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Prática de Infravermelho
Riboflavina
Grupo: Anna Carolina Ferreira
Henrique Ferreira
Juscemácia Araújo
Etienne S. Oliveira
Introdução
A riboflavina (7,8-dimetil-10-ribitil-isoaloxazina) é uma vitamina hidrossolúvel pertencente ao complexo vitamínico B [1]. É encontrada no leite, carne, peixe e vegetais de coloração verde-escura. A sua deficiência pode causar queda de cabelo, lesões na pele, olhos, boca e órgão genitais [2].
A molécula consiste de uma cadeia ribitil e um sistema de anéis isoaloxazina (Figura 1), no qual apresenta um sistema conjugado.
Figura 1. Estrutura da Riboflavina [2].
O roteiro a seguir propõe uma metodologia simplificada para disciplinas de graduação para quantificação desse composto em amostras biológicas e comerciais, considerando a importância desse composto em análises clínicas.
Objetivos
Quantificar a riboflavina presente em amostras de urina e/ou comprimido através de espectroscopia de fluorescência.
Materiais e Reagentes
5 Balões de fundo chato de 10 mL;
2 Balões de 100 mL;
Ácido Acético Glacial 2%;
Solução de Permanganato de Potássio 5%;
Solução de Peróxido de Hidrogênio 3%;
Cristais de Tiosulfato de sódio;
Papel Alumínio;
Cubeta de Quartzo (não chanfradas);
Espectrofotômetro de Fluorescência;
Comprimidos de Complexo Vitamínico B;
2 pissetas;
Frasco Âmbar;
Água Destilada;
Amostra de urina (pelo menos 20 mL).
Procedimento Experimental
Preparo de Soluções
Amostra de Urina (Determinação Direta, para urina escura): Colher amostra de urina em um frasco âmbar, contendo ácido acético glacial 2%. Manter ao abrigo da luz direta (a amostra pode ser conservada durante 24 horas). Transferir 20 mL da amostra para um balão de 100 mL. Adicionar um pouco de água destilada e agitar suavemente. Adicionar 25 gotas de permanganato de potássio 5% e esperar 2 minutos. Adicionar 34 gotas de peróxido de hidrogênio 3% e agitar até a solução ficar incolor. Eliminar possíveis bolhas. Completar 100 mL. Medir no espectrofotômetro, mantenha os balões envoltos por papel alumínio.
Comprimidos: Macerar um comprimido (para 2 mg de riboflavina) e pesar 5 mg. Transferir para um balão de 100 mL contendo um 50 mL de água destilada e 0,5 mL de ácido acético. Complete o volume. Preparar cinco concentrações diferentes Medir no espectrofotômetro, mantenha os balões envoltos por papel alumínio.
Análise Espectrofotométrica
Prepare cinco concentrações da amostra padrão (neste trabalho o comprimido contendo 2 mg de vitamina B2 foi utilizado como padrão), segundo a faixa de sensibilidade do equipamento. Meça a intensidade da fluorescência em 530 nm (emissão) e 444 nm (excitação). Adicione alguns 1,0 mg de tiosulfato de sódio e repita a leitura. A diferença entre os valores é a intensidade de fluorescência do padrão. Faça o mesmo para as amostras.
Resultados e Discussão
Como o comprimido foi considerado padrão, foi construído a curva de calibração para cinco concentrações na faixa de 0,05 a 0,4 mg L-1(Figura 2).
Figura 2. Curva de calibração para riboflavina em amostra de comprimido.
Nesse experimento, o uso de tiosulfato de sódio reduz a flavina para a sua forma leuco não fluorescente, de modo que a subtração das intensidades representa a intensidade apenas do composto flaviníco. O permanganato oxida os demais compostos fluorescentes não flavinícos presentes na matriz biológica.
A análise da amostra de urina forneceu a intensidade de 7,842 e a concentração de 0,016367 mg L-1 foi obtida com sucesso, sem a influência de moléculas interferentes.
Conclusão
Para urinas pobres em riboflavina faz-se necessário a determinação indireta, utilizando um material adsorvente. No entanto, podem ser utilizadas amostras de comprimido e produtos como Nescau, cerveja e leite em substituição a amostra biológica. Entretanto, a amostra de urina por ser líquida possui preparo rápido e fácil, mantendo-se o cuidado de mantê-la ao abrigo da luz direta; além de ser um bom exemplo de aplicação em laboratórios de análises clínicas.
Referências Bibliográficas
[1] Souza, A. C. S., Ferreira, C. V., Jucá, M. B., Aoyama, H., Quim. Nova, 2005, 28 (5), 887-891.
[2] Aniceto, C., Canaes, L. S., Fatibello-Filho, O., Quím. Nova, 2000, 23 (5), 637-640.
[3] Farmacopéia Brasileira, 3ª Ed, Organização Andrei Editora S. A., São Paulo, 1977, PP. 694-696.
[4]Villela, G.G , Memórias do Inst.Oswaldo Cruz, 1942, 37 (3), 427-441.
Fluorescência da Riboflavina
Concentração (mg/L)
Intensidade da Fluorescência