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FACULDADE DE ARACAJU CURSO DE ENFERMAGEM
PREVENÇÃO E CONTROLE DE INFECÇÕES EM INSTITUIÇÕES DE SAÚDE (PCIIS)
INFECÇÕES RELACIONADA À ASSINTÊNCIA À SÁUDE - IRAS 1. INFECÇÃO HOSPITALAR (IH) É toda infecção adquirida após a internação hospitalar num prazo de 4872h e que não esteja em seu período de incubação. Infecções adquiridas no hospital mas que se manifestaram após alta. ***(Desde que esteja relacionada a algum procedimento realizado durante a internação)
Toda infecção em recém-nascidos. *** Exceto as transmitidas por via transplacentária (Transmissão congênita). Ex: rubéola; CMV, toxoplasmose, etc.)
VOCÊ SABIA?
IH é um dos maiores problemas de saúde pública?
INFECÇÕES RELACIONADA À ASSINTÊNCIA À SÁUDE - IRAS 2. INFECÇÃO COMUNITÁRIA (IC) É aquela constatada ou em incubação no ato de admissão do paciente, desde que não relacionada com a internação anterior no mesmo hospital. Infecção que está associada com complicação ou extensão da infecção já presente na admissão, a menos que haja troca de microrganismos.
INFECÇÕES RELACIONADA À ASSINTÊNCIA À SÁUDE - IRAS 3. DIAGNÓSTICO DAS IH: - Evidência clínica
- Exames laboratoriais - Evidências de estudos com métodos de imagem - Endoscopia - Biopsias
INFECÇÕES RELACIONADA À ASSINTÊNCIA À SÁUDE - IRAS 4. VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA EM IH É a observação ativa, sistemática e contínua de sua ocorrência e de sua distribuição entre pacientes, hospitalizados ou não, e dos eventos e condições que afetam o risco de sua ocorrência, com vistas à execução oportuna das ações de prevenção e controle..
VOCÊ SABIA?
Tempo máximo sugerido a ser dedicado pela enfermeira do controle de infecção para vigilância epidemiológica: 30% de sua carga horária.
INFECÇÕES RELACIONADA À ASSINTÊNCIA À SÁUDE - IRAS 4. VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA Métodos de coleta de dados: • Passivo **Notificação pelo médico ou enfermeira da unidade • • • •
falta de critérios de infecção uniforme; relutância de alguns médicos em admitir a infecção; dificuldade na detecção de surtos; revisão de prontuários na alta/óbito.
• Ativo ** Membro da CCIH • busca ativa de casos
INFECÇÕES RELACIONADA À ASSINTÊNCIA À SÁUDE - IRAS COMISSÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR - CCIH (Órgão consultor e normativo) Portaria n° 930/1992/MS: “Todos os hospitais do País deverão manter programa de controle de infecção hospitalar, independente de entidade mantedora” Portaria 2616; 12/05/1998 CCIH tem o objetivo não somente de prevenir e combater à infecção hospitalar, mas também proteger o hospital e o corpo clínico. Deve manter arquivados documentos que comprovem a legalidade de sua existência, rotinas de sua funcionabilidade, protocolos que orientem o tratamento mais adequado efetivado ao paciente e sobretudo dados estatísticos que demonstrem os índices de infecção do hospital, para que, solicitados judicialmente, possam ser comprovados, mantendo estes índices de infecção dentro dos limites aceitáveis, comparativamente.
CCIH deve: -Busca ativa dos casos de infecção; - Investigação dos casos de infecção, acompanhamento do paciente; - Emissão de parecer sobre produtos desinfetantes/esterilizantes a serem usados no hospital, baseados em portarias vigentes editadas pelo Ministério da Saúde; - Realização de medidas de prevenção das infecções hospitalares junto aos setores, através de treinamentos e estabelecimento de normas e rotinas; - Monitoramento do controle de pragas, análises bacteriológicas, físico-químicas e nível de cloro na água do hospital; - Manter contato com todos os pacientes submetidos à cirurgia no hospital e que apresentaram complicações; - Realizar relatórios e notificar a Secretaria de Saúde e setores do hospital sobre índices de infecção e doenças de notificação compulsórias.
A SITUAÇÃO DO CONTROLE DE INFECÇÃO NO BRASIL
• APESAR de muitos esforços, o Brasil ainda enfrenta uma realidade adversa daquilo que se pode julgar satisfatório: CARÊNCIA DE RECURSOS HUMANOS E MATERIAIS NAS INSTITUIÇÕES de saúde (principalmente nas públicas), AUSÊNCIA DE CCIHS ATUANTES em grande parte dos hospitais, ou ainda, PROFISSIONAIS exercendo a função SEM CONHECIMENTO ADEQUADO DA ATIVIDADE - o que resulta em elevadas taxas de infecção hospitalar, ocorrência de surtos não detectados em berçários e unidades de terapia intensiva, ESTA REALIDADE PRECISA DE MUDANÇAS!
IMPORTÂNCIA As infecções hospitalares são consideradas as principais causas de morbidade e de mortalidade, além de aumentarem o tempo de hospitalização do paciente, elevando o custo do tratamento.
Atividade 1 • Trazer na próxima aula, uma resenha sobre a Portaria 2616 de 12 de maio de 1998. Indicando pontos mais relevantes de atuação da equipe de Enfermagem. • A resenha deve ser entregue em papel A4 (digitalizado), com o nome do aluno (a) e a turma no cabeçalho; • Atividade individual.
INFECÇÕES RELACIONADA À ASSINTÊNCIA À SÁUDE - IRAS 4. VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA Métodos de Vigilância Prospectivo Retrospectivo Transversal
MÉTODO PROSPECTIVO Monitorar a ocorrência de infecção enquanto o paciente está internado; Avaliar o grau de risco no momento da sua admissão; Visitar periodicamente; Visão global das IHs.
INFECÇÕES RELACIONADA À ASSINTÊNCIA À SÁUDE - IRAS MÉTODO PROSPECTIVO Analisar durante as visitas •Febre; •Antimicrobianos; •Culturas positivas; •Exames Laboratoriais e Radiológicos; •Contato direto com profissionais responsáveis.
Acompanhamento de Prontuários •Tempo de internação; •Evolução médica e de enfermagem; •Procedimentos invasivos
INFECÇÕES RELACIONADA À ASSINTÊNCIA À SÁUDE - IRAS MÉTODO RETROSPECTIVO Revisão do prontuário após a alta do paciente Desafios: Dependência da qualidade das informações; Identificação dos pacientes infectados (alta); Demanda de tempo para revisar os prontuários; Não detecta o aparecimento de surtos; Distância entre a equipe do controle de infecção e os; Profissionais que prestam a assistência aos pacientes.
INFECÇÕES RELACIONADA À ASSINTÊNCIA À SÁUDE - IRAS MÉTODO TRANSVERSAL •Estudo de Prevalência OBSERVAÇÃO: avaliação de todos os pacientes internados no hospital ou em uma unidade em um determinado período determinado de tempo (dia, semana, mês, trimestre).
Reduz o tempo necessário à vigilância Baixa eficácia Não fornece índices endêmicos Dificuldade p/ identificar surtos Difícil interpretação dos dados (poucos casos)
INFECÇÕES RELACIONADA À ASSINTÊNCIA À SÁUDE - IRAS TIPOS DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA •Global; •Objetivos; •Dirigida; - Sítio específico; - Unidade específica; - Rotatividade de unidades; - Surtos. •Microbiológica; •Pós – alta; •Componentes do NNIS (National Nosocomial Infection Surveillance - System)
• Vigilância Global – Consiste na avaliação sistemática de todos os pacientes internados em todas as clínicas do hospital, sendo monitorizadas as IHs em todas as topografias.
• CLASSIFICAÇÃO DAS IRAS POR TOPOGRAFIA IPCS – Infecção primária da corrente sanguínea ITU – Infecção do trato urinário ISC - Infecção do sitio cirúrgico ITR – Infecção do Trato Respiratório
•Vigilância por objetivos – Define-se qual infecção se pretende diminuir, quanto se pretende diminuir e qual a estratégia a ser implantada
INFECÇÕES RELACIONADA À ASSINTÊNCIA À SÁUDE - IRAS
Vigilância Dirigida – Consiste no direcionamento de ações de vigilância e prevenção de IHs para áreas consideradas críticas ou para problemas identificados na instituição. • sítio específico • unidade específica • rotativa • surtos
INFECÇÕES RELACIONADA À ASSINTÊNCIA À SÁUDE - IRAS Vigilância microbiológica – Usa somente dados do laboratório de Microbiologia • são verificadas culturas dos pacientes; • permite a detecção de MR aos antibióticos; • uso isolado não é suficiente
INFECÇÕES RELACIONADA À ASSINTÊNCIA À SÁUDE - IRAS Vigilância por componentes (NNIS) – Objetivos – Estimar a incidência das IHs a nível nacional – Analisar comportamento epidemiológico das IHs – Obter medida mais precisa dos riscos para IHs – Prover aos hospitais dados comparativos das IHs → para avaliação das medidas de prevenção e controle – Conduzir pesquisas Vigilância por componentes (NNIS) (National Nosocomial Infection Surveillance - System) TIPOS – Global – Cirúrgico – UTI – Berçário
INFECÇÕES RELACIONADA À ASSINTÊNCIA À SÁUDE - IRAS Vigilância pós-alta Avalia a ocorrência de IH que se manifesta após a alta do paciente Realizada através de telegrama, telefone, fichas encaminhadas aos médicos ou visitas domiciliares Ótima para infecções de sítio cirúrgico
Problemas: • Baixa taxa de retorno • Profissional específico para coleta • Critérios pouco uniformes (paciente/médico)
VIAS DE TRANSMISSÃO DAS IRAS
MECANISMOS DE TRANSMISSÃO DAS IRAS
ISOLMENTOS E PRECAUÇÕES PARA PACIENTES Precauções – padrão e tipos de isolamento baseados na transmissão ***ISOLAMENTO – MEDIDA DINÂMICA PRECAUÇÃO – PADRÃO Todos os pacientes; Higienização das mãos; Uso de luvas (não-estéril) – fluidos, mucosas ou pele nãoíntegra; Uso de aventais; Uso de máscaras e óculos; Transporte adequado de materiais; Itens usados no cuidado ao paciente (Termômetro etc.)
ISOLMENTOS E PRECAUÇÕES PRECAUÇÕES DE CONTATO Infecções na pele; Quarto privativo ou coorte; Evitar que o paciente saia do quarto; Estetoscópio; termômetro, esfignomanômentro uso individual – realizar desinfecção.
ISOLMENTOS E PRECAUÇÕES PRECAUÇÕES RESPIRATÓRIAS (Gotículas) Doenças transmitidas por vias aereas (partículas >5µ atingem até 1 metro e depois se depositam no chão); Obs: não há transmissão por partículas suspensas no ar. Quarto privativo ou coorte; Uso de máscaras cirúrgicas (SEMPRE); Evitar que o paciente saia do quarto (Se tiver que sair usar máscaras cirúrgicas).
ISOLMENTOS E PRECAUÇÕES PRECAUÇÕES RESPIRATÓRIAS (Aerossóis) Partículas < 5µ; Ficam em suspensão no ar e são carreadas para outros ambientes; Quarto privativo ou coorte; IDEAL:
quarto com pressão negativa em relação ao corredor e filtragem deste ar antes da circulação em outras áreas.
Uso de máscaras N95; Evitar que o paciente saia do quarto (Se tiver que sair usar máscaras cirúrgicas). Manter a porta fechada.
ISOLMENTOS E PRECAUÇÕES EM AREAS DE ALTO RISCO (UTI NEONATAL E ADULTOS; SETOR DE IMUNODEPRIMIDOS ETC.) Veículos mais freqüentes de transmissão: Mãos do profissional; Equipamentos de assistência aos pacientes; Soluções contaminadas.
Lavagem das mãos: uso de sabão anti-séptico (degermantes à base de gluconato de clorexidina, PVP-I, igarsan etc.). Uso de aventais: não diminui o número de IRAS
ISOLAMENTO E PRECAUÇÕES PARA PACIENTES Utilizar norma N°03, pg. 9 a 16.
PRECAUÇÕES PARA OS PROFISSIONAIS DA ÁREA DA SAÚDE Utilizar norma Nº02
Acidente ocupacional com material biológico envolvendo PAS Prevenção: método para evitar a exposição e a aquisição nosocomial de microrganismos por meio de material biológico.
CUIDADOS COM PERFUROCORTANTES Ter ATENÇÃO; Não utilizar dedos como anteparo; Não recapear, entortar, quebrar ou retirar as agulhas com as mãos; Não utilizar agulhas para fixar papéis. Desprezar em recipiente resistente com tampa.
CUIDADOS COM área exposta ao material biológico Lavar com água e sabão em caso de exposição percutânea; Uso de solução anti-séptica degermante; Mucosas – lavar de forma exaustiva com água e solução fisiológica; Soluções irritantes – CONTRA-INDICADAS
VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA (HIV) Risco médio 0,3% - exposição percutânea e 0,09% exposição mucocutânea; Exposição Ocupacional – Tratamento Emergencial – quimioprofilaxia até 2 h ou no máximo 72 h, após; Continuar a quimioprofilaxia por 4 semanas; Realizar teste de anti-HIV no momento do acidente “se negativo”, repetir com 6 e 12 semanas e com 6 meses (
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VÍRUS DE HEPATITE B (HBV) Risco médio 30% após exposição percutânea – PAS NÃO vacinado; Em caso de acidente: vacina ou HBIG (gamaglobulina hiperimune específica); Aplicação em até 72h, com menor eficácia até 1 semana após; Sorologia deve ser repetidas conforme tabela abaixo:
VÍRUS DE HEPATITE C (HCV) Risco médio 7-10% após exposição percutânea – PAS NÃO vacinado; Não há medida especifica pós expsoição; Paciente (+)/HCV – sorologia (anti-HCV), no momento, com 3 e 6 meses após exposição; Dosagens de enzimas hepáticas (AST/ALT) no momento, com 6 semanas, e e 6 meses.
Atividade 2 • • • • •
Realizar em sala leitura do artigo e elaborar: Um resenha 2 questões. Entregar no mesmo dia; Individual
IMUNIZAÇÃO DO RPOFISSIONAL DE SAÚDE
Em qualquer cirurgia - OBJETIVO: Prevenção de infecção superficial e profunda do ISC.
PRINCÍPIOS GERAIS Uma dose terapêutica de antimicrobiano deve ser dada 30 minutos antes da incisão cutânea ou simultaneamente com a indução anestésica. Escolha do Antimicrobiano: baseia-se no tipo de microrganismo esperado. (Geralmente: cefalosporina de 1ª geração: Cefalotina ou Cefazolina (Largo espectro, meia vida sérica, baixa toxicidade, custo e fácil de ser administrada). *Não deve ultrapassar o período transoperatório (Exceto colocação de próteses/implantes – 48h). Cirugias que duram mais 2-2,5h (repeti doses no mesmo intervalo, durante a cirugia, ou intervalos menores – hemorragias maciça)