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DIVINO NUNES MESQUITA
ANÁLISE CRÍTICA DO ARTIGO "AGRICULTURA ITINERANTE OU MODERNA NA REGIÃO
AMAZÔNICA?"
RIO BRANCO-AC
2009
DIVINO NUNES MESQUITA
ANÁLISE CRÍTICA DO ARTIGO "AGRICULTURA ITINERANTE OU MODERNA NA REGIÃO
AMAZÔNICA?"
Trabalho apresentado ao Curso de Mestrado
em Agronomia (Produção Vegetal),
Departamento de Ciências Agrárias,
Universidade Federal do Acre, como parte
das exigências da disciplina
"Agroecologia".
Orientador: Prof. Dr. Sebastião Elviro de
Araújo Neto
RIO BRANCO-AC
2009
AGRICULTURA NA AMAZÔNIA?
Quando se fala em práticas agrícolas, até mesmos os profissionais da
área agronômica visualizam as condições ótimas para tais práticas.
Com referência a região Amazônica, muito se cogita acerca das
dificuldades que são enfrentadas pelos agricultores, como preços dos
insumos, regime pluviométrico e atributos físico-químicos dos solos.
Mas afinal, há alguma região no mundo onde não há empecilhos para as
práticas agrícolas? Creio que não, mas nas regiões onde se praticam
cultivos intensivos viabilizaram-se práticas mitigadoras dos problemas,
como por exemplo, a neutralização do alumínio presente nos solos dos
cerrados.
Na região Amazônica devido ao predomínio de pequenos agricultores e as
maiores exigências no cumprimento das leis pelos órgãos ambientais a
agricultura encontra-se pouco viável.
Alguns autores criticam o método praticado pelos agricultores locais,
mas não apresentam soluções que aumente a produtividade agrícola.
Atualmente qual é a dependência de produtos agrícolas na região? A
região Amazônica necessita transformar-se num pólo agrícola? Creio que não!
Será suficiente que a região tenha sustentabilidade, ou seja, independência
agrícola, o que não seria difícil, devido à baixa densidade populacional.
Outro fator que seria crucial para a quebra desse paradigma é a mudança nos
hábitos alimentares e a valoração dos ativos ambientais decorrentes da
preservação do meio ambiente.
Em nível nacional qual o percentual de área preservada por cada
região? O ativo ambiental deve estabelecer-se como um commodities, pois
causa um benefício global, basta que se estabeleça metodologia eficiente e
eficaz que determine a valoração unitária.
Um solo por seus atributos físico-químicos torna difíceis as práticas
agrícolas, mas o conhecimento das aptidões agrícolas da terra minimiza
essas dificuldades.
Particularmente não recomendo a implantação de pólos agrícolas
extensivos na região com a utilização da tecnologia vigente no centro-sul
do país, mesmo porque não há necessidade, e será suficiente o apoio do
governo a valorização dos Arranjos Produtivos Locais (APLs) para que a
região seja um pólo agrícola com sua especificidade.
As quantidade e qualidade de produtos agrícolas que a região pode
produzir nas pequenas áreas ora agricultáveis são imensa, e com um
diferencial, a própria localização (Amazônia) agrega valor aos produtos com
certificado de origem.
A agricultura pode sim ser implantada em larga escala na região
Amazônica, desde que implantem culturas que se adaptem as situações locais,
pois o cultivo de soja, milho e algodão com uso de tecnologia, atualmente
não é viável na região.