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Ipv6

Redes. <br>Trabalho / Resumo sobre IPv6. <br>Internet Protocol version 6.

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Escola Politécnica da Universidade de São Paulo IPv6 Renato G. Freitas nUSP 3680839 São Paulo Novembro de 2006 1. Introdução O IPv6 é uma camada de rede do padrão IP usada por dispositivos eletrônicos para intercâmbio de dados através da comutação de pacotes. Foi criado para substituir o IPv4 como segunda versão do IP (Internet Protocol) para ser formalmente adaptado para usos gerais. A seguir serão exploradas características do protocolo IP e as motivações para criação de sua segunda versão. 1. O Protocolo IP O IP (Internet Protocol, ou Protocolo de Internet) é um protocolo orientado a dados para comunicação através de uma rede de comutação de pacotes. Como um protocolo de camadas baixas, é encapsulado em uma camada de ligação (link) de dados, tais como a Ethernet. Os dados vindos de uma camada superior são encapsulados em um ou mais pacotes/datagramas (estes termos são sinônimos no IP). Não é necessária a configuração do circuito quando um dispositivo tenta enviar pacotes para um outro que ainda não se comunicou, caracterizando assim um protocolo "connectionless". O protocolo não oferece garantia quanto à transferência de dados nem integridade dos pacotes, podendo gerar corrupção dos dados, desordenação, duplicação ou até mesmo perda dos dados. Em termos de confiança, a única garantia do IP é a integridade do cabeçalho (header), assegurada através de um checksum (soma de controle). O motivo para não se preocupar com a confiabilidade foi aliviar a complexidade dos roteadores. Desta forma, este trabalho então é passado para as camadas mais altas da comunicação. 2. Modificações em relação ao Ipv4 2.1 Endereçamento O IPv4 utiliza endereços de 32 bits (4 bytes), o que limita o espaço a 4.294.967.296 possíveis endereços únicos. Entretanto, muitos são reservados à propósitos especiais, como redes privadas (18 milhões de endereços) e endereços multicast (1 milhão de endereços). Isto reduz o número de endereços que podem ser alocados como públicos. A representação mais comum dos endereços IPv4 é a notação ponto-decimal, onde os bytes são escritos na base decimal, separados por pontos (Ex: 192.186.0.1). A principal melhoria no desenvolvimento do IPv6 é aumentar o número de endereços disponíveis para os dispositivos de rede, permitindo, por exemplo, cada telefone celular e dispositivo eletrônico móvel ter um endereço próprio. O IPv4 suporta algo em torno de 4 bilhões de endereços, o que é insuficiente para dar um endereço para cada pessoa no planeta, claramente incapaz de suportar o mercado de dispositivos de conexão. O IPv6, por sua vez, suporta suporta 2128 endereços (128 bits, ou 16 bytes), aproximadamente 5 x 1028 endereços por pessoa no planeta. Isso possibilita a atribuição de um endereço para cada átomo em uma pessoa de tamanho médio. Existem também diferenças em relação à notação utilizada. Enquanto a notação mais utilizada na representação dos endereços IPv4 é a notação ponto-decimal, os endereços IPv6 normalmente são representados como oito grupos de quatro dígitos hexadecimais. Por exemplo, 2001:0db8:0000:0000:0000:0000:1428:57ab é um endereço IPv6 válido. Se um grupo de quatro dígitos é composto por quatro zeros, estes podem ser omitidos. Zeros no início de um grupo podem também ser omitidos. Desta forma, o endereço do exemplo acima pode ser abreviado para 2001:db8::1428:57ab. As redes IPv6 são escritas utilizando a notação CIDR (Class Inter-Domain Routing), que aumenta a flexibilidade quando divide faixas de endereços de IP em redes separadas. Uma subrede é denotada pelo primeiro endereço na rede e o tamanho em bits do prefixo (em decimal), separados por uma barra. Por exemplo, 2001:0db8:1234::/48 representa uma rede com endereços de 2001:0db8:1234:0000:0000:0000:0000:0000 até 2001:0db8:1234:FFFF:FFFF:FFFF:FFFF:FFFF. Existem ainda uma série de endereços com uso especial, como o ::1/28, o endereço de loopback, semelhante ao 127.0.0.1 no IPv4. 2.2 Estrutura do Pacote Existem mudanças relevantes nos pacotes enviados pelas versões 4 e 6. O pacote é divido entre cabeçalho e dados a serem transmitidos. Na versão IPv4, o cabeçalho é composto por 13 campos, onde 12 são obrigatórios, enquanto que na versão IPv6 existem 8 campos, todos obrigatórios. Existe ainda, no IPv6, a possibilidade da utilização de mais de um cabeçalho, caracterizando uma tecnologia mais atualizável, onde novas possibilidades podem ser incorporadas. Por exemplo, o campo "protocolo" do IPv4 foi substituído por um cabeçalho endereçado no "next header". Abaixo seguem imagens que ilustram os cabeçalhos dos protocolos IPv4 e IPv6. Protocolo IPv4 Protocolo IPv6 A fragmentação dos pacotes no IPv6 se dá pelos hosts, ou seja, os roteadores nunca devem fragmentar os pacotes. Isto é resolvido utilizando a tecnologia do PMTU (Path Maximum Transmit Unit), que representa o tamanho do maior pacote que pode passar neste caminho. 3. Inovações do IPv6 3.1 Configuração dos Hosts Os hosts tem uma configuração automática e stateless. Desta forma, o host envia uma requisição multicast para seus parâmetros de configuração, aguardando resposta dos router para uma configuração adequada. Desta forma pode-se evitar o uso de DHCP, utilizado no IPv4. 3.2 Multicast O Multicast (multiplexed broadcast) é parte do protocolo base do IPv6, em oposição ao IPv4, onde era opcional. Desta forma as mensagens podem ser entregues à um grupo de dispositivos simultaneamente. 3.3 Jumbogramas No IPv4, os pacotes eram limitados a 64 kB de dados. Quando utilizado por parceiros que comportem, o IPv6 tem capacidade pra aumentar este limite, utilizando os chamados jumbogramas. Os jumbogramas aumentam a performance da transmissão de dados na rede. 3.4 Roteamentos mais rápidos Por utilizar um cabeçalho mais sistemático e mais simples, o IPv6 pode melhorar a performance dos roteadores. Por se tratar de menor quantidade de dados, o roteador pode ser otimizado para maior velocidade. 3.5 Segurança na camada de Rede No IPv6, o IPsec (IP Security), protocolo para encriptação e autenticação da camada de rede IP, é uma parte integral da base do protocolo. Existem dois modos de operação para o IPsec: - Modo de Transporte (Transport mode): apenas a mensagem (dados a transmistir) são encriptados. É roteável, já que o cabeçalho é escrito em pleno texto, mas não pode atravessar interfaces NAT, pois invalida seu valor hash. É o método usado para comunicação entre hosts - Modo de Túnel (Tunnel mode): o pacote inteiro é encriptado. Precisa então ser encapsulado em um novo roteamento de IP para funcionar. É utilizado na comunicação entre redes (túneis seguros entre roteadores), entre hosts, e entre hosts e redes. 4. Mecanismos de Transição Até que o IPv6 substitua completamente o IPv4, o que não deve acontecer num futuro tão próximo, existem alguns métodos chamados de mecanismos de transição, para adaptar os atuais mecanismos IPv4 para atuarem como mecanismos IPv6, ou mesmo adaptar redes e hosts IPv6 isolados, para se comunicarem com dispositivos IPv4. 4.1 Dual Stack Como o IPv6 é uma extensão conservativa do IPv4, é relativamente fácil escrever uma rede que suporte ambas as tecnologias, compartilhando grande parte do código. Este método é chamado Dual Stack, e é um dos mais utilizados nas atuais implementações do IPv6. 4.2 Tunelamento O método de tunelamento é utilizado para utilização da tecnologia IPv6 através de uma infraestrutura IPv4. Esta técnica consiste em encapsular os pacotes IPv6 em pacotes IPv4, em efeito utilizando o IPv4 como camada de ligação (link) para o IPv6. Existem técnicas para tunelamento automático dos dados, através de uma infraestrutura de roteadores. O método mais utilizado é chamado tunelamento 6to4, que usa encapsulamento 41. Desta forma, os endereços de 32 bits são transformados em endereços 128 bits, com o prefixo 2002 no endereço IPv4. Assim, para um endereço 192.88.99.1, o endereço correspondente em 6to4 é 2002:c058:6301::. 4.3 Proxying e Tradução Quando um host IPv6 precisa acessar um serviço IPv4, algum tipo de tradução é necessária. A única forma disto funcionar realmente é a utilização de uma camada de aplicação dual-stack, como um web proxy. 5. Implementações de IPv6 O governo dos Estados Unidos determinou que todas as suas agências federais devem suportar o protocolo IPv6 até 2008. A China, em seu projeto CNGI (China Next Generation Internet), que é um projeto iniciado pelo governo chinês para ganhar posição no cyberespaço, pretende anunciar sua nova rede IPv6 nas Olimpíadas de Pequim, em 2008. Tudo, desde câmeras de segurança até os táxis e câmeras filmando os eventos, devem ser ligados em redes IPv6, e os eventos devem ser transmitidos por streamming ao vivo pela Internet. Além disto, existem implementações privadas em redes de grandes empresas, que apostam na tecnologia do novo protocolo. 6. Bibliografia Wikipedia: http://en.wikipedia.org/wiki/IPv6 http://pt.wikipedia.org/wiki/IPv6 http://en.wikipedia.org/wiki/IPv4 Force Task Brasileira para IPv6: http://www.br.ipv6tf.org/