Transcript
"As síndromes de 1º neurônio e suas respectivas "
"condutas fisioterapêuticas "
" "
"1. INTRODUÇÃO "
" "
"No trabalho será descrito o 1o neurônio ou "
"motoneurônio superior, que é um tipo de neurônio no"
"córtex cerebral que leva impulsos a partir do "
"córtex motor para os núcleos da base ou substâncias"
"cinzentas ventrais da medula. "
" "
"Estará sendo apresentado algumas de suas principais"
"patologias que acometem esses neurônios assim como "
"AVC, esclerose múltipla, esclerose lateral "
"amiotrófica e lesões medulares, relatando "
"diferentes etiologias e quadros clínicos mais "
"severos ou não, dependendo da localização e "
"extensão da lesão. "
" "
"O objetivo é conhecer as patologias envolvidas com "
"o primeiro neurônio e principalmente mostrar as "
"técnicas de tratamento utilizados para as mesmas. "
" "
" "
"2. SÍNDROME PIRAMMIDAL OU LESÃO DO 1O NEURÔNIO "
" "
"As lesões do sistema piramidal são traduzidas por "
"déficits motores que interferem na execução dos "
"movimentos, podendo ser evidenciado na paralisia "
"facial de origem piramidal e não sobre os músculos "
"ou determinados grupos de músculos, como ocorre nas"
"lesões do neurônio motor periférico. "
" "
"Os déficits motores de origem piramidal, costumam "
"se acompanhar de hipertonia elástica, hiperreflexia"
"profunda, abolição dos reflexos superficiais "
"(cutâneos abdominais, cremastéricos, inversão do "
"reflexo cutâneo plantar (sinal de Babinsk), além de"
"outros fenômenos (clônus e sincinesias), "
"mencionando ainda que a síndrome piramidal de "
"instalação súbita ocorre uma fase de choque, "
"traduzida pôr paralisia flácida, precedendo a fase "
"espástica. Dependendo da sede da lesão, vários "
"tipos de comprometimentos motores podem ser "
"encontrados, como por exemplo, a hemiplegia, "
"paraplegia, tetraplegia e monoplegia. (Sanvito, "
"2000) "
" "
"A síndrome do neurônio motor superior, ocorre com "
"maior freqüência nos acidentes vasculares cerebrais"
"(AVC), que acometem a cápsula interna ou a área "
"motora do córtex. "
" "
"Dizia-se que o Sistema Piramidal era encarregado de"
"duas funções distintas: elaboração e condução do "
"influxo motor voluntário; e inibição do sistema "
"extrapiramidal e o sistema motor periférico, e que "
"as lesões piramidais traduziram-se por duas ordens "
"de sintomatologia: Síndrome Piramidal deficitária e"
"Síndrome Piramidal de liberação. "
" "
"Outras vias envolvidas na Síndrome Piramidal, além "
"do trato córtico-espinhal são as vias "
"corticorubroespinhal, corticorreticuloespinhal, "
"corticopontocerebelar e via vestíbuloespinhal, "
"confirmando a teoria que a síndrome piramidal não "
"pode ser explicada apenas pela lesão do trato "
"córtico-espinhal. (Doretto, 2001) "
" "
" "
"3. SINTOMAS GERAIS "
" "
"3.1 Espasticidade: "
" "
"A espasticidade irá criar um desequilíbrio da "
"atividade muscular, na maioria das vezes na "
"musculatura antigravitacional e na hemiplegia é "
"caracterizada por aumento do movimento abrupto do "
"tendão, fenômeno do canivete, e um aumento do tônus"
"muscular que é maior nos músculos flexores do braço"
"e extensores da perna. "
" "
"A espasticidade é a conseqüência da lesão cerebral "
"ou da medula espinhal. (Edwards, 1999). "
"Maior reflexo de estiramento, postura anormal, "
"padrões de movimento de massa. "
" "
"Co-contração inadequada e incapacidade de "
"fragmentar padrões e desempenhar movimentos "
"isolados de uma articulação. "
" "
"Exagero de reflexo estereoceptivo do membro, "
"produzindo retirada em flexão, ou espasmo extensor,"
"ou sinal de Babinsk. "
" "
"Hipertonia resultante de lesões "piramidais" é "
"denominada espasticidade. Espasticidade e "
"hipertonia, em caso de lesão de motoneurônio "
"superior principalmente, estão sempre associados. "
"(Doretto, 2001) "
" "
"O tônus e a resistência muscular são maiores em um "
"grupo de músculos do que em seus antagonistas. A "
"hipertonia junto com a espasticidade é mais marcada"
"(dura) no início do movimento, chegando do meio "
"para o final mais facilmente, porém possui também o"
"efeito canivete, o qual a resposta muscular é "
"imediata tentando trazer o membro para a posição "
"inicial, este efeito é mais evidente no cotovelo e "
"joelho. Os músculos envolvidos são compostos em "
"repouso, firmes ao toque e uma tendência a formar "
"contraturas. (Spillane, 1998) "
" "
"3.2 Hiperreflexia: "
" "
"Nas lesões piramidais os reflexos miotáticos "
"fásicos, encontram-se exaltados, isto é, atribuído "
"à hiperatividade do sistema "
"corticorreticuloespinhal anterior, o qual é "
"facilitador dos motoneurônios alfa e gama, devido a"
"ausência do reticuloespinhal lateral. Com o reflexo"
"miotático fásico é obtido mediante estímulo que "
"provoca um rápido estiramento, torna-se evidente a "
"hiperatividade dos motoneurônios gama dinâmicos, "
"tornando os furos musculares hipersensíveis. "
"(Doretto, 2001) "
" "
"3.3 Clônus: "
" "
"O estiramento súbito de músculos hipertônicos "
"produz uma contração reflexa. Sendo este "
"estiramento mantido durante o relaxamento que se "
"segue, nova contração reflexa ocorre e isto pode "
"continuar quase que indefinidamente a não ser que "
"re-interrompa o estímulo e isso é mais facilmente "
"demonstrado com a dorsiflexão do pé ou com "
"movimento brusco da patela para baixo, mas pode "
"estar presente em qualquer articulação. O clônus "
"apenas apresenta um aumento da excitabilidade "
"reflexa e pode estar presente apenas por tensão, "
"esforço muscular excessivo ou seguindo um susto. "
"(Spillane, 1998) "
" "
"3.4 Sinal de Babinsk: "
" "
"São reflexos que podemos chamar de proteção, pois "
"os estímulos que os desencadeiam são nociceptivos "
"(estímulos que desencadeiam dor), podendo ser "
"considerado como uma manifestação de liberação do "
"reflexo dos flexores, normalmente moderado pelo "
"trato piramidal. (Doretto, 2001). "
" "
" "
" "
"4. PATOLOGIAS "
" "
" "
"4.1 ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO "
" "
"A interrupção aguda do fluxo sangüíneo de alguma "
"parte do cérebro determina o que se chama de "
"isquemia cerebral, que, se durar um período de "
"tempo suficiente para provocar lesão no cérebro, "
"leva ao acidente vascular encefálico (AVE). Algumas"
"vezes, os sintomas do AVE podem melhorar "
"espontaneamente em poucos dias. Esta condição é "
"conhecida como déficit neurológico focal "
"reversível. (Machado, 1993) "
" "
"Um AVE lesa as vias neuronais descendentes causando"
"a lesão do motoneurônio superior do tipo de início "
"adulto. Se o AVE ocorre no seu local mais comum "
"para esse tipo de lesão, ,a artéria cerebral média,"
"as conexões corticais com a medula espinhal, o "
"tronco encefálico e o cerebelo são comprometidos. "
"(Lundy- Ekman, 2000) "
" "
" "
"DETERMINANTES DOS ACIDENTES VASCULARES CEREBRAIS "
" "
"Idade "
" "
"Sexo "
" "
"Fatores Raciais "
" "
"Fatores Genéticos "
" "
" "
" "
"FATORES DE RISCOS MODIFICÁVEIS "
" "
"Hipertensão "
" "
"Diabetes mellitus "
" "
"Doenças cardíacas "
" "
"Obesidade "
" "
"Tabagismo "
" "
"Excesso de álcool "
" "
"(Rowland, 1997) "
" "
" "
" "
"Em uma divisão pôr diferentes grupos foram "
"encontrados em um estudo no item idade a incidência"
"maior em idosos do que em outras etapas da vida. "
"Quanto ao sexo a amostra apresentada foi 66,70% no "
"sexo masculino. Já os fatores raciais apresentavam "
"a seguinte percentagem: negra (50,98%), branca "
"(38,23%) e parda (10,78%). (Rubint e Zorrati, 2004)"
" "
" "
"SINAIS E SINTOMAS "
" "
"Consciência – Pode ficar temporariamente "
"comprometida "
" "
"Comunicação e Memória – Podem ficar comprometidas "
" "
"Sensoriais – Usualmente comprometido contralateral "
"à lesão "
" "
"Autonômicos – Pode estar comprometido "
" "
"Motores – Contralateral à lesão: paresia, atrofia "
"muscular, perda do fracionamento dos movimentos, "
"menor velocidade e eficiência dos movimentos, "
"comprometimento do controle postural, sinal de "
"Babinsk "
" "
"(Lundy – Ekman, 2000) "
" "
" "
" "
"TIPOS DE ACIDENTES VASCULARES ENCEFÁLICO "
" "
"Isquêmico – Ocorrem infartos quando um embalo ou "
"trombo se prende em um vaso, obstruindo o fluxo "
"sanguíneo "
" "
"Hemorrágico – Priva de sangue os vasos à sua frente"
"e o sangue extravascular exerce pressão sobre o "
"tecido encefálico circundante "
" "
"(Lundy – Ekman, 2000) "
" "
" "
" "
" "
"4.2 ESCLEREOSE LATERAL AMIOTRÓFICA (DOENÇA DE "
"CHARCOT) "
" "
"Esclerose lateral amiotrófica (ELA) é uma doença "
"restrita ao sistema motor voluntário. Em sua forma "
"mais comum, a ELA só destrói as vias ativadoras "
"laterais e as células do corno anterior na medula "
"espinhal, resultando em sinais relacionados aos "
"motoneurônios superiores e inferiores. Dessa forma:"
"paresia, espasticidade, hiperreflexia, sinal de "
"Babinski, atrofia, fasciculações e fibrilações "
"estão presentes. (Ekman, 2000) "
" "
"Esta infecção de causa desconhecida, costuma "
"atingir o indivíduo adulto, entre 45 e 60 anos de "
"idade, com predominância no sexo masculino. "
" "
"A infecção tem início com atrofia dos músculos da "
"mão, acompanhada de déficit motor e fasciculações, "
"de modo lento e progressivo, o quadro motor "
"compromete outros segmentos do corpo com presença "
"de reflexos profundos exaltados e da paresia "
"espásticas nos membros inferiores. "
" "
"Do ponto de vista neuropatológico ocorre "
"degeneração grave e progressiva das células do "
"corno anteriores da medula, degeneração das vias "
"piramidais diretas e cruzadas; degeneração dos "
"núcleos motores bulbares (X°, XI°, XII°, nervos "
"cranianos) e de outros nervos cranianos (V°, "
"VII°).(Sanvitto,1997) "
" "
"O tratamento permanece estritamente sintomático, "
"visando a preservar, pelo maior tempo possível a "
"autonomia e melhorar a qualidade da vida. "
" "
"Com base na hipótese excitotópica, a utilização de "
"um inibidor de neuromediadores excitadores consegue"
"obter um prolongamento modesto de "
"sobrevida.(Cambier,1999) "
" "
" "
" "
"4.3 ESCLEROSE MÚLTIPLA "
" "
"A esclerose múltipla é caracterizada por lesões "
"(placas), áreas distintas de perda de mielina "
"distrituídas pelo SNC, primariamente na substância "
"branca. Essas placas de desmielinização são "
"acompanhadas por destruição da oligodendroglia e "
"por inflamação (ou acúmulo de células brancas do "
"sangue e líquido ao redor dos vasos sangüíneos que "
"ficam dentro do SNC). "
" "
"Em geral, a esclerose múltipla e diagnosticada em "
"indivíduos com idade entre 15 e 50 anos. Embora "
"tenha sido relatada esclerose múltipla na infância,"
"essa é bastante incomum. (Umphred, 2003) "
" "
"A possibilidade de apresentar esclerose múltipla é "
"maior para os que têm um parente próximo "
"comprometido pela doença. A tendência ao "
"agrupamento dos casos em "focos" numa mesma região,"
"poderia, ao contrário indicar uma exposição a um "
"mesmo agente patogênico. (CAMBUR et all, 1999) "
" "
"A esclerose múltipla pode ser uma doença de "
"etiologia viral, e é provável que o dano a mielina "
"seja pelo sistema imune. "
" "
"A desmielinização da esclerose múltipla pode, "
"assim, ser precipitada por uma infecção por vírus "
"do sarampo, rubéola, caxumba, picornavirus, "
"parainfluenza, herpes simples e HTLV-I foram todos "
"relatados como estando presentes em pacientes com "
"esclerose múltipla. Nenhum desses agentes, "
"entretanto, foi detectado de forma reproduzível. "
"Talvez não seja um vírus individual que desencadeia"
"a desmielinização em todos os pacientes com "
"esclerose múltipla. Pode, em vez disso, haver "
"diversos vírus envolvidos. "
" "
"A esclerose múltipla caracteriza-se pela "
"disseminação de lesões tanto temporal como "
"espacialmente. Exacerbações e remissões ocorrem "
"freqüentemente. O paciente pode apresentar "
"sensações extraordinárias, que são difíceis de "
"descrever e impossíveis de serem verificadas "
"objetivamente. "
" "
"Os sinais e sintomas são variados e parecem incluir"
"todos os sintomas que podem decorrer da lesão a "
"qualquer parte do neurônio, da medula ao córtex "
"cerebral. (Rowland, 1997) "
" "
" "
" "
"SINAIS E SINTOMAS COMUNS DA ESCLEROSE MÚLTIPLA "
"CRÔNICA "
" "
"Sistema Funcional "
"% Freqüência "
" "
"MOTOR "
" "
" "
"Fraqueza muscular "
"65-100 "
" "
"Espasticidade "
"73-100 "
" "
"Reflexos (hiper-reflexia, Babinski, abdominais "
"ausentes) "
"62-98 "
" "
" "
" "
" "
"SENSORIAL "
" "
" "
"Distúrbio do sentido vibratório/posicional "
"48-82 "
" "
"Distúrbio da dor, temperatura ou tato "
"16-72 "
" "
"Dor (moderada e intensa) "
"11-37 "
" "
"Sinal de Lhermitte "
"1-42 "
" "
" "
" "
" "
"NERVOS CRANIANOS/TRONCO CEREBRAL "
" "
" "
"Visão afetada "
"27-55 "
" "
"Distúrbios oculares (excluindo o nistagmo) "
"18-39 "
" "
"V,VII, VIII nervos cranianos "
"5-52 "
" "
"Sinais bulbares "
"9-49 "
" "
"Vertigens "
"7-27 "
" "
" "
" "
" "
"AUTONÔMICO "
" "
" "
"Disfunção vesical "
"49-93 "
" "
"Disfunção intestinal "
"39-64 "
" "
"Disfunção sexual "
"33-59 "
" "
"Outros (sudorese e anormalidades) "
"38-43 "
" "
" "
" "
" "
"PSIQUIÁTRICO "
" "
" "
"Depressão "
"8-55 "
" "
"Euforia "
"4-18 "
" "
"Anormalidades cognitivas "
"11-59 "
" "
" "
" "
" "
"DIVERSOS "
" "
" "
"Fadiga "
"59-85 "
" "
" "
" "
" "
"SINAIS E SINTOMAS OBSERVADOS RARAMENTE NA ESCLEROSE"
"MÚLTIPLA "
" "
"ASSOCIAÇÕES BEM RECONHECIDAS "
"ASSOCIAÇÕES RARAS "
" "
"Convulsões generalizas "
"Afasia "
" "
"Convulsão tônica "
"Anosmia "
" "
"Cefaléia "
"Soluços "
" "
"Neuralgia do trigêmeo "
"Surdez "
" "
"Disartria/ataxia paroxística "
"Síndrome de Horner "
" "
"Coréia/atetose "
"Prurido paroxístico "
" "
"Mioclonia "
"Arritmias cardíacas "
" "
"Hemiespasmo facial "
"Edema pulmonar agudo "
" "
"Torcicolo espasmódico/ distonia focal "
"Disfunção hipotalâmica "
" "
"Mioclonia "
"Narcolepsia "
" "
"Sinais do neurônio motor inferior – atrofia, "
"diminuição do tônus – arreflexia "
" "
" "
"Pernas inquietas "
" "
" "
"Histeria "
" "
" "
" "
" "
"A doença afeta freqüentemente mais alguma áreas e "
"sistemas que outras. São comumente envolvidos o "
"quiasma óptico, tronco cerebral, cerebelo e medula,"
"especialmente as colunas laterais e posteriores. "
" "
"Os sintomas visuais incluem diplopia, vista turva, "
"diminuição ou perda da acuidade visual de um lado "
"ou ambos e defeitos do campo visual, variando de um"
"escotoma unilateral ou contração do campo visual a "
"hemianopsia. "
" "
"É comum a fraqueza dos músculos faciais da metade "
"inferior de um dos lados da face, mas a paralisia "
"facial periférica é rara. Vertigens verdadeiras que"
"duram vários dias e podem ser graves (lesão nova do"
"assoalho do 4o ventrículo) na esclerose múltipla "
"avançada observa-se disartria, disfagia. "
" "
"A fraqueza dos membros é o sinal mais comum e podem"
"estar presentes monoparesia, hemiparesia ou "
"tetraparesia. A espasticidade e ataxia "
"concomitantes intensificam o distúrbio da marcha. "
" "
"O cerebelo e suas conexões com o tronco cerebral "
"são geralmente afetados, ocasionando assim "
"disartria, ataxia da marcha, tremor e incoordenação"
"do tronco ou membros. "
" "
"São comuns os sintomas urinários, incluindo "
"incontinência ou urgências urinárias. Perda da "
"libido e impotência erétil são problemas comuns em "
"homens. A disfunção sexual em mulheres não foi tão "
"bem documentada, mas vem sendo cada vez mais "
"reconhecida, ausência de lubrificação e "
"incapacidade de atingir o orgasmo são os principais"
"problemas. (Rowland, 1997) "
"Parestesias e distúrbios sensoriais são comuns "
"apresentam também dormência ou formigamento nos "
"membros, tronco ou face.E também fadiga, sintomas "
"mentais como: a euforia e a depressão. "
" "
"O diagnóstico da esclerose múltipla é alicerçado "
"sobre o caráter multifocal das lesões e a evolução "
"por crises. Tal noção de disseminação do espaço e "
"no tempo pode estar ausente no início da doença, "
"nas formas progressivas. É possível enriquecer o "
"inventário investigacional, principalmente pelo "
"diagnóstico para imagem (IRM), e também pela "
"identificação de anomalias de condução ns grandes "
"vias neclinizadas, exame do LCA que permite "
"reconhecer a natureza inflamatória do processo e "
"associar outras afecções que possam apresentar "
"sintomatologia parecida, lúpus, neurossarcoidose, "
"doença de Behcet, borreliosi e mielopatia. (CAMBIER"
"et all 1999). "
" "
" "
" "
"4.4 LESÕES MEDULARES "
" "
"Os traumas à coluna vertebral podem lesar de "
"maneira irreversível a medula espinhal e os raízes "
"nervosas. A lesão medular é aguda e inesperada, "
"alterando de maneira dramática o curso da vida de "
"uma pessoa. As conseqüências sociais e econômicas "
"para o paciente, a família e a sociedade podem ser "
"catastróficas. "
" "
"O nível de lesões mais comum é C-5, seguido de C-4 "
"e C-6. O nível inferior mais comum é T-12, seguido "
"de L-1 e T-10. "
" "
"No mecanismo de lesão, uma força intensa aplicada "
"diretamente à coluna vertebral é o mecanismo mais "
"freqüente de lesão da medula espinhal. Essa força "
"gerada durante uma súbita flexão, hiperextensão, "
"compreensão vertebral ou rotação da coluna, pode "
"ocorrer luxação das articulações, ,fratura de "
"corpos vertebrais, desvio do alinhamento do canal "
"vertebral, herniação de material discal e "
"fragmentação de ossos. A medula espinhal pode, em "
"conseqüência disso, sofrer contusão, distensão, "
"laceração ou esmagamento. Quando existe "
"terciamento, espondilólise cervical ou estenose "
"espinhal, uma lesão banal pode causar danos "
"neurológicos de maior gravidade, mesmo sem fratura "
"ou luxações. Com o advento da ressonância "
"magnética, reconheceu-se que a hérnia de disco é "
"uma causa mais comum de contusão espinhal do que se"
"imaginava anteriormente. Lesões tanto diretas como "
"indiretas à medula espinhal por osso cominutivo, "
"podem ocorrer em casos em que balas de armas de "
"fogo e projéteis de alta velocidades são "
"responsáveis pela lesão.(Rowland, 2000) "
" "
"Nos últimos anos tem havido uma crescente "
"utilização dos procedimentos eletrodiagnósticos "
"para avaliação de pacientes. Isso se deve em parte "
"ao desenvolvimento e melhora da instrumentação "
"eletrônica, que tem tornado possível testar o "
"estado funcional dos músculos, nervos e sua "
"interação com o sistema nervoso central. Isso "
"permite a documentação de como essas estruturas "
"funcionam no estado normal e como elas mudam devido"
"a fatores genéticos, lesões e doenças. As "
"avaliações eletrodiagnosticadas podem ajudar o "
"clínico a estabelecer um diagnóstico do paciente e "
"auxiliar o fisioterapeuta na reabilitação. (Peixoto"
"et al, 2003) "
" "
" "
" "
"5. TRATAMENTO "
" "
"CONDUTA FISIOTERAPÊUTICA NAS LESÕES DOS "
"MOTONEURÔNIOS SUPERIORES "
" "
" "
"5.1 ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL "
" "
"O papel do fisioterapeuta se baseia na restauração "
"da função, prevenção de complicações secundárias, "
"com encurtamento de tecidos moles e dor no ombro, "
"além de pesquisa com desenvolvimento de técnicas "
"científicas para medida e avaliação, intervenções "
"evidentes e medidas confiáveis do trabalho final. "
" "
"Um exemplo disto é a utilização de técnicas de "
"relaxamento, destacando sua influência e eficácia "
"no organismo humano, tanto na esfera psíquica como "
"física, dirigida na maioria das vezes a uma "
"população considerada "normal". O trabalho de "
"investigação que descreveremos a seguir, ressalta a"
"importância de introduzir nos programas de "
"reabilitação, técnicas que favoreçam ao individuo "
"com necessidades especiais, especialmente a "
"população objeto deste estudo (indivíduos com "
"seqüelas de AVC) a possibilidade de despertar uma "
"maior consciência corporal, auto-conhecimento e "
"conseqüentemente maior independência funcional e "
"integração social. (Oliveira, 2001) "
" "
"No entanto, um programa cinesioterápico é "
"indispensável, sendo um dos principais responsáveis"
"pela prevenção do ombro doloroso numa fase aguda e "
"sub-aguda do AVE. (Horn, 2003) "
" "
" "
"5.2 .ESCLEROSE MÚLTIPLA "
" "
"O tratamento fisioterapêutico deve ser centrado no "
"paciente, incluindo consultas para tomada de "
"decisão e estabelecimento de metas conjuntas, "
"escolha do exercício de informações, de modo que o "
"paciente tenha um feedback progressivo e "
"conhecimento do nível de capacidade. "
" "
"Os princípios se baseiam em incentivar o "
"desenvolvimento de estratégias de movimentos e o "
"aprendizado de habilidades motoras, melhorar a "
"qualidade dos padrões de movimento, minimizar "
"anormalidades do tônus muscular, enfatizar o "
"tratamento funcional, dar apoio para manter a "
"motivação e cooperação, implementar terapia "
"preventiva e ajudar o paciente a compreender melhor"
"os sintomas e como eles afetam a sua vida diária. "
"Dentre esses existem quatro metas "
"fisioterapêuticas: "
" "
"1- Manter e aumentar a ADM; "
" "
"2- Incentivar a estabilidade postural; "
" "
"3- Evitar contraturas; "
" "
"4- Manter e incentivar o apoio de peso. (Oliveira, "
"2001) "
" "
" "
" "
"5.3 TRATAMENTO PARA ESPASTICIDADE "
" "
"O primeiro passo no tratamento da espasciticidade é"
"a resolução de qualquer problema clinico do "
"paciente, pois frente a estímulos nociceptivos a "
"espasticidade se exacerba. Devem ser tratadas as "
"infecções urinárias e as respiratórias, as úlceras "
"de decúbito e qualquer outro estímulo nocivo. "
" "
"O segundo passo é a terapia física que visa, "
"através de posicionamento adequado, alongamentos "
"musculares e globais e suaves e musculatura "
"antagonista, promover um equilíbrio entre a "
"musculatura espástica e a parética evitando assim, "
"o deslocamento de deformidades e levando a um "
"relaxamento global. O uso do órteses também é "
"benéfico, no sentido de manter o posicionamento "
"adequado das articulações tanto prevenindo "
"deformidades como auxiliando a função. Quando o "
"paciente não responde bem à terapia sistêmica, ou "
"quando a espasticidade é restrita a um determinado "
"músculo, a técnica de eleição é o bloqueio muscular"
"ou nervoso periférico com agentes que promovam "
"relaxamento muscular localizado. "
"Existem técnicas específicas de tratamento para a "
"redução do grau de espascificidade, como por "
"exemplo: "
" "
"- Gelo: reduzindo a neurotransmissão aferente e "
"eferente e para que seja efetivo na espasticidade é"
"preciso resfriar os fusos musculares. Ele deve ser "
"aplicado até que não haja mais resposta reflexa "
"excessiva ao alongamento. A forma mais comum de "
"aplicação é a imersão local com mistura de água e "
"gelo em pedaços, com período de intervalos de tempo"
"entre as imersões. É contra-indicado em pacientes "
"com déficits sensitivos. "
" "
"- Hidroterapia: usada para ampliar o tratamento do "
"paciente com deficiência neurológica com benefícios"
"terapêuticos, psicológicos e sociais. Entre as "
"vantagens é priorizado a independência ou "
"capacidade de se mover livremente e com confiança, "
"além de ser uma atividade recreativa, obtendo um "
"ganho de alongamento muscular, redução de "
"contraturas, reeducação de balanço e equilíbrio, "
"retreinamento da marcha e exercícios respiratórios."
"A técnica de Bad Ragaz é usada para dar apoio e não"
"oferecer resistência aos movimentos. "
" "
"- Estimulação elétrica: produz contração muscular "
"através dos nervos motores, aumentando a "
"efetividade do alongamento em músculos espásticos e"
"inibição da espasticidade por inibição recíproca. "
" "
"- Biofeedback: procedimento pelo qual as "
"informações sobre o aspecto da função corporal é "
"retificado por algum sinal visual ou auditivo e "
"busca permitir que o paciente tenha um controle "
"consciente sobre uma atividade voluntária. A "
"maioria dos fisioterapeutas usam feedback verbal ao"
"treinar os pacientes, seja durante uma avaliação ou"
"para corrigir uma limitação. (Edwards,1999) "
" "
"Todos esses métodos apresentam vantagens e "
"desvantagens e devem ser cuidadosamente estudados "
"por toda a equipe de reabilitação caso particular "
"para que se obtenha sucesso. "
" "
" "
" "
"5.4 ATAXIA "
" "
"A ataxia é um dos principais sintomas que afetam as"
"pessoas com esclerose múltipla, acompanhado da "
"espasticidade, sendo o maior problema apresentado a"
"incapacidade de fazer movimentos voluntários que "
"exijam a ação conjunta de grupos musculares em "
"vários graus de co-contração, o que é fácil de se "
"perceber na fase de apoio da marcha, tendo como "
"objetivo fisioterapêutico neutralizar os ajustes "
"posturais e desvio dinâmico de pesos, aumentando a "
"coordenação dos movimentos, também evitando "
"posturas compensatórias adotadas para eliminar a "
"instabilidade podendo transformar-se em contraturas"
"funcionais ou fixas, o que poderia levar uma "
"lordose lombar exagerada: inclinação anterior de "
"pelve; flexão de quadril; hipertensão de joelhos; "
"peso nos calcanhares e dedos dos pés em garra. "
"(Oliveira, 2001) "
" "
" "
" "
"5.5 MELHORIA FUNCIONAL EM PESSOAS COM LESÃO DO "
"MOTONEURÔNIO SUPERIOR "
" "
"O funcionamento pode ter melhorado em pessoas com "
"lesão do motoneurônio superior pela estimulação "
"elétrica dos pontos motores dos nervos. "
" "
"Já se demonstrou que a estimulação elétrica "
"funcional em sujeitos com lesão medular incompleta "
"melhora a marcha, com custo fisiológico diminuído. "
"Os tratamentos eficazes na melhora dos movimentos "
"voluntários, nos casos de AVC de instalação adulta "
"incluem TENS, biofeedback pelo EMG, fortalecimento "
"(melhora o funcionamento sem aumentar a "
"espascificidade) e uso forçado do membro superior "
"parético pela restrição do membro superior não "
"parético, basearam suas intervenções na teoria de "
"que um contribuinte importante para a disfunção de "
"membro parético seria o desuso aprendido.(Ekman, "
"2000) "
" "
" "
" "
"6. CONCLUSÃO "
" "
"Pôde-se concluir que a lesão de um motoneurônio "
"superior ou de 1o neurônio envolve várias "
"patologias e gera uma variedade de sinais e "
"sintomas que tornam-se comuns e marcantes nesse "
"tipo de lesão. "
" "
"Cada um desses sinais e sintomas devem ser "
"avaliados e receber um tratamento específico e "
"sempre lembrar de ver o paciente como um todo. "
"Alertando-se para tratar a sintomatologia "
"específica, sem comprometer a funcionalidade do "
"paciente. O tratamento fisioterapêutico é tentar "
"devolver o melhor possível a funcionalidade do "
"paciente. "
" "
"Vários recursos podem ser utilizados no tratamento "
"desses pacientes como: hidroterapia, alongamentos, "
"exercícios ativos, gelo e calor, etc. Cabendo ao "
"fisioterapeuta escolher o melhor recurso de "
"tratamento para suas necessidades, na "
"especificidade de cada sintomatologia e na "
"particularidade de resposta de cada paciente. "
" "
"Um fisioterapeuta disponibiliza de vários recursos "
"quando identificada lesão de motoneurônio superior "
"ou 1o neurônio, basta aproveitar essas diversas "
"possibilidades para devolver a funcionalidade ao "
"paciente, melhorando assim a sua qualidade de vida."
" "
" "
" "
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"7. BIBLIOGRAFIA "
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"Obs.: "
"- Todo crédito e responsabilidade do conteúdo são "
"de seus autores. "
"- Publicado em 18/01/05 "