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Cartilha Gestão Do Transporte E Da Frota

Cartilha explicativa sobre gestão de tráfego

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GESTÃO DO TRANSPORTE E DA FROTA Gestão do Transporte e da Frota ÍNDICE Unidade de Aprendizagem 1 - Métodos Práticos para Dimensionamento e Operação de Frotas.................................4 1.1 Estimativa da Demanda................................................................................................................................5 1.2 Dimensionamento da Frota..........................................................................................................................6 1.3 Alternativas para Aumento / Redução do Tamanho da Frota......................................................................8 1.4 Operação da Frota........................................................................................................................................9 Unidade de Aprendizagem 2 - Softwares, Mapas e Instrumentos de Apoio a Roteirização de Veículos....................16 Unidade de Aprendizagem 3 - O Transporte de Mercadorias: Características e Modalidades..................................25 3.1 Decisão de Transporte: Elementos Intervenientes.....................................................................................26 3.2 Modalidades de Transporte e suas Características.....................................................................................27 Unidade de Aprendizagem 4 - O Transporte Multimodal: Definições e Documento..................................................34 4.1 Definições e Operação................................................................................................................................35 4.2 Transporte Multimodal x Intermodal.........................................................................................................35 4.3. Documentos Exigidos no Transporte de Cargas.........................................................................................37 Unidade de Aprendizagem 5 - Condução Econômica: Princípios Básicos.................................................................44 Referências Bibliográficas......................................................................................................................................52 EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - [email protected] | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br Gestão do Transporte e da Frota Apresentação Logística: Gestão do Transporte e da Frota Prezado Aluno, Seja bem-vindo ao curso de Logística: Gestão do Transporte e da Frota do SEST/SENAT. Nele iremos tratar da administração da frota e do tráfego em empresas de transporte de cargas e de logística e também abordaremos a gestão do transporte multimodal. As seguintes competências serão desenvolvidas e trabalhadas no curso: Þ Identificar e inter-relacionar as variáveis importantes para estabelecer os roteiros mais adequados para as entregas e coletas de mercadorias. Þ Elaborar roteiros para as operações de coleta e entrega de mercadorias. Þ Conhecer os equipamentos e softwares existentes para monitoramento e roteirização de veículos. Þ Conhecer métodos práticos para dimensionamento e operação de frotas de veículos de carga. Þ Reconhecer as diversas modalidades de transporte. Þ Identificar os diversos tipos de documentos fiscais exigidos e relacioná-los com as várias modalidades de transporte. Þ Conhecer as várias possibilidades de composição de cadeias multimodais para a movimentação de cargas. Þ Conhecer a legislação do Operador de Transporte Multimodal. Þ Conhecer as regras básicas para a condução econômica de veículos de carga. Para alcançarmos nossos objetivos, dividiremos este curso em cinco capítulos, conforme descrição a seguir: Módulo 1 – Métodos práticos para dimensionamento e operação de frotas. Módulo 2 – Roteirização de veículos para coleta e entrega de mercadorias: softwares, mapas e instrumentos de apoio. Módulo 3 – O transporte de mercadorias: características e modalidades. Módulo 4 – O transporte multimodal: definições e documentos. Módulo 5 – Condução econômica: princípios básicos. 3 EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - [email protected] | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br Gestão do Transporte e da Frota Unidade de Aprendizagem 1 Métodos Práticos para Dimensionamento e Operação de Frotas 4 EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - [email protected] | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br Gestão do Transporte e da Frota 1. Métodos Práticos para Dimensionamento e Operação de Frotas Você sabia que os veículos são o item de patrimônio mais importante em uma empresa de transporte? E que para os transportadores autônomos o caminhão constitui-se na maioria dos casos a própria empresa? Pois é isso mesmo. É com os caminhões que a empresa e o autônomo obtêm sua renda, ampliam seu mercado e oferecem serviços de transporte e logística aos seus clientes. Esse é um dos motivos para que se exija uma boa administração da frota de veículos, para que se zele pelos mesmos e para que se dimensione a frota adequadamente em termos de número, capacidade e tipo de veículo. É isso que abordaremos, agora, nesta unidade. 1.1 Estimativa da Demanda A primeira providência que devemos tomar para dimensionar a frota de veículos é estimar ou conhecer as características da demanda. Nem sempre essa tarefa é simples! Muitos fatores a influenciam. Primeiramente, devemos levar em conta que o futuro é incerto. Não sabemos como o mercado comportar-se-á amanhã devido a uma série de elementos. Cabe aqui destacar alguns: Þ as pessoas e organizações podem consumir menos produtos e serviços reprimindo a demanda por transporte. Essa situação é típica das épocas em que as atividades econômicas (trocas entre indivíduos e organizações) estão em queda. Pode também ocorrer o contrário: haver um superaquecimento da economia, provocando aumento da demanda pelos serviços de transporte; Þ há muitas empresas concorrendo no mesmo mercado. Em outras palavras, há pouca carga para muitas empresas de transporte, há muita oferta para pouca demanda; Þ há outros tipos de transporte que podem substituir o caminhão para executar determinado serviço de movimentação; Þ as características da carga mudam ao longo do tempo (introdução de contêineres, paletes e outros artefatos de unitização, por exemplo) e tornam os veículos inadequados para executar o serviço; Þ a organização das cadeias logísticas evolui com o tempo. Por exemplo, a forma de distribuição direta das fábricas aos clientes pode exigir determinado tipo de caminhão. Uma mudança de estratégia de distribuição, passando a carga por depósitos centrais antes de entregá-la ao cliente final, pode exigir caminhões com características bastante diferenciadas (tamanho e capacidade de carga do veículo, por exemplo). 5 EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - [email protected] | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br Gestão do Transporte e da Frota 1.2 Dimensionamento da Frota Para resumir, podemos dizer que há duas situações distintas com as quais as empresas se defrontam por ocasião de um processo de dimensionamento da frota: a) Quando a demanda é desconhecida. b) Quando a demanda é conhecida. Evidentemente, a primeira situação é aquela que traz maiores problemas. Neste caso é necessário prever a demanda. Aqui diremos simplificadamente que ela corresponde à quantidade, em peso ou em volume de determinado bem, que devemos movimentar durante um período de tempo (pode ser um dia, uma semana, um mês, um ano ou um outro período mais longo). Um exemplo de demanda poderia ser o seguinte: a empresa de transporte assinou um contrato com uma montadora de automóveis e precisará movimentar, durante um ano, 200.000 contêineres de autopeças. Essa é a demanda que foi previamente prevista pela montadora em função de sua expectativa de vendas de veículos. Nós trabalharemos aqui apenas com a situação em que a demanda é conhecida. A partir dela traçaremos um roteiro para realizar o dimensionamento de uma frota. Porém, vamos saber resumidamente o que fazer para prever uma demanda desconhecida, sem entrar no detalhamento da operação. ¨ Então, você sabe o que fazer para prever a demanda? O que se pode dizer é que estamos tratando de um processo bastante complexo. Já dissemos que a previsão da demanda é complexa em função de uma série de fatores externos que a influenciam. São poucos os profissionais que têm as competências e habilidades para dominar o processo por completo. Em geral, são profissionais com sólida formação quantitativa, que possuem conhecimentos profundos em modelos matemáticos e estatísticos. Na maior parte dos casos são economistas, engenheiros de tráfego e transporte, estatísticos, entre outras categorias profissionais. Ela é efetuada com o uso de modelos matemáticos. Mas antes de se determinar qual é o modelo a ser utilizado, é conveniente realizar-se uma análise que contemple os seguintes passos (Valente, Passaglia e Novaes, 1997): Þ estudo das características de todo o setor para o qual se efetuará o cálculo da demanda; Þ identificação das informações que possibilitam decidir o que interessa ou não para planejar a demanda pelo transporte de carga; Þ estudo específico dos meios ou sistemas de transporte envolvidos, bem como de todas as variáveis que possam afetar a procura por transportes. Somente após tudo isso é que se pode determinar a equação matemática mais adequada para calcular a demanda pelo serviço de transporte. Como dissemos anteriormente, é um estudo que ultrapassa os objetivos do nosso curso e por isso não o aprofundaremos nem o trataremos mais em detalhes. No entanto, se você estiver interessado em obter mais informações, sugerimos a consulta da seguinte referência bibliográfica: 6 EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - [email protected] | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br Gestão do Transporte e da Frota VALENTE, A., PASSAGLIA, E. e NOVAES, A. G. Gerenciamento de Transporte e Frotas. São Paulo: Pioneira, 1997. ¨ Agora vamos ao caso em que a demanda é conhecida! É conveniente antes de tudo categorizar a demanda por transporte em função das distâncias a serem percorridas entre a origem e o destino das cargas. Esse fator determinará o tamanho e as características do veículo que será utilizado. Há uma regra básica que diz o seguinte: o transporte de cargas em meio urbano, quando as distâncias são pequenas e o trânsito é complexo, deve ser realizado usando caminhões de menor capacidade de carga. Já a operação de transporte de cargas em maiores distâncias é mais racional se for realizada por caminhões maiores, que tenham capacidade mais elevada de carregamento. Assim, teríamos duas situações a considerar: Þ Transporte de cargas de longo curso: em geral esse tipo de transporte é realizado na área rural, ligando duas cidades que não estão situadas na mesma aglomeração. É o caso de cidades situadas em Estados diferentes, em regiões diferentes. Há nessa situação uma distância em quilômetros significativa entre o ponto de origem e o ponto de destino da carga. Não há um limite estabelecido, mas supõe-se como razoável as distâncias acima de 200 quilômetros. Þ Transporte de cargas no meio urbano: são as entregas e coletas realizadas nos centros urbanos ou aglomerações. Se a empresa trabalhar nos dois tipos de mercado (urbano e rural), ela precisa dimensionar uma frota com veículos de diferentes tamanhos e características para atender às necessidades de cada um deles. Caso opere somente em um mercado, poderá ter uma frota mais homogênea em termos de capacidade. Há, porém, outros parâmetros que devem ser observados para o dimensionamento da frota como a definição das características, das dimensões e do número de veículos, além do tipo de mercado que será atendido. Um roteiro para o dimensionamento da frota de veículos é proposto a seguir (VALENTE, PASSAGLIA e NOVAES, 1997) PASSO 1 determinar a demanda mensal de carga, especificando a unidade de carga (volume, peso etc). PASSO 2 fixar os dias de trabalho durante o mês e as horas de trabalho por dia. PASSO 3 verificar as rotas a serem utilizadas, analisando o relevo, as condições de tráfego, as condições do pavimento, o tipo de pavimento etc. PASSO 4 determinar a velocidade média de deslocamento durante o percurso. PASSO 5 determinar os tempos de carga, descarga, paradas em filas, paradas para refeição e descanso dos motoristas, as PASSO 6 pesquisar e analisar junto aos fabricantes as especificações técnicas de cada modelo de veículo disponível no PASSO 7 identificar a capacidade de carga útil do veículo escolhido. 7 EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - [email protected] | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br Gestão do Transporte e da Frota PASSO 8 calcular o número de viagens / mês que cada veículo pode realizar. PASSO 9 determinar a quantidade de carga (peso, volume) transportada por veículo durante o mês. PASSO 10 calcular o número de veículos necessários dividindo-se a demanda mensal de carga pela quantidade de carga transportada por veículo durante o mês. PASSO 11 ao número de veículos calculado é conveniente acrescentar alguns veículos adicionais para substituir os 1.3 Alternativas para Aumento / Redução do Tamanho da Frota Todos sabemos que a demanda por determinado bem ou serviço é variável, oscila ao longo do tempo, principalmente, em função do desempenho da economia do país, que pode estar aquecida em determinado momento e em queda de consumo em outro. Evidentemente, a demanda por serviços de transporte acompanhará as oscilações da economia. Assim, caso o transportador ou a empresa que tem frota própria dimensione o número e tipos de seus veículos observando a maior demanda que ele terá durante um mês do ano, por exemplo, poderá ter uma parte de seus veículos desocupada (capacidade ociosa) em determinado período do ano. Isso não é bom para a empresa, porque aumenta seus custos. Como deve então proceder à empresa no caso de demanda oscilante, variável ao longo do tempo, para dimensionar sua frota racionalmente? Pois bem, na prática as empresas usam alguns artifícios ou técnicas de gestão que lhes permitem ampliar ou diminuir o número de veículos necessários para adequar a frota à demanda variável, sem que ocorram períodos de ociosidade ou insuficiência de veículos para a empresa. Algumas dessas técnicas podem ser destacadas. São elas: Þ parcerias Þ franquias Þ terceirização a) Parcerias As parcerias ocorrem entre duas ou mais empresas que se unem para realizar determinado serviço de transporte. As demandas por serviços das empresas participantes da parceria são juntadas, assim como as frotas de veículos. Desta maneira, podem ser racionalizados os esforços e os recursos das empresas. Por exemplo: há casos em que duas empresas movimentam produtos entre pontos de origem e destino das cargas que são coincidentes. A demanda de cada empresa não completa a capacidade de carga do caminhão. Ao se unirem em parceria, as cargas das duas empresas podem ser colocadas no mesmo caminhão, completando a sua capacidade. Desta 8 EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - [email protected] | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br Gestão do Transporte e da Frota forma, um caminhão de uma empresa pode atuar em um mercado e o caminhão da outra empresa em um mercado diferente. Na parceria procura-se otimizar o uso da frota, dando maior aproveitamento aos veículos e, em consequência, reduzindo os custos com transporte (combustível, mão-de-obra, manutenção etc.). Com as frotas unidas, pode-se até reduzir o número de veículos de cada empresa para realizar o mesmo serviço. b) Terceirização Você sabia que muitas das empresas de transporte de cargas fazem uso da terceirização de serviços? O que isso significa? A técnica de terceirização diz respeito ao uso de serviços de terceiros por uma empresa de transporte. Quando uma empresa tem uma demanda elevada de serviços e não tem uma frota de veículos suficiente para atender a todas as solicitações, ela pode contratar um transportador autônomo, por exemplo, para realizar parte do transporte. Ela também pode locar veículos. Esse procedimento é bastante conhecido e utilizado no setor de transporte, principalmente, através da contratação de transportadores autônomos, os agregados, para prestar serviços de transporte por um período determinado. A terceirização evita que a empresa tenha que adquirir veículos novos quando a demanda é elevada e depois vendê-los quando a demanda volta ao nível normal. Ela é muito utilizada nos mercados que apresentam maiores oscilações da demanda. c) Franquias ou Franchising (em inglês) O sistema de franquias é muito utilizado pelas empresas de transporte para expandir sua área de atuação no mercado. Há transportadoras que possuem atuação em todo o território nacional. Em muitos Estados elas possuem filiais que podem ser oferecidas a interessados em atuar com o nome da empresa, aproveitando a sua experiência, conhecimentos e contatos acumulados no setor. Assim, um agente de carga ou mesmo um outro transportador pode adquirir uma franquia da empresa e trabalhar em mercados onde ela não tinha acesso ou não tinha condições de prestar um atendimento direto. Esse tipo de relacionamento no mercado de transporte de cargas funciona de maneira análoga aos vários tipos de franquias que conhecemos em outros setores: alimentação, ensino de línguas, distribuidoras de produtos etc... 1.4 Operação da Frota O que significa operar a frota de veículos de uma empresa de cargas? 9 EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - [email protected] | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br Gestão do Transporte e da Frota De uma maneira bastante simples, podemos dizer que a operação da frota consiste na gestão e planejamento das operações de coleta e entrega de mercadorias. Logicamente, para efetuar essas duas tarefas precisamos passar por outras, tais como: carga, descarga, roteirização e despacho de veículos, alocação e programação de motoristas etc... ¨ Agora veremos mais em detalhes as operações de roteirização e despacho. Para desenvolvermos esses dois conhecimentos, vamos supor que a nossa empresa seja uma transportadora de cargas (ela poderia ser uma distribuidora de produtos que possui frota própria, entre outras alternativas possíveis) que possui um depósito ou um terminal a partir do qual ela distribui os produtos a seus clientes localizados em uma determinada área urbana. Veja o esquema representado a seguir: Figura: Esquema típico de um sistema de distribuição ¨ De que forma a transportadora atenderia aos clientes localizados na zona (região) de distribuição? Há várias maneiras: Þ Um veículo atende a um único cliente e volta ao depósito após a entrega. Isso é recomendável quando a mercadoria solicitada pelo cliente preencha uma carga completa. Þ Um veículo carrega a mercadoria de diversos clientes e após a visita para entrega do produto a todos os clientes retorna ao depósito. Þ Diversos veículos são utilizados para realizar a distribuição de mercadorias, com cada um dos caminhões levando a carga de um determinado número de clientes. Todos os caminhões voltam ao depósito após realizarem as operações de distribuição aos clientes. 10 EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - [email protected] | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br Gestão do Transporte e da Frota ¨ Qual alternativa a empresa adotará para fazer a distribuição dos produtos aos clientes? Em princípio não há uma resposta válida para todas as situações de distribuição ou coleta de mercadorias encontradas na prática. Cada caso deve ser estudado para encontrarmos a melhor solução para o problema. Uma das práticas utilizadas para o planejamento das visitas aos clientes para entrega ou coleta de mercadorias é a roteirização. ¨ Mas o que é roteirização? Nos setores de transporte e logística a roteirização é entendida como um método de busca da melhor sequência de visitas a um determinado número de clientes no interior de uma zona de coleta ou de distribuição. Entende-se por sequência, a ordem estabelecida para as entregas ou coletas, como por exemplo, a sequência 1 – 2 – 3 - 4 – 5 – 6, para atender aos 6 clientes da figura anterior. Poderia, talvez, ser melhor utilizarmos a sequência 2 – 4 – 5 – 3 – 6 – 1, ou qualquer outra sequência, combinando os seis clientes. Poderíamos ainda estabelecer duas entregas, dividindo três clientes para cada caminhão. O que se quer dizer é que o número de alternativas para se realizar a roteirização é grande, pois podemos combinar os seis clientes da zona de distribuição de diferentes formas para estabelecermos os roteiros de entrega de mercadorias. Sintetizando, a roteirização é o processo de determinação das sequências otimizadas de entregas ou coletas de mercadorias aos clientes. Observe, porém, que a roteirização pode ser utilizada também para a prestação de outros serviços: imagine como são programadas as visitas das companhias de energia elétrica para fazer a medição do consumo na casa das pessoas e nas empresas; imagine também como são feitas às entregas de correspondências pelos correios; pense ainda no serviço fornecido pelas companhias de água e nos serviços de televisão a cabo ou via satélite; pense também na forma como é programada a coleta do lixo residencial. Todas essas atividades necessitam de um planejamento de coletas, entregas ou simplesmente visitas, não é mesmo? ¨ Por que a roteirização deve ser uma sequência otimizada de visitas? Para podermos realizar os serviços com os menores custos possíveis e para realizá-los com a qualidade exigida pelos clientes ou usuários do serviço. Assim, a roteirização procura: Þ reduzir as distâncias percorridas para realizar as tarefas; Þ reduzir o tempo para realizar as tarefas; Þ otimizar o uso dos veículos (peso, volume, horas de utilização); Þ racionalizar o uso da mão-de-obra (motoristas e ajudantes); Þ servir como subsídio para o dimensionamento da frota. 11 EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - [email protected] | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br Gestão do Transporte e da Frota Assim, o problema da programação da roteirização envolve a definição dos seguintes pontos, entre outros: 1. a determinação do número de veículos necessários para realizar os serviços; 2. as capacidades (peso e volume) dos veículos; 3. os diversos pontos de parada (clientes) para coleta ou entrega de produtos; 4. a sequência das paradas para coleta ou entrega das mercadorias; 5. a quantidade de produto a ser entregue para cada cliente; 6. a localização exata de cada cliente na região de distribuição ou coleta; 7. as distâncias entre os diversos clientes e entre estes e o depósito. ¨ Mas como devemos fazer para saber qual é o melhor ou quais são os melhores roteiros para uma determinada empresa coletar ou distribuir produtos em uma região para diversos clientes? Como já havíamos dito anteriormente, o número de possíveis alternativas para roteirizar as entregas ou coletas é grande. Quanto maior for o número de clientes, mais complexa é a solução para o problema e, em geral, é necessário o uso de métodos bastante sofisticados, operacionalizados no computador. Nós veremos no próximo capítulo deste curso como funcionam alguns dos métodos operacionalizados na forma de softwares de roteirização de veículos. Podemos, entretanto, em uma primeira etapa definir algumas regras práticas para efetuar a roteirização em situações mais simples, que não exigem o uso de softwares ou modelos matemáticos complexos. Vamos a elas? Ballou (1993) descreve um conjunto de regras operacionais que auxiliam consideravelmente na determinação de roteiros. Segundo esse autor, bons roteiros podem ser obtidos com a consideração das seguintes regras: 1. inicie o agrupamento pelo ponto (parada) mais distante do depósito; 2. encontre o próximo ponto, tomando o ponto disponível que esteja mais perto do centro dos pontos no grupo. Agregue esse ponto de parada ao grupo de pontos, caso a capacidade do veículo (peso ou volume) não tenha sido excedida; 3. repita o passo 2 até que a capacidade do veículo tenha sido atingida; 4. sequencie as paradas de maneira a ter a forma de uma gota d’água; 5. encontre o próximo ponto, que é a parada mais distante do depósito ainda disponível, e repita os passos 2 e 4; 6. continue até que todos os pontos tenham sido designados. Procure com esse procedimento gerar roteiros com o formato semelhante ao de “pétalas de margarida” , ilustrados pela figura a seguir: 12 EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - [email protected] | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br Gestão do Transporte e da Frota Figura: procedimento para traçar roteiros ótimos (Ballou, 1993) Na figura acima, vemos que os clientes já estão previamente separados por roteiros. Cada “pétala da margarida” corresponde a um roteiro com diversos clientes. Neste caso, já estão resolvidos os problemas de capacidade do caminhão e o tempo disponível para fazermos as visitas. IMPORTANTE Note que só podemos estabelecer um roteiro quando tivermos condições de realizá-lo na prática. Por isso, é necessário antes de separarmos os clientes em cada roteiro sabermos se a carga que será entregue ou coletada para o conjunto de clientes de cada roteiro está condizente com a capacidade em volume e em peso dos veículos que temos disponíveis para realizar o serviço. Da mesma forma é preciso verificar se todos os clientes do roteiro poderão ser atendidos dentro do intervalo de tempo que dispomos para realizar as visitas. Quando esses dois problemas estiverem resolvidos, então basta encontrar a melhor sequência de visitas em cada roteiro, de modo a minimizar as distâncias Nas atividades práticas, problemas de roteirização ocorrem frequentemente na distribuição e na coleta de produtos e também na prestação de serviços. Alguns exemplos mais conhecidos são os seguintes (Novaes, 2001): Þ entrega, em domicílio, de produtos comprados nas lojas de varejo ou pela Internet; Þ distribuição de produtos dos Centros de Distribuição para lojas de varejo; Þ distribuição de bebidas em bares e restaurantes; Þ distribuição de dinheiro para caixas eletrônicos de bancos; Þ distribuição de combustíveis para postos de gasolina; Þ distribuição de artigos de toalete (toalhas, roupa de cama etc.) para hotéis, restaurantes e hospitais; 13 EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - [email protected] | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br Gestão do Transporte e da Frota Þ coleta de lixo urbano; Þ entrega domiciliar de correspondência etc... Uma situação bastante comum na distribuição e coleta de cargas ocorre quando não se conhecem exatamente os pontos de parada. Esta situação é conhecida como DESPACHO DE VEÍCULOS. A diferença do despacho para a roteirização é a seguinte: Na ROTEIRIZAÇÃO os volumes de carga e as paradas são conhecidos antes de se fazer a programação de entregas ou coletas. Na prática, as empresas de transporte ou as distribuidoras recebem os pedidos no dia anterior e fazem a programação da roteirização para o dia seguinte. Isso ocorre no período noturno no dia anterior ao da entrega / coleta ou mesmo na manhã do dia da realização dos serviços. NO DESPACHO a demanda de um determinado cliente pode acontecer quando o veículo de transporte já percorre sua rota. Isso acontece em diversos tipos de atividades, como por exemplo com táxis, com os veículos dos Correios e com viaturas policiais. De acordo com Ballou (1993), a solução para esse tipo de problema passa pela capacidade dos programadores da empresa de direcionar os veículos à medida que a demanda ocorre, de forma a utilizá-los racionalmente. Na prática, uma maneira de fazer o despacho é direcionar o veículo localizado mais próximo da parada em que ocorreu a demanda. Logicamente, é preciso verificar se o veículo tem a mercadoria solicitada disponível, no caso da entrega, ou se possuí espaço suficiente para realizar a coleta dos produtos. A situação de despacho de veículos tem um pouco mais de complexidade que a roteirização, pois as demandas que ocorrem são imprevistas. ¨ Vamos a um exemplo prático de como essa atividade pode acontecer? Este exemplo foi extraído do livro de BALLOU (1993): Um fabricante de produtos químicos industriais transporta suas mercadorias para os clientes e também recolhe os suprimentos para suas fábricas. Os volumes de entrega são emitidos toda manhã. Entretanto, os veículos deixam as plantas industriais nas segundas e não voltam até a sexta-feira. Com base nas necessidades de entregas e recolhimentos da segunda os caminhões são despachados. Então, após a realização de uma entrega ou de uma coleta, o motorista telefona para o despachante antes das 11 horas da manhã do dia seguinte, para receber instruções da sua próxima parada. O despachante tenta dirigir o caminhão para a parada mais próxima, desde que a mesma esteja dentro de um raio de 150 milhas do local onde o motorista realizou sua chamada. Este procedimento é repetido ao longo da semana. Você sabia que em alguns casos o processo de roteirização pode se limitar à definição da rota, ou seja, do caminho a seguir para ir do ponto de entrega até o cliente? São normalmente os casos em que a entrega ou coleta é feita com carga completa, em que o caminhão parte do fornecedor e vai até um único cliente. 14 EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - [email protected] | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br Gestão do Transporte e da Frota Como se determina qual é a melhor rota nessa situação? Em geral, tenta-se encontrar a rota com a menor extensão, caso as outras condições de infra-estrutura das vias (relevo, qualidade do pavimento etc.) não sejam fatores limitantes. Vamos a um exemplo desse tipo de situação? O mapa a seguir mostra as possibilidades de ligação rodoviária entre duas cidades: Oiapoque e Chuí. Podemos concluir que existem 5 possibilidades (racionais) de rotas entre os dois pontos. Determine as distâncias em quilômetros para cada uma das possibilidades e diga qual é a extensão da rota de menor distância. Figura: rota de menor extensão em quilômetros 15 EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - [email protected] | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br Gestão do Transporte e da Frota Unidade de Aprendizagem 2 Softwares, Mapas e Instrumentos de Apoio a Roteirização de Veículos 16 EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - [email protected] | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br Gestão do Transporte e da Frota 2. Softwares, Mapas e Instrumentos de Apoio a Roteirização de Veículos Neste capítulo, nós conheceremos os principais softwares, os instrumentos e mapas de apoio existentes para os métodos de roteirização de veículos para coleta e entrega de mercadorias. Vimos no capítulo anterior um conjunto de regras práticas para auxiliar a definição de roteiros. Essas regras simples são válidas quando o número de clientes com os quais trabalhamos não é muito numeroso, é fixo, ou seja, eles são sempre os mesmos e sua localização exata na região de distribuição ou coleta é conhecida. Quando o número de clientes é maior (não há um limite estabelecido), podemos dizer que acima de 20 já é um número significativo, é necessário utilizar instrumentos informatizados ou até mesmo softwares específicos de roteirização para solucionarmos o problema de forma racional. Os softwares são criados com base em modelos matemáticos bastante complexos e visam à otimização do processo de entregas ou coletas, determinando a seqüência de visitas aos clientes que permite minimizar as distâncias percorridas e, também, o tempo gasto para realizar o serviço. Eles têm a vantagem de permitir a programação da roteirização com um grande número de variáveis: clientes, caminhões, roteiros, restrições operacionais diversas etc. Além disso, têm uma capacidade de processamento bem maior do que a do cérebro humano e, então, realizam os cálculos e as simulações dos diversos roteiros possíveis em tempo reduzido. Há uma razoável variedade de softwares de roteirização comercializados no mercado para auxiliar as empresas na tarefa de programação dos serviços de entrega e coleta de mercadorias. Quase que a totalidade deles é de origem estrangeira. Novaes (2001) traz um panorama dos fornecedores de softwares de roteirização a partir de uma pesquisa publicada na Internet por Partyka e Hall (2000). Vamos reproduzir aqui a listagem com as características operacionais dos principais relacionados na pesquisa. Assim, poderemos conhecer, mais detalhadamente, o que cada um dos produtos oferece como recurso para o planejamento da roteirização. 17 EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - [email protected] | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br Gestão do Transporte e da Frota Nº de visitas por dia Produtos Site na Internet Arc Logistics Route www.esri.com Direct Route www.appianlogistics.com 16.384 Easy Router www.descartes.com 1000 Mobile Cast www.roadnet.com Quantum Dispatch Nº de veículos ilimitado ilimitado Distâncias Monitoramento Faz programação calculadas de veículos do carregamento sobre a rede real-time? dos veículos? viária Sim Não Sim 522 Sim Não Sim 35 Sim Não Não ilimitado ilimitado Sim Sim Não www.quantum-associates.com 1000 por CD 300 por CD Sim Sim Sim Roadnet 5000 www.roadnet.com ilimitado ilimitado Sim Sim Não Road Show www.descartes.com Sim Sim Não RoutePro Dispatcher www.caps.com ilimitado ilimitado Sim Sim Não RouteSmart , Route Optimization www.routesmart.com ilimitado ilimitado Sim Não Sim Routronic 2000 www.carrierlogistics.com Sim Não Sim Territory Planner www.roadnet.com ilimitado ilimitado Sim Sim Não TransCAD www.caliper.com ilimitado Sim Não Sim TruckStops www.bettroutes.com Não Não Não 32.000 n.d. n.d. n.d. 32.000 ilimitado ilimitado Fonte: adaptado de Novaes (2001) Observe que os softwares de roteirização têm características diferenciadas no que diz respeito ao número de visitas e de veículos que podem ser programados por dia. Há, ainda, diferenças com relação ao monitoramento em tempo real das entregas e à programação do carregamento dos veículos para cumprir o roteiro definido. A grande maioria deles utiliza a rede viária para o cálculo das distâncias entre os vários clientes de uma região de distribuição ou coleta. É importante notar que, normalmente, eles são utilizados em conjunto com outros instrumentos tecnológicos de comunicação e de localização. Até a algum tempo, o depósito da transportadora ou os escritórios da empresa só se comunicavam com o motorista do caminhão por intermédio do rádio. Atualmente, existem tecnologias 18 EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - [email protected] | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br Gestão do Transporte e da Frota embarcadas que facilitam o contato com o motorista e permitem conhecer a exata localização do veículo e realizar a reprogramação do roteiro de entregas e coletas em tempo real, caso seja necessário, quando o caminhão já está realizando os serviços aos clientes. Quando o veículo já está no campo, podem ocorrer diversas situações que exigem a comunicação entre o motorista e a empresa. Vamos a alguns exemplos: Þ algum problema ocorrido na rota do veículo: congestionamento, acidente, enchente etc.; Þ solicitação de um serviço de emergência (coleta ou entrega) por algum cliente localizado na rota do veículo; Þ acidente de trânsito com o veículo ou falha mecânica ou de outra natureza que o levem a uma pane que necessita de intervenção de um especialista para corrigi-la; Þ outro tipo de ocorrência que precise ser comunicada à empresa ou ao motorista. Para essas situações, faz-se necessário um sistema de comunicação eficiente entre o motorista e a empresa. Dentre os instrumentos tecnológicos de comunicação atuais podem ser destacados: o GPS (sistemas de posicionamento global por satélite), o GIS (sistemas de informação geográfica), a telefonia móvel, os sistemas de rádio transmissão, os mapas digitalizados das regiões com as vias e a localização dos clientes etc., que combinados com o software de roteirização, possibilitam melhorar sensivelmente o planejamento e a operação de entregas ou coletas. Vamos a uma breve apresentação do funcionamento e da aplicação dos principais instrumentos e tecnologias citados? a) Sistemas de Posicionamento Global - GPS O monitoramento de veículos por GPS consiste em localizar os mesmos em movimento, visando conhecer a sua posição georeferenciada em tempo real. Esse monitoramento pode ser realizado com o auxilio do Sistema de Posicionamento Global, conhecido pela sigla GPS (Global Positioning System). O GPS é um sofisticado sistema eletrônico de navegação, desenvolvido pelo Departamento de Defesa dos EUA, com base em uma rede de satélites que permite localização instantânea, em qualquer ponto da Terra, com uma precisão quase perfeita. O GPS opera com 24 satélites. Esse Sistema foi projetado de forma que em qualquer lugar do mundo e a qualquer instante existam pelo menos 4(quatro) satélites GPS acima do horizonte do usuário equipado com um receptor/ processador de sinais de GPS (receptor). 19 EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - [email protected] | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br Gestão do Transporte e da Frota A posição do ponto é determinada à custa das distâncias que o separam dos satélites cujas posições no espaço são conhecidas (trilateração). Essas distâncias são calculadas a partir da determinação do tempo que os sinais de rádio emitidos pelo satélite demoram a atingir o receptor. Para o monitoramento de veículo, utiliza-se o GPS para localizá-lo, por meio de uma unidade receptora acoplada a esse veículo que processa as informações de posicionamento. Posteriormente, essas informações são transmitidas para uma central de controle, via satélite ou outra forma de comunicação (celular, rádio etc.), que, por sua vez, trata essas informações obtendo o deslocamento do veículo. Assim, a instalação de uma antena de GPS (antena receptora), em um veículo, permite determinar com uma precisão de poucos metros, a sua posição. No Brasil esse sistema vem sendo utilizado, na maioria dos casos, no gerenciamento de cargas e/ou segurança de veículos. b) GIS– Sistema de Informações Geográficas Conforme já dissemos anteriormente, a definição de rotas pode ser feita de várias maneiras: manualmente, por meio de tabelas e de um mapa físico (em papel). Porém, com a evolução dos computadores e dos softwares, desenvolveram-se ferramentas ou sistemas que juntam as tabelas, as informações geográficas da região em que a empresa atua e o mapa da região, em meio digital. Esses sistemas chamados de GIS (sistema de informações geográficas) integram: banco de dados, os mapas e as pessoas que com ele trabalham, conforme pode ser visto na figura a seguir. 20 EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - [email protected] | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br Gestão do Transporte e da Frota O nome da ferramenta ou sistema em português é Sistema de Informações Geográficas (SIG), mas ele é originário da sigla inglesa GIS que é a tradução de Geographic Information Systems. O GIS Integra os mapas e as tabelas para serem trabalhadas no computador e, assim, propicia a definição de rotas de caminhões, linhas de ônibus etc. Existem no mercado várias versões comerciais de SIG ou GIS, sendo que os mais populares para a definição de rotas são o TransCAD, o ArcGIS, o ArcView e o Intergraph. Outros softwares de roteirização existentes no mercado não têm imbutidos no seu sistema um GIS, mas podem ser acoplados a uma ferramenta desse tipo para facilitar a tarefa de planejamento de rotas. ¨ Mas qual é a vantagem de se usar um SIG ou GIS? Com o GIS consegue-se aumentar a produtividade e localizar pontos rapidamente graças às informações que são relacionadas a ele, tais como: latitude, longitude, quantidade de habitantes de uma região, quantidade de passageiros de uma linha de ônibus, quantidade de carga a ser transportada em determinada rota etc. Para usar um GIS é necessário possuir um banco de dados georeferenciado, o que se consegue com o uso do GPS ou com um mapa digital obtido através de programas do tipo AutoCAD, de fotos aéreas ou de imagens de satélites. Esses bancos de dados são encontrados facilmente no mercado para venda. Uma vez conseguido o banco de dados georeferenciado (em qualquer uma das formas citadas acima), pode-se viajar pelo mapa localizando os pontos estratégicos para a finalidade desejada, servindo assim, para orientar a tomada de decisões mais precisas para a empresa. Adquiridos os dados e feita a acoplagem dos mesmos a um GIS, pode-se visualizar os mapas em vários tamanhos, observar características de objetos (quantidades de clientes em um bairro, quantidades de mercadoria consumida pelo cliente fulano de tal por mês etc.) e elaborar mapas temáticos como os que são apresentados em coleções do tipo Atlas, nos quais se pode ver, a partir da variação de cores do mapa, a população de uma cidade, a quantidade de pessoas que utilizam determinado terminal ou parada de transporte público, a concentração de depósitos e clientes em determinada região, entre outras aplicações. A figura a seguir ilustra algumas apresentações de mapas que podem ser obtidas com o uso do GIS. Figura: exemplos de apresentação de mapas digitais em um Sistema de Informações Geográficas EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - [email protected] | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br 21 Gestão do Transporte e da Frota Especificamente para a programação e planejamento de roteiros, pode-se com um mapa digitalizado em um computador identificar a localização exata dos clientes, conhecer as condições de infra-estrutura para carga e descarga nos clientes, saber como funciona o trânsito nas imediações e projetar soluções para atendê-los com maior rapidez. Pode-se a partir do mapa projetar a sequência de visitas aos diversos clientes, a partir de um depósito ou centro de distribuição. O mapa apresentado a seguir mostra como se podem localizar os clientes em uma região urbana e também determinar a localização do ponto de origem das entregas, o depósito da empresa, por exemplo. Observe no mapa a seguir que são indicadas as localizações exatas de três clientes em uma área urbana, além da localização do depósito de um distribuidor. Com o auxílio de softwares de roteirização é perfeitamente possível determinar a sequência de entregas para esses clientes que permita minimizar a distância e o tempo para realização do serviço. Figura: Mapa indicativo da localização de pontos de entrega e coleta em uma zona urbana 22 EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - [email protected] | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br Gestão do Transporte e da Frota ¨ E como se faz a interpretação de mapas e rotas? O mapa é uma representação gráfica no plano de municípios, estados ou regiões contendo os limites da área em questão, sendo chamado, neste caso, de mapa político-administrativo. O mapa político-administrativo ainda pode conter a representação das rodovias federais, estaduais e municipais, das hidrovias, ferrovias e portos da área representada. As rotas são caminhos a serem seguidos com base na orientação de mapas. No caso do mapa rodoviário, as rotas são formadas por pontos localizados dentro da representação contida no mapa rodoviário, que vai facilitar na localização das vias de acesso de um ponto ao outro. Utilizando-se de um mapa de rodovias federais da região Centro-Oeste, por exemplo, pode-se observar a existência de cores diferentes no mapa, que ajudam a identificar e separar a região Centro-Oeste de outras áreas. Dentro do mapa, há um quadro situado na parte inferior esquerda do mesmo, chamado legenda, o qual está presente em todos os mapas. A legenda ajuda na identificação de regiões, locais, rodovias, por meio do uso de cores, símbolos e números. Na legenda da figura a seguir estão representados traços com cores e linhas diferentes que têm a função de distinguir os diferentes tipos de rodovias existentes na região, isto é, cada traço representa um tipo diferente de rodovia especificada na legenda. Observando ainda as rodovias no mapa a seguir, nota-se que em cada rodovia existe um número que serve de identificação, podendo este número ser associado ao “nome” da rodovia. Figura: Mapa das rodovias federais da região Centro-Oeste 23 EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - [email protected] | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br Gestão do Transporte e da Frota Ao longo das rodovias, são apontadas as cidades e regiões a que dão acesso, servindo como pontos de referência para chegar a um determinado destino, ou seja, para sair de um local de origem e chegar ao local de destino, sabe -se que ao longo da rota escolhida deve-se passar por determinadas cidades atendidas por aquela rodovia. Para facilitar a definição de rotas e distâncias, podem ser utilizados sites da Internet que oferecem mapas digitalizados, utilizando Sistemas de Informação Geográfica (SIG). O SIG armazena a geometria e os atributos dos dados que estão localizados na superfície terrestre e em uma projeção cartográfica. Exemplos de sites que podem ser acessados para a obtenção de mapas e para a definição de rotas são: Þ http://mapas.yahoo.com.br/caminho.asp; Þ http://guia4rodas.abril.com.br/; Þ http://www.guiageo.com/. 24 EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - [email protected] | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br Gestão do Transporte e da Frota Unidade de Aprendizagem 3 O Transporte de Mercadorias: Características e Modalidades 25 EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - [email protected] | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br Gestão do Transporte e da Frota 3. O Transporte de Mercadorias: Características e Modalidades O setor de transporte oferece vários modos e formas diferentes de se transportar mercadorias, conforme se pode observar na Tabela a seguir. Tabela: Modos e Formas de Transporte de cargas MODOS FORMAS 1. Rodoviário 1. Modal (consiste na utilização de apenas 1 (um) modo de transporte). 2. Ferroviário 2. Segmentado (consiste na utilização de veículos diferentes de uma ou mais modalidades de transporte com contratos distintos). 3. Aquaviário 3. Sucessivo (quando há transbordo para prosseguimento do transporte em veículo da mesma (fluvial e marítimo) modalidade e com um único contrato). 4. Dutoviário 5. Aéreo 4. Combinado (nesta forma de transporte juntam-se elementos de diferentes modos de transporte em uma única operação). 5. Intermodal (é o transporte realizado por duas ou mais modalidades em uma mesma operação). 6. Multimodal (consiste na utilização de mais de uma modalidade de transporte, desde a origem até o destino, regida por um único contrato de transporte). Vamos conhecer agora as características de cada uma das modalidades de transporte de cargas? 3.1 Decisão de Transporte: Elementos Intervenientes Vários elementos contribuem para a escolha de determinada modalidade de transporte ou para a combinação de várias modalidades, tanto no transporte nacional quanto no internacional. Os principais elementos são os seguintes: Þ Modos de transporte disponíveis. Þ Tipo de produto. Þ Tempo médio de entrega e o tempo em trânsito. Þ Valor do frete. Þ Informação sobre localização do produto (alguns transportadores fornecem informações sobre a localização geográfica exata da carga). Þ Vias de acesso ao local de destino (podem limitar fisicamente a escolha das modalidades de transporte). 26 EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - [email protected] | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br Gestão do Transporte e da Frota 3.2 Modalidades de Transporte e suas Características a) O Transporte Rodoviário Principais características Para viagens de curtas e médias distâncias, o modal rodoviário é o mais utilizado no comércio de mercadorias, sendo peça fundamental para permitir que a multimodalidade e a intermodalidade possam ser realizadas. Apenas o transporte rodoviário tem a capacidade de interligar os diversos modais, abrangendo todo o percurso da mercadoria. Porém, o transporte rodoviário, via de regra, apresenta preços de frete mais elevados do que os modos de transporte ferroviário e aquaviário, sendo, portanto, recomendado para mercadorias de alto valor ou perecíveis. Não é recomendado, por exemplo, para produtos agrícolas a granel, que possuem baixo valor específico. No Brasil, o modo de transporte mais empregado é o rodoviário; inclusive para a movimentação de mercadorias para países limítrofes com o Brasil, como o Paraguai, Uruguai, Chile e Bolívia. ¨ Vejamos as vantagens e desvantagens do transporte rodoviário de cargas! Þ Serviço porta a porta. Þ Frequência e disponibilidade de vias de acesso. Þ Menor tempo de carregamento do veículo devido à sua capacidade, o que permite a rápida partida do mesmo. Þ Facilidade de substituir o veículo por outro, em caso de acidente ou quebra do veículo. Þ Permite o despacho de carga parcelada. ¨ As principais desvantagens são: Þ Apresenta maior custo operacional, se comparado com a ferrovia e a hidrovia; Þ Afeta o nível de serviço das estradas, principalmente nos períodos de safra quando provoca grandes congestionamentos nas rodovias; Þ Menor capacidade de carga, se comparado com o ferroviário e o aquaviário. b) O Transporte Ferroviário Principais características O transporte ferroviário é efetuado por vagões, puxados por locomotivas, sobre trilhos e com trajetos devidamente delineados, ou seja, não têm flexibilidade quanto a percursos e está preso a caminhos únicos, o que pode provocar atrasos na entrega das mercadorias, em caso de obstrução da ferrovia. 27 EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - [email protected] | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br Gestão do Transporte e da Frota A distância é apenas um dos fatores que influenciam o custo desta modalidade de transporte e, similarmente ao que ocorre no transporte marítimo, a densidade de tráfego em determinada rota é fundamental para justificar a construção de uma ferrovia. O ferroviário é um modal apropriado para transporte de mercadorias agrícolas a granel, como açúcar, grãos etc., assim como para movimentar minérios, derivados de petróleo e produtos siderúrgicos, pois apresentam grandes volumes e preços baixos, necessitando de um frete competitivo. É adequado para viagens de curtas e médias distâncias, onde os demais modais não são tão convenientes, em termos de tempo e custos, sendo que sua utilização não pode ser descartada em distâncias mais longas para mercadorias de baixo custo, justamente em virtude das tarifas mais baixas que este modal oferece. A variabilidade do tempo de viagem apresenta-se como um dos principais problemas do transporte ferroviário, devido a vários fatores, tais como: Þ congestionamento das vias em determinados horários (parcela apreciável da malha é composta por linha singela); Þ variação no tempo para formação da composição; Þ paradas durante o percurso; Þ mudança de bitola estreita para larga ou vice-versa. As principais ferrovias em operação no país são: Þ RFFSA – Rede Ferroviária Federal S.A., cuja malha encontra-se em todas as regiões geográficas do País (embora não em todos os estados) exceto na região Norte, cujas linhas ligam o interior aos principais portos e o Brasil ao Mercosul. Þ FEPASA – Ferrovia Paulista S.A., que opera no estado de São Paulo e cujas linhas também seguem até o porto de Santos. Þ EFVM – Estrada de Ferro Vitória a Minas, vinculada à CVRD – Companhia Vale do Rio Doce, ligando os estados de Minas Gerais e Espírito Santo aos portos do Espírito Santo. O porto de Santos é atendido tanto pelas linhas da FEPASA como da RFFSA. Estão em construção outras ferrovias que permitirão, principalmente, aumentar a capacidade para escoamento de grãos através dos portos. O Brasil tem aproximadamente 30.000 km de ferrovias (contra 150.000 km de rodovias pavimentadas), o que é muito pouco para um país com as nossas dimensões territoriais. De modo geral, o transporte ferroviário é o mais utilizado no deslocamento de cargas nos países desenvolvidos. 28 EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - [email protected] | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br Gestão do Transporte e da Frota ¨ As principais vantagens do transporte ferroviário são: Þ frete baixo comparado com o rodoviário; Þ baixo consumo de combustível por tonelada/quilômetro; Þ adequado para embarques grandes e homogêneos, notadamente de granéis, quando a diferença de frete, em relação ao rodoviário supera os custos adicionais em estoques e armazenagem. ¨ As principais desvantagens do transporte ferroviário são: Þ custo elevado. Quando associado a distâncias médias há necessidade de realização de transbordo; Þ necessidade de manter maior estoque nas extremidades, embora, devido à menor velocidade dessa modalidade de transporte, os vagões podem ser utilizados temporariamente como armazém; Þ baixa flexibilidade; Þ maior tempo de viagem comparado com o rodoviário; Þ percorre rota ou via fixa. O serviço é oferecido apenas entre os terminais ou despachantes localizados ao longo de suas linhas; Þ frequentemente a distância entre origem e destino é maior se comparada com o rodoviário, devido à restrição quanto a graus de aclive e raios de curvas. c) O Transporte Aquaviário A modalidade de transporte aquaviário pode ser dividida em duas categorias: fluvial e marítima. Vejamos as características das duas categorias! O Transporte Aquaviário: Fluvial Principais características A Navegação fluvial é a navegação praticada em rios, chamada de navegação interior. Os principais portos brasileiros não são conectados com as hidrovias. O sistema de transporte fluvial utilizado em conexão com o comércio exterior tem sua abrangência limitada pelo próprio sistema hidroviário interior, hoje em dia, praticamente limitado à hidrovia Tietê-Paraná. A utilização dos rios exige, portanto, que o usuário esteja localizado em suas margens ou utilize outra modalidade de transporte combinadamente até a hidrovia. Essa modalidade pode transportar qualquer carga e com navios de todos os tipos e tamanhos, desde que a via navegável os comporte. O grande volume de mercadorias transportadas por este modal é de produtos agrícolas, fertilizantes, minérios, derivados de petróleo e álcool. Na Bacia Amazônica, porém, o transporte de mercadoria manufaturada é bastante 29 EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - [email protected] | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br Gestão do Transporte e da Frota difundido e, juntamente com madeiras da região, é feita na forma internacional, ligando diversos portos brasileiros com o Peru e a Colômbia. Dentre os diversos fatores que influenciam a navegação fluvial destacam-se os seguintes: Þ Relevo: Enquanto os rios de planície são ótimos para a navegação, os de planalto costumam apresentar cachoeiras. Entretanto, com a evolução da engenharia, esse entrave já é superável com a construção de comportas (como eclusas). Þ Clima: Nas áreas muito frias, os rios são utilizados para navegação somente na primavera e no verão; no outono e inverno, devido ao congelamento, a navegação fica paralisada. Nas áreas com seca prolongada, a navegação também é prejudicada por causa da grande variação do nível das águas. Nesse caso, a solução para uma navegação permanente está na construção de represas ou barragens para regularizar o nível das águas. Tipos de embarcações Neste modal, as embarcações utilizadas são as balsas, chatas, além de navios de todos os portes, pequenos, médios e grandes. As balsas são embarcações tracionadas por rebocadores, destinadas ao transporte de veículos e pessoas. As chatas são embarcações largas com fundo plano e pouco fundas, destinadas ao transporte de granéis, combustíveis, manufaturas etc. As principais vantagens do transporte fluvial são: elevada capacidade de transporte, particularmente com o emprego de comboios; frete inferior às modalidades rodoviária e ferroviária; custos variáveis baixos. As principais desvantagens são: Þ baixa velocidade; Þ disponibilidade limitada; Þ utilização geralmente associada à combinação com outra modalidade, o que requer instalações e equipamentos para transbordo; Þ capacidade de transporte variável ao longo do ano, em função do nível de água dos rios; 30 EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - [email protected] | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br Gestão do Transporte e da Frota Þ rotas ou vias fixas, limitadas às hidrovias. Tendo em vista o desnível observado em alguns trechos dos rios, podem ser necessários investimentos elevados para tornar as hidrovias navegáveis ao longo de percursos maiores. O Transporte Aquaviário: Marítimo O transporte marítimo é aquele realizado por navios em oceanos e mares. Pode ser utilizado para todos os tipos de carga e para qualquer porto do globo terrestre, sendo o único meio de transporte que possibilita a remessa de milhares de toneladas ou de metros cúbicos de qualquer produto de uma só vez. O transporte marítimo depende principalmente de fatores como disponibilidade e qualidade de embarcações, bem como de instalações e eficiência portuárias. Poucos são os portos marítimos em condições de receber navios de 300 mil toneladas ou mais. No Brasil um problema sério que afeta o transporte marítimo é a ineficiência portuária, grande responsável pelos congestionamentos e pela deterioração de muitos produtos, que acarreta enormes prejuízos. Os navios permanecem cerca de 70% do tempo útil parados, seja por problemas portuários, seja por reparos técnicos. ¨ A principal vantagem do transporte marítimo é a sua competitividade para produtos com baixo custo por tonelada (químicos industriais, ferro, cimento, petróleo, minerais). ¨ Já as principais desvantagens são: Þ não apresenta flexibilidade de rotas e terminais, dependendo de soluções intermodais; Þ baixa velocidade; Þ limitado a mercados com orla marítima navegável; Þ muito pouco flexível. d) O Transporte Aéreo Principais características É o transporte realizado por empresas de navegação aérea, através de aeronaves de vários tipos e tamanhos, nacional e internacionalmente. Pode ser utilizado praticamente para todas as cargas, embora com limitações em relação ao marítimo, quanto à quantidade e especificação. Através da navegação aérea, pode-se atingir qualquer ponto do planeta, sendo esta opção interessante para 31 EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - [email protected] | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br Gestão do Transporte e da Frota cargas de alto valor ou de alta perecibilidade, que necessitem chegar rapidamente ao seu destino. O transporte aéreo internacional é baseado nas normas da IATA (International Air Transport Association) e em acordos e convenções internacionais. As reservas para transporte de cargas podem ser feitas para um espaço na aeronave, para o espaço total ou ainda pelo afretamento de aviões cargueiros. As reservas são realizadas pelos expedidores diretamente com a companhia aérea ou através de um agente de carga credenciado pela IATA. ¨ As principais vantagens do transporte aéreo são: Þ boa confiabilidade e frequência entre as principais cidades; Þ apropriado para o transporte de mercadorias de pouco peso/volume e alto valor; Þ usado particularmente com muita eficácia para transporte de amostras; Þ ideal para o transporte de mercadorias com prioridade de entrega (urgência); Þ os aeroportos normalmente são localizados mais próximos de centros de produção, espalhados por praticamente todas as grandes cidades do mundo; Þ os fretes internos para colocação das mercadorias nos aeroportos são menores, e o tempo mais curto, em virtude da localização dos mesmos; Þ possibilidade de redução de estoques em trânsito, através de embarque contínuo, praticamente diário; Þ rapidez na utilização de materiais perecíveis; Þ redução dos custos de embalagens, que não precisam ser robustas; Þ segurança no transporte de pequenos volumes. ¨ As principais desvantagens são: Þ custos elevados; Þ pouco flexível (trabalha terminal a terminal e não ponto a ponto, como o modo rodoviário). d) O Transporte Dutoviário Principais características O transporte dutoviário é aquele que utiliza a força da gravidade ou pressão mecânica, através de dutos, para o transporte de granéis. É uma alternativa de transporte não poluente, não sujeita a congestionamentos e relativamente barata. A importância deste modal está relacionada principalmente com o transporte de produtos que são matéria-prima ou fonte de energia para outros processos, como óleo cru, petróleo, gás natural etc. Produtos químicos e 32 EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - [email protected] | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br Gestão do Transporte e da Frota petroquímicos, além da água e esgoto domésticos e industriais são outros produtos que se utilizam largamente deste modal. No Brasil, os principais tipos de dutos existentes são: a) Gasodutos: destinam-se ao transporte de gases. Destaca-se a recente construção do gasoduto Brasil-Bolívia, com quase 3150 Km de extensão, para o transporte de gás natural. b) Minerodutos: aproveitam a força da gravidade para transportar minérios entre as regiões produtoras e as siderúrgicas e ou portos. Os minérios são impulsionados por um forte jato de água. c) Oleodutos: utilizam sistema de bombeamento para o transporte de petróleos brutos e derivados aos terminais portuários ou centros de distribuição. ¨ As principais vantagens do transporte por duto são: Þ transporte não poluente; Þ não está sujeito a congestionamentos; Þ transporte de produtos 24 horas por dia. ¨ As principais desvantagens do transporte por duto são: Þ limitado a transportar produtos que são matéria-prima ou fonte de energia; Þ altos investimentos necessários para a instalação. 33 EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - [email protected] | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br Gestão do Transporte e da Frota Unidade de Aprendizagem 4 O Transporte Multimodal: Definições e Documentos 34 EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - [email protected] | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br Gestão do Transporte e da Frota 4. O Transporte Multimodal: Definições e Documentos 4.1 Definições e Operação A Lei n° 9.611, de 19/02/98, dispõe sobre o Transporte Multimodal de Cargas (TMC), e em seu artigo 2°, define o TMC como sendo “aquele que, regido por um único contrato, utiliza duas ou mais modalidades de transporte, desde a origem até o destino, e é executado sob a responsabilidade de um Operador de Transporte Multimodal – OTM”. Além do transporte propriamente dito, esse tipo de operação inclui os serviços de coleta, unitização, desunitização, movimentação, armazenagem e entrega de carga ao destinatário. Operador de Transporte Multimodal – OTM A mesma lei, em seu artigo 5°, ainda define o Operador de Transporte Multimodal – OTM “como sendo pessoa jurídica contratada como principal, para a realização do Transporte Multimodal de Cargas da origem até o destino, por meios próprios ou por intermédio de terceiros”. O OTM não precisa ser necessariamente um transportador, mas assume perante o contratante a responsabilidade pela execução do contrato de transporte multimodal, pelos prejuízos resultantes de perda, por danos ou avarias às cargas sob sua custódia, assim como por aqueles decorrentes de atraso em sua entrega, quando houver prazo acordado. A Lei n° 9.611 também determina a emissão do documento de transporte multimodal de cargas, o qual evidencia o contrato e rege toda a operação. Nele, são mencionados os locais de recebimento e entrega da mercadoria, sob responsabilidade total do OTM. O exercício da atividade do OTM depende de prévia habilitação e registro na ANTT – Agência Nacional de Transporte Terrestre. Caso o OTM deseje atuar em âmbito internacional, deverá também se licenciar na Secretaria da Receita Federal. Essas habilitações são concedidas por um prazo de 10 anos. O Decreto Lei n° 3.411, de 12/04/00, que regulamenta a Lei n° 9.611, define os requisitos necessários para a obtenção das habilitações. 4.2 Transporte Multimodal x Intermodal A multimodalidade e a intermodalidade são operações que se realizam pela utilização de mais de um modal de transporte. Isto quer dizer exatamente: “transportar uma mercadoria do seu ponto de origem até a entrega no destino final por modalidades diferentes”. 35 EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - [email protected] | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br Gestão do Transporte e da Frota A intermodalidade foi definida pelo artigo 8° da Lei n° 6.288 de 11/12/75 como sendo “o transporte de cargas onde são utilizados 2 ou mais modalidades em uma mesma operação utilizando vários documentos, sendo um para cada modal utilizado”. Mas esta lei foi revogada pela Lei n° 9611, que dispõe sobre o transporte multimodal e que caracteriza a intermodalidade “pela emissão individual de documento de transporte para cada modal, bem como pela divisão de responsabilidade entre os transportadores”. Aí está a grande diferença, pois na multimodalidade, ao contrário, existe a emissão de apenas um documento de transporte, cobrindo o trajeto total da carga, do seu ponto de origem até o ponto de destino. Esse documento é emitido pelo OTM, que também toma para si a responsabilidade total pela carga sob sua custódia. Composição de cadeias multimodais No transporte de cargas realizado por meio da multimodalidade pode-se fazer a composição de diferentes cadeias multimodais. Existem dez combinações de cadeias multimodais interligando duas modalidades, conforme mostrado a seguir: 1. Ferroviário – Rodoviário. 2. Ferroviário – Hidroviário. 3. Ferroviário – Aéreo. 4. Rodoviário – Dutoviário. 5. Rodoviário – Aéreo. 6. Rodoviário – Hidroviário. 7. Rodoviário - Dutoviário. 8. Hidroviário – Aéreo 9. Hidroviário – Dutoviário. 10. Aéreo – Dutoviário. Porém, utilizando mais de duas modalidades há a possibilidade de montagem de diversas combinações de cadeias multimodais. Por exemplo: Þ Ferroviário – Rodoviário – Hidroviário Þ Ferroviário – Dutoviário – Aéreo Þ Rodoviário – Hidroviário – Aéreo – Dutoviário Þ Dutoviário – Ferroviário – Rodoviário – Aéreo – Hidroviário 36 EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - [email protected] | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br Gestão do Transporte e da Frota Eis algumas das vantagens da utilização do transporte multimodal: Þ contratos de compra e venda mais adequados; Þ melhor utilização da capacidade disponível da nossa matriz de transporte; Þ utilização de combinações de modais mais eficientes energeticamente; Þ melhor utilização das tecnologias de informação; Þ ganhos de escala e negociações do transporte; Þ melhor utilização da infra-estrutura para as atividades de apoio, tais como armazenagem e manuseio; Þ aproveitamento da experiência internacional tanto do transporte como dos procedimentos burocráticos e comerciais; Þ redução dos custos indiretos. 4.3. Documentos Exigidos no Transporte de Cargas a) Conhecimento de embarque O conhecimento de embarque, como é chamado o documento fiscal de transporte de cargas, é o documento emitido pela companhia transportadora que atesta o recebimento da carga, as condições de transporte e a obrigação de entrega das mercadorias ao destinatário legal, no ponto de destino pré-estabelecido, conferindo a posse das mercadorias. Geralmente, o conhecimento tem 3 vias: uma pertence ao transportador, outra ao embarcador e a última segue com a carga. É, portanto, ao mesmo tempo: Þ um recibo de mercadorias; Þ um contrato de entrega; Þ um documento de propriedade. ¨ Vamos conhecer agora o conhecimento utilizado para o transporte multimodal. Conhecimento de embarque multimodal (Conhecimento de Transporte Multimodal de Cargas – CTMC) – Documento fiscal de uso exclusivo do OTM (Operador de Transporte Multimodal) utilizado na execução do serviço de transporte intermunicipal, interestadual e internacional. Evidencia o contrato de transporte multimodal e rege toda a operação de transporte desde o recebimento da carga até a sua entrega no destino, podendo ser 37 EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - [email protected] | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br Gestão do Transporte e da Frota negociável ou não negociável, a critério do expedidor. Na prestação de serviço para destinatário localizado na mesma unidade federada de início do serviço, o Conhecimento de Transporte Multimodal de Cargas (CTMC) será emitido, no mínimo, em 4 (quatro) vias, que terão a seguinte destinação: a 1ª via será entregue ao tomador do serviço; a 2ª via ficará fixa ao bloco para exibição ao fisco; a 3ª via terá o destino previsto na legislação da unidade federada de início do serviço; e a 4ª via acompanhará o transporte até o destino, podendo servir de comprovante de entrega. Na prestação de serviço para destinatário localizado em unidade federada diferente daquela em que houve o início do serviço, o Conhecimento de Transporte Multimodal de Cargas (CTMC) será emitido com uma via adicional (5ª via), que acompanhará o transporte para fins de controle do fisco do destino. Quando o serviço for prestado para a Zona Franca de Manaus, área de benefício fiscal, havendo necessidade de utilização de via adicional do Conhecimento de Transporte Multimodal de Cargas – CTMC, esta poderá ser substituída por cópia reprográfica da 1ª via do documento. Nas prestações internacionais poderão ser exigidas tantas vias do Conhecimento de Transporte Multimodal de Cargas, quantas forem necessárias para o controle dos demais órgãos fiscalizadores. Ainda poderá ser acrescentada via adicional, a partir da 4ª ou 5ª via, conforme o caso, a ser entregue ao tomador do serviço no momento do embarque da mercadoria, a qual poderá ser substituída por cópia reprográfica da 4ª via do documento. A figura a seguir 38 EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - [email protected] | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br Gestão do Transporte e da Frota Figura: Modelo de CTMC b) Documentação exigida para o transporte nacional de cargas Para o transporte rodoviário de cargas são exigidos documentos obrigatórios do veículo e também do motorista. São eles: Þ Autorização, Permissão para dirigir ou Carteira de Habilitação, válidos exclusivamente no original. Þ Certificado de Registro e Licenciamento Anual - CRVL, no original, ou cópia autenticada pela repartição de trânsito que o expediu. Þ Comprovante do pagamento atualizado do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores - IPVA, conforme normas estaduais, inclusive do Distrito Federal. Þ Comprovante de pagamento do Seguro Obrigatório de Danos Pessoais causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres - DPVAT, no original, ou cópia autenticada. Þ Registro Nacional do Transportador Rodoviário de Cargas. 39 EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - [email protected] | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br Gestão do Transporte e da Frota c) Documentos fiscais exigidos para o transporte de produtos não-perigosos Para o transporte de cargas de produtos não-perigosos são exigidos os seguintes documentos: Nota Fiscal de transporte da mercadoria – é o documento que comprova a existência de um ato comercial (compra e venda de mercadorias ou prestação de serviços); tem a necessidade maior de atender às exigências do Fisco quanto ao trânsito das mercadorias e das operações realizadas entre adquirentes e fornecedores. A figura a seguir apresenta um modelo desse tipo de documento. Figura: Modelo de Nota Fiscal 40 EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - [email protected] | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br Gestão do Transporte e da Frota Þ Conhecimento de Transporte Rodoviário. Þ Autorização de Carregamento e Transporte – será utilizada no transporte de carga, a granel, de combustíveis líquidos ou gasosos e de produtos químicos ou petroquímicos, quando, no momento da contratação do serviço, não forem conhecidos os dados relativos a peso, distância e valor da prestação do serviço; sendo que a utilização da autorização de carregamento não dispensa a posterior emissão do Conhecimento de Transporte Rodoviário de Cargas. Ver a figura a seguir. Figura: Modelo de Autorização de Carregamento e Transporte Þ Ordem de Coleta de Carga – será utilizada pelo estabelecimento transportador que executar serviço de coleta de cargas no endereço do remetente, e destina-se a acobertar a prestação de serviço, do endereço do remetente até o do transportador, para emissão obrigatória do Conhecimento de Transporte Rodoviário de Cargas, no qual será anotado o número da respectiva ordem de coleta. 41 EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - [email protected] | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br Gestão do Transporte e da Frota Ver a figura a seguir. Figura: Modelo de Ordem de Coleta de Carga Þ Manifesto de Carga – é de uso obrigatório somente no transporte rodoviário de carga fracionada, sendo utilizado pelos transportadores de cargas que executarem serviço de transporte intermunicipal e interestadual (Ver figura a seguir). Figura: Modelo de Manifesto de Carga 42 EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - [email protected] | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br Gestão do Transporte e da Frota d) Documentos fiscais exigidos para o transporte de produtos perigosos Para o transporte de cargas de produtos perigosos é exigida a seguinte documentação: Þ Certificado de capacitação do veículo e dos equipamentos compatíveis com a carga, original, expedido pelo INMETRO ou entidade por ele credenciada. Þ Conhecimento de transporte rodoviário. Þ Documento fiscal do produto transportado, contendo n° ONU (número especificado pela Organização das Nações Unidas), classe ou subclasse, nome apropriado para o embarque, e a quantidade total por produto perigoso abrangido pela descrição. Þ Ficha de emergência e envelope para transporte, no idioma do país de origem, trânsito e destino da carga, contendo: (1) identificação do expedidor ou do fabricante do produto que forneceu as instruções, (2) identificação do produto ou grupo de produtos a que as instruções se aplicam, (3) natureza dos riscos apresentados pelos produtos, (4) medidas a serem adotadas em caso de emergência (medidas a adotar em caso de contato com o produto, incêndio, ruptura de embalagens ou tanques, realização de transbordo e telefones de emergência dos bombeiros, polícia e defesa civil). Þ CNH – Carteira Nacional de Habilitação com observação de habilitação para produtos perigosos (curso MOPP – Movimentação e Operações de Produtos Perigosos). Þ Licença especial quando exigível (IBAMA, INMETRO, FEPAM etc.). Þ Kit de emergência e EPI (Equipamento de Proteção Individual). Þ Rótulo de risco, que consiste em um painel em formato de losango, onde estão estipulados o símbolo gráfico e a cor que correspondem à classe do produto perigoso em questão. Þ Painel de segurança, que consiste em um painel retangular de cor laranja contendo o nº ONU e o número de risco do produto transportado. 43 EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - [email protected] | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br Gestão do Transporte e da Frota Unidade de Aprendizagem 5 Condução Econômica: Princípios Básicos 44 EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - [email protected] | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br Gestão do Transporte e da Frota 5. Condução Econômica: Princípios Básicos Administrar a frota da empresa de transporte de cargas inclui, também, a gestão dos recursos humanos necessários para a operação dos veículos, em particular os condutores dos veículos. As formas de direção econômica podem, se bem executadas, trazer grandes diferenciais na prestação de serviços de uma empresa de transporte de cargas ou de logística. Por exemplo: a economia de combustível e a duração da vida dos componentes do veículo dependem de certos princípios econômicos de condução. É importante que os gestores da frota e os condutores conheçam esses princípios. Por isso, vamos estudá-los neste capítulo do curso. A montadora Daimler-Chrysler elaborou um roteiro para instruir os motoristas a conduzir os veículos de carga de forma econômica. Nós nos basearemos neste documento (Daimler-Chrysler, 2004) para identificar e descrever quais são os princípios a serem seguidos para obter a condução econômica dos veículos de carga. Vamos a eles? ¨ Mas o que é condução econômica? Segundo a Daimler-Chrysler é um conjunto de conhecimentos e práticas que visam um melhor aproveitamento dos recursos naturais (meio-ambiente), de equipamentos e de mão-de-obra. Sempre se associou a condução econômica principalmente à economia de combustível. Aqui, seguindo a abordagem da Daimler-Chrysler, vamos apresentá-la como um conceito mais amplo, que abrange a economia de combustível, mas, também, a maior durabilidade de componentes sujeitos a desgastes, tais como o motor, a embreagem, os freios, os pneus etc. A Condução Econômica também apresenta resultados positivos na diminuição da necessidade de intervenções corretivas. É quase um consenso entre os especialistas afirmar que, ao praticar a condução econômica, o motorista consegue os seguintes benefícios para ele, para a empresa, para o veículo e para o meio ambiente: Þ Reduzir o desgaste físico provocado por horas de trabalho Þ Reduzir o consumo de combustível Þ Reduzir desgastes de componentes mecânicos Þ Evitar falhas de operação Þ Aumentar a segurança no trânsito Þ Aumentar a velocidade média com segurança Þ Reduzir os custos com manutenção Þ Contribuir para manter o valor do veículo Þ Reduzir a contaminação do meio ambiente. 45 EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - [email protected] | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br Gestão do Transporte e da Frota Resumidamente, as regras da condução econômica são as seguintes (Daimler-Chrysler): 1. Guiar com previsão 2. Operar na faixa ideal de rotação 3. Sempre que possível pular marchas 4. Não acelerar durante a troca de marchas 5. Aproveitar a inércia do veículo 6. Utilizar corretamente os freios 7. Trafegar somente com o veículo engrenado 8. Manter os pneus calibrados 9. Acompanhar o desempenho do veículo ¨ Vamos estudar um pouco mais em detalhes cada uma das regras citadas? 1) Guiar com previsão Guiar com previsão significa nada mais nada menos do que não frear nem acelerar desnecessariamente o veículo. Há algumas situações do trânsito que exigem maior cuidado, maior antecipação na condução do veículo. Algumas dessas situações podem ser enumeradas: paradas obrigatórias em cruzamentos e rótulas e em semáforos; entrada em vias preferenciais; aclives e declives. 2) Operar o veículo na faixa ideal de operação Há um princípio comprovado cientificamente e na prática que diz: o motor do veículo tem mais força e consome menos combustível, quando trabalha em rotações (giros do motor) médias. É o que se chama de Faixa de Torque do Motor, que é sinalizada no contagiros ou no tacômetro dos veículos, em geral, pela faixa verde. Veja um exemplo na figura a seguir. Deve-se ainda: utilizar a maior marcha possível e economizar rotações. O objetivo desta prática é de possibilitar o trabalho do motor dentro do regime ideal pelo máximo tempo possível, economizando assim rotações do motor e combustível. 46 EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - [email protected] | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br Gestão do Transporte e da Frota Figura: Modelo de contagiros Fonte: Manual Treinamento da Daimler-Chrysler 3) Sempre que possível pular marchas Esta regra tem o objetivo de reduzir o número de mudanças de marchas durante a operação. A redução do número de mudanças de marcha poupa os componentes do sistema de embreagem e também os componentes da caixa de mudanças, tais como, anéis sincronizadores, garfos, luvas e corpos de engate. Além do prolongamento da vida útil dos componentes mecânicos da transmissão, a redução do número de mudanças de marchas permite o aumento da velocidade média e a redução no consumo de combustível. 4) Não acelerar durante a troca de marchas A aceleração intermediária e a dupla debreagem na troca de marchas são procedimentos necessários somente quando se opera um veículo equipado com caixas de mudanças do tipo “secas” (não sincronizadas). A aplicação destes procedimentos em veículos equipados com caixas de mudanças sincronizadas causa gastos desnecessários. Reduz-se praticamente pela metade a vida útil dos componentes da embreagem e da caixa de câmbio e aumenta o consumo de combustível e o desgaste físico do motorista. 5) Aproveitar a inércia do veículo ¨ Você sabe o que é inércia? 47 EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - [email protected] | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br Gestão do Transporte e da Frota De maneira bem simples, pode-se defini-la como a resistência que todos os corpos materiais opõem à modificação do seu estado de movimento. Veja na figura a seguir uma representação da resistência ao rolamento de um veículo! As setas vermelhas indicam a resistência formada ao deslocamento do veículo, que é exercida sobre os pneus (rolamento). Figura: resistência ao rolamento de um veículo Fonte: Manual Treinamento da Daimler-Chrysler Há outras fontes de resistência ao deslocamento de veículos. São elas: Þ resistência exercida pelo ar; Þ resistência exercida pela gravidade. Esta prática visa manter a uniformidade do deslocamento do veículo. IMPORTANTE Se compararmos as reações de um carro de passeio com as de um caminhão carregado, veremos que existe uma diferença muito grande. Tanto a aceleração quanto a desaceleração de um veículo pesado acontece de forma mais lenta devido às grandes massas envolvidas, ou seja, normalmente a inércia exerce uma considerável influência sobre o deslocamento dos veículos. 6) Utilizar corretamente os freios Recomenda-se utilizar racionalmente os freios disponíveis no veículo (freio motor, retardador, freio de serviço), pois este é um procedimento que influencia bastante na determinação da vida útil dos tambores, lonas, válvulas de freio, suspensão e pneus. Também é um procedimento importante na medida em que possibilita maior segurança à operação. Vamos à outra regra de condução econômica? 48 EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - [email protected] | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br Gestão do Transporte e da Frota 7) Trafegar somente com o veículo engrenado Os fabricantes recomendam que não se deve trafegar, em hipótese alguma, com o veículo desengrenado (“no ponto morto”), principalmente nos trechos em declive, por questões de segurança e também de consumo (não há consumo de combustível quando o acelerador não é acionado). 8) Manter os pneus calibrados Os pneus devem estar sempre calibrados. Só se deve realizar essa operação quando os pneus estiverem frios. Portanto não faça a recalibragem (sangria) com os pneus aquecidos. 9) Acompanhar o desempenho do veículo O consumo de combustível é um indicador importante de avaliação do desempenho e da operação do veículo. 10) Outras regras Há outras recomendações que podem ser dadas para realizar uma condução econômica e, assim, prolongar a durabilidade do veículo, de seus componentes e obter economia na operação. São eles: Þ a operação de amaciamento sem submeter o motor à potência máxima durante este período, tem importância decisiva na durabilidade do veículo e de seus componentes; Þ a disposição e a acomodação da carga na carroçaria do veículo devem observar as recomendações dos fabricantes e estar em conformidade com a “LEI DA BALANÇA”. A LEI DA BALANÇA estabelece os limites legais de peso por eixo ou conjunto de eixos para os veículos comerciais brasileiros. A legislação brasileira estabelece limites máximos para valores do peso bruto por eixo de veículos de carga. Porém, devido à dificuldade na aferição das balanças que efetuam a pesagem dos veículos, permite-se uma tolerância de até 5% de peso acima do valor máximo determinado por lei. A figura a seguir traz um resumo dos pesos brutos máximos admitidos por eixo ou por conjunto de eixos pela legislação brasileira. 49 EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - [email protected] | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br Gestão do Transporte e da Frota Figura: peso máximo por eixo ou conjunto de eixo permitidos pela Lei da Balança Fonte: Manual Treinamento da Daimler-Chrysler VOCÊ SABIA? Existem programas computacionais que trabalham com a disposição e acomodação das cargas nos veículos, procurando obter a máxima utilização do volume e do peso de carregamento permitido para os veículos. Você poderá conhecer um deles acessando o site www.startrade.com.br. Aproveite e amplie seus conhecimentos e habilidades! 50 EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - [email protected] | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br Gestão do Transporte e da Frota Prezado Aluno, Chegamos ao final deste curso. Vamos então relembrar as competências desenvolvidas no decorrer de nosso estudo? São elas: Þ Identificar e inter-relacionar as variáveis importantes para estabelecer os roteiros mais adequados para as entregas e coletas de mercadorias. Þ Elaborar roteiros para as operações de coleta e entrega de mercadorias. Þ Conhecer os equipamentos e softwares existentes para monitoramento e roteirização de veículos. Þ Conhecer métodos práticos para dimensionamento e operação de frotas de veículos de carga. Þ Reconhecer as diversas modalidades de transporte. Þ Identificar os diversos tipos de documentos fiscais exigidos e relacioná-los com as várias modalidades de transporte. Þ Conhecer as várias possibilidades de composição de cadeias multimodais para a movimentação de cargas. Þ Conhecer a legislação do Operador de Transporte Multimodal. Þ Conhecer as regras básicas para a condução econômica de veículos de carga. Referências bibliográficas utilizadas BALLOU, R. Logística Empresarial. São Paulo: Atlas, 1993. DAIMLER-CHRYSLER. Informações Técnicas para Operação de Veículos Mercedes Benz. Manual de Treinamento Pós-Venda. Campinas, Brasil, 2004. NOVAES, A. G. Logística e Gerenciamento da Cadeia de Distribuição. Rio de Janeiro: Campus, 2001. PARTYKA, J. G. e HALL, R. W. (2000) “On the Road to Service”, OR/MS Today, www.lionhrtpub.com, agosto 2000. VALENTE, A., PASSAGLIA, E. e NOVAES, A. G. Gerenciamento de Transporte e Frotas. São Paulo: Pioneira, 1997. 51 EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - [email protected] | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br