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Formação Do Solo

pequena revisão sobre os fatores que influenciam na formação do solo

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Formação do solo O planeta Terra é composto, de forma simplificada, de três camadas: o núcleo, sólido e mais interno, o manto, camada intermediária e com material em fusão, e a crosta, camada menos espessa e superficial, composta de rochas consolidadas em estado sólido (POPP, 2004). Na crosta terrestre há também a subdivisão que chamamos de litosfera, que é uma geosfera rochosa que envolve a terra e compreende a crosta terrestre e a porção superior do manto (WINGE et. al., 2001). Pode-se afirmar que a exposição das rochas litosféricas, que formaram-se sob condições químicas e físicas reinantes há milhões de anos, quando expostas aos agentes climáticos e biológicos atuais sofrem modificações em suas estruturas química e física, processo que chamamos de intemperismo (LEINZ & AMARAL, 1995). Este, como já dito anteriormente pode ser classificado como físico, quando as alterações consistem apenas na desagregação mecânica das partículas rochosas, e químico, quando a alteração se dá na estrutura das moléculas constituintes dos cristais minerais. As reações do intemperismo acabam por provocar a formação de materiais particulados que vão se acumulando sobre a litosfera rochosa, e a esta camada inconsolidada dá-se o nome de regolito. Nas porções mais superficiais de tal regolito há a agregação da matéria orgânica, constituindo então o que chamamos de solo, que é a camada superficial inconsolidada da crosta, formada por materiais minerais e orgânicos, que dão sustentação à vida (TEIXEIRA et. AL., 2003). Assim denominados o solo de forma generalizada, mas este pode ter diferentes definições de acordo com a área na qual o solo é abordado e, em pedologia, considera-se que o mesmo é função da interação de cinco fatores: clima, organismos, relevo, material de origem e tempo. De forma sucinta pode-se comentar um pouco a ação destes fatores: o clima é determinante de vários agentes intempéricos com a água (traduzida pela pluviosidade), os organismos também são agentes intempéricos já que promovem a transformação de materiais, tome-se como exemplo a decomposição, ressaltando-se que a atividade dos mesmos é diferente dependendo do clima a que estão submetidos (LEPESCH, 2002). O relevo pode determinar o regime de drenagem, favorecendo ou não o acúmulo de água o que altera a atividade dos microorganismos, e a capacidade oxirredutora do meio, além de determinar se uma área será fornecedora (encostas por exemplo) ou receptora (como depressões) de sedimentos. A velocidade e facilidade com que um solo se desenvolve tem como importante determinante o material de origem, já que este pode oferecer maior ou menor resistência aos agentes intempéricos. E, por último, o tempo é o fator ao qual a ação de todos os anteriores está inserida e submetida (FREIRE, 2006). A evolução de um solo, que se inicia com uma simples camada de material intemperizado proveniente da rocha de origem, aumenta com a ação dos fatores de formação do solo e de processos regidos por eles, culminando numa profunda camada vertical que se estende até a rocha mãe, definida como perfil, o qual possui diferenciações em camadas denominadas de horizontes, e estes refletem características do processo pedogenético. Os processos citados são basicamente reações químicas e movimentos de materiais os quais promovem a entrada de material, como a chegada de sedimentos ao perfil – processo de adição; saída de material, como erosão e lixiviação – remoção total; translocação de materiais dentro do perfil, como a translocação de argila entre horizontes – translocação e, por último a transformação de substâncias presentes no perfil, como a decomposição por exemplo, o que define o processo de transformação (LEPESCH, 2002; RESENDE, 2002). Todos estes processos ocorrem concomitantemente, durante a evolução do solo, porém pode haver predominância de um ou mais processos definindo caminhos específicos na formação do solo como a latossolização, podzolização, gleização, salinização, citando apenas estes que são os predominantes no Brasil, sobretudo os dois primeiros. Na latossolização predomina o processo de remoção total de sílica e bases, acarretando no efeito residual de óxidos e hidróxidos de ferro e alumínio, sendo que os primeiros conferem cor avermelhada aos latossolos bem drenados. É importante ressaltar que tais solos possuem perfil bem homogêneo com difícil identificação de horizontes. No caso da podzolização, o processo predominante é a translocação (ou remoção parcial), podendo esta ser de argila neste caso originando os argissolos, podendo ser também de matéria orgânica ou sesquióxidos, neste caso originando os espodossolos. Já no caso da gleização, ocorre predominantemente o processo de transformação, provocada pelo ambiente redutor, já que estes solos ocorrem em locais com drenagem ineficiente por períodos significativos. E, por último, no caso da salinização ocorre o acúmulo de sais no perfil, conseqüência da evapotranspiração ser superior à precipitação no ambiente em que ocorrem tais solos, mais comumente encontrados no Nordeste brasileiro (FREIRE, 2006; LEPESCH, 2002;RESENDE, 2002). LEPESCH, I. Formação e Conservação dos Solos Oficina De Textos, 2002 LEINZ, V. & AMARAL, S. S. Geologia Geral. Editora Nacional, 14 ed. 2001 FREIRE, O. Solos das Regiões tropicais FEPAF - Fundação de Estudos e Pesquisas Agrícolas e Florestais Ltda, 2006 RESENDE, et. al. Pedologia: Base para distinção de Ambientes, Editora UFLA, 2002 4ed. TEIXEIRA, W. et. al. Decifrando a Terra. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2000 POPP, J. H. Geologia Geral. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Editora S.A. 5ed., 1998 WINGE, M. et. al. 2001. Glossário Geológico Ilustrado. Disponível em: http://www.unb.br/ig/glossario/ Acesso em 05 mai 2010.