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Ferramentas Para Gerenciamento De Redes De Esgotamento Sanitário

ferramentas para gerenciamento de redes de esgotamento sanitário

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FERRAMENTAS PARA GERENCIAMENTO DE REDES DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO Ligiane Alves de Souza1 Juliana Ferreira Lorentz2 Pedro João Antunes de Souza3 Eduardo Macedo Bhering4 Maria Lúcia Calijuri5 RESUMO Na maioria das cidades brasileiras as redes de esgotos sanitários apenas afastam os efluentes das residências e os lançam in natura nos corpos d’água, elevando a sua contaminação e degradação, aumentando a incidência de doenças e internações hospitalares, e conseqüentemente comprometendo o abastecimento tanto em quantidade como na qualidade da água. Este artigo apresenta ferramentas desenvolvidas para otimizar o gerenciamento de redes de esgotamento sanitário. Palavras-Chave: esgotamento sanitário, sistema de informação geográfica, saneamento básico 1. INTRODUÇÃO Segundo a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico realizada pelo IBGE em 2000, o Brasil possuía 87.9 % de distritos atendidos por redes de água e 41.6 % por redes de esgotos sanitários. No que se refere a água, a região melhor atendida é a sudeste (96.56%) e a pior a nordeste (82.68%). Se por um lado o atendimento é significativo para a água o mesmo não pode ser dito com relação ao esgotamento sanitário onde ainda há muito por fazer. Na pesquisa acima mencionada o IBGE constatou índice, de distritos atendidos por redes de coleta e afastamento de esgotos, de 82% para a região sudeste, 30.25% para a nordeste, 21.4% para a sul, 12% para a centro-oeste e 5.77% para a norte. Ainda que só 0,1% dos esgotos de origem doméstica seja constituído de impurezas de natureza física, química e biológica, e o restante seja água, o contato com esses efluentes e a sua ingestão é responsável por cerca de 80% das doenças e 65% das internações hospitalares. Atualmente, apenas 10% do total de esgotos produzido recebem algum tipo de tratamento, os outros 90% são despejados in natura nos solos, rios, córregos e nascentes, constituindo-se na maior fonte de degradação do meio ambiente e de proliferação de doenças infecciosas e parasitárias (COSTA 2001). O esgotamento sanitário requer, portanto, não só a implantação de uma rede de coleta, mas também um adequado sistema de tratamento e disposição final. Combinado com políticas de saúde e habitação, o saneamento ambiental diminui a incidência de doenças e internações hospitalares. Por minimizar o comprometimento dos recursos hídricos disponíveis na região, o saneamento ambiental garante o abastecimento e a qualidade da água. 1 Graduando em Ciência da Computação – Bolsista IC_CNPq - LabSigeo Graduanda em Engenharia de Agrimensura – Bolsista IC_CNPq - LabSigeo 3 Graduando em Engenharia de Agrimensura – Bolsista IC_CNPq - LabSigeo 4 Mestrando em Ciência da Computação – LabSigeo 5 Professora Titular DEC_UFV 2 2. MODELO DE DADOS PARA A REPRESENTAÇÃO DA REDE DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO A modelagem conceitual dos dados, consistiu na identificação dos elementos, atributos e relacionamentos presentes na rede de esgotos sanitários e considerados relevantes para compor a solução do sistema. Foram estudadas as etapas de coleta, remoção, tratamento e destino dos esgotos. O banco de dados geográfico foi estruturado em temas para o armazenamento dos trechos de rede e dos pontos notáveis. Estes pontos notáveis representam uma generalização dos vários tipos de elementos pontuais presentes na rede, tais como os já mencionados pontos de coleta de esgotos, pontos de lançamento dos efluentes, poços de visita, etc. Um campo no banco de dados indicava o tipo do ponto. 3. FERRAMENTAS IMPLEMENTADAS A aplicação da tecnologia da informação (CHIARA 1999) no gerenciamento de infraestrutura é uma ferramenta efetiva para otimização, operação e manutenção do gerenciamento de sistemas de engenharia. Como mais de 75% dos dados de sistemas de abastecimento de água e de esgotos sanitários possuem características espaciais (localização) os benefícios trazidos pelo levantamento georreferenciado passam pela utilização de um sistema de informação geográfica como ferramenta, entre outras, para modelagens e simulações. 3.1. Consulta Visual aos Poços de Visita Duas ferramentas foram desenvolvidas para apresentar de maneira gráfica e intuitiva dados desses poços, uma para a geração da vista superior e outra para a vista lateral do poço de visita, apresentadas na Figura 1. Todos os elementos são representados mantendo-se a correta proporção entre si, de acordo com as informações medidas em campo e armazenadas na base de dados. Figura 1 – Vista superior e lateral do poço de visita. 3.2. Formulário para Consulta e Alteração na Base de Dados Foi desenvolvida uma ferramenta para apresentar os dados na forma de um formulário e também permitir sua modificação como pode ser visto na Figura 2. Figura 2 – Formulário para consulta e alteração dos dados descritivos associados ao objeto espacial. Esta solução tornou o trabalho mais eficiente diminuindo a quantidade de erros na fase de lançamento dos dados descritivos levantados em campo. 3.3 Gerador do Perfil da Rede de Esgoto Foi desenvolvida uma ferramenta que gera o perfil de trechos da rede, selecionados pelo usuário, incluindo as distâncias entre os poços de visita, as cotas da tampa e do fundo, e também as cotas de início e fim de cada trecho de rede, apresentada na Figura 3. Figura 3 – Perfil da rede de esgoto. O perfil pode ser impresso e servir de referência para os trabalhos da equipe de manutenção, juntamente com as vistas laterais e superiores dos poços de visita. 4. MAPVIEW Foi desenvolvido um módulo de consulta aos dados, denominado MapView, que trabalha de forma independente do ArcView; implementado com a ferramenta de desenvolvimento Borland Delphi, utilizando o componente MapObjects, que permite a inclusão de recursos de SIG nos aplicativos por ele gerados. Este módulo foi criado com o objetivo de reduzir o custo do software disponibilizado para consultas às bases de dados, já que a maior parte dos usuários necessitava apenas de visualizar algumas informações, sem a necessidade de alterar a base de dados e executar consultas elaboradas. O sistema permite a visualização de arquivos no formato Shape e a consulta aos dados descritivos associados a estes arquivos. A figura 4 exibe uma tela do sistema com os temas trechos de rede e poços de visita. Figura 4 - Visualização do sistema MapView. 5. CONCLUSÕES As ferramentas desenvolvidas e implementadas bem como a metodologia utilizada mostraram-se eficientes, otimizando os trabalhos de manutenção e reabilitação da rede de esgotamento sanitário, proporcionando redução de custos e agilidade no atendimento aos usuários. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS COSTA, Antonio J. Faria. Desenvolvimento Urbano. Saneamento Ambiental. In: http://federativo.bndes.gov.br/dicas/d005.htm em 12/09/ 2001 CHIARA, Carla T de. GIS e Modelagem Hidráulica – Gerenciando o Sistema de Coleta e Transporte de Esgotos. In: Tsutiya, M T; Sobrinho, P A. Coleta e Transporte de Esgoto Sanitário. Departamento de Engenharia Hidráulica e Sanitária da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, 1999. 548 p.