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Conceituação E Planejamentode Exploração Olerícola

Apostila do curso de especialização da UFLA, este texto acadêmico, e muito claro e util para quem quer saber um pouco mais como planejar hortas.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS TEXTO ACADÊMICO CONCEITUAÇÃO E PLANEJAMENTO DE EXPLORAÇÃO OLERÍCOLA Autores: Luiz Antonio Augusto Gomes Ernani Clarete da Silva Wilson Roberto Maluf LAVRAS 2004 1- INTRODUÇÃO O mercado de olerícolas no Brasil tem passado por profundas modificações, especialmente nas duas últimas décadas. Tem-se tornado cada vez mais competitivo, e maiores têm sido as exigências em termos de qualidade do produto final. Neste contexto, o produtor está em constante busca por uma produção de melhor qualidade, com maior produtividade e menor custo. Nivelar o entendimento do que é olericultura é o passo inicial para que técnico e produtor possam discutir de forma produtiva todos os aspectos relacionados à atividade, buscando ser eficientes no planejamento, para atingir com sucesso os objetivos do mercado. Desta forma, é importante inicialmente situar a olericultura como uma atividade dentro de um conceito mais abrangente, que é a fitotecnia. A partir daí fazer alguns esclarecimentos sobre determinados termos, freqüentemente utilizados, bem como apresentar algumas características desta atividade. O que produzir, quanto produzir, quando produzir e como produzir, invariavelmente, tem sido questionamentos que dificilmente são equacionadas pelo técnico ou produtor no momento de iniciar um empreendimento hortícola, principalmente quando o entendimento prévio da olericultura não existe. Responder criteriosamente estas questões antes da implantação do empreendimento, significa estar atento à adequação de um planejamento complexo, onde a gestão correta dos fatores de produção (terra, capital e trabalho), de conformidade com o mercado e as tecnologias disponíveis, para cada realidade do produtor, devem ser considerados. Assim, este texto tem como objetivo discutir alguns conceitos básicos sobre a olericultura, bem como organizar, de maneira prática, as informações e os procedimentos que devem preceder a implantação de um empreendimento de produção de espécies olerícolas. 1 2- OLERICULTURA A palavra olericultura muitas vezes não é bem entendida, ou mesmo, é desconhecida de muitos. Ela vem do latim onde “Olus”, “Oleris”, significa hortaliça e “colere” quer dizer cultivar. É, portanto, a dedicação ao cultivo de hortaliças. Para situar a olericultura no contexto das atividades agrícolas a mesma se encontra inserida dentro de um termo mais abrangente, que é a Fitotecnia. RAMOS DA FITOTECNIA Grandes culturas: refere-se à exploração das culturas anuais ou perenes, normalmente cultivadas em grandes áreas. Como exemplo pode-se citar o milho, a soja, o café, a cana de açúcar, o arroz, o feijão e o algodão, entre outras. Silvicultura: diz respeito à exploração de espécies florestais, para obtenção de madeira para diversos fins, como celulose, carvão vegetal, móveis etc. Forragicultura: é o ramo da fitotecnia que trabalha com as plantas forrageiras, destinadas à produção de alimentos para os animais, seja através de pastagens seja através de forrageiras para corte, as quais podem ser fornecidas no cocho tanto de forma fresca como em forma de silagem ou feno. Horticultura: este é um ramo abrangente dentro da fitotecnia, já que aí se encontram algumas atividades especializadas: - Floricultura: produção de flores para corte - Fruticultura: produção de fruteiras como pessego, uva, goiaba e laranja entre outras. - Jardinocultura: cuida das plantas ornamentais - Olericultura: é o ramo que se dedica às hortaliças, incluindo aí o morango, melão e melancia. Nos últimos anos, também tem sido incluído neste segmento as plantas medicinais e condimentares. - Viveiricultura: produção de mudas. 2 De alguns anos para cá, tem-se desenvolvido no Brasil, uma atividade importante para alguns ramos da horticultura, que é a denominada Plasticultura, a qual normalmente pode ser empregada tanto pela Olericultura, como pela Fruticultura, Floricultura, Viveiricultura, etc. Esta atividade tem exercido uma importância fundamental, tanto na produção de mudas como também em plantios comerciais, contribuindo para melhorar a qualidade e a quantidade de produtos, principalmente fora da época normal de plantio Os termos utilizados na olericultura muitas vezes não são esclarecedores, podendo causar algumas interpretações errôneas. Por exemplo: - melão, melancia, morango: em alguns países, são estudados dentro da Fruticultura. - batata: algumas escolas e instituições de pesquisa consideram como parte de Grandes Culturas. - em Portugal, Horticultura em geral é empregado numa concepção mais restrita, como sinônimo de Olericultura. 2.1- CARACTERÍSTICAS DA EXPLORAÇÃO DE HORTALIÇAS A atividade olerícola possui algumas características próprias que a diferenciam da maioria das outras culturas. Ciclo cultural curto: isto permite que vários plantios com a mesma espécie, ou com espécies diferentes, possam ocupar o mesmo local durante o ano. Exceções existem para as hortaliças perenes ou semi-perenes, como chuchu, aspargo e alcachofra. Aproveitamento de áreas marginais: permite aproveitamento de áreas marginais para grandes culturas, como na periferia de grandes centros, onde as terras normalmente são muito caras, ou em regiões onde as terras são de baixa fertilidade natural. Em ambos os casos a atividade comporta tanto o maior custo de aquisição da terra ou da recuperação da mesma através de adubações químicas pesadas. É uma atividade que se caracteriza pelo uso intensivo de insumos. Utilização de pequenas áreas: em grande parte dos casos é praticada em pequenas propriedades, sendo uma característica da atividade o uso intensivo do solo. 3 Existem muitas exceções, como no caso da ervilha para conserva, tomate industrial e batata, que são cultivados em geral por grandes produtores. Utilização intensiva de mão de obra: a atividade olerícola demanda um grande número de práticas culturais na condução das culturas, tais como tutoramento, amontoa, desbrota, desbaste ou raleio, adubações de cobertura, etc. Possibilidade de alta renda bruta e líquida por unidade de área: a produção da maioria das hortaliças normalmente se dá na casa das dezenas de toneladas por hectare. As produtividades que se consegue com algumas culturas como tomate (80 t.ha-1), pimentão (45 t.ha-1), repolho (40 t.ha-1), beterraba (40 t.ha-1), entre outras servem como exemplo do que é possível se produzir por unidade de área. Existem cerca de 70 espécies olerícolas que são cultivadas no Brasil, considerando-se apenas as três de maior importância, cebola batata e tomate, temse o seguinte quadro: Produto Área (ha) Cebola 66.830 Quantidade (1.000 t) 1.184 Valor total (R$ 1.000) 662.976,00 Valor por ha (R$) 9.920,34 Batata 146.693 2.897 869.242,00 5.925,58 Tomate 58.061 3.443 929.817,00 16.014,49 Fonte – Agrianual 2004 – adaptado. Obs.: no caso do tomate inclui-se o tomate para indústria. Estas características dão à olericultura um aspecto social muito importante no contexto da agricultura, já que a utilização intensiva de mão de obra e a exploração de pequenas propriedades pela própria família, permitem principalmente a fixação do homem no campo e uma maior renda para as pequenas propriedades. 2.2- TIPOS DE EXPLORAÇÃO OLERÍCOLA 2.2.1- Exploração comercial diversificada: A exploração diversificada normalmente tem as seguintes características: - Exploração feita em áreas pequenas, porém com várias culturas. - O produtor na maioria das vezes comercializa sua produção junto a varejistas (feiras, mercados, supermercados), ou ele próprio é o varejista, que faz a comercialização quase sempre em feiras. 4 - Em geral é uma atividade típica de cinturões verdes, que tenta explorar a vantagem de estar próxima de centros urbanos. - É comum, com o tempo, tender a entrar em competição com empreendimentos imobiliários, mudando-se para terrenos mais afastados. 2.2.2- Exploração comercial especializada: A exploração especializada, de forma diferente da anterior atua normalmente com as seguintes características: - Normalmente trabalha com um menor número de hortaliças, variando de uma a no máximo três ou quatro. - A tecnologia de produção utilizada é mais avançada, com maior uso de máquinas e de insumos modernos. - Exploram áreas quase sempre maiores. - A comercialização em geral é feita via atacadistas, em Centrais de Abastecimento (CEASA’s), ou redes de Supermercados. - Freqüentemente praticada por empresários, mais predisposto a assimilar e a investir em novas tecnologias. 2.2.3- Para fins de industrialização A exploração com finalidade industrial possui algumas características específicas como: - Freqüentemente as culturas se encontram em grandes áreas, plantadas em geral de maneira mais extensiva. É o caso, por exemplo, da(o): a) Ervilha seca para conserva, totalmente mecanizada; b) Tomate industrial, no qual se usam cultivares de crescimento determinado plantadas sem tutoramento; c) Milho doce, cultivares próprias, de sementes rugosas, e cuja colheita deve ser processada em poucas horas. - Os custos de produção por unidade de área, em geral, são menores do que o cultivo para consumo in natura. 5 - Os plantios são efetuados com a finalidade de abastecer as agroindústrias. - Caracteriza-se por haver um contato prévio entre o produtor e a agroindústria, no qual se determinam as obrigações de ambas as partes: as do produtor (qual área a ser plantada, quais cultivares são permitidas e qual é o padrão do produto a ser produzido) e as da agroindústria (comprar a produção a um preço previamente acordado). Observação: é comum existirem ainda hortas sem finalidade comercial. Podem ser as hortas domésticas, que visam à subsistência ou suplementação alimentar ou as hortas com finalidade educativa e recreativa. Normalmente elas se localizam próximas à habitação, escola ou creche. Fazem uso intensivo da mão de obra e procuram evitar o uso de agrotóxicos. 2.3- CLASSIFICAÇÃO DAS HORTALIÇAS Segundo Filgueira (1981), as hortaliças podem ser classificadas considerando-se aspectos distintos. Assim apresentam-se os tipos de classificação proposto pelo mesmo, conforme estes aspectos considerados: 2.3.1- CLASSIFICAÇÃO PELAS PARTES COMESTÍVEIS: Este tipo de classificação apresenta a vantagem de reunir plantas que tem características comuns quanto à pós-colheita e, freqüentemente também, quanto ao aspecto agronômico. Hortaliças tuberosas: neste grupo encontram-se as hortaliças cujas partes utilizáveis pelo homem desenvolvem-se dentro do solo, ou ao nível deste, conforme alguns exemplos:  Tubérculos: batata, cará.  Rizomas: inhame.  Bulbos: cebola, alho.  Raízes tuberosas: cenoura, beterraba, batata-doce, mandioquinha-salsa (=fiuza, batata-baroa), rabanete, rábano. 6 Hortaliças herbáceas: as hortaliças nas quais as partes utilizáveis são aquelas suculentas e tenras, que se desenvolvem acima do nível do solo:  Folhas: alface, almeirão, chicórea, repolho, couve, couve-de-Bruxelas, acelga, couve- chinesa, espinafre europeu, espinafre da Nova Zelândia, taioba.  Talos e hastes: aspargo, aipo, funcho, couve- rábano.  Flores e inflorescências: couve-flor, couve- brócolos, alcachofra. Hortaliças-frutos: cuja parte consumida pelo homem são os frutos ou pseudo- frutos colhidos imaturos ou maduros:  Frutos imaturos: abóbrinha; quiabo, berinjela, jiló, ervilha-torta, ervilha tipo coração de manteiga e ervilha de grãos verdes (frutos colhidos imaturos, mas somente sementes são consumidas); feijão-vagem, vagem-de-metro, pimentão (verde), milho-verde, milho-doce.  Frutos maduros: abóboras, morangas, melancia, melão, morango (pseudofruto); pimentão (vermelho e amarelo); tomate. 2.3.2- CLASSIFICAÇÃO BASEADA NAS FAMÍLIAS BOTÂNICAS: Este tipo de classificação apresenta a vantagem de ser mais estável em relação ao anterior, utilizando-se de critérios taxonômicos, reconhecidos cientificamente. Por outro lado é também mais útil, no sentido de classificar por grupo, os gêneros em geral sujeitos a problemas mais comuns, como doenças e pragas. Principais famílias e espécies olerícolas:  Alliaceae: cebola, cebolinha, alho, alho-porró.  Apiaceae (=Umbelliferae): cenoura, batata-baroa, aipo, funcho, salsa, coentro.  Brassicaceae (=Cruciferae): couve-manteiga, couve-tronchuda, repolho, couve-flor, brócolos, couve-de-Bruxelas, repolho crespo, couve-rábano, couve-chinesa (=falsa acelga); mostardas; nabo; rabanete, rábano, agrião, rúcula.  Cichoriaceae (=Compositae): alface, almeirão, chicória, endívia.  Cucurbitaceae: pepino, maxixe, melão, abóboras, abobrinhas, morangas, mogangos, melancia, chuchu. 7  Fabaceae (=Leguminosae): feijão-de-vagem, feijão-de-lima (=falsa fava); ervilha; feijão-de-corda, vagem-de- metro; fava italiana.  Solanaceae: batata, tomate, berinjela, jiló, pimentão, pimentas (não da do reino). 2.3.3- OUTROS CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO: Existem ainda outros critérios que às vezes são utilizados na classificação das hortaliças: Critério popular: Como o próprio nome diz, é um critério utilizado por leigos, sendo pouco preciso e muito vago, devendo, portanto ser evitado. Fala-se, por exemplo, em legumes e verduras, o que traz sempre muitas contradições. Segundo este critério, a batata seria um legume (apesar de não ser fruto de leguminosa) e a beterraba, uma verdura (apesar de não ser verde). É um critério que deve ser evitado, dando-se preferência ao termo também popular hortaliças simplesmente. Classificação pelas exigências climáticas: Este apesar de também ser pouco preciso, muitas das vezes é útil, especialmente para classificar cultivares da mesma espécie olerícola que diferem marcadamente quanto às exigências climáticas, e que, portanto merecem ser distinguidos. Com exemplo pode-se citar: - Alface, repolho, couve-flor, cenoura de verão. - Alface, repolho, couve-flor, cenoura de inverno. 8 3 - CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE O PLANEJAMENTO A adequação dos fatores de produção para um bom planejamento hortícola é complexa e deve contemplar aspectos importantes da atividade. Dentre os vários aspectos relevantes, deve-se levar em conta que: - Cultivam-se espécies cujas cultivares muitas vezes reagem de forma diferente às condições climáticas distintas (Ex. cenoura Nantes, cultivar de inverno, é diferente de cenoura Brasília, cultivar de verão); - Demanda o uso intensivo de tecnologia, tais como irrigação, pulverização, além de adubações pesadas. - Os produtos estão sujeitos a condições diferentes de mercado. No Rio de Janeiro, por exemplo, dá-se preferência na comercialização a tomates mais maduros, enquanto em São Paulo e Minas Gerais a preferência é por frutos de tomate mais verde (“de vez”). São Paulo consome boa parte de alface do tipo crespa (em 2001, 42% da alface que foi comercializada através da CEAGESP era crespa), enquanto em estados como Minas Gerais, Santa Catarina, entre outros, a grande maioria do mercado ainda é de alface lisa. O mercado tem se tornado cada vez mais exigente em termos de qualidade, enquanto os custos de produção têm se elevado, tornando-se necessário uma maior competitividade por parte do produtor. O planejamento deverá levar em conta ainda, um levantamento prévio de dados, com o maior número de informações possíveis sobre as condições do agricultor, de sua propriedade e do mercado. 3.1- O QUE PRODUZIR? A escolha e decisão sobre as espécies olerícolas que comporão o empreendimento, passa pelo conhecimento de três aspectos fundamentais: mercado, viabilidade econômica e tecnologia disponível. Mercado: o mercado é, indiscutivelmente, o aspecto mais importante a ser observado. A maioria dos investimentos em olericultura fracassam devido à negligência por parte do produtor em relação ao mercado. É imprescindível em olericultura com alta tecnologia, que o produto já esteja comercializado antes da produção. 9 O estudo de mercado, previamente organizado, deve contemplar até informações sobre os hábitos alimentares da população alvo. Respectivas informações determinarão o tipo de mercado, se local, regional ou ao nível de CEASA’s. Quando a opção é ao nível de CEASA, deve ser verificado o período de menor oferta do produto, o que implicará em cotações maiores de preço. Ultimamente, tem sido uma ótima opção de comércio as grandes redes de supermercados, as quais patrocinam a produção, garantem preços estáveis e compensadores durante o ano todo e exigem do produtor, qualidade e freqüência do produto em suas prateleiras. Tecnologia Disponível: definir o que é bom para o mercado não terá muita utilidade se o produtor não tiver ao seu alcance a tecnologia que o permita produzir com a qualidade e a freqüência que o mercado exige. Viabilidade Econômica: tendo mercado e tecnologia disponível para atender a demanda, um estudo de viabilidade econômica do empreendimento irá demonstrar qual é o preço mínimo adequado para que o produto possa ser comercializado, de maneira que o empresário aufira lucro que o permita manter-se na atividade. A viabilidade econômica é um estudo que deve ser realizado e discutido junto ao mercado resultando no ajuste final de compra e venda do produto. Esses estudos ajudarão na formação dos preços de interesse para o mercado, para o produtor e para o consumidor. 3.2- QUANTO PRODUZIR? A olericultura é atividade de alto risco. Uma vez produzida a hortaliça, sua comercialização tem que ser imediata assim como o consumo. Para a maioria das espécies não existem condições para armazenamento. Assim, o mercado, o estudo de viabilidade econômica e a tecnologia disponível voltam a ser aspectos de importante consideração. Uma vez definido quanto e como será a comercialização, a espécie olerícola e o quanto deve ser produzido, automaticamente estarão também definidos. O dimensionamento da atividade fica então subordinado a estas 10 informações, assim como à disponibilidade de recursos financeiros. Veja que o empreendimento somente será iniciado depois de garantida a comercialização do produto. 3.3- QUANDO PRODUZIR? Novamente o mercado é de fundamental importância. As informações de freqüência da oferta do produto irão determinar as épocas de semeio, produção de mudas que se resumem no escalonamento da produção. A sazonalidade do produto é outro aspecto a ser considerado já que a tecnologia pode minimizar ou até anular tais efeitos. Informações práticas relacionadas à produção escalonada estarão disponíveis nos capítulos seguintes. 3.4- COMO PRODUZIR? Esta decisão depende exclusivamente da tecnologia disponível e viável. Estas informações é que nortearão o como plantar de maneira a atender uma produção com qualidade, quantidade e freqüência de acordo com as exigências do mercado. Informações técnicas com exemplo de produção estarão disponíveis nos próximos capítulos. 4- PLANEJAMENTO Planejar significa organizar atividades em forma de projeto para se conseguir alcançar um objetivo definido. Ninguém consegue organizar atividades para determinado fim sem antes estar com todos os dados disponíveis sobre o assunto. Por outro lado, os dados normalmente não existem prontamente disponíveis e muito menos são encontrados organizados, para sua utilização direta. Isto significa dizer, que as informações devem ser criteriosamente levantadas e organizadas, de maneira a oferecer subsídios importantes para o planejamento. 4.1 - LEVANTAMENTO DE DADOS O levantamento de dados é uma etapa importante para o planejamento. Deve ser criterioso e especifico para o planejamento em questão. Levantamento de informações desnecessárias, além de tomar tempo útil dificultará o processamento 11 das mesmas. No caso de planejamento hortícola, pode-se dividir as informações em: dados de mercado e dados da propriedade. 4.1.1- Dados de mercado Devem ser levantados para avaliação de potencial. Estes dados serão de grande importância para definição do produto e a quantidade a ser produzida. Raio de ação do mercado (local, regional ou CEASA). Hábitos de consumo da população. Distância da propriedade ao local de comercialização. Infra-estrutura para escoamento da produção. Infra-estrutura de comercialização existente. 4.1.2- Dados da propriedade Devem ser levantados para avaliação da infra-estrutura física e condições climáticas: Localização (altitude, longitude, latitude), área, produção existente, tipo de solo, declividade, potencial hídrico, máquinas e equipamentos, veículos, animais (quantidade, espécie, raça), energia elétrica, construções existentes, estradas e carreadores, meios de comunicação (telefone, fax, internet), precipitação pluviométrica, umidade relativa, série climática (temperatura), mão de obra (quantidade e qualidade), nível de escolaridade do proprietário. 4.2- ELABORAÇÃO DO PROJETO Projeto é o resultado do processamento dos dados e informações organizados de maneira a atender os objetivos de produção. É um documento que norteará as ações do produtor passo a passo. Observar que os dados da propriedade devem ser usados de maneira a adequar-se às propostas de produção. Isto significa dizer que se necessário, a infra-estrutura deve ser alterada significando também, investimentos. Por outro lado, na impossibilidade de investimentos na propriedade, a produção é que deve se adequar aos recursos de infra-estrutura da propriedade, quando possível. Para melhor entendimento, serão apresentados dois exemplos hipotéticos para produção de alface e pimentão. 12 O exemplo da alface é típico de uma cultura na qual uma única planta é colhida uma vez só e tem pouca durabilidade no campo, passando do ponto de colheita rapidamente, apresentando, portanto uma colheita toda concentrada. Isto pode ser adaptado a outras culturas com a mesma característica, tais como: almeirão, rabanete, milho verde, entre outras. Algumas culturas, tais como beterraba, cenoura, couve-flor e repolho, entre outras, apesar de cada planta ser colhida uma única vez como a alface, as mesmas podem permanecer por mais tempo no campo, sem passarem do ponto de colheita, ou ainda, há uma ligeira desuniformidade quanto às plantas atingirem o ponto de colheita. Nesta situação é possível que a colheita seja mais espaçada do que no caso da alface. Já o exemplo do pimentão, procura mostrar uma cultura típica onde ocorrem colheitas múltiplas, que se estendem por várias semanas e ocorrem em uma mesma planta diversas vezes. Como exemplo podem-se citar as abóboras, a berinjela, o tomate, o pimentão, etc... 13 4.2.1- PRODUÇÃO ESCALONADA DE ALFACE Pretende-se produzir para venda semanal, 1440 pés de alface. Observa-se que estão definidas, a quantidade e a freqüência de produção. Isto significa que todas as etapas preliminares foram cumpridas resultando no que produzir, quanto produzir e quando produzir. Esta etapa do planejamento fica então restrita, ao como será produzido esta quantidade de alface com a freqüência sugerida, ou seja 1440 pés por semana. Em condições de campo este objetivo seria atingido com mais facilidade durante o período de temperaturas mais amenas (inverno) e com maior dificuldade e risco na época quente e chuvosa (verão). Para diminuir estas incertezas, pode-se lançar mão de tecnologias disponíveis, e uma delas é o uso do cultivo protegido em casa de vegetação. Observar também que a freqüência de 1440 pés de alface por semana exige que esta produção seja escalonada. Então, o escalonamento de plantio deve ser feito com base no ciclo da cultura e na quantidade que se quer colher em determinado espaço de tempo. Na cultura de alface levam-se em torno de três semanas (21 dias) da semeadura até o transplante (fase de formação das mudas), mais 35 a 42 dias (5 a 6 semanas) até a colheita e mais uma semana para efetivar a colheita. Cada área fica, portanto ocupada em torno de 6-7 semanas (período pós-transplante), o que pode variar um pouco dependendo da cultivar plantada e da época do ano. Após o período necessário para se preparar novamente a área, o que pode ser de uma a duas semanas, ela pode ser novamente ocupada com a alface. Como se pretende colher 120 dúzias de pés por semana, será necessário fazer semeaduras semanais, que permitam atingir esta produção. De acordo com as dimensões das estufas (40,00 m de comprimento por 10,00 m de largura), cada uma deverá ser dividida em seis canteiros, sendo que, a cada semana serão plantados três canteiros. Cada canteiro poderá ser plantado com 608 pés de alface (3 canteiros x 608 pés/canteiro x 80% de aproveitamento, aproximadamente = 1.460 pés/semana). Ver detalhe na figura 1. 14 Figura 1: Croqui do plantio da alface em estufa 10,00 m de largura Detalhes do espaçamento entre plantas nos canteiros: - 4 fileiras de plantas espaçadas de 30 cm entre elas. - Dentro de cada fileira, 4 plantas por metro linear, com espaçamento de 25 cm entre elas. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .... 30 30 120 30 120 100 120 30 120 30 120 Detalhe das medidas internas dos canteiros: - 30 cm entre canteiros - 120 cm de largura de cada canteiro - 100 cm de largura no centro da estufa, entre cada conjunto de três canteiros. 30 120 40,00 m de comprimento da estufa Em cada extremidade da estufa, deixa-se uma distância de 1,00 metro entre esta e os canteiros, que serve para circulação e para colocarem-se as mangueiras de distribuição de água. Assim tem-se um comprimento útil de 38,00 m para cada canteiro. Área útil de cada canteiro e total colhido semanalmente: - 38,00 m de comprimento, cabendo 152 plantas em cada fileira de plantio. - 1,20 m de largura com 4 fileiras de plantas. - 152 plantas por fileira x 4 fileiras = total de 608 plantas por canteiro. - 3 canteiros/semana x 608 plantas/canteiro = total de 1824 plantas por semana. 15 Será necessário, portanto colher uma área correspondente a 200,00 m² (metade de uma estufa de 400,00 m²), por semana. Serão necessárias 4 estufas (8 áreas) para que se possa completar o ciclo até a colheita e voltar em cada área. Fazer um escalonamento de plantio, considerando-se estes valores (Tabela 1). Tabela 1- Índices técnicos para produção de alface escalonada Cultivares recomendadas Produção prevista semanalmente Produção prevista anualmente (1ano= 52 semanas) Espaçamento da cultura Cultivares de folhas lisas, crespas. 1440 pés (120 dúzias) 74.880 pés (6.240 dúzias) 0,30 m x 0,25 m = 0,075 m²/pé. Deve-se, no entanto acrescentar em torno de 40% de área para cada planta, a qual é devida aos espaços ocupados pelos carreadores entre canteiros dentro da estufa. 0,075 x 1,40 = 0,11 m²/planta Índice de aproveitamento de 80 % de plantas aproveitáveis (20% são refugos). plantas Assim deve-se dividir o número de plantas desejadas por 0,8 para se obter o total que deverá ser plantado. Nº de plantas a serem plantadas 1.440 / 0,8 = 1.800 plantas por semana Área necessária por semana 1.800 pés x 0,11 m²/pé = 198 m² (aproximadamente 200 m²) Estufas necessárias por semana ½ estufa de 400 m², conforme croqui. Ciclo da cultura: - Produção de mudas: 21 dias (fase efetuada em estufa à parte, separada das estufas de produção propriamente dita) - Transplante à colheita: 35 a 49 dias (5 a 7 semanas)= em média 6 semanas - Período de limpeza: Intervalo entre um plantio e outro, necessário para se fazer a limpeza e o preparo da área para novo plantio. Normalmente de 1 até 2 semanas. - Período total de ocupação da 8 semanas área: Nº médio de safras por ano no 52 semanas por ano / 8 semanas por safra = 6,5 mesmo local ( ½ estufa de 400 m²) safras por ano Nº total de plantas plantadas por 1.824 plantas por safra semanal x 6,5 safras por ano ano no mesmo local = 11.856 pés por ano em 200 m² (1/2 estufa), ou 23.712 pés por ano em 1 estufa de 400 m² Nº total de pés a serem plantados 1.824 pés por semana x 52 semanas por ano = por ano (52 semanas) 94.848 pés Número de estufas necessárias 94.848 pés por ano / 23.712 pés por ano por estufa para atender aos plantios semanais de 400 m² = 4 estufas (portanto deve-se construir 4 estufas Área total construída com estufas Aproximadamente 1.600 m2 (4 estufas de 400 m²) Área total anual plantada com 1.600m² x 6.5 safras por ano = 10.400 m² ou 1,04 alface hectares 16 O produtor precisa também organizar as atividades em tabelas por exemplo, para que não fique perdido e desorganizado frente ao grande número de atividades que devem ser realizadas diariamente, para atender ao plano de escalonamento. Fichas de atividade ou programas para micro computadores, podem ser utilizados. No Quadro 1, encontra-se um modelo de ficha de programação de escalonamento para produção de alface até o início do terceiro ciclo de plantio em uma mesma área. Fica a critério do produtor utilizá-la ou criar o seu próprio método de acompanhamento. Quadro 1 - Ficha de escalonamento para produção de alface: Casa de 1 2 3 4 Vegetação Ciclo 1º 2º 3º Atividades Data Data Data Data Data Data Data Data Semeadura 01/12/02 08/12/02 15/12/02 22/12/02 29/12/02 05/01/03 12/01/03 19/01/03 Transplante 22/12/02 29/12/02 05/01/03 12/01/03 19/01/03 26/01/03 02/02/03 09/02/03 Colheita * 02/02/03 09/02/03 16/02/03 23/02/03 02/03/03 09/03/03 16/03/03 23/03/03 Semeadura 26/01/03 02/02/03 09/02/03 16/02/03 23/02/03 02/03/03 09/03/03 16/03/03 Transplante 16/02/03 23/02/03 02/03/03 09/03/03 16/03/03 23/03/03 30/03/03 06/04/03 Colheita * 30/03/03 06/04/03 13/04/03 20/04/03 27/04/03 04/05/03 11/05/03 18/05/03 Semeadura 23/03/03 Transplante 13/04/03 Colheita * 25/05/03 * Término da colheita em média em 42 dias (6 semanas); novo plantio (transplante) na mesma estufa 2 semanas ap[os a colheita. 4.2.2- PRODUÇÃO ESCALONADA DE PIMENTÃO Pretende-se programar a produção de 40 caixas de 10 kg (400 kg) por semana. Para esta cultura, considera-se um período de 5 a 6 semanas para a produção das mudas, em bandejas de isopor, e mais 10 semanas após o transplante para iniciar a colheita. Em casa de vegetação pode-se colher o pimentão por um 17 período bastante variável que vai depender, principalmente, do tipo de manejo e da exigência do mercado, entre outros. Normalmente colhe-se um mínimo de 3 até um máximo em torno de 12 meses. Períodos menores de colheita normalmente garantem a produção de frutos de melhor qualidade. A produtividade, de certa forma, também está relacionada ao período de tempo que a cultura permanece na estufa. Para um período de colheita de 3 meses (12 semanas) é bastante razoável obter-se produtividade de 60 toneladas por hectare. Intervalo entre semeaduras: O pimentão, sendo uma hortaliça de fruto, deve-se ter em mente que para preservar a qualidade dos frutos, simultaneamente a uma colheita constante, é necessário a manutenção de pelo menos duas áreas produzindo. Neste caso, o intervalo entre as semeaduras deve coincidir com a metade do período de colheita. Assim, ter-se-á sempre duas áreas sendo colhidas: uma no início da colheita e outra no final. Para se encontrar o intervalo entre as semeaduras basta utilizar a seguinte fórmula: IS = 1/2 PC Onde: IS = intervalo entre as semeaduras PC = período de colheita. Tamanho de cada área de plantio: Como deverão ser mantidas duas áreas em produção, a cada semana devese colher em cada uma delas, em média, a metade da necessidade de produção semanal, ou seja, 20 caixas de 10 kg em cada área (Tabela 3). Isto quer dizer que no período de colheita, que corresponde a 12 semanas, cada área deverá produzir 240 caixas de 10 kg de pimentão, ou seja, uma produção média de 2.400 kg. Considerando-se em condições de estufa, uma produtividade média em torno de 60.000 kg.ha-¹, pode-se obter o tamanho de cada área pela fórmula: Área = ½ DS x PC R Onde: DS = demanda semanal (em kg/semana) 18 PC = período de colheita (número de semanas) R = rendimento esperado da cultura por hectare (kg/ha). Substituindo os dados de produção estimados tem-se ½ x 400 kg/semana x 12 semanas / 60.000 kg/ha = área de 0,04 ha. Número de áreas necessárias: O número de áreas necessárias (NA) para se manter uma produção constante, de qualidade, de acordo com o intervalo de semeaduras, pode ser obtido através da seguinte fórmula: NA= PO + L IS Em que: NA = número de áreas PO = período de ocupação da área com a cultura (semanas) IS = intervalo entre as semeaduras (em semanas, obtido na primeira fórmula) L= intervalo necessário para limpeza e preparo da área para novo plantio (semanas) Na Tabela 2 encontram-se os dados técnicos da cultura do pimentão e os cálculos para este projeto. 19 TABELA 2 - Dados técnicos sobre a cultura de pimentão Cultivar recomendada Produção prevista semanalmente Total de caixas K e quantidade em kg necessárias anualmente Rendimento médio previsto hectare Espaçamento Ciclo da cultura: - Fase de produção de mudas: Cultivares de pimentão, de preferência híbridos. 40 caixas de 10 kg 40 caixas / semana x 52 semanas/ano = 2.080 caixas 2.080 caixas x 10 kg/caixa= 20.800 kg/ano por 60 toneladas 1,00 x 0,50 m Fase em que as plantas se encontram em uma estufa de mudas, separada da área de produção – 35 a 42 dias (5 a 6 semanas) - Fase de desenvolvimento Período compreendido entre o transplante das vegetativo e frutificação: mudas e o início da colheita – 70 dias (10 semanas) - Fase de produção: Período que vai do início ao término da colheita PC = 12 semanas - Período de ocupação: Período total em que as plantas permanecem na estufa (compreende o período de desenvolvimento mais o período de colheita). PO = 22 semanas. - Período de limpeza: Tempo necessário para se fazer a limpeza da área, retirar estaqueamento, arames, etc... e se preparar a área para novo plantio. Neste caso pode-se considerar 2 semanas. L= 2 semanas Intervalo entre semeaduras IS = 1/2 PC IS = ½ x 12 semanas IS = 6 semanas Número de áreas necessárias NA= PO + L = 22 + 2 = 4 áreas IS 6 Produção necessária para atender 12 semanas de colheita x 400 kg/ semana = 4.800 kg à demanda semanal, durante 12 semanas de colheita. Produção de cada área, visto que 4.800 kg / 2 áreas = 2.400 kg por área se mantém 2 áreas em produção Tamanho de cada área para se Área= ½ DS x PC = atingir a produção de 2.400 kg em R 12 semanas, com produtividade 200 kg/semana/área x 12 semanas = 0,04 ha/área média esperada de 60.000 kg por 60.000 kg/ha hectare. Área total necessária construída com estufas Nº médio de safras por ano no mesmo local (1 estufa de 400 m²) Área total plantada anualmente com pimentão Produção estimada anual na área 4 estufas x 0,04 ha (400 m²) por estufa= 1.600 m2 52 semanas por ano / 24 semanas por safra = 2,167 safras por ano 2,167 safras/ano x 1600 m² = 3.467 m² cultivados por ano 0,3467 ha x 60.000 kg/ha = 20.800 kg 20 No Quadro 2 sugere-se um modelo de ficha de escalonamento para a cultura do pimentão. Quadro 2 - Ficha de escalonamento para produção de pimentão: Casas de 1 2 3 4 Data Data Data Data Semeadura 05/01/04 16/02/04 29/03/04 10/05/04 Transplante 16/02/04 29/03/04 10/05/04 21/06/04 Inicio colheita 26/04/04 07/06/04 19/07/04 30/08/04 Término colheita 19/07/04 30/08/04 11/10/04 22/11/04 Semeadura 21/06/04 02/08/04 13/09/04 25/10/04 Transplante 02/08/04 13/09/04 25/10/04 06/12/04 Inicio colheita 11/10/04 22/11/04 03/01/05 14/02/05 Término colheita 03/01/05 14/02/05 21/03/05 02/05/05 Vegetação Ciclos 1º 2º Atividades 21 5 - ORÇAMENTOS: De posse dos dados da infra-estrutura existente, das culturas a serem estabelecidas e das áreas a serem plantadas durante 1 (um) ano, pode-se passar à confecção dos orçamentos, para cobrir os custos necessários. Neste trabalho, são apresentadas planilhas onde se relacionam os itens e as quantidades necessárias de cada um deles para se confeccionar os orçamentos. De acordo com cada Região e época de elaboração dos orçamentos, deverão ser acrescentados os preços correspondentes a cada item para fechamento do orçamento. São apresentadas planilhas para construção de casas de vegetação tanto para produção de mudas como para plantio das culturas, assim como materiais necessários para irrigação por gotejamento. Apresentam-se também exemplos para o plantio de algumas espécies de hortaliças. 5.1- Casa de vegetação para produção de mudas com capacidade para 108 bandejas: Propõe-se no caso, a construção de uma casa de vegetação com capacidade para 108 bandejas de isopor. Estas bandejas têm dimensões de 0,33 m de largura por 0,66 m de comprimento. A casa de vegetação deve ter duas bancadas, onde as bandejas permanecem suspensas, a uma altura de pelo menos 30 a 40 cm do solo. Podem ser usados diferentes tipos de materiais para confeccionar as bancadas, tais como madeira, arame, ferro galvanizado, entre outros. Entre as bancadas, e entre estas e as laterais da casa de vegetação, deve existir uma área para circulação que facilite o trânsito, especialmente nos momentos de transporte das bandejas, pulverizações, irrigações e outras atividades. Quanto ao número de mudas que comporta uma casa de vegetação, deve-se primeiramente levar em conta que existem bandejas com diferentes números de células (divisão onde se desenvolve cada muda). O tipo de bandeja deve ser escolhido, conforme a espécie que se quer produzir. Assim, para uma mesma área, em uma casa de vegetação que comporta 108 bandejas, pode-se ter as seguintes quantidades de mudas: 22 - Bandejas de 128 células: 108 bandejas x 128 células = 13.824 mudas. - Bandejas de 200 células: 108 bandejas x 200 células = 21.600 mudas. - Bandejas de 242 células: 108 bandejas x 242 células = 26.136 mudas. - Bandejas de 288 células: 108 bandejas x 288 células = 31.104 mudas Normalmente utilizam-se as bandejas de 128 células para as mudas que permanecem por mais tempo nas mesmas, como é o caso, por exemplo do pimentão, e as de maior número de células, para mudas de produção mais rápida e de menor porte, como é o caso, por exemplo da alface. A seguir (Figura 3), apresenta-se um croqui com as dimensões da estufa, o número de bandejas que a mesma comporta e a disposição destas dentro da estufa. A irrigação das bandejas pode ser feita através de sistemas de irrigação automáticos, instalados na estufa, ou mesmo manualmente, utilizando-se, por exemplo, de uma mangueira com um bico de regador na ponta da mesma. 23 Figura 2- Croqui de uma casa de vegetação para produção de mudas, com dimensões de 8,00 m de comprimento x 6,00 m de largura: 1,00 m 3 bandejas x 0,66 m = 1,98 m 8,60 m 8,00 m 18 bandejas x 0.33 m = 5,94 m 0,52 m 1,98 m 1,00 m 1,98 m 1,00 m 0,52 m 6,00 m Total de bandejas: 3 fileiras de 3 bandejas em cada canteiro = 6 bandejas 18 bandejas em cada fileira 18 bandejas/fileira x 6 fileiras = 108 bandejas. 24 - Materiais necessários para confecção do orçamento de uma casa de vegetação para produção de mudas, com dimensões de 8,00 m de comprimento x 6,00 m de largura: Especificação Unidade Quantidade 3,50 x 0,15 a 0,20 m Ø ud 10 4,80 x 0,15 a 0,20 m Ø ud 5 3,50 x 0,08 a 0,10 m Ø ud 10 3,00 x 0,08 a 0,10 m Ø ud 4 4,00 x 0,08 a 0,10 m Ø ud 2 2,00 x 0,20 a 0,25 m Ø ud 8 ud 2 ud 10 ud 4 Arame Nº 10 kg 5 Pregos Kg 5 bobina 1 Carpinteiro serv 07 Ajudante serv 07 Peças de eucalipto: Tábuas: 4,00 x 0,25 x 0,025 m Ripas: 4,00 x 0,05 x 0,015 m Caibro: 2,00 x 0,12 x 0,08 m Filme plástico: 4 x 100 x 100 anti UV Mão de obra: TOTAL 25 Unitário (R$) Total (R$) 5.2- Casa de vegetação para produção de hortaliças (alface e pimentão), com área de 400,00 m² (10,00 m de largura x 40,00 m de comprimento): Especificação Unid. Quant. 4,00 x 0,15 à 0,20 m ø Ud 42 6,00 x 0,15 à 0,20 m ø Ud 21 5,50 x 0,08 à 0,10 m ø Ud 21 5,80 x 0,08 à 0,10 m ø Ud 21 4,00 x 0,08 x 0,10 m ø Ud 20 5,00 x 0,08 à 0,10 m ø Ud 4 Ud 20 Ud 32 19 x 36 kg 3 18 x 27 kg 2 21 x 42 kg 4 bobina 1 Carpinteiro serv. 20 Ajudante serv. 20 Unit.(R$) Total(R$) Peças de eucalipto : Tábuas : 4,00 x 0,20 x 0,025 m Ripas : 6,00 x 0,08 x 0,025 m Pregos : Filme plástico : 6 x 100 x 100 anti UV Mão de obra : Total Observações:  As ripas devem ser resistentes, o aconselhável é que sejam tiradas em peças, por exemplo, de 0,06 x 0,16 ou 0,06 x 0,12 com 6,00 metros de comprimento.  Os preços de eucalipto se referem à madeira não tratada; embora esta possa ter durabilidade de 5 anos, para fins de dimensionamento convém não considerar mais do que 4 anos. 26 5.3 – Sistema de irrigação por gotejamento para oito casas de vegetação, com 400 m2 (10,00 m x 40,00 m) cada: Especificação Conjunto moto-bomba Mangote sucção 1 ½ " Válvula de retenção Cano PVC 1 ½ " Cano PVC ¾ " Conexões diversas Registro esfera PVC ¾” Registro esfera PVC 1 " Registro esfera PVC 1 ½ " Injetor fertilizantes ¾” Filtro de disco ou tela ¾" Regulador de pressão ¾” Tubo gotejador "queen gill" Conector com anel 16 mm Tubo PVC 50 mm x 6,00 m PN-40 Tubo PVC 1 " x 6,00 m PN-60 Mão de obra instalação TOTAL Unidade ud ud ud m m *** ud ud ud ud ud ud m ud ud ud *** 27 Quant. 1 1 1 3 6 sufic. 2 8 1 1 4 4 4.000 100 10 10 sufic. Unitário (R$) Total (R$) 5.4 - Custeio para a cultura da Alface (1 casa de vegetação, ou seja, 2 áreas de plantio com 1.824 plantas cada): ESPECIFICAÇÃO 1- PRODUÇÃO DE MUDAS: Sementes peletizadas Bandejas Substrato Mão de obra Subtotal 1 2- INSUMOS: Calcário Adubo orgânico Adubo mineral de plantio: Superfosfato simples Cloreto de Potássio Adubo cobertura: Nitrato de potássio Nitrato de cálcio Uréia Adubo foliar Inseticidas Fungicidas Espalhante adesivo Subtotal 2 3- MATERIAIS: Mulching Embalagens Subtotal 3 4- SERVIÇOS: Aração/gradagem Distribuição e incorporação de adubos Levantamento e nivelamento de canteiro Cobertura canteiros, marcação, distribuição e transplantio Pulverizações/fertirrigações Colheita, lavagem, seleção, classificação e embalagem Transporte Subtotal 4 Total geral Unid. Quant. Kg Unidade Saco D/H 0,11 2 2 1,5 t m³ 0,1 2 Kg Kg 60 2,4 Kg Kg Kg Kg ou L Kg ou L Kg ou L L 7,4 2,4 11,2 0,2 0,2 0,5 0,1 m² mil 400 2,88 H/T 0,5 H/T 0,5 D/H 1 D/H D/H 2 1 D/H mil 3 2,88 28 Unit. (R$) Total (R$) 5.5 - Custeio para a cultura do Pimentão (1 casa de vegetação de 400,00 m2 ): ESPECIFICAÇÃO Unid. Quant. Sementes Kg 0,015 Bandeja ud 10 Substrato sc 2 Mão de obra Subtotal 1 H/D 3 kg 80 Esterco de curral m3 1 Superfosfato simples kg 80 Cloreto de potássio kg 40 kg 4 MAP kg 8 Nitrato de potássio kg 10 Uréia kg 12 Inseticidas kg 1 Fungicidas kg 1 3- MATERIAIS: Bambu gigante ud 50 Arame nº 16 Kg 3 Fita ráfia Kg 3 Embalagens de isopor (0,5 Kg) ud 4.800 bobina 1 H/T 0,5 H/T 0,5 de canteiros Cobertura de canteiros, marcação H/D 1 de covas e transplantio H/D 2 Tutoramento, amarrio e desbrota H/D 6 Pulverizações e fertirrigações H/D 3 H/D 5 Unit. (R$) Total (R$) 1- PRODUÇÃO DE MUDAS: 2- INSUMOS: Calcário Adubo para fertirrigação: Subtotal 2 Mulching plástico Subtotal 3 4- SERVIÇOS Aração / gradagem Distribuição e incorporação de adubos Levantamento e nivelamento Colheita, lavagem, seleção, classificação e embalagem Continua ... 29 Continuação Subtotal 4 TOTAL GERAL 30 6- RECOMENDAÇÕES TÉCNICAS: 6.1 - Dimensionamento hidráulico As orientações ministradas estão de forma expedita, visando dar ao produtor, uma noção de como estabelecer o seu sistema de irrigação (Figura 1). Sugere-se para este item do planejamento, a consulta à profissionais especializados em irrigação. Moto-bomba . . . .. . . .. .. . Tubogotejadores Altura de recalque (hr) Altura de sucção (hs) Figura 3 - Esquema para dimensionamento hidráulico Parâmetros de projeto Supondo: - Altura de sucção (hs) = 2,00 m - Altura de recalque (hr) = 12,00 m - Perdas na tubulação (hf) = 7,00 m - Pressão de trabalho gotejadores (pg)= 5,00 m - Altura manométrica (hman.) = hr + hs + hf + pg 12,00 + 2,00 + 7,00 + 5,00 = 26,00 m 4,00 L.m-1.h-1 (Litros por metro por Vazão dos gotejadores = hora) 31 - Considerando-se que em cada estufa serão colocadas 12 linhas de irrigação, com 38,00 m cada, tem-se um total de 456,00 m lineares de tubo de irrigação por estufa. Portanto 456,00 m x 4,00 L.m-1.h-1 = 1.824,00 L.h-1, em cada estufa. O sistema de irrigação oferece portanto uma vazão de 1.824 litros de água por hora, para irrigar cada estufa. - O cálculo da lâmina de água a ser aplicada é função da cultura, do solo e da região em que se encontra, podendo ser obtida, por exemplo através de cálculos baseados na curva de retenção de água do solo, ou através da utilização de tanque classe A. No caso deste exemplo considerou-se a aplicação de uma lâmina de água em torno de 6,00 mm, que é uma quantidade média normalmente utilizada. Desta forma, como a área de cada estufa é de 400 m², seria necessário aplicar 2.400 L. de água por estufa. - Se a vazão dos gotejadores chega a 1.824 L.h-1, a bomba teria que funcionar um pouco mais de uma hora para atingir aos 2.400 L necessários para irrigar cada estufa. Assim, dividindo-se a quantidade necessária pela vazão do sistema, obtemse o tempo de funcionamento da bomba (2.400 l / 1.824 L.h-1) = 1 hora e vinte minutos. - De acordo com a vazão do sistema, a altura manométrica e o número de estufas que se quer irrigar de cada vez, pode-se dimensionar a bomba. - Para calcular a potência da bomba utiliza-se a fórmula: Potência em CV = Q . hman 75 . R Onde: Q= vazão, que deve ser dada em L. s-1 hman= altura manométrica dada em metros 75= fator de transformação para CV R= rendimento, ou eficiência da bomba, considerado no caso 70% ou 0,70 - Se a opção for dimensionar uma bomba com capacidade para irrigar até 4 estufas de cada vez, deve-se proceder aos seguintes cálculos: - Volume total de água necessário por hora: 1.824,00 L.h-1 (por estufa) x 4 estufas = 7.296,00 L.h-1 32 - A bomba deverá então ter uma vazão de 7.296 L.h -1 (ou aproximadamente 7,30 m³ h-1), a uma altura manométrica de 26,00 m. - Cálculo da vazão em L. s-1 Neste caso deve-se dividir a vazão requerida por hora pelo número de segundos em cada hora, obtendo-se o resultado em litros por segundo Q = 7300 L. h-1 ÷ 3600 s.h-1 Q = 2,03 L. s-1 - Cálculo da potência da bomba, utilizando-se a fórmula: Potência = 2,03 L. s-1 x 26 m / 75 x 0,70 Potência = 1,03 cv Para atingir o objetivo desejado, ou seja irrigar 4 estufas de cada vez, seria necessário uma bomba com uma potência de 1,03 CV, a qual atingirá uma vazão de 7,296 m³ de água em uma hora, sendo portanto capaz de irrigar as quatro estufas em uma hora e vinte minutos. Desta forma pode-se trabalhar durante duas horas e quarenta minutos para se irrigar as oito estufas propostas no planejamento, podendo-se ainda futuramente, com a mesma bomba, ampliar a área a ser irrigada. 33 7- Modelos de planilhas de custo para algumas hortaliças A partir deste item passa-se a apresentar sugestões sobre planilhas de custo para algumas hortaliças. Para todas as espécies em que se utilizam bandejas para a produção de mudas, o custo destas (número de bandejas) encontra-se depreciado em 10 plantios. Ou seja, cada bandeja deverá ter uma vida útil tal que possa ser utilizada pelo menos em 10 semeaduras subseqüentes. A última coluna de cada planilha, % total, permitirá uma avaliação do custo de cada item separadamente, podendo-se analisar qual item pesa mais no custo total. No final de cada planilha, baseado no custo total e na produção esperada, pode-se obter o custo por unidade a ser comercializada. 34 7-1 -Cultura: Abóbora italiana ESPECIFICAÇÃO 1- PRODUÇÃO DE MUDAS: Sementes abóbora italiana Bandejas Substrato Mão de obra Área: 1,00 hectare Unid. Quant. Kg Unidade Saco D/H 4 15 20 2 t t t t L L Kg L 2 20 1,5 0,25 1 1 8 3 H/T H/T H/T D/H H/T D/H D/H D/H D/H D/H 2 3 8 4 5 2 4 2 5 6 D/H 20 Cx Cx L 600 60 375 Subtotal 1 2- INSUMOS: Calcário Adubo orgânico Adubo fórmula 4-14-8 Adubo Sulfato de Amonio Inseticida Carbaryl Inseticida Dimetoato Enxofre 800G/Kg Espalhante adesivo Subtotal 2 3- SERVIÇOS: Aração Gradagem Abertura sulco Distribuição dos adubos Incorporação dos adubos Transplantio Capina manual Adubação de cobertura Irrigação Pulverizações Colheita, lavagem, seleção, classificação e embalagem Subtotal 3 4- Outros: Frete comercialização Embalagens (Caixa K, com retorno). Óleo diesel para irrigação (300 mm) Subtotal 4 Total Geral Produção esperada (Caixa K com 20 Kg = 600) Custo por caixa 35 Unit. (R$) Total (R$) % total 7.2 - Cultura: Abóbora japoneza ESPECIFICAÇÃO Área: 1,00 hectare Unid. Quant. 1- PRODUÇÃO DE MUDAS: Sementes abóbora japoneza Kg 0,5 Sementes abóbora polinizadora Kg 0,1 Bandejas Unidade 2 Substrato Saco 3 Mão de obra D/H 1 Calcário t 2 Adubo orgânico t 5 Adubo fórmula 4-14-8 t 1 Adubo Sulfato de Amonio t 0,25 Inseticidas Kg/L 6 Fungicidas Kg/L 8 L 3 Aração H/T 2 Gradagem H/T 3 Marcação de covas D/H 2 Abertura de covas D/H 2 Distribuição dos adubos D/H 2 Incorporação dos adubos H/D 2 Transplantio D/H 2 Capina manual D/H 20 Adubação de cobertura D/H 1 Irrigação D/H 10 Pulverizações D/H 7 D/H 15 Frete comercialização Sc 400 Embalagens (sacaria) Ud 400 L 375 Subtotal 1 2- INSUMOS: Espalhante adesivo Subtotal 2 3- SERVIÇOS: Colheita, lavagem, seleção, classificação e embalagem Subtotal 3 4- Outros: Óleo diesel p/ irrigação (300 mm) Subtotal 4 Total Geral Produção esperada (Saco com 300 Kg = 400) Custo por saco 36 Unit. (R$) Total (R$) % total 7-3-Cultura: Abóbora menina ESPECIFICAÇÃO Área: 1,00 hectare Unid. Quant. 1- PRODUÇÃO DE MUDAS: Sementes Kg 0,5 Bandejas Unidade 2 Substrato Saco 3 Mão de obra D/H 1 Calcário t 2 Adubo orgânico t 10 Adubo fórmula 4-14-8 t 0,7 Adubo Sulfato de Amonio t 0,25 Inseticida Carbaryl L 2 Inseticida Dimetoato L 1 Kg 2 Kg 8 Aração H/T 8 Gradagem H/T 2 Marcação de covas D/H 1 Abertura de covas D/H 2 Distribuição dos adubos D/H 2 Incorporação dos adubos H/D 1 Transplantio D/H 1 Capina manual D/H 8 Adubação de cobertura D/H 1 Irrigação D/H 10 Pulverizações D/H 7 D/H 20 Cx K 600 Ud 60 L 375 Subtotal 1 2- INSUMOS: Tiofanato metílico20% + Clorotalonil Enxofre 800G/Kg 80% Subtotal 2 3- SERVIÇOS: Colheita, lavagem, seleção, classificação e embalagem Subtotal 3 4- Outros: Frete comercialização Embalagens Óleo diesel para irrigação (300 mm) Subtotal 4 Total Geral Produção esperada (Caixa Kc/ 20 Kg) : 600 Custo por caixa 37 Unit. (R$) Total (R$) % total 7-4 -Cultura: Alface ESPECIFICAÇÃO 1- PRODUÇÃO DE MUDAS: Sementes peletizadas Bandejas Substrato Mão de obra Área: 1,00 hectare Unid. Quant. Kg Unidade Saco D/H 4,70 17 22 15 t t t t t L Kg L 2 30 2,5 0,03 0,30 1 2 1 H/T H/T 4 10 H/T 20 D/H D/H D/H D/H D/H D/H 16 57 2 10 4 40 Cx Cx L 3.000 300 375 Subtotal 1 2- INSUMOS: Calcário Adubo orgânico Adubo fórmula 4-14-8 Adubo bórax Adubo sulfato de amônio Inseticida Fungicida Espalhante adesivo Subtotal 2 3- SERVIÇOS: Aração/gradagem Distribuição e incorporação de composto Levantamento e nivelamento de canteiro Transplantio Capina manual Adubação de cobertura Irrigação Pulverizações Colheita, lavagem, seleção, classificação e embalagem Subtotal 3 4- Outros: Frete comercialização Embalagens (Caixa K, com retorno) Óleo diesel para irrigação (300 mm) Subtotal 4 Total Geral Produção esperada (Caixa K com 7 Kg) : 3.000 Custo por caixa: 38 Unit. (R$) Total (R$) % total 7-5 -Cultura: Batata ESPECIFICAÇÃO 1- INSUMOS Batata semente (caixa com 30 kg) Calcário Adubo fórmula 8-28-16 Adubo sulfato de amônio Inseticida Fungicida Espalhante adesivo Área: 1,00 hectare Unid. Quant. Cx t t t Kg/L Kg L 70 1 2,5 0,30 40 25 4 H/T H/T H/T H/T 3 2 4 10 H/T D/H H/T D/H D/H D/H D/H 8 10 4 2 10 20 60 sc sc L 500 500 750 Subtotal 2 3- SERVIÇOS: Aração Gradagem Sulcamento para plantio Distribuição e incorporação de adubos Levantamento das leiras Plantio Amontoa Adubação de cobertura Irrigação Pulverizações Colheita, lavagem, seleção, classificação e embalagem Subtotal 3 4- Outros: Frete comercialização Embalagens (sacaria) Óleo diesel para irrigação (600 mm) Subtotal 4 Total Geral Produção esperada (Sacos com 50 Kg) : 500 Custo por saco: 39 Unit. (R$) Total (R$) % total 7-6 -Cultura: Beterraba ESPECIFICAÇÃO 1- PRODUÇÃO DE MUDAS: Sementes Área: 1,00 hectare Unid. Quant. Kg 10 t t t t L ou Kg Kg L 2,00 30,00 2,00 0,20 4,00 4,00 1,00 H/T H/T H/T D/H H/T D/H D/H D/H D/H D/H D/H 3 2 8 2 10 3 15 25 4 10 4 D/H 50 Cx Cx L 1.500 150 750 Subtotal 1 2- INSUMOS: Calcário Adubo orgânico Adubo fórmula 4-14-8 Adubo Sulfato de Amonio Inseticida Fungicida Espalhante adesivo Subtotal 2 3- SERVIÇOS: Aração Gradagem Levantamento de canteiros Distribuição dos adubos Incorporação dos adubos Semeadura Raleio Capina manual Adubação de cobertura Irrigação Pulverizações Colheita, lavagem, seleção, classificação e embalagem Subtotal 3 4- Outros: Frete comercialização Embalagens (Caixa K, com retorno) Óleo diesel para irrigação (600 mm) Subtotal 4 Total Geral Produção esperada (Caixa K com 22 Kg): 1.500 Custo por caixa 40 Unit. (R$) Total (R$) % total 7-7 -Cultura: Cenoura ESPECIFICAÇÃO 1- PRODUÇÃO DE MUDAS: Sementes Área: 1,00 hectare Unid. Quant. Kg 6 t t t t L Kg L 2,00 30,00 3,00 0,20 3,00 4,00 1,00 H/T H/T H/T D/H H/T D/H D/H D/H D/H D/H 3 2 8 4 15 3 30 4 20 2 D/H 50 Cx Cx L 1.500 150 500 Subtotal 1 2- INSUMOS: Calcário Adubo orgânico Adubo fórmula 4-14-8 Adubo fórmula 20-00-20 Herbicida Fungicida Espalhante adesivo Subtotal 2 3- SERVIÇOS: Aração Gradagem Levantamento de canteiros Distribuição dos adubos Incorporação dos adubos Semeadura Raleio Adubação de cobertura Irrigação Pulverizações Colheita, lavagem, seleção, classificação e embalagem Subtotal 3 4- Outros: Frete comercialização Embalagens (Caixa K, com retorno) Óleo diesel para irrigação (400 mm) Subtotal 4 Total Geral Produção esperada (Caixa K com 22 Kg): 1.500 Custo por caixa 41 Unit. (R$) Total (R$) % total 7-8 -Cultura: Couve flor ESPECIFICAÇÃO 1- PRODUÇÃO DE MUDAS: Sementes Bandejas Substrato Mão de obra Área: 1,00 hectare Unid. Quant. Kg Unidade Saco D/H 0,20 15 20 5 t t t t Kg Kg L Kg L 2,00 30,00 1,50 0,50 20,00 1,50 2,50 10,00 3,00 H/T H/T H/T D/H H/T D/H D/H D/H D/H D/H 3 2 8 4 10 3 10 4 10 8 D/H 30 Cx Cx L 2.500 250 625 Subtotal 1 2- INSUMOS: Calcário Adubo orgânico Adubo fórmula 4-30-16 Adubo fórmula 20-00-20 Adubo químico Bórax Adubo químico Molibdato de sódio Inseticida Fungicida Espalhante adesivo Subtotal 2 3- SERVIÇOS: Aração Gradagem Abertura de covas / sulcos Distribuição dos adubos Incorporação dos adubos Transplantio Capina manual Adubação de cobertura Irrigação Pulverizações Colheita, lavagem, seleção, classificação e embalagem Subtotal 3 4- Outros: Frete comercialização Embalagens (Caixa com retorno) Óleo diesel para irrigação (500 mm) Subtotal 4 Total Geral Produção esperada (Caixa K com 7 Kg): 2.500 Custo por caixa 42 Unit. (R$) Total (R$) % total 7-9 -Cultura: Feijão-vagem ESPECIFICAÇÃO 1- PRODUÇÃO DE MUDAS: Sementes Área: 1,00 hectare Unid. Quant. Kg 20,00 t t t t Kg / L Kg / L L 2,00 30,00 0,60 0,40 4,00 4,00 3,00 H/T H/T H/T D/H H/T D/H D/H D/H D/H D/H D/H 3 2 8 4 10 5 5 8 4 8 6 D/H 80 Dz Dz Kg Cx Cx L 30 1.500 80 1.000 100 625 Subtotal 1 2- INSUMOS: Calcário Adubo orgânico Adubo fórmula 4-30-16 Adubo fórmula 20-00-20 Inseticida Fungicida Espalhante adesivo Subtotal 2 3- SERVIÇOS: Aração Gradagem Abertura de covas / sulcos Distribuição dos adubos Incorporação dos adubos Semeadura Capina manual Tutoramento Adubação de cobertura Irrigação Pulverizações Colheita, lavagem, seleção, classificação e embalagem Subtotal 3 4- Outros: Moirões para tutoramento Bambu Arame liso nº 12 Frete comercialização Embalagens (Caixa K, com retorno) Óleo diesel para irrigação (500 mm) Subtotal 4 Total Geral Produção esperada (Caixa K com 13 Kg): 1.000 Custo por caixa 43 Unit. (R$) Total (R$) % total 7-10 -Cultura: Pimentão ESPECIFICAÇÃO 1- PRODUÇÃO DE MUDAS: Sementes Bandejas Substrato Mão de obra Subtotal 1 2- INSUMOS: Calcário Adubo orgânico Adubo mineral: Adubo fórmula 4-14-8 Adubo 20-00-20 Termofosfato magnesisano NPK + Micro Inseticidas Fungicidas Espalhante adesivo Subtotal 2 3- SERVIÇOS: Preparo do solo: Aração Gradagem Marcação dos sulcos Sulcamento Aplic. e incorp. de adubos Transplante das mudas Fixação de postes/estaqueamento Amarrios Desbrota Capina Aplic. defensivos Adubação de cobertura Irrigações Colheita, lavagem, seleção, classificação e embalagem Subtotal 3 4- Outros: Moirões para tutoramento Bambu Arame liso nº 12 Fita de ráfia Frete comercialização Embalagens (Caixa K, com retorno) Óleo diesel para irrigação Área: 1,00 hectare Unid. Quant. Kg Unidade Saco D/H 0,30 20 30 15 t 3 m 2,5 30 t t t L Kg ou L Kg ou L L 3 0,5 2 3 5 20 3 H/T H/T 3 2 H/T D/H D/H D/H D/H D/H D/H D/H D/H D/H 8 10 8 2 10 5 10 20 8 32 D/H 40 Dz Dz Kg Kg Cx Cx L 50 500 60 20 3.500 350 840 Subtotal 4 Total Geral Produção esperada (Caixa K com 10 Kg): 3.500 Custo por caixa 44 Unit. (R$) Total (R$) % total 7-11 -Cultura: Repolho ESPECIFICAÇÃO 1- PRODUÇÃO DE MUDAS: Sementes Bandejas Substrato Mão de obra Área: 1,00 hectare Unid. Quant. Kg Unidade Saco D/H 0,20 15 20 5 t t t t Kg Kg Kg/L Kg L 2,00 30,00 0,80 0,50 20,00 1,50 3,00 20,00 3,00 H/T H/T H/T D/H H/T D/H D/H D/H D/H D/H 3 2 8 4 8 8 10 4 10 10 D/H 30 sc sc L 1.500 1.500 750 Subtotal 1 2- INSUMOS: Calcário Adubo orgânico Adubo fórmula 4-30-16 Adubo fórmula 20-00-20 Adubo químico Bórax Adubo químico Molibdato de Sódio Inseticida Fungicida Espalhante adesivo Subtotal 2 3- SERVIÇOS: Aração Gradagem Abertura de covas / sulcos Distribuição dos adubos Incorporação dos adubos Transplantio Capina manual Adubação de cobertura Irrigação Pulverizações Colheita, lavagem, seleção, classificação e embalagem Subtotal 3 4- Outros: Frete comercialização Embalagens (saco com 30 kg) Óleo diesel para irrigação (600 mm) Subtotal 4 Total Geral Produção esperada (Sacos com 30 kg): 2.000 Custo por saco 45 Unit. (R$) Total (R$) % total 7-12 -Cultura: Tomate ESPECIFICAÇÃO 1- PRODUÇÃO DE MUDAS: Sementes Bandejas Substrato Mão de obra Subtotal 1 2- INSUMOS: Calcário Adubo orgânico Adubo mineral de plantio: Adubo 4-30-16 Termofosfato Magnesiano Adubo mineral de cobertura: Adubo 4-30-16 Sulfato de Amônio Nitrocálcio Cloreto de potássio Adubo foliar: Cloreto de cálcio NPK + Micro Inseticidas Fungicidas Espalhante adesivo Subtotal 2 3- SERVIÇOS: Preparo do solo: Aração Gradagem Marcação dos sulcos Sulcamento Aplic. e incorp. de adubos Fechamento de sulcos Transplante das mudas Fixação de postes/estaqueamento Amarrios Desbrota Desbaste de frutos Capação Capina Aplic. defensivos (20 pulv.) Adubação de cobertura Irrigações Colheita, lavagem, seleção, classificação e embalagem Subtotal 3 Área: 1,00 hectare Unid. Quant. Kg Unidade Saco D/H 0,01 12 15 15 t 3 m 2,5 30 t t 1,5 1,2 t t t t 0,35 0,50 0,30 0,40 Kg L Kg ou L Kg ou L L 20 7,5 20 40 4,8 H/T H/T D/H H/T D/H D/H D/H D/H D/H D/H D/H D/H D/H D/H D/H D/H 6 6 2 8 20 10 10 40 30 40 40 30 16 40 48 72 D/H 90 Unit. (R$) Total (R$) % total Continua ... 46 Continuação 4- Outros: Esteios de madeira Estacas de bambu Arame número 16 Fita ráfia Óleo diesel Frete comercialização Embalagens (Caixa K, com retorno) Subtotal 4 Total Geral Unidade Dúzia Kg Kg L Cx Cx Produção esperada (Caixa K com com 22 Kg = 4.000) Custo por caixa 47 175 1167 70 15 1280 4.000 400 8- BIBLIOGRAFIA ADRIOLO, J.L. O cultivo de plantas com fertirrigação. Santa Catarina: UFSM, 1996a. 47p. BERJON, M.A.; MURRAY, P.N. Substratos para el cultivo sin suelo y fertirrigacion. In: LOPES, C.C. Fertirrigacion: cultivos hortícolas y ornamentais. 1998. 279-342. FILGUEIRA, F.A.R. Novo Manual de Olericultura - Agrotecnologia moderna na produção e comercialização de hortaliças. 3a edição. Viçosa, UFV. 2000. 402p. GOTO, R. e TIVELLI, S.W. Produção de hortaliças em ambiente protegido: Condições subtropicais. Editora UNESP Fundação, 1998. 319p. MALUF, W. R. (Apostila) Fit-111-Produção de Hortaliças-I. Lavras, UFLA, 58p. 1996 MAROUELLI, W.A.; SILVA, W.L.C.; SILVA, H.R. Irrigação por aspersão em hortaliças : qualidade da água, aspecto do sistema, e método prático de manejo Brasília: Embrapa Informação Tecnológica/Embrapa Hortaliça, 2001. 111 p. MINAMI, K. Produção de mudas em recipientes. Piracicaba: ESALQ, 1993, 16p. PIMENTÃO E PIMENTAS. Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v.10, n.113 100p. Maio, 1984. RESENDE, L.V.; GONÇALVEZ, W.M. Cultivo de hortaliças em estufa: quando plantar. UFLA, Circular Ano V, n.69, 16p.1996. SGANZERLA, E. Nova Agricultura. Plasticultura Gaúcha Ind. e Com. Ltda. Esteio, RS, 1995, 341p. SOUZA, J.A. de; SOUZA, R.J.; COLLICHIO, E.; GOMES, L.A.A. & SANTOS, H.S.; Instruções práticas para a construção de estufas modelo “Ana Dias”. Lavras: UFLA. Coordenadoria de Extensão. 1994. Circular V.3, N. 17, 22p. 48