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Elementos pré-moldados, como se da seu processo produtivo, suas propriedades mecânicas e seus ensaios de resistência

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    December 2018
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Pré-moldados LANA MUHL Resumo: Elementos pré-moldados são opções para aumentar a racionalização no processo construtivo em alvenaria estrutural. eles associam-se a particularidades de processos com relação à rapidez de execução, rígido controle de qualidade, coordenação molecular de alto nível organizacional da produção. Uma estrutura feita em concreto pré-moldado é aquela em que os elementos estruturais, como pilares, vigas, lajes e outros, são moldados e adquirem certo grau de resistência, antes do seu posicionamento definitivo na estrutura. Por este motivo, este conjunto de peças é também conhecido pelo nome de estrutura pré-fabricada. Esse artigo tem por objetivo apresentar como é realizado o processo produtivo, quais as propriedades mecânicas e os ensaios de resistência dos pré-moldados. Palavras-chave: Pré-moldados. 1 Introdução. O processo construtivo em alvenaria estrutural foi introduzido no Brasil na década de 60 e consolidou-se nos anos seguintes com a evolução técnica e o desenvolvimento das normas brasileiras. Este processo construtivo atendeu, e ainda atende, com sucesso, aos desafios de construir- se no prazo, com qualidade e com baixo custo, as casas e os edifícios habitacionais. A necessidade de aumentar a competitividade e a produtividade das obras vem estimulando a industrialização da construção civil. O objetivo é transformar a obra em um local de montagem dos sistemas, evitando-se assim o improviso e o desperdício de materiais e tempo. O uso de componentes pré- moldados, que são produzidos em usinas e depois transportados para a obra, é o modo mais racional de industrializar o processo construtivo. Os pré-moldados oferecem diversas vantagens técnicas e logísticas quando falta espaço no canteiro. Neste caso, pode-se usar elementos protendidos de fábrica (pré-tensão e pós-tensão), que previnem deformações e fissuração das peças de concreto. A tecnologia atende também a uma gestão voltada ao just in time, em que os componentes não ficam no canteiro – chegam apenas na hora da montagem. Evita-se assim estoque de peças e mão-de- obra ociosa. 2 Objetivos. O objetivo do presente artigo é pesquisar e estudar para formar a base teórica sobre os conceitos do processo produtivo dos pré-moldados, suas propriedades mecânicas e os ensaios de resistência. 3 Desenvolvimento A Construção Civil tem sido considerada uma indústria atrasada quando comparada a outros ramos industriais. A razão disso está no fato de ela apresentar, de uma maneira geral, baixa produtividade, grande desperdício de materiais, morosidade e baixo controle de qualidade. Uma das formas de buscar a redução desse atraso é com técnicas associadas à utilização de elementos pré-moldados de concreto. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (1985), NBR 9062, define elementos pré moldados como aquele que é executado fora do local de utilização definitivo na estrutura, como controle de qualidade especificado nesta mesma norma. A área de pré-moldados tem se tornado alvo de investimentos de pequenas, médias e grandes indústrias devido ao nível de procura, pois ele proporciona facilidade e rapidez à construção. 3.1 Processo produtivo. A produção dos elementos estruturais de concreto pré-moldado envolve desde a etapa de execução dos elementos até a sua disposição final na obra, com suas respectivas ligações. A execução dos elementos pré-moldados pode ser dividida em três fases: atividades preliminares, execução propriamente dita e atividades posteriores, englobando as seguintes etapas: Atividades preliminares: Preparação dos materiais: nesta fase ocorre a dosagem do concreto e a preparação das armaduras, como corte e dobramento das barras de aço; Transporte dos materiais ao local de trabalho: ocorre o transporte do concreto e das armaduras até as fôrmas. Execução propriamente dita: Preparação da fôrma e da armadura: envolve a limpeza da fôrma e aplicação de óleo desmoldante, colocação da armadura e aplicação de cargas de protensão, quando for o caso de concreto protendido; Moldagem: lançamento do concreto nas fôrmas e realização de adensamento mecânico; Cura do concreto: período em que o concreto permanece na fôrma para adquirir a resistência de desfôrma; Desmoldagem: é a etapa que envolve a retirada dos elementos de suas fôrmas. Atividades posteriores: Transporte interno: é o transporte do elemento do local de moldagem até o local de armazenamento; Acabamentos finais: envolve atividades de investigação e reparo de alguns detalhes, como por exemplo, bolhas que ficam expostas após a concretagem; Armazenamento: período no qual os elementos permanecem na fábrica até serem enviados à obra. Figura 1 Fluxograma de Produção de Elementos em Concreto Armado. Durante o processo de produção, a execução das peças de concreto podem ser feitas em fôrmas estacionárias ou móveis. A execução em fôrmas estacionárias corresponde àquela em que as atividades se desenvolvem em torno das fôrmas, que permanecem na mesma posição desde a concretagem até a desmoldagem. O adensamento tem como objetivo obrigar o concreto a preencher os vazios formados durante a operação de lançamento, eliminando as locas e retirando o ar aprisionado. Os processos de adensamento podem ser manuais e mecânicos. O adensamento manual é o modo mais simples e antigo e consiste em facilitar a colocação do concreto na forma mediante golpes na massa com uma haste (vergalhão), ou por apiloamento da superfície com soquetes. O adensamento mecânico usualmente é feito através de vibradores de imersão e apresenta várias vantagens sobre o adensamento manual: - aumento da compacidade - aumento da resistência - maior homogeneidade - economia de cimento e mão-de-obra - diminuição da retração - redução da permeabilidade - aumento da durabilidade. A execução em fôrmas móveis é caracterizada pela movimentação das fôrmas, onde as diversas etapas do processo são realizadas em estações por equipes estacionárias (produção seriada). A Figura número dois ilustra um esquema para execução de painéis com fôrma móvel. Figura 2 Execução De Painéis Com Fôrma Móvel. Durante a produção, as fôrmas determinam a forma, a qualidade e a produtividade do processo. Espera-se que as fôrmas apresentem as seguintes qualidades: estabilidade volumétrica, com pouca variação das dimensões de projeto; possibilidade de reutilização, reduzindo custos; fáceis de serem manuseadas; apresentar pouca aderência com o concreto e fácil limpeza; facilidade de desmoldagem; estanqueidade, evitando perda da nata de cimento; versatilidade, possibilitando seu uso em várias seções transversais. As fôrmas de concreto pré-moldado necessitam apresentar boa versatilidade, reduzindo custos e dinamizando a produção. As fôrmas podem ser de madeira, aço ou alumínio. podem ou nao ser revestidas com chapas metálicas, de fibra, plástico ou outros materiais. elas devem proporionar fácil desmoldagem sem danificar o elemnto concretado, para isso são usados produtos anti-aderentes que deverao ser aplicados antes da colocação da moldura. esse anti-aderentes não deverão exercer qualquer ação quimica sobre o concreto. O cimento mais indicado para peças pré-moldadas são CPV-ARI e o CP I(composto), pois ambos proporcianam elevadas resistências iniciais. Atualmente o uso dos cimentos coloridos e de cor branca está em alta, devido ao aumento da participação de arquitetos no desenvolvimento de sistemas pré-moldados. Logo após a concretagem procedimentos de cura devem ser adotados com a finalidade de evitar a evaporação prematura da água necessária à hidratação do cimento. A este conjunto de procedimentos dá-se o nome de "cura" do concreto. A cura além de promover e proteger a perfeita hidratação do cimento, evita também o aparecimento de fissuras devidas a retração. Na obra, a cura do concreto pode ser feita pelos seguintes métodos: Manutenção das superfícies do concreto constantemente úmidas, através de irrigação periódica (ou até mesmo por inundação do concreto), após a pega; recobrimento das superfícies com sacos de aniagem, areia, palha, sacos de cimento mantidos constantemente úmidos; Aplicação de aditivos (agente de cura). 3.2 Propriedades mecânicas e ensaios de resistência. A resistência é geralmente considerada a propriedade fundamental do concreto pois ele dá, normalmente, uma indicação geral da qualidade do mesmo. Devido a variedade de fatores que interferem na preparação, transporte, lançamento e cura do concreto, sua resistência mecânica apresenta grande variação. Os ensaio mais comuns são os de compressão uniaxial e tração indireta, como, por exemplo, o de compressão diametral, em virtude da dificuldade de se realizar o ensaio de tração direta, pela introdução acidental de momento gerado pela excentricidade da força aplicada. A resistência à compressão do concreto é avaliada por meio de ensaios de corpo-de-prova cujas moldagens, cura, preparos e ensaios são especificados por normas. No Brasil, a resistência do concreto à compressão é estudada por meio de ruptura de corpos de prova cilíndricos (diâmetro de 15 cm e altura de 30 cm), em ensaios de curta duração realizados em laboratórios. Os corpos de prova são moldados de acordo com o método MB 2 (NBR 5738) e rompidos conforme o método MB 3 (NBR 5739). Se foi amassado um volume de concreto e deste volume for retirada uma amostra de "n" corpos de prova que serão rompidos, poder-se-á tabular os resultados de resistência à compressão e poder-se-á traçar o polígono de freqüências. À medida que aumenta a quantidade de corpos de prova o polígono de freqüência se aproxima da curva de Gauss. Isso significa que a resistência à compressão do concreto é uma variável aleatória contínua que obedece à distribuição normal, e sendo assim, teremos: Onde: fc28 = média aritmética das resistências dos n corpos de prova = resistência média do concreto à compressão aos 28 dias de idade n = número de corpos de prova ensaiados fci = resistência à compressão de cada corpo de prova sd = desvio padrão do lote ensaiado fc28 = fci / Os ensaios para determinação da resistência do concreto são feitos com velocidade constante de aplicação de força na maquina de ensaio. Com isso, o ensaio demora poucos minutos. O resultado tem a finalidade de, portanto, controlar a resistência do concreto. Na estrutura real, as ações permanentes vão atuando a medida que a obra vai sendo construída. As ações variáveis normais atuam quando a obra estiver concluída; a estrutura, então, entra em serviço, isto é, começa a ser usado, um exemplo é um edifício quando começa a ser habitado. 4 Conclusão De acordo com o que foi apresentado neste trabalho pode-se concluir que a utilização de artefatos de concreto pré-moldado é de grande importância para a construção civil. Este é o ramo da construção civil que mais tem crescido, devido aos altos investimentos advindos das indústrias, que tem aumentado exponencialmente ao longo dos anos. Dentre inúmeras vantagens que encontra-se no sistema podemos destacar a rapidez, com a construção horizontal das paredes, a ausência de colunas e fundações simplificadas. É fácil observarmos o benefício financeiro que representa uma obra entregue em tempo muito menor. Qualidade , concreto armado, construído em condições que permitem maior controle e homogeneidade, acabamento e tratamentos específicos para cada indústria, piso padrão superior, coberturas em sistemas avançados. Economia , não é necessário o uso de calculadora para saber o significado de custo zero em pilares e vigas laterais, além da significativa economia em fundações e maior velocidade de construção. Segurança, as paredes são moldadas no nível do piso, eliminando formas verticais, significando maior segurança para a equipe de construção, e maior segurança de qualidade homogênea. Versatilidade , na confecção de paredes, na inclusão de sistemas especiais, na aplicação de coberturas sofisticadas. Durabilidade, muitos edifícios construídos na década de 50, mostram poucos sinais de idade, mesmo após meio século de vida. Referências ABNT. NBR 9062 – Projeto e execução de estruturas de concreto prémoldado. DEZ 2001. BRUMATI, O. Dioni. Uso de Pré-Moldados - Estudo e Viabilidade. 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