prazo, esta análise oferece aos administradores uma visão geral do processo de planejamento. A reação do custo às influências das diversas variáveis, é imprescindível para a tomada de decisão. A análise C/V/L reforça, a respeito a distinção entre custos fixos e variáveis. Custos Fixos – São aqueles os quais suas mudanças independem do volume de saídas da produção. Custos variáveis – São aqueles os quais suas mudanças são dependentes diretamente das mudanças nos níveis de atividades. 2 Fatores que Envolvem a Análise do Custo/Volume/Lucro - Preços de Venda (PV) - Volume de Vendas - Custos Variáveis (CV) - Custos Fixos (CF) 3 A proporção custo/volume/lucro Vendas = custos variáveis + custos fixos + lucro A diferença básica entre a equação do custo/volume/lucro e a equação do Ponto de Equilíbrio é o acréscimo do lucro. 3 Margem de Contribuição (Mcu) e Razâo de Contribuição Unitária (Rcu) É a diferença entre a Receita e o Custo Variável de cada produto. É o valor que cada unidade efetivamente traz à empresa de sobra entre sua receita e o custo que de fato provocou e lhe pode ser imputado sem erro. A Margem de Contribuição, sem erro, somente é possível no Custeio Variável (Direto), pois nele os Custos Fixos não são apropriados ao produto, e sim são jogadas integralmente no resultado. E isto proporciona uma melhor análise do custo do produto, não incorrendo em problemas de rateio dos custos diretos. Exemplo: Produto "X" Preço de Venda = R$ 20,00 / unidade Custos Fixos = R$ 130.000 por ano Custo Variável = R$ 3,00 / unidade Fabricação com venda integral = 30.000 unid./ano, com capacidade para aumentar a produção para 40.000 unid./ano. "Unidade Vendidas "30.000 unidades "40.000 unidades " " "Total "Unidade "Total "Unidades " " "(R$) "(R$) "(R$) "(R$) " "Receita Total "600.000,00"20,00 "800.000,00"20,00 " "Custo Variável "90.000,00 "3,00 "120.000,00"3,00 " "Margem de Contribuição"510.000,00"17,00 "680.000,00"17,00 " "Custo Fixo "130.000,00"4,33 "130.000,00"3,25 " "Lucro Líquido "380.000,00"12,67 "550.000,00"13,75 " Análise: Com o aumento do Nível de Produção de 30.000 unidades para 40.000 a Margem de Contribuição também aumentou no total, mas manteve-se fixo por unidade. Isto porque, mesmo com o aumento da produção o Custo Variável por unidade permaneceu igual, e não houve alteração no preço de venda. Os custos totais variáveis aumentaram proporcionalmente com o volume das vendas, já o custo variável unitário ficou constante. O custo fixo total é constante para estes níveis de atividade, já o unitários varia conforme muda a quantidade vendida. Quanto maior for o volume vendido, menor será o custo fixo unitário, e quanto menor for, maior será o Lucro Líquido. Vejamos a relação Custo Fixo e Margem de Contribuição no gráfico. Para uma empresa ter lucro, a Margem de Contribuição deverá cobrir e exceder os Custos Fixos, caso contrário ela terá prejuízos. 4 Ponto de Equilíbrio É também denominado de ponto de ruptura "BREAK-EVER-POINT", e nasce da conjugação dos custos totais com as receitas totais. É o ponto a onde os Custos Totais e as r receitas Totais se igualam. A partir deste ponto a empresa entra na área da lucratividade. A análise do Ponto de Equilíbrio é muito importante para a esfera gerencial, os que tomam decisões devem compreender a relação entre o custo de realização dos negócios e a receita gerada pelas vendas da empresa. Esta relação é importante porque, em sua forma mais simples, é a própria definição de Lucro. No conceito de Ponto de Equilíbrio, verificamos que este ocorre na igualdade dos Custos Totais e as Receitas Totais. Portanto, o lucro de uma empresa é obtido a partir de vendas ocorridas acima do Ponto de Equilíbrio. A análise do Ponto de Equilíbrio é fundamental nas decisões referente a investimentos, nos planejamentos de controle do lucro, no lançamento ou corte de produtos e para análise das alterações do Preço de Venda conforme o comportamento do mercado. Para a determinação do ponto de Equilíbrio, é necessário definir alguns termos usados: - Receita Total (RT): É o número, Quantidade (Q) de Unidades Vendidas, multiplicado pelo preço de Venda. - Custo Total (CT): É composto pelos Custos Variáveis (CV) mais os Custos Fixos (CF). - Margem de Contribuição (MC): Diferença entre o preço de venda unitário (PVu) menos o custo variável unitário (CVu). Concluímos então que: RT = CT + L Legenda: PE = Ponto de Equilíbrio RT = Receita Total CT = Custo Total CV = Custo Despesa Variável CF = Custo Despesa Fixa PV = Preço de Venda u = Volume ou Produção em unidades 1 Cálculo do Ponto de Equilíbrio O cálculo do Ponto de Equilíbrio pode ser resolvido de três maneiras para sua determinação e apresentação: - Método da equação - Método da Margem de Contribuição - Método Gráfico 1 Método da equação A determinação do Ponto de Equilíbrio sai da seguinte equação: PEu = CF ou seja: PEu = CF PVu – CVu MCu Exemplo: Preço de venda (PV) = R$ 20,00 por unidade Custos variáveis (CV) = R$ 4,00 por unidade Custos fixos (CF) = R$ 130.000,00 por mês Calculo do Ponto de Equilíbrio em quantidade e valor. PEu = 130.000,00 PEu = 8.125 unidades por mês. 20,00 – 4,00 PE$ = PEu x PVu PE$ = 8.125 unidades x R$ 20,00 PE$ = R$ 162.500,00 por mês 2 Método da Margem de Contribuição Este método é usado para determinar o Ponto de Equilíbrio, Lucro ou Prejuízos operacionais a cada nível de produção. Exemplo: - Mesmos valores do Método da Equação - Níveis de produção para 7.500 u/m, 8.125 u/m e 8.850 u/m. "Descrição "Níveis de Produção " "Unidades "7.500 "8,125 "8.850 " "Receita Total "150.000,00"162.500,00"177.000,00" "CV "30.000,00 "32.500,00 "35.400,00 " "MC "120.000,00"130.000,00"141.600,00" "CF "130.000,00"130.000,00"130.000,00" "Lucro ou Prejuízo "(10.000,00"Zero "11.600,00 " " ") " " " 5 Método Gráfico Ele demonstra o Ponto de Equilíbrio no gráfico, a relação entre custos, receitas, volumes de saídas e o lucro resultante. Eixo Horizontal – representa as saídas em unidades. Eixo Vertical - representa os valores monetários. Exemplo com os níveis de atividade do Método da Margem de Contribuição 2 Ponto de Equilíbrio Contábil, Econômico e Financeiro 1 Ponto de Equilíbrio Contábil (PEC) O Ponto de Equilíbrio Contábil (PEC) será obtido quando o volume (monetário ou físico) o suficiente para cobrir todos os custos e despesas fixas (MC), ou seja, o ponto a onde não há lucro ou prejuízo contábil. É o ponto a onde a Receita Total é igual ao Custo Total. Exemplo: Dados da empresa "Custos Ltda" CV = $ 5,00/u CF = $ 4.000,00/mês PV = $ 10,00/u PEC = CF PEC = 4.000,00 MC 10,00 – 5,00 PEC = 800 u/mês ou seja, vendas de $ 8.000,00/mês 2 Ponto de Equilíbrio Econômico (PEE) As empresas perseguem a obtenção de lucro e operar no PEC significa ter resultado nulo. O PEE acontece quando existe lucro na empresa e este busca comparar e demonstrar o lucro da empresa em relação a taxa de atratividade que o mercado financeiro oferece ao capital investido. Tomamos como exemplo a empresa "Custos Ltda" e supondo que a empresa possua um Patrimônio Líquido (PL) de $ 50.000,00, e que se colocado para render a taxa de atratividade do mercado financeiro seria de 2% ao mês. Assim teríamos um rendimento mensal de $ 1.000,00. O lucro da atividade da empresa será obtido quando, contabilmente, o resultado seja superior a esse retorno de 2% do mercado financeiro. Este retorno sobre o investimento é também denominado de Custo de Oportunidade. O Custo de Oportunidade representa a remuneração que a empresa obteria se aplicasse seu capital no mercado financeiro, ao invés de no seu próprio negócio. Exemplo: PEE = CF + Custo de Oportunidade MCu PEE = 4.000,00 + 1.000,00 5,00 PEE = 1.000 u/mês Podemos concluir que, para a empresa cobrir no mínimo o retorno que o mercado financeiro daria ao capital investido, a empresa necessita vender 800 u/mês para chegar ao PEC e mais 200 unidades para chegar ao PEE, portanto 1.000 u/mês. 3 Ponto de Equilíbrio Financeiro (PEF) É representado pelo volume de vendas necessárias para que a empresa possa fazer frente a seus compromissos (desembolsos) financeiros. Os resultados contábeis e econômicos não coincidem com os financeiros, pois nem todos os custos de fabricação exigem desembolsos. Como exemplo de despesa não desembolsáveis temos as depreciações, que podem ser classificadas nos Custos Fixos e não exigem contrapartida, uma saída de caixa. Seguindo o exemplo da empresa "Custos Ltda", vamos supor que 20% dos CF sejam referente à depreciação. PEF1 = CF – Despesas não Desembolsáveis MCu PEF1 = 4.000,00 – (4.000,00 x 0,20) 5,00 PEF1 = 640 u/mês Comprovação: DRE Vendas (640u x 10,00/u) $ 6.400,00 ( - ) CV (640u x 5,00/u) $ (3.200,00) MC $ 3.200,00 ( - ) CF (Desembolsáveis) $ (3.200,00) ( - ) CF (Não Desembolsáveis) $ (800,00) Lucro Operacional $ (800,00) Desse modo, mesmo operando na área de prejuízo, ou seja, abaixo do Ponto de Equilíbrio Contábil, a empresa pode apresentar condições de liquidar suas obrigações financeiras. Vejamos isto no PEF2, a onde podemos acrescentar aos custos e despesas fixas parcelas de amortização de empréstimos. Acrescentaremos ao exemplo da empresa "Custos Ltda" um financiamento de longo prazo, com parcelas mensais de $ 600,00. PEF2 = CF – Despesas Não Desembolsáveis + Amortização MCu PEF2 = 4.000,00 – (4.000,00 x 0,20) + 600,00 5,00 PEF2 = 760 u/mês Comprovação: DRE Vendas (760u x 10,00/u) $ 7.600,00 ( - ) CDV (760u x 5,00/u) $ (3.800,00) MC $ 3.800,00 ( - ) CDF $ (4.000,00) Lucro Operacional $ (200,00) Constatamos exatamente o que foi citado acima, mesmo com prejuízo contábil de $ 200,00 a empresa teria condições de liquidar seu compromisso operando nesse nível de atividade pois o resultado da empresa é exatamente a diferença entre a parcela de amortização e a depreciação. $ 600,00 - $ 800,00 = ($ 200,00) 6.5 Ponto de Equilíbrio em Empresas Multiprodutoras Até agora apresentou-se a análise CVL para empresas que fabriquem um único produto (empresas monoprodutoras). Dada a raridade desse tipo de situação na prática, mostra-se necessário desenvolver os conceitos, adaptando-os a situação onde se produzam simultaneamente vários produtos. Para a realização dessa generalização, muitos autores recomendam a definição de uma RCu média para a empresa, a qual deverá ser representativa do conjunto de produtos que ela fabrica. Essa RCu média será obtida pela média das RCu dos diversos produtos da empresa, ponderadas por suas respectivas participações no faturamento. "PRODUTO "RCu "i" "% NO FATURAMENTO "PONDERAÇÃO " "1 "RCu1 "%1 "RCu1 . %1 " "2 "RCu2 "%2 "RCu2 . %2 " "-- "-------- "------ "--------------- " "n "RCu "%n "RCun . %n " Dessa maneira, a empresa estará definindo um "produto fictício" que representará a produção como um todo, sendo a RCu desse produto a RCu calculada acima. A partir da definição desse produto fictício, a seqüência de cálculos será praticamente a mesma seguida para o caso de empresas monoprodutoras. É importante destacar que, para a participação dos produtos no faturamento, poderá utilizar-se tanto dados históricos de vendas quanto projeções (ou estimativas) para períodos futuros que se queira analisar. EXEMPLO ILUSTRATIVO: "PRODUTO "RCu "% NO FATUR. "PONDERAÇÃO " "1 "0,30 "50% "0,15 " "2 "0,20 "30% "0,06 " "3 "0,10 "20% "0,02 " RCu = 0,23 Se CF = 460.000,00 ===> Ro = 460.000,00 = 2.000.000,00 0,23 R1 = 2.000.000 . 0,5 = 1.000.000,00 R2 = 2.000.000 . 0,3 = 600.000,00 R3 = 2.000.000 . 0,2 = 400.000,00 Se p1 = 10,00 ===> Q1* = 100.000 Se p2 = 12,00 ===> Q2* = 50.000 Se p3 = 8,00 ===> Q3* = 50.000 EXEMPLO ILUSTRATIVO GERAL: " "PRODUTO "A" "PRODUTO "B" "PRODUTO "C" " "p "10,00 "10,00 "10,00 " "v "6,00 "5,00 "7,50 " "% Faturamento "50% "30% "20% " "CF "120.000 "100.000 "80.000 " "MCu "4,00 "5,00 "2,50 " "RCu "0,40 "0,50 "0,25 " Além dos custos fixos específicos a cada linha de produtos, ainda existem R$ 100.000,00 de custos fixos aos três produtos. a. Q* e Ro para cobrir custos específicos das linhas de produtos: Q* = CF e Ro = CF MCu RCu Q1* = 30.000 e R1 = 300.000,00 Q2* = 20.000 e R2 = 200.000,00 Q2* = 32.000 e R3 = 320.000,00 b. Q* e Ro para cobrir os custos fixos comuns: RCu = (0,4 . 0,5) + (0,5 . 0,3) + (0,25 . 0,2) = 0,4 Ro = CF = 100.000 = 250.000,00 RCu 0,4 R1 = 250.000 . 0,5 = 125.000,00 ===> Q1* = 12.500 R2 = 250.000 . 0,3 = 75.000,00 ===> Q2* = 7.500 R3 = 250.000 . 0,2 = 50.000,00 ===> Q3* = 5.000 c. Q* e Ro para cobrir a totalidade dos custos fixos da empresa: Q1* = 42.500 e R1 = 425.000,00 Q2* = 24.500 e R2 = 275.000,00 Q3* = 37.000 e R3 = 370.000,00 QT* = 107.000 RT= 1.070.000,00 6.6 Ponto de Fechamento O ponto de fechamento indica o nível de atividade mínimo que justificará o funcionamento de empresa como um todo ou de uma linha de produtos particular. Sua definição baseia-se no fato de que apenas uma parte dos custos fixos são elimináveis a curto prazo, o que faz com que uma empresa continue a incorrer em alguns custos fixos (os "não-elimináveis" a curto prazo (*)) mesmo que ele encerre completamente suas atividades em geral ( ou atividades de produção de uma linha em particular). O ponto de fechamento (QF*) será, então, a quantidade de produção onde a empresa consegue cobrir fixos elimináveis, isto é, aqueles custos que não existiram se ela não funcionasse. QF* = CF ELIMINÁVEIS MCu Assim, se a empresa atuar acima do seu QF* ela estará minimizando seu prejuízo, uma vez que conseguirá cobrir uma parte dos custos fixos não- elimináveis (que existiriam mesmo se ela não produzisse nada). EXEMPLO ILUSTRATIVO: CF = 10.000,00 ===> CF ELIMINÁVEIS = 7.000,00 CF NÃO-ELIMINÁVEIS = 3.000,00 MCu = 10,00 ( QF* = 7.000,00 = 700 e Q* = 10.000,00 = 1.000 10,00 10,00 Isto é, a empresa só deverá parar de operar se o nível de atividade for inferior a 700 unidades. Seu funcionamento para volumes de produção entre 700 e 1.000 unidades (deficitários) fará com que a empresa minimize seu prejuízo total, pois ela conseguirá cobrir parte de seus custos fixos não-elimináveis. O conceito de ponto de fechamento é especialmente válido para analisar- se a decisão de eliminar um produto ou uma linha de produtos. Nessa situação, os custos fixos elimináveis serão os custos fixos específicos do produto (ou da linha de produtos), enquanto os custos fixos não-elimináveis corresponderam à parcela dos custos fixos comuns da emprese que serão alocados (ou absorvidos) a esse produto (ou a essa linha de produtos). Assim, se o produto em questão conseguir cobrir seus custos fixos específicos e uma parte dos custos fixos comuns que lhe serão alocados, ele não deverá ser desativado, ao menos no curto prazo ( ao longo prazo, a empresa poderá reduzir seus custos fixos totais, fazendo desaparecer a parcela de custos fixos que era ao produto analisado). 4 Margem de contribuição e os fatores restritivos de produção A produção prioritária dos produtos que tenham as maiores margens de contribuição não implicará, necessariamente, na maximização dos lucros da empresa. Isto se deve ao fato de existirem fatores restritivos, os quais limitam a produção ou venda dos diversos produtos. O fator restritivo mais comum é o tempo utilizado por um produto nos vários estágios de seu processo de produção. Assim, o critério que deve ser adotado para a escolha dos produtos que maximizarão os lucros da empresa, a uma dada capacidade, é a maior contribuição possível por unidade do fator restritivo. Enfim, o problema de formular os programas mais lucrativos de produção é essencialmente o de maximizar as margens de contribuição face aos diversos fatores restritivos. Exemplo ilustrativo 1: utilização diferenciada da estrutura de produção " "PRODUTO A "PRODUTO B " "PREÇO "20,00 "30,00 " "Cvu "14,00 "18,00 " "MCu "6,00 "12,00 " "Rcu "30% "40% " "PRODUTO/hora "3 unidades "1unidades " "MCu/hora "10,00 "12,00 " Exemplo ilustrativos 2: relação de estoques diferentes " "LOJA A "LOJA B " "PREÇO "8,00 "7,00 " "Cvu "6,00 "6,00 " "MCu "2,00 "1,00 " "Rcu "25% "14% " "PRODUTO/hora "20.000 un. "44.000 un. " "MCu/ANO "40.000,00 "44.000,00 " 5 Margem de Segurança e Alavancagem Operacional 1 Margem de Segurança É a parcela de produção e vendas que a empresa tem que está acima do Ponto de Equilíbrio. E conseqüentemente esta empresa poderá amortizar uma redução em sua produção e vendas sem entrar na faixa de prejuízos. Vamos ver isto no exemplo da empresa fabricante de Azulejos. Custos e Despesas Variáveis: $ 2,00 m² Custos e Despesas Fixas: $ 6.000,00 /mês Preço de Venda: $ 5,00 / m² O seu Ponto de Equilíbrio é de: PE = 6.000,00 15,00 – 2,00 PE = 2.000 m² / mês Comprovação: Vendas (2.000m² x 5,00) $ 10.000,00 ( - ) CVT(2000 m² x 2,00) $ 4.000,00 MC $ 6.000,00 ( - ) CF $ (6.000,00) L.O $ 0 Se esta empresa produzisse e vendesse 2.500 m² de azulejos por mês, qual seria o lucro? Vendas (2.500m² x $ 5,00) $ 12.500,00 ( - ) CV (2500m² x $ 5,00) $ (5.000,00) MC $ 7.500,00 ( - ) CFT $( 6.000,00) Lucro Operacional $ 1.500,00 Veja: - 500m² foram vendidos acima do Ponto de Equilíbrio - Isto corresponde a um Lucro Operacional de 500m² x 3,00 (Mcu) = $ 1.500,00. Estes 500m2 de azulejos a mais representa a margem de segurança desta empresa, pois se houver alguma redução nas vendas e na produção ela não entrará na faixa de prejuízo. MS = 500m² x 100 2.500m² MS = 20% Em receita, o cálculo é o mesmo: MS = Receita Atuais – Receita no PE x 100 Receitas Atuais MS = 12.500,00 – 10.000,00 x 100 12.500,00 MS = 20% Aumentando-se agora para 3.000m² de azulejos, qual será o novo Lucro? MS = 1.000m² MS = 40% 1.000m²/mês x 3,00 = $ 3.000,00 2 Alavancagem Operacional Se comparamos os resultados obtidos com a produção e vendas de 2500m² de azulejos e os 3.000m² por mês, teremos: Um aumento no Volume (quantidades): - Unidades: 500m² (3.000 – 2.500) ou seja, - Percentual: 20% Aumento no Lucro: - $ 1.500,00 (3.000,00 – 1.500.00) - Percentual: 100% A Alavancagem Operacional será: AO = Porcentagem de acréscimo no Lucro Porcentagem de acréscimo no Volume AO = 100% 20% AO = 5 vezes Um acréscimo de 20% no Volume da Atividade corresponde a um aumento de 100% no resultado, com uma alavancagem de 5 vezes. Isto significa que a cada 1% de crescimento a partir dos 2.500m² de azulejos produzidos e vendidos, vai crescer 5 vezes meu lucro. Vejamos o seguinte, em vez da produção passar de 2.500m² para 3.000m², passaremos para 3.500m², qual seria o novo lucro. LO 1.500m² = MSO x Mcu LO = 1.500 x 3,00 LO = $ 4.500,00 Aumento no Volume: 40% Aumento no Lucro: 200% AO = 200% 40% AO = 5 vezes A Alavancagem Operacional de 5 vezes somente é valida paras as operações a partir do Volume de 2.500m². A Alavancagem Operacional é sempre diferente para cada ponto que se encontrar. Ela somente é igual para as comparações a partir do Volume de 2.500m² de azulejos. Desta forma fica claro que a cada 1% de crescimento da produção e vendas a partir deste ponto, o meu lucro vai crescer 5 veze PREÇO DE VENDA "É generalizada a ideia de que uma das finalidades da contabilidade de custos é o fornecimento do preço de venda" (Eliseu Martins, pag. 236) De acordo com Eliseu Martins e outros autores que citam a mesma frase, podemos definir que o cálculo do preço de venda deve levar a um valor que traga à empresa maximização de lucros, que seja possível manter a qualidade, atender os anseios do mercado àquele preço determinado e que melhor aproveite os níveis de produção. Para sua formação, devemos levar em consideração os seguintes fatores: - A demanda esperada por produto; - O grau de ocupação da fábrica; - O nível de capital exigido; - Nível de concorrência; - Mix de vendas. Para o cálculo do preço de venda, usaremos a seguinte formula: PV = Mark-Up x Custo de Produção - Mark-Up É um índice multiplicador ou divisor que aplicado ao custo do produto fornece o preço de venda. As finalidades do Mark-Up é cobrir os contas de: - Impostos sobre vendas; - Custos e Despesas Variáveis; - Custos e Despesas Fixas; - Lucro. Existem dois tipos de Mark-Up: - Mark-Up Divisor (MKD) É o resultado da diferença entre o PV (preço de venda) na base de 100% e os percentuais atribuídos aos impostos e contribuições sobre vendas e a margem de contribuição. Exemplo: "PV "100% " "(-) Impostos "20,65% " "(-) Custos "12% " "Administrativos " " "(-) Comissões "3% " "(-) Lucro Desejado "10% " "Custo do Produto "54,35% " MKD = 54,35% (Mark-Up Divisor) - Mark-Up Multiplicador É determinado pela divisão da base de 100% correspondente ao preço de venda, pelo resultado do Mark-Up divisor. Exemplo: MKM = 100% / MKD MKD = 100% / 54,35% MKD = 1,8399 Para chegar ao Preço de Venda, basta multiplicar o MKM pelo Custo de Produção. - Custo de Produção O Custo de Produção é formado pelo custo da Matéria Prima, pela Mão-de- Obra mais encargos e pelos Gastos Gerais de Fabricação. Exemplos: "Matéria Prima "4,54 " "MOD "2,85 " "G.G.F. "1,10 " "Custo de Produção "8,49 " Então nosso preço de venda seria: PV = MKM x Custo de Produção PV = 1,8999 x 8,49 PV = 15,62 "O mercado é o grande responsável pela fixação dos preços, e não os custos de obtenção dos produtos" (Eliseu Martins, pag. 237). Realmente, o principal fixador de preços é o mercado pela força da oferta e procura. É por isso que é importante a análise do C/V/L para o controle da estrutura dos CF e CV, para que a empresa possa competir de forma saudável no mercado competitivo e globalizado. Por causa dessa premissa as empresas cada vez mais necessitam reduzir seus custos, e em busca disso apostam cada vez mais em controles de gerenciamento dos custos, qualidade total e combate e eliminação ao desperdício. EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO " Por Caixa "Cola "Limonada "Suco de " "Guaraná " " "Laranja " " " "Preço de Venda "R$ 18,00 "R$ 19,20 "R$ 26,40 "R$ 38,40 " "Custos Variáveis "R$ 13,50 "R$ 15,20 "R$ 20,10 "R$ 30,20 " "Venda caixas por "25 "24 "4 "5 " "metro de espaço, por" " " " " "dia " " " " " 1) A ENTREGA JÁ ,é uma barraca de praia que entrega refrigerantes/sanduíches no Gonzaga, em Santos. A proprietária está decidindo qual a área que deve disponibilizar de sua geladeira para cada um dos produtos abaixo: A proprietária tem, no máximo, um espaço de 12 metros para os 4 refrigerantes. Para cada refrigerante, ela quer um espaço de 1 metro e no máximo 6 metros. Pede-se: 1) Qual a contribuição por caixa, para cada refrigerante ? 2) Alguém recomendou que se "maximizasse o espaço de geladeira para aqueles refrigerantes que dessem a maior margem de contribuição por caixa". Você concorda ? 3) Qual seria a sua recomendação para a apropriação de espaço para cada um dos refrigerantes? 2) A Lava Rápido Brilhante é um lava rápido bastante automatizado onde à medida que chegam os carros são colocados em uma esteira rolante. À medida que a esteira move os carros, do início para o fim do processo de lavagem, eles são lavados e, após a lavagem os carros são secados manualmente. Depois disso, os carros são limpos com os aspiradores e inspecionados para entrega ao cliente. Os funcionários são controlados por um superior, e durante o ano de 2007 foram lavados 80.000 carros, com os seguintes custos: "CONTA "CUSTO " "Mão de Obra Direta "R$ 240.000,00 " "Sabão, Trapos e Suprimentos "R$ 32.000,00 " "Água "R$ 28.000,00 " "Energia para a Esteira "R$ 72.000,00 " "Depreciação "R$ 64.000,00 " "Supervisão "R$ 30.000,00 " "Pessoal Administrativo "R$ 16.000,00 " Pede-se: 1 – Classifique cada conta como variável ou fixa 2 – A Brilhante espera lavar 90.000 carros em 2008. Qual o custo total em 2008 3 – Calcule o custo médio unitário da lavagem do carro para o ano de 2007 e 2008 4 - Qual a Margem de Contribuição e Razão de Contribuição por Carro. 5 –Qual o lucro Anual. 3) 4) 8 . INVESTIMENTOS DO PROJETO 8.1 Introdução: A determinação dos níveis dos investimentos necessários para o projeto é um aspecto fundamental, pois ela será básica na definição da viabilidade ou não da unidade de produção. Esta determinação consiste na realização de cálculos com bases na etapa de engenharia. Para definir o montante de tais elementos, a engenharia segue os caminhos básicos: por um lado, determina as instalações necessárias à empresa, por outro lado, define quais atividades e recursos adicionais necessita-se para que as instalações projetadas possam funcionar. Assim, por exemplo, uma fábrica para a produção de cimento vai necessitar de um forno, de grutas, de edifícios (para escritórios e para a fábrica), de caminhões, de tratores etc. Com isso a fábrica estaria completamente instalada, mas não poderia funcionar, uma vez que, antes que consiga vender a sua produção, será necessário comprar a matéria-prima, o combustível, o material de escritório, pagar aos técnicos e aos funcionários etc. Há portanto dois tipos de investimentos. Ao primeiro tipo de investimentos chama-se de investimentos fixos, pois servem para financiar os custos da instalação da industria; ao segundo chama-se investimentos circulares ou capital de trabalho, pois servem para financiar o funcionamento da empresa e remunerar os recursos necessários ao próprio processo de produção. 8.2 Cálculo dos investimentos fixos A etapa da engenharia do projeto define todas as necessidades de instalação do projeto, com base nas quais definir-se-á cada um dos componentes de investimentos. Para a definição de tais investimentos, os projetistas deverão entrar em contato com possíveis construtores civis, com fornecedores de equipamentos, veículos, móveis, instalações industriais e demais componentes, e solicitar-lhes informações detalhadas dos preços. No caso de projetos industriais, os principais itens dos investimentos fixo são os seguintes: a) Os terrenos e obras preliminares às edificações Compreende o custo de aquisição dos terrenos necessários para a construção, bem como os gastos legais de escritura, impostos ,taxas, registros etc.., assim como os gastos de limpeza, nivelação e outros necessários à construção futura. b) Os edifícios e a construção Este item compreende o custo da construção de todas as edificações civis necessárias à fábrica, escritórios de administração e vendas e outras construções diretamente relacionadas com o projeto. Em muitos casos será necessário considerar edificações auxiliares para armazéns, comercialização etc. no próprio local da fábrica ou não. c) Obras complementares Paralelamente à construção civil, o projeto exige certas obras complementares como esgotos e canalizações de água, luz força, vapor etc. d) Maquinaria e equipamentos No caso da maquinaria e equipamentos , deverá ser levado em conta o seu custo de aquisição ou construção, mais custos do transporte e outros gastos adicionais até localizá-los na fábrica. e) Outros equipamentos Inclui os equipamentos não utilizados diretamente no processo de produção, tais como equipamentos de transporte interno, equipamentos auxiliares de força, bombas de água, transformadores, ferramentas, laboratório e outros similares. Deve-se apresentar, o detalhe completo e o cálculo do custo, da mesma forma para a maquinaria e os equipamentos. f) Os gastos de instalação, montagem e testes Os gastos de instalação devem incluir tudo que for relacionado com a colocação da maquinaria e d equipamento em condições de trabalho, isto é, as bases e as estruturas das máquinas, as ligações de água, de eletricidade e vapor , assim como a mão-de-obra e outros gastos de montagem e teste. g) Os veículos, móveis e utensílios Na própria fábrica e nos escritórios de administração e de vendas requerem-se móveis (mesas, cadeiras, armários, arquivos etc.), e máquinas de escrever, micro computadores, impressoras etc. Paralelamente cabe definir os gastos necessários para compra de veículos para transporte ou viagens. h) Os estudos, projetos e gastos de instalação Desde a fase da identificação da idéia do projeto até a posta em marcha da unidade de produção, efetua-se uma quantidade de gastos para estudos ( estudo de viabilidade ,detalhes da engenharia, política de comercialização etc.), para constituição de empresas, etc. Os gastos correspondentes a essas rubricas devem ser identificados e incluídos como gasto de investimento. i) As patentes, tecnologia, licenças Em muitos casos a empresa é obrigada a pagar licenças a outras empresas, como condições para a produção do bem. Quando esse pagamento for uma parcela fixa anterior ao funcionamento e não uma percentagem da produção, deve ser considerada como um investimento. j) Os juros durante a construção Quando a empresa tiver que pagar juros ainda durante a instalação do projeto, os pagamentos desses juros são considerados como investimentos fixos até que a empresa entre em operação normalmente; nesse momento passam a constituir gastos financeiros que afetam a conta de custos operacionais. l) O imprevisto Todo orçamento, por mais cuidadosamente que seja elaborado, tem sempre uma margem de erro, devido a modificações das condições originais. Por essa razão é conveniente incluir uma rubrica de imprevistos, calculados geralmente como uma percentagem da soma dos investimentos fixos. 8.3 - Cálculo do Investimento Capital de Giro Para definir uma metodologia que permita calcular o capital de trabalho ou giro, deve-se estudar quais são os investimentos necessários para pôr em marcha as instalações da fábrica. Observa-se que há um período, às vezes muito longo, entre o início das operações do projeto e a entrada de receitas por vendas. Durante esse período a empresa deve financiar os seus custos através de fundos provenientes do seu capital social. O capital de giro corresponde ao montante dos recursos destinados ao financiamento de tal custo inicial, que permita à empresa funcionar, vender e receber o pagamento correspondente à venda. Com base nisso pode-se dividir o capital de trabalho em seis partes diferentes: a) As reservas de caixa Para o cálculo do capital de giro há necessidade de uma soma de recursos, em caixa e nos bancos, que assegure, ao mesmo tempo , a mobilidade da empresa no dia-a-dia, e sirva -lhe de reserva contra gastos não previstos. O mais conveniente é estimar um montante aproximado. Para isso pode-se levar em conta montantes que sejam de cerca de 5% do capital de giro ( estoque + venda a prazo - compra a prazo). b) Estoque de matéria prima Para evitar descontinuidade no seu funcionamento, o projeto deve prever um estoque de matérias primas e outros materiais que assegurem um fornecimento efetivo durante o processo de produção e da manutenção de seus equipamentos. A maneira de determinar o montante do capital de trabalho necessário para o financiamento do estoque de matérias primas e outros materiais consiste, em que o tempo, é determinado de acordo com as características do mercado de tal material. No caso de alguns projetos, quando em certos períodos do ano se necessita manter maior quantidade do material em estoque, como acontece com os materiais de produção sazonal. c) Estoque produtos em elaboração Da mesma maneira que a empresa necessita manter um estoque de matérias primas financiadas com recurso do seu capital, deve também ter recursos que permitem o financiamento da elaboração dos produtos finais. Se trata de uma fábrica de pasteurização de leite, não será necessário financiar o processo de fabricação que é quase instantâneo. Entretanto, no caso de uma fábrica aviões que levam, por exemplo, um ou dois anos para serem fabricados, ou barcos que levem três a quatro anos, a empresa deve reservar considerável soma de recursos para funcionar durante todo esse período antes de obter receitas. O caso de bebidas finas, que requerem longo período de envelhecimento , por dois, três, dez anos, é um exemplo cujo capital de trabalho para produtos em elaboração é muito elevado. d) Estoque de produtos prontos Concluído o processo de elaboração, os produtos são levados ao mercado ou, como é o caso mais comum, armazenados. Dessa maneira a empresa de estar em condições de financiar a quantidade total de produtos prontos que será mantido em estoques. Essa quantidade varia de empresa para empresa. No caso, por exemplo, de uma padaria, o estoque de produtos acabados é praticamente zero. No outro extremo, uma fábrica de artigos de Natal, deve funcionar quase todo ano aumentando seu estoque para vendê-lo, de uma vez, no curo prazo de um a dois meses. e) O custo do financiamento das vendas Depois que o produto é produzido e vendido, é muito provável que os compradores disponham de um período para pagamento da faturas. Dessa maneira a empresa do projeto não pode contar com receitas imediatas e deve dispor de meios para financiar as vendas. Quanto maior as vendas (volume) e quanto maior os prazos de pagamento, maior será a necessidade de capital para financiar essas vendas. f) O crédito com financiamento das compras Da mesma maneira como se financia as vendas, existe um crédito ou uma redução da necessidade do capital de giro nas compras a prazo. Pois os fornecedores concedem prazos de pagamento na compra de matéria prima ou outros materiais. FÓRMULA : CAPITAL DE GIRO = Reserva de caixa Matérias Prima e Mat. Secundários ( + ) Estoques Produtos em Elaboração. Produtos Prontos ( + ) Vendas à Prazo ( - ) Compras (+/-) Lucro Obs: Devemos avaliar os estoques pelo custo de produção. 8.3.1 Capital de Giro a partir da Receita Uma parte do capital da empresa em operação é utilizada com capital de giro para financiar a venda a prazo, o estoque do produto acabado, o produto em processo etc. Parte dessas obrigações é financiada pelo prazo concedido pelo fornecedor da matéria prima. Supondo que antes da aprovação do projeto a empresa e3steja operando com as necessidades de capital de giro atendidas, um novo projeto poderá aumentar as necessidades de capital de giro. A estimativa relevante é o capital de giro incremental provocado pela aceitação do projeto para atender o incremento de financiamento da venda a prazo, o estoque de produto acabado, os produtos em processo etc. O capital de giro de um projeto pode ser estimado com porcentagem das vendas ou a partir do fluxo comercial do produto, considerando a estimativa de vendas de um ano, por exemplo, como mostra o exemplo abaixo. Exemplo: Na determinação da estimativa do capital de giro do projeto são utilizados os prazos registrados na tabela. Na Composição de custos, a matéria prima representa 16% da venda anual, e o produto em processo e produto acabado 48%. Calcule o capital de giro anual do projeto considerando a venda anual do projeto igual a RS 1.000.000,00 "Prazo de recebimento clientes "45 dias " "Estoque de produto acabado "30 dias " "Estoque de matéria prima "30 dias " "Produto em processo "15 dias " "Prazo de pagamento fornecedor "60 dias " Solução: Com os dados do exemplo, primeiro são obtidos as parcelas do capital de giro e depois a estimativa do capital de giro, R$ 169.315,00 , cuja a taxa de capital é 16,9%. "Parcelas de capital de "Valor (R$) "Cálculo " "giro " " " "Vendas a Receber "123.288,00 "1.000.000 x 45 / 365 " "Estoque produto acabado"39.452,00 "0,48 x 1.000.000 x " " " "30/365 " "Estoque matéria prima "13.151,00 "0,16 x 1.000.000 x " " " "30/365 " "Estoque em processo "19.726,00 "0,48 x 1.000.000 x " " " "15/365 " "Financiamento de "- 26.301,00 "0,16 x 1.000.000 x " "fornecedor " "60/365 " "Capital de Giro Anual "169.315,00 " " "Taxa de Capital de Giro"16,9% " " A necessidade de capital de giro pode ser constante durante o prazo de análise do projeto, ou pode variar anualmente aumentando ou diminuindo. Seja qual for a situação, o capital de giro necessário em cada período deverá estar disponível no início do período. Desta forma podemos denominar o Capital de Giro um Investimento, pois enquanto não mudar a política de prazo de pagamentos, estoques, o mesmo não poder ser tirado da empresa. Portanto, é importante prestar atenção ao investimento em capital de giro porque ele exige uma renumeração do projeto e, ao mesmo tempo, se não for incluído como investimento o VPL do projeto será superestimado. O mesmo será totalmente recuperado no final do prazo de análise do projeto. 9 . FINANCIAMENTOS 9.1 Análise dos recursos disponíveis O financiamento do projeto deve indicar as fontes de recursos financeiros necessários para a sua execução e financiamento e descrever os mecanismos através dos quais esses recurso serão canalizados para os usos específicos do projeto. Deverá ser demonstrado que as fontes indicadas são realmente acessíveis e que os mecanismos propostos guardarão relação com a realidade. Não bastará afirmar que um projeto será financiado mediante uma emissão de ações, se antes não se demonstra que existe a possibilidade real de colocação dessas ações. Tampouco será suficiente afirmar que determinada parte dos recursos será obtida mediante créditos; será necessário demonstrar ou discutir a possibilidade real de consegui-los. Como é natural, o estudo do financiamento deverá levar em conta as datas em que os recursos do investimento são necessários, de acordo com o programa de trabalho e o calendário de investimentos. Além disso, deverá abordar o problema tanto no conjunto, em moeda local, como para os componentes parciais do investimento, em moeda local e estrangeira. Finalmente, deverá ser claro quanto ao financiamento do investimento fixo e do capital de giro. Os recursos para o financiamento de projetos provêm de duas fontes gerais: É óbvio que o financiamento baseado em fontes internas só será possível quando o projeto é desenvolvido por uma empresa já existente. 9.2. Sistemas de amortizações a) Sistema de amortização constante - SAC O sistema de amortização constante é denominado simplesmente por SAC. No sistema SAC, as parcelas de amortização são iguais entre si. Os juros são calculados, a cada período, multiplicando-se a taxa de juros contratada pelo saldo devedor existente sobre o período anterior. Para melhor compreensão do sistema de amortização constante, segue a sua representação gráfica: Exemplo: Uma empresa solicita um empréstimo de R$ 1.000.000,00, que o banco libera no ato de assinatura do contrato. Informa-se que o banco concedeu 2 meses de carência, que os juros serão pagos mensalmente. A taxa de juros cobrada é de 10% a.m. e o principal será amortizado em 5 parcelas mensais. b) Sistema de amortização francês - PRICE O Sistema de amortização francês acrescido de certas peculiaridades de cálculo é também conhecido por tabela Price. Esta modalidade caracteriza-se pelas prestações que são iguais entre si e calculadas de tal forma que uma parte paga os juros e a outra amortiza o principal da operação de crédito. Para melhor compreensão do sistema de amortização francês, segue a sua representação gráfica: Exemplo: Uma empresa solicita um empréstimo de R$ 1.000.000,00 que o banco libera no ato. Informa-se que o banco não concedeu nenhuma carência e utiliza o sistema de amortização francês. Os juros pagos mensalmente, que a taxa contratada foi de 10% a.m., e que o banco deseja a devolução do empréstimo em 7 prestações mensais. VP = P c) Sistema de amortização variável O sistema de amortização variável caracteriza-se pelas parcelas amortizáveis serem diferentes, em cada período de pagamento da prestação do empréstimo ou financiamento. Assim, as parcelas de amortização são contratadas pelas partes e os juros são calculados sobre o saldo devedor da operação de crédito. Exemplo: Uma empresa solicita um empréstimo de R$ 1.000,00 , que o banco libera no ato da assinatura do contrato. Informa-se que o banco concedeu 2 meses de carência para o início das amortizações e que os juros serão pagos mensalmente, ã taxa de juros de 10% a.m. Informa-se, ainda, que o valor das amortizações mensais serão as seguintes: Primeiro mês R$ 100,00 Segundo mês R$ 200,00 Terceiro Mês R$ 300,00 Quarto Mês R$ 400,00 d) Sistema de amortização americano Sistema de amortização consiste em após determinado período, o devedor paga em uma única parcela, todo o capital tomado emprestado. Uma empresa solicita um empréstimo de R$ 10.000,00 por uma período de 3 anos a juros de 10% a.a., será desembolsado da seguintes forma: 10 . FLUXO DE CAIXA A identificação e quantificação das estimativas relevantes do projeto é o início da construção do fluxo de caixa do projeto para uma empresa em funcionamento. A elaboração do fulxo de caixa de qualquer projeto tem as mesmas premissas básica, um único procedimento que pode mudar quanto ao grau de detalhamento mas não quanto aos tipos de dados e resultados Fluxo de Caixa Potencial e Pagamento do Projeto "Meses/Anos "0 " "Despesas de preparação " 5.000,00 " "Valor Contábil "100.000,00 " "Ganho de Capital " 50.000,00 " "Tributação sobre ganho Capital "-15.000,00 " "Valor Residual "135.000,00 " Considerando o valor de venda R$ 85.000,00 , teríamos "Venda do Equipamento " 85.000,00 " "Despesas de preparação " 5.000,00 " "Valor Contábil "100.000,00 " "Ganho de Capital " -20.000,00 " "Tributação sobre ganho Capital " 6.000,00 " "Valor Residual " 86.000,00 " ----------------------- "X" R$ Custo Fixo Venda Ações Vendas / Unidades Recuros de Terceiros Reservas Fontes Internas Margem de Contribuição Total PE RT = CT RT = PVu x Q CT = (CVu x Q) + CF Mcu = PVu - CVu PE RT CF CT PREJUÍZO LUCRO Lucros Retidos Recursos Próprios mês ou dia Estoque CT = x Consumo ano ou mês 7.500 8.125 8.850 Unidades $ 177.000.00 162.500,00 150.000,00 130.000,00 PE CF Prejuízo RT prejuízo CV lucro Necessidade de estoque mês ou dia Debêntures Juros Amortização Amortização Prestação Juros RISCO CUSTO FIXO DE ASSESSORIA GASTO EM ELABORAÇÃO E ANALISE DE VIABILIDADE CUSTO VARIÁVEL DE CO- LETA E PROCESSAMENTO DE INFORMAÇÕES , ASSES- SORIA EXTERNA ETC. i ( 1 + i ) Períodos n -1 Prestação Período ( 1 + i ) n Fontes Externas Empréstimos 100% CONFIABILIDADE 100% GASTO EM ELABORAÇÃO E ANALISE DE VIABILIDADE IDÉIA INICIAL CUSTO FIXO ASSESSORIA (DIAGNÓSTICO) GASTO ACUMULADO EM ELAB..E ANÁLISE PRÉ-VIABILIDADE TEMPO VIABILIDADE PROJETO FINAL CURVA DEMANDA BATATAS CURVA DE DEMANDA RELÓGIOS P P 30 30 20 20 25 480 Q Q 10 400 Y Y2 Y1 Q Q2 Q1 DEMANDA INSATISFEITA IDENTIFICAÇAO DO CONSUMIDOR IDENTIFICAÇÃO DO PRODUTO COLETA INFORMAÇÕES PROJETAR DADOS ANALISAR QUANTIFICAR UNIDADES ANOS 2003 2004 2005 2006 2007 2008 - 2009 2010 2011 768 905 1171 1118 1173 1475 PROJEÇÃO 1616,33 1757,72 1899,11 i= (Vn/Vo)-1 n i= (1475/768)-1 5 i= 0,1841 = 18,41% n Taxa do Período n n -1 vn/vo i= ANOS 2009 2010 2011 UNIDADES 1680,42 1914,67 2181,51 5 -1 i= 1475 768 0,1394 ou 13,94% aa. i= MERCADO TAMANHO LOCALIZAÇÃO CUSTOS ENGENHARIA INSUMOS PRODUTO ENGENHARIA PROCESSO EQUIPAMENTOS