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Memorização - Parte I, Ii E Iii

O cérebro é o instrumento de trabalho mais importante que utilizamos para executar todas as nossas tarefas. Ele controla todos os nossos movimentos e praticamente todas as atividades involuntárias necessárias à nossa sobrevivência. Todas as nossas emoções, tais como alegria e a tristeza, o amor e o ódio, o medo e a coragem, todas são gerenciadas pelo nosso cérebro. Além disso, é ele que interpreta os estímulos recebidos do mundo exterior pelos nossos sentidos. Assim, é importante conhecê-lo melhor para saber utilizar...

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Cursos Gratuitos Online JurisWay http://www.jurisway.org.br/v2/cursosentrar.asp?id_curso=342 Memorização 1 - Use melhor o seu cérebro Técnicas de Estudo por Tatiane Santana O cérebro é o instrumento de trabalho mais importante que utilizamos para executar todas as nossas tarefas. Ele controla todos os nossos movimentos e praticamente todas as atividades involuntárias necessárias à nossa sobrevivência. Todas as nossas emoções, tais como alegria e a tristeza, o amor e o ódio, o medo e a coragem, todas são gerenciadas pelo nosso cérebro. Além disso, é ele que interpreta os estímulos recebidos do mundo exterior pelos nossos sentidos. Assim, é importante conhecê-lo melhor para saber utilizar seu imenso potencial, pois sua capacidade vai muito além da nossa imaginação. 1 - Use melhor o seu cérebro 1.1 - Introdução Muitos pesquisadores buscam entender o funcionamento do nosso cérebro para construir computadores e máquinas que funcionam de modo análogo. É o início de uma nova era na computação: a dos "Neurocomputadores", que utilizam redes que simulam o funcionamento da rede neural cerebral. O objetivo é dotar os computadores de inteligência artificial, na tentativa de que eles possam resolver problemas novos da mesma maneira que nós, os seres humanos. O interesse por essa área de pesquisa é a prova de que temos funcionando, em nossa própria cabeça, uma tecnologia bem mais avançada do que a dos computadores e softwares atuais. O cérebro humano possui cerca de 100 bilhões de neurônios. Com isso, ele pode armazenar o equivalente a mais de 10 terabytes de dados. Para se ter uma idéia, hoje em dia os maiores provedores de email oferecem caixas postais com capacidade de armazenamento de alguns gigabytes, e dizem que com todo esse espaço, nunca mais será necessário jogar um só email na lixeira. Se fizermos as contas considerando que um Terabyte equivale a 1024 Gigabytes de dados, então perceberemos que nosso cérebro nunca terá problemas de espaço. 1.2 - Capacidade Se o espaço para guardar as informações não é problema, a grande questão é conseguir se lembrar delas quando necessário. Para armazenar e recuperar todos esses dados, nosso cérebro não segue a lógica matemática ou mecânica. Ele possui um mecanismo diferenciado, e muito eficiente: as informações são armazenadas de forma não linear, através de associações. O cérebro tenta associar cada nova informação a alguma experiência prévia, fato ou conhecimento anterior. Somente quando ele consegue fazer essa integração de modo satisfatório é que o conhecimento se fixa de forma duradoura. Informações soltas tendem a se perder e acabam por ser descartadas rapidamente. 1.3 - Retenção e recuperação de informações Outra característica interessante do nosso cérebro é que ele retém as informações de acordo com a sua percepção de importância. Mas essa percepção de importância não se vincula aos nossos pensamentos conscientes. Nosso cérebro tem um complexo mecanismo para classificar essas informações. Assim, pouco adianta falarmos para nós mesmos que determinada informação é importante. A linguagem do cérebro é diferente, é uma linguagem própria, e devemos entende-la se quisermos fazer um bom uso dessa sofisticada ferramenta que todos nós possuímos. Um indicativo de que uma informação é importante é a quantidade de estímulos diferentes que recebemos. O cérebro é capaz de captar uma notável quantidade de sensações. Assim, se apenas ouvimos alguma coisa, o fato terá uma determinada importância. Entretanto, assistindo à cena, já teremos usado dois sentidos (auditivo e visual) para receber a mesma informação, e então ela poderá ser considerada mais relevante. Se associarmos um cheiro, gosto e uma sensação (olfato, paladar e tato) a esta mesma informação, aí então ela já passa a ter uma atenção especial do cérebro. Se aliarmos a essa informação um sentimento forte, seja de amor, ódio, raiva, alegria ou tristeza, aí sim, essa informação se tornará inesquecível para o resto da vida. Por outro lado, quando o cérebro recebe várias informações e sensações diferentes e não relacionadas ao mesmo tempo, ele tende a não dar muita importância a nenhuma delas, prejudicando a retenção. Assim, quanto menor o número de atividades concomitantes e maior a concentração da pessoa, melhor será a capacidade de fixação de informações. Outra forma de chamar a atenção do cérebro para que ele considere alguma informação importante é a repetição. Informações que são repetidas constantemente tendem a ser relembradas com mais facilidade. Daí surgiram os primeiros métodos de ensino baseados na repetição, ou na "decoreba". Entretanto, a partir do momento que a informação para de ser repetida, o cérebro interpreta que ela não é mais necessária e ela cai no esquecimento. 1.4 - Formas de captação de informações Cada pessoa tem uma forma predominante de captação de informações: VISUAIS: São aquelas pessoas que precisam "ver" para compreender, captar, aprender. Não basta uma conversa ou uma boa explicação. AUDITIVAS: Essas pessoas tem uma melhor compreensão quando escutam a informação, respondendo melhor ao estímulo auditivo do que aos demais. CINESTÉSICAS: Elas precisam sentir, provar e tocar para ficarem satisfeitas. Assim, dependem muito mais do tato, olfato e paladar do que as outras pessoas. DIGITAIS OU POLIVALENTES: São as pessoas que têm uma captação equilibrada entre os sentidos acima descritos. Existem vários testes para identificar de qual forma a pessoa pode reter melhor as informações. Entretanto, cada um de nós, intuitivamente, já sabe qual tipo de estímulo nos chama mais a atenção. Quem ainda não notou um domínio maior de um dos estímulos, provavelmente é uma pessoa digital ou polivalente. Reconhecer o tipo de pessoa que nós somos é particularmente útil quando podemos escolher qual é o melhor método de estudos para reter informações com mais qualidade e conseguir recuperá-las mais facilmente. Entretanto, devemos sempre nos exercitar também nas outras formas de captação nas quais somos menos habilidosos. Desta forma, poderemos desenvolver o poder geral de captação e a adaptabilidade para situações onde não podemos definir o modo de passagem das informações. A facilidade de captação por qualquer das vias (visual, auditiva ou cinestésica) nos fornece uma versatilidade maior em qualquer que seja a fonte de dados. 1.5 - Hemisférios cerebrais O cérebro é composto por dois hemisférios, o direito e o esquerdo, que se comunicam a partir um feixe de fibras nervosas denominado corpo caloso. Esses hemisférios estão conectados ao sistema nervoso a partir de uma conexão cruzada, assim o hemisfério direito controla o lado esquerdo do corpo, enquanto o hemisfério esquerdo controla o direito. Cada um desses hemisférios tem e características diferentes. O lado esquerdo trabalha a linguagem, fala, lógica, números, matemática, sequência e palavras e o lado direito trabalha a rima, ritmo, música, pintura, imaginação, imagens, modelos e harmonias. O hemisfério esquerdo é sempre o mais "acadêmico", mais "estudioso" e o hemisfério direito o mais "artístico", mais "criativo". Algumas pessoas usam mais o hemisfério esquerdo, e outras, mais o direito. O ideal é encontrar o equilíbrio, aprendendo a utilizar os dois hemisférios do cérebro e, assim, alcançar os benefícios da conciliação entre suas competências. O fato de usarmos mais um dos lados, não nos impede de desenvolver o outro e, se o fizermos, teremos uma máquina mais capaz e completa. 1.6 - Sistema Límbico No cérebro, há estruturas responsáveis pelas emoções, pela sexualidade, e pela autopreservação e preservação da espécie. Essas estruturas formam o Sistema Límbico e são responsáveis pela proteção instintiva do indivíduo. Ativar o Sistema Límbico é a forma mais simples e direta de estimular o cérebro. Como já foi dito anteriormente, associar informações a emoções é uma poderosa ferramenta ajuda na retenção de informações de forma que elas fiquem acessíveis e não sejam esquecidas com facilidade. 1.7 - Conclusão O cérebro é a mais sofisticadas ferramenta que existe atualmente. Muitos autores dizem que até hoje não fomos capazes de utilizar nem 5% do seu potencial. E mais: estudos comprovam que o cérebro tem a incrível capacidade de melhorar seu desempenho à medida em que é utilizado e exigido. Quanto mais o cérebro for treinado e desafiado, independente da idade, melhor será seu funcionamento. Ao contrário, quanto menos for utilizado, mais rápido ficará enferrujado e sujeito às doenças degenerativas. Assim, utilizar, exigir, treinar e desafiar o cérebro é essencial para manter sua saúde e sua agilidade. Um cérebro ágil faz com que tenhamos um melhor entendimento do mundo ao nosso redor, além de melhorarmos a capacidade de raciocínio, memória e aprendizagem. Use-o o máximo que puder. Não há contra-indicações. Memorização 2 - Como funciona a memória Entenda como o cérebro guarda informações na memória e conheça alguns artifícios que podem aumentar seu poder de memorização. 1 - A MEMÓRIA 1.1 - Introdução Por definição, a memória é a função mental de armazenamento de informações e experiências. É a capacidade humana de reter e evocar qualquer forma de conhecimento. Como já foi dito no curso sobre o cérebro humano, este orgão tem a capacidade de memorizar tudo que acontece, sendo que espaço e capacidade não são problema. A dificuldade é aprender a utilizar o enorme potencial do cérebro. Já se sabe que um adulto é capaz de recordar os fatos das últimas semanas e tem dificuldade para recordar fatos distantes no passado, ao passo que pessoas idosas conseguem recordar perfeitamente fatos de sua adolescência e têm dificuldade para lembrar o que aconteceu no dia anterior. Isto demonstra que os dados permanecem dentro do cérebro, a única dificuldade é recuperálos. 1.2 - Processos de memorização Já sabemos que o processo da memória decorre de um sistema que trabalha com cinco momentos distintos e são eles: - captação - fixação - manutenção - recuperação - transmissão 1.2.1 - Captação Captação: Cada pessoa recebe informações através de seus cinco sentidos: visão, audição, olfato, tato e paladar, sendo que a visão possui certa preponderância, mas sempre influenciado pelo desenvolvimento cerebral. Por isso, devemos sempre cuidar dos nossos cinco sentidos de forma a aumentar a captação, prestando atenção no que se esta fazendo e ao que esta acontecendo. 1.2.2 - Fixação Fixação: Este processo dependerá do tipo de memória utilizada, ou seja, de curto ou de longo prazo e também da qualidade de armazenamento. A fixação corresponde ao "marcar" a informação recebida pelo cérebro, assim este orgão selecionará tudo que estiver acontecendo e fixará o que lhe parecer ou for determinado ser o mais importante. Nesta fase é essencial o interesse, o amor e a vontade da pessoa pelo assunto ou informação, se alimentando bem, juntamente com uma boa oxigenação e captação de um estímulo suficiente. 1.2.3 - Manutenção Manutenção: Após acontecer a marcação da informação em um determinado número de neurônios, é interessante assegurar que este registro não se perca nos bilhões de neurônios ativos e a manutenção é feita neste sentido, como perenização desse registro, pois o cérebro quase sempre não mantém guardada informações consideradas inúteis. Portanto, é preciso buscar a utilidade da informação que quer ser guardada, utilizando técnicas de associações na rede neural. 1.2.4 - Recuperação Recuperação: Este processo consiste em localizar e resgatar a informação guardada e mantida no cérebro e um exemplo disso é o famoso "branco" nas provas, ou seja, um problema de recuperação de informação. Se houver um bom armazenamento das informações no cérebro, será muito mais fácil recuperá-las, utilizando técnicas como a prática, o treino e a execução, sempre através de associações. 1.2.5 - Transmissão Transmissão: É a capacidade humana de repassar para os outros de diversas formas como escrita e oral, as informações memorizadas, guardadas e recuperadas. Um exercício para isto é aprender a utilizar a linguagem humana no sentido de redigir e falar com fluência, não se esquecendo da linguagem não-verbal. 1.3 - Fatores de influência Existem vários fatores que podem influenciar este processo de memorização, tais como: saúde, idade, experiências anteriores, educação, treino, qualidade do material estudado e, é claro, os problemas de saúde, inclusive a obesidade e o colesterol alto. O estresse, seja de origem familiar ou profissional, também pode prejudicar a memória. Nunca poderemos dizer que uma pessoa tem memória "ruim". O que acontece é a falta de adestramento cerebral, sendo que os "problemas" da memorização ocorrem durante uma das cinco fases do processo, ou seja, a pessoa capta ou fixa mal, não sabendo manter a informação ou como recuperá-la. E ainda é possível que a pessoa passe por todos os processos de memorização com sucesso e mesmo assim não consiga transmitir as informações para terceiros. Nesse caso, é quase como se ela não se lembrasse da informação, pois saber e não saber transmitir tem o mesmo resultado prático de não saber. 1.4 - Decorar X Aprender Existem diferenças entre decorar e aprender e vamos a elas. Ainda há lugares onde o ensino nada mais é do que jogar milhares de informações nas cabeças dos alunos e exigir a repetição de uma grande parte desses dados em uma prova. Nesses estabelecimentos, educar deixou de ser uma coisa prazerosa, que estimula a curiosidade e o crescimento do aluno, e passou a ser mera atividade de repetição. É claro que as vezes é necessário memorizar algumas informações, mas devemos cada vez mais deixar de lado a "decoreba" e exercitarmos nosso raciocínio. Para ficar mais claro, devemos entender as diferenças entre os termos "decorar" e "memorizar". Memorizar envolve um armazenamento de informações concomitante com algum aprendizado. Assim, memorizar é uma das formas de aprendizagem e a melhor forma para se memorizar algo é executar, praticar e viver o que foi ensinado. Decorar é uma atividade de mera repetição mecânica, em geral com o uso da memória de curto prazo. E por falar em memória de curto ciclo ou prazo, vamos nos aprofundar nestes termos, ou seja, memória de curtissímo, curto e longo prazos. A memória de curto prazo é aquela que se usa para decorar, por exemplo, um número de telefone e, como o cérebro faz um ciclo curto, a tendência é a rápida perda da informação ou da capacidade de recordação. É também chamada de memória recente com duração de dias ou horas. A informação desaparece rapidamente, porque o cérebro considera tais informações como não merecedores de armazenamento. Para se evitar o esquecimento é preciso uma ativação constante com repetição do dado. A memória que permite satisfatórios armazenamento e recuperação de informação é chamada de longo prazo ou remota, que pode durar anos, trabalhando sempre com dados estruturados. Já a memória que dura apenas alguns segundos ou minutos é chamada de curtíssimo prazo. Um exemplo desse tipo de memória e quando contamos dinheiro e numa facilidade grande perdemos a conta, pois o cérebro só registra o último número dessa contagem. Depende exclusivamente da nossa vontade usar um ou outro tipo de memória. Quando a informação entra no cérebro, ele a classifica automaticamente em uma ou outra "gaveta", mas, se nos programarmos, estas informações podem mudar de "gavetas". Um exemplo disso é quando mudamos de telefone e assim informaremos ao nosso cérebro que não vamos mais precisar daquele número antigo e, automaticamente, essa informação acaba sendo "esquecida", isto é, deixa de ser guardada. Nunca devemos deixar a escolha para o nosso cérebro. A escolha do que quereremos lembrar no futuro deve ser sempre feita conscientemente. Quando estivermos estudando, devemos focar nossa memória naquilo que realmente é importante e que queremos guardar para o resto de nossas vidas. Para isso, devemos dar melhores condições ao nosso cérebro como, por exemplo, estudar com atenção, fazer a leitura de modo adequado, estudar fazendo associações e relações, fazer resumos e revê-los periodicamente, contribuindo sempre para enfrentar o efeito da curva do esquecimento. 1.5 - Técnicas de memorização Existem várias técnicas para memorização e as principais são: 1. ESTABELECER RELAÇÕES E ASSOCIAÇÕES: Devemos relacionar tudo o que aprendemos com conhecimentos já consolidados. Uma técnica prática para aplicar este princípio é, por exemplo, ao fazer uma lista de fatos ou dados, ao invés de fazer linha a linha, criar uma teia ou árvore ligando as informações, situando as mais importantes no centro e partindo delas para as bordas. Nós gostamos mais de esquemas e fluxogramas porque é mais fácil aprender, ou seja, tais formas de apresentação estão mais próximas da forma como o cérebro armazena informações e é por isso que se aprende mais. Existem dicas práticas de ações que podem facilitar nosso trabalho e exercitar nossa memória, como: - fornecer novas associações; - criar ligações do conhecimento novo como o que já está perenizado na memória; - elaborar imagens mentais cuidadosamente para facilitar a evocação; - realizar as anotações após a memorização para que as mesmas não interfiram no processo; - visualizar as aplicações práticas das técnicas apresentadas relacionando-as com seu dia-a-dia e - esclarecer as dúvidas de imediato, questionando, discutindo e participando. 2. IDENTIFICAR A APLICAÇÃO: Precisamos sempre ver utilidade naquilo que vamos aprender, pois se nosso cérebro sabe a utilidade da informação, ele guarda melhor. Devemos dizer para nós mesmos onde e quando pretendemos usar aqueles conhecimentos. 3. EXECUÇÃO E UTILIZAÇÃO: A melhor forma de nunca mais esquecer uma coisa é praticá-la. Isso acontece porque o fato de fazer, realizar, praticar exige processamento mental mais elaborado e, consequentemente, um maior número de relações, além de uma aplicação efetiva, e não simplesmente teórica e abstrata. Exemplos clássicos são dirigir e andar de bicicleta. O exercício então é procurar executar no mundo real o conhecimento adquirido. Se isso for inviável (e muitas vezes é inviável), então a alternativa é pelo menos fazer um resumo ou uma redação sobre o tema objeto do estudo em questão. Enfim, devemos associar sempre o estudo teórico à prática. 4. PROCESSOS MNEMÔNICOS: Este processo funciona com a formulação de frases, palavras ou relações com as letras do dado a ser memorizado, sendo que o ideal é memorizar o essencial (o esquema, a árvore, a estrutura) e, a partir disso, fazer o uso do raciocínio. Assim o uso de relações combinadas com processos mnemônicos será sempre útil. 5. ETIQUETAÇÃO MENTAL: Para recuperar dados facilmente, devemos utilizar a técnica da etiquetação mental, que nada mais é do que uma associação mental. Se jogarmos as informações no cérebro de qualquer maneira, nossos "arquivos" se transformarão em uma grande bagunça e, mais tarde, quando precisarmos de uma informação, não conseguiremos lembrá-la de imediato. Entretanto, o comando que foi enviado para o cérebro vai ser executado mais cedo ou mais tarde e, assim, aquela informação vai vir a tona justamente quando não precisarmos mais dela. Uma das soluções para este problema é treinar o cérebro a trabalhar mais rápido na busca de informações. 1.6 - Métodos de otimização Existem outros métodos de otimização da memória que aproveitam o interesse que o cérebro demonstra por certos detalhes de imagem. É o que veremos nas próximas páginas... 1. DESPROPORÇÃO: Para ativar a "curiosidade" do cérebro, devemos formar imagens fora da proporção normal, aumentando-as ou diminuindo-as de forma exagerada, tornando assim a visualização fora dos padrões normais. 2. AÇÃO: Situações interessantes para memorização são aquelas de movimento, dinâmicas, com aceleração ou redução, a chamada câmera lenta. 3. EXAGERO: Temos mais facilidade de retenção na memória de coisas absurdas ou fora do comum, por isso, devemos aumentar a quantidade e a intensidade nas imagens mentais criadas a fim de torná-las absurdas. 4. SUBSTITUIÇÃO: Formar a imagem de um item para sustituir um outro de dificíl visualização é um bom artifício que ajuda na memorização. 1.7 - Técnicas de estudo Tem-se também técnicas de estudo favoráveis à memorização, tais como: 1. LEITURA E RELEITURA: Devemos sempre fazer uma pré-leitura, buscando o índice, os tópicos e as idéias principais, mas com calma, para depois ao reler, darmos mais atenção aos pontos mais relevantes. 2. MARCAÇÕES: Não podemos ter vergonha ao sublinhar, marcar, realçar idéias principais, anotar dúvidas, entre outras coisas, pois as marcações facilitam a memória e a fixação. 3. RECITAÇÃO: Repetir a matéria, o texto ou o resumo em voz alta, após a leitura são válidos para o processo de memorização. 4. RESUMOS OU ESQUEMAS: Fazer resumos ou esquemas serve para rever os tópicos principais de um livro, por exemplo, quando se esta estudando. 5. GRÁFICOS E ÁRVORES: Estes servem para trazer recordações a médio e a longo prazos. Os gráficos podem ser mais simples ou bem mais elaborados, em forma de árvore. 6. QUESTIONÁRIOS E DEBATES: Em um grupo de alunos, as tarefas devem ser divididas com o intuito de ao se observar dúvidas, criar-se questionários para tão logo possa se discutir a matéria proposta e com isso, estimula-se debates discutindo os problemas propostos, o que constitui um excelente instrumento de aprendizado. 7. UTILIZANDO OS DEMAIS SENTIDOS: Já se sabe que não só a visão recupera a memória e sim os demais sentidos, como o olfato quando pelo cheiro de um perfume por exemplo, lembramos de alguém ou de algo, ou até mesmo pelo paladar, pois ao sentir gostos diferentes na comida, poderemos nos recordar de algo passado. 8. ATIVIDADE FÍSICA E MEMORIZAÇÃO: Para se facilitar a memorização, devemos fazer o uso de atividades físicas relacionadas com o estudo como lecionar, fazer resumos, copiar ou repetir em voz alta, pois isso ativa as demais funções cerebrais e consequentemente de neurônios, evitando assim a perda de concentração. 9. UTILIZAÇÃO DE "VIAGENS MENTAIS": Este termo é usado quando fazemos uso de filmes para buscar dados memorizados, pois estes são formas de visualização com movimentos. 1.8 - Conclusão Concluindo, aprendemos que se bem utilizada e treinada, a memória é um grande instrumento de trabalho. Por isso, devemos fazer o uso das técnicas que melhor nos adaptarmos, pois cada pessoa deve decidir qual o sistema ou sistemas de estudo e memorização prefere usar, buscando sempre estar atento para as cinco fases do processo de memorização (captação, fixação, manutenção, recuperação e transmissão). Memorização 3 - A curva do esquecimento Nosso cérebro grava informações recebidas constantemente. Entretanto, essas informações são gravadas de forma temporária e, depois de algum tempo, a maioria delas é descartada. Esse comportamento do cérebro é representado pela Curva do Esquecimento. Saiba mais sobre essa curva e conheça maneiras de alterar sua trajetória de forma a reter as informações por mais tempo. 1 - A curva do esquecimento A curva do esquecimento descreve o quanto de informações somos capazes de reter após adquiri-las. Ela é baseada nas informações adquiridas após uma palestra de 1 hora de duração. Observe a imagem da curva nas próximas páginas e veja como ela funciona. No início da palestra, o estudante sabe algo próximo de 0% do assunto ensinado (justificando o motivo pelo qual a curva se inicia no ponto 0). Desse modo, ao final da palestra (dia 1), ele saberá 100% do assunto ensinado (ao menos saberá o máximo que ele tem condições de aprender, dado o conhecimento prévio sobre o assunto). Assim, após a palestra, a curva chega em seu ponto máximo. No segundo dia, se o estudante não tiver feito qualquer revisão do assunto (como ler, pensar ou discutir sobre os tópicos aprendidos), provavelmente se esquecerá de 50% a 80% daquilo que foi aprendido. Perceba que os estudantes se esquecem mais nas primeiras 24 horas após a aquisição do que ao longo de 30 dias. Também é importante notar que, ao final dos 30 dias, restarão apenas 2% a 3% de toda informação adquirida no primeiro dia. Assim, depois de um mês, você terá a impressão de que nunca ouviu falar sobre o assunto, precisando estudar tudo desde o inicio. No entanto, é possível que os estudantes mudem a forma da curva do esquecimento. Nossos cérebros constantemente gravam informações de maneira temporária: - conversas no corredor da faculdade, - a roupa que você estava usando no dia anterior, - o nome de amigos apresentados em uma reunião, - a música que acabou de tocar no rádio... No entanto, se você não criar códigos de memória importantes, toda essa informação será descartada. Para que essas informações não se percam no tempo, você deve fazer revisões do material estudado. A cada revisão, você cria novos códigos de memória, fixando a informação cada vez mais. Veja nas próximas páginas uma fórmula interessante de revisão e acompanhe a nova curva originada... 24 horas - Para cada hora de aula, faça uma revisão de 10 minutos Observe que a primeira revisão deve ser feita já nas primeiras 24 horas após a aquisição - período em que ocorre maior parte do esquecimento. Essa revisão será o suficiente para "segurar" em sua memória toda a informação aprendida em sala de aula. 7 dias - Para cada hora, 5 minutos de revisão Uma semana depois (dia 7), para cada hora de aula expositiva, você precisará de apenas 5 minutos para "reativar" o mesmo material, elevando a curva para 100% mais uma vez. 30 dias - Para cada hora, 2 a 4 minutos de revisão Ao final de 30 dias, você precisará de apenas 2 a 4 minutos para obter novamente os 100% da curva de aprendizagem. Alguns alunos dizem não ter tempo para esse tipo de revisão. No entanto, nada justifica essa alegação, visto que o maior ganho com as revisões se refere principalmente ao tempo. Se ao longo dos 30 dias, os estudantes não fizerem qualquer tipo de revisão, eles precisarão de mais 50 minutos de estudo para cada hora de aula expositiva. Dado o inevitável acumulo de matéria, provavelmente o aluno dispensará muito mais tempo do que se tivesse simplesmente feito um bom calendário de revisões. A ausência de revisões também comprometerá o fenômeno da reminiscência (que será abordado em um curso específico), já que a memória não costuma funcionar muito bem quando trabalhada com sobrecarga e pouco tempo disponível. É claro que não existem regras rígidas sobre as revisões, já que essa rigidez esbarra em outras variáveis como diferenças individuais e densidade do material a ser estudado. No entanto, é preciso que você estabeleça um sistema eficiente de revisões caso realmente queira ser academicamente bem sucedido.