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As Incertezas Nas Pesquisas Sobre Os Efeitos Dos Campos Eletromagneticos Na...

Este texto foi originalmente publicado no blog mantido pelo Eng. Ricardo Luiz Araújo da EMField e que trata de assuntos relacionados aos possíveis efeitos dos campos eletromagnéticos na saúde humana. Não é desta forma um artigo técnico convencional. São apresentadas as principais controvérsias acerca das técnicas de investigção utilizadas pela ciência para a investigação dos efeitos dos campos eletromagnéticos no organismo humano.

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As Incertezas nas Pesquisas Sobre os Efeitos dos Campos Eletromagnéticos na Saúde Humana (EMField, short paper 14 - 2014) Ricardo L. Araújo* Electromagnetic Field Engineering do Brasil Ltda Este breve texto não é um artigo técnico convencional. Trata-se de um texto originalmente publicado no meu blog que trata de informações sobre os possíveis dos possíveis efeitos dos campos eletromagnéticos sobre a saúde humana. Endereço do blog: http://camposeletromagneticos.blogspot.com.br/ As pessoas me perguntam com frequência qual é o motivo da incerteza acerca dos possíveis efeitos à saúde humana resultantes da exposição a campos eletromagnéticos apesar de todo o desenvolvimento tecnológico experimentado por nossa sociedade e apesar de tantas pessoas serem expostas atualmente à radiação eletromagnética artificial gerada pela atividade do homem. Para compreendermos os motivos da incerteza que ainda permeia este assunto é importante termos em mente quais são as ferramentas utilizadas pela ciência neste tipo de pesquisa e suas limitações. Tais limitações levam a discussões acirradas por parte de cientistas, céticos, ativistas, órgãos governamentais, políticos e o setor produtivo. O debate fica, portanto sujeito a muita pressão, inclusive econômica. Caso exista algum tipo de relação causal entre a exposição a campos eletromagnéticos e problemas de saúde, provavelmente a associação deve ser extremamente discreta, do contrário teríamos visto nos últimos anos uma disparada nos casos de doenças associadas ao uso do telefone celular ou alguns públicos específicos como os eletricistas seriam portadores de males específicos diferentes das médias da população em geral, o que ainda não foi detectado de maneira inequívoca. Este fator dificulta ainda mais as pesquisas. A seguir são apresentadas as principais ferramentas empregadas pelos pesquisadores do assunto (deixei de fora as técnicas de simulação computacional) mantendo as três mais tradicionais com o objetivo de auxiliar na compreensão do público em geral sobre as incertezas que envolvem o assunto. a) Pesquisas in vitro: neste tipo de pesquisa realizada em laboratório, células e tecidos humanos ou de animais são cultivados fora do organismo vivo. Algumas Electromagnetic Field Engineering do Brasil Ltda Fone (041) 3044 0197 Curitiba – PR * [email protected] http://www.emfield.com.br amostras são submetidas à exposição a um agente supostamente agressor (neste caso campos eletromagnéticos) e outras permanecem isoladas sem que nenhum agente agressor seja aplicado, sendo chamadas de amostras de controle. As amostras de controle são então comparadas com as amostras que sofreram algum tipo de stress em busca de alterações. De maneira geral, a maioria das pesquisas in vitro apontam para a existência de efeitos danosos às amostras submetidas à exposição a campos eletromagnéticos. Algumas limitações da técnica devem ser levadas em consideração: • As células expostas aos campos eletromagnéticos não possuem a proteção oferecida pelo organismo vivo como um todo; • A absorção da energia eletromagnética é diferente para um tecido ou célula isolados em comparação aos mesmos inseridos em um organismo vivo. O mesmo ocorre com a dissipação de calor, o que é importante visto que o aquecimento pode ser uma das causas dos efeitos observados nos estudos e não a radiação eletromagnética propriamente dita. Os céticos sobre os possíveis efeitos adversos à saúde humana causados por campos eletromagnéticos utilizam as limitações citadas acima aliadas a algumas outras questões como fatores que desabonam os resultados encontrados nos estudos in vidro. b) Estudos in vivo: tais estudos são realizados com organismos vivos. Devido a questões éticas relacionadas à exposição intencional de seres humanos a radiações eletromagnéticas para fins de pesquisa este tipo de estudo é conduzido com animais, em geral, porcos, ratos ou coelhos. O estudo é realizado com a divisão dos animais em grupos mantidos nas mesmas condições. Um dos grupos é exposto aos campos eletromagnéticos e outro não (grupo de controle). Os dois grupos são comparados posteriormente em busca de possíveis efeitos da exposição. Diversos estudos in vivo feitos por cientistas renomados apontam para efeitos como: problemas reprodutivos, comportamentais, surgimento de câncer e tumores dentre outros. Electromagnetic Field Engineering do Brasil Ltda Fone (041) 3044 0197 Curitiba – PR * [email protected] http://www.emfield.com.br As interações entre os campos eletromagnéticos e organismos vivo são extremamente complexas, dependendo: do tamanho do indivíduo, do formato do seu corpo, de características elétricas do mesmo e outras. Isto faz com que efeitos observados em animais sejam de difícil extrapolação para o ser humano. Tal limitação é utilizada por céticos para desconsiderar ou minimizar as conclusões obtidas em estudos in vivo. c) Estudos epidemiológicos: este tipo de estudo é conduzido com a população humana. Populações expostas a maiores níveis de campos eletromagnéticos são comparadas com populações pouco expostas em busca de problemas de saúde. A pesquisa é feita em campo com entrevistas ou o acompanhamento da saúde da população ou então com o cruzamento de informações contidas em bancos de dados, como por exemplo, censos populacionais, registros médicos, informações sobre mortalidade e outros. Alguns tipos de pesquisas epidemiológicas são extremamente sofisticadas, pois exigem uma grande cautela na preparação, na coleta de dados e em extrapolações, além de serem de interpretação extremamente complexa. A grande maioria dos estudos epidemiológicos apontam para a inexistência de relação causal entre a exposição a campos eletromagnéticos e problemas de saúde ou então algum tipo de relação sem consistência estatística. Algumas limitações dos estudos epidemiológicos são: • A possibilidade que alguns fatores fujam ao controle dos pesquisadores; • É difícil a comprovação de informações fornecidas por pessoas pesquisadas; • Grande mobilidade da população em alguns locais, dentre outras limitações. Desta vez os pesquisadores crentes nos possíveis efeitos à saúde humana questionam os resultados dos estudos epidemiológicos alegando erros de procedimento, pouca aderência com a realidade e as limitações apontadas acima. Como podemos observar, a discussão científica sobre o assunto possui defensores e detratores de cada ponto de vista. A discussão científica é feita com base em dados e comprovações, desta maneira a grande quantidade de pesquisas em Electromagnetic Field Engineering do Brasil Ltda Fone (041) 3044 0197 Curitiba – PR * [email protected] http://www.emfield.com.br andamento na atualidade, as já realizadas e aqueles que estão por vir devem nos fornecer em alguns anos (se tudo correr bem) a resposta para esta questão. Electromagnetic Field Engineering do Brasil Ltda Fone (041) 3044 0197 Curitiba – PR * [email protected] http://www.emfield.com.br