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A Terra E O Universo (apostila)

Ótima apostila para iniciantes em observação astronômica.

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A TERRA E O UNIVERSO Observação do Céu Juliana C. dos Reis Graduada em Física pela UFES bolsista do CeFoCo/UFES [email protected] Sandro R. de Souza Graduado em Física pela UFES bolsista do CeFoCo/UFES [email protected] Professor Dr. Sérgio M. Bisch Departamento de Física/UFES [email protected] 2007 A Terra e o Universo Observação do Céu J. C. Reis, S. R. de Souza, S. M. Bisch 2 A Terra e o Universo Observação do Céu J. C. Reis, S. R. de Souza, S. M. Bisch APRESENTAÇÃO A presente apostila tem por objetivo servir como material de apoio aos cursos ministrados pela equipe do CeFoCo responsável pelo eixo temático "A Terra e o Universo". Nela apresentamos um primeiro conjunto de atividades que complementam as aulas referentes a esse eixo. Essas atividades são relativas à observação do céu – ponto de partida da proposta de abordagem do eixo temático “A Terra e o Universo” que vem sendo desenvolvida pelo CeFoCo. Existem livros de ensino de Astronomia de boa qualidade. Entre eles merece destaque o livro "O Céu", de Rodolpho Caniato, no qual são propostas diversas atividades práticas que contribuem muito para uma melhor compreensão de conceitos usados no estudo do céu, porém ele é dirigido ao Ensino Médio. Sentíamos a necessidade de material com atividades práticas para professores que trabalham com o Ensino Fundamental. A presente apostila visa suprir essa lacuna. Como trabalhamos com formação continuada de professores feita à distância, precisávamos de um material de baixo custo que complementasse e permitisse ao professor acompanhar melhor as videoconferências. A apostila foi produzida com esse objetivo, usando imagens em "preto e branco" justamente para facilitar sua cópia. A presente versão ainda deverá passar por revisões e aprimoramentos. Críticas e sugestões podem ser encaminhadas aos autores e serão sempre muito bem-vindas. 3 A Terra e o Universo Observação do Céu J. C. Reis, S. R. de Souza, S. M. Bisch 4 A Terra e o Universo Observação do Céu J. C. Reis, S. R. de Souza, S. M. Bisch INDICE APRESENTAÇÃO .............................................................................................................. 3 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 7 SOL E LUA ......................................................................................................................... 8 Um bom começo ....................................................................................................................................................................8 Um Calendário Cósmico .....................................................................................................................................................11 PONTOS CARDEAIS........................................................................................................ 12 Como identificá-los?............................................................................................................................................................12 As Estações do Ano .............................................................................................................................................................13 TAMANHOS APARENTES............................................................................................... 15 Sol e Lua...............................................................................................................................................................................15 AS FASES DA LUA .......................................................................................................... 19 Quantas fases tem a Lua? ....................................................................................................................................................19 AS CONSTELAÇÕES....................................................................................................... 21 CONSTELÁRIO ................................................................................................................ 21 Construção e utilização do constelário ...............................................................................................................................23 Identificação da constelação no céu ...................................................................................................................................28 BANDEIRA DO BRASIL ................................................................................................... 31 A bandeira e o Cruzeiro do Sul...........................................................................................................................................31 CONSTELAÇÕES............................................................................................................. 32 Aprendendo a identificá-las no céu... .................................................................................................................................32 CARTA CELESTE ............................................................................................................ 43 O Céu do Hemisfério Sul ....................................................................................................................................................45 O Céu de Verão....................................................................................................................................................................48 O Céu de Outono .................................................................................................................................................................49 O Céu de Inverno .................................................................................................................................................................50 O Céu de Primavera.............................................................................................................................................................51 MONTANDO CONSTELAÇÕES....................................................................................... 57 As constelações e suas histórias..........................................................................................................................................57 REFERÊNCIAS................................................................................................................. 71 5 A Terra e o Universo Observação do Céu J. C. Reis, S. R. de Souza, S. M. Bisch 6 A Terra e o Universo Observação do Céu J. C. Reis, S. R. de Souza, S. M. Bisch INTRODUÇÃO A observação atenta do céu, acompanhada de registros simples, é uma maneira interessante de se promover uma iniciação à Ciência. Embora seja uma atividade singela, ela nos ajuda a compreender como trabalham os cientistas, começando por uma observação atenta de um fenômeno, para então fazer perguntas, refletir e construir modelos explicativos. Essa importante questão do método utilizado pela Ciência muitas vezes é deixada de lado em sala de aula, onde, freqüentemente, apenas se apresenta, de forma descontextualizada, enunciados e resultados científicos. Por exemplo, ainda é muito comum, em Ciências, “ensinar” que “o Sol é uma estrela de quinta grandeza”, sem nada explicar sobre as observações cuidadosas, as evidências e o raciocínio que levaram os cientistas a esta conclusão aparentemente estranha – afinal, quando olhamos para o céu, o Sol tem uma aparência totalmente diferente das estrelas. Além disso, começar a abordagem do eixo temático “A Terra e o Universo” pela observação do céu a partir da superfície da Terra, do referencial local em que vivemos, nos parece extremamente adequado para o Ensino Fundamental: partimos do concreto, do que é diretamente acessível aos nossos sentidos, para só depois passar para uma visão de fora da Terra, de um referencial abstrato, no espaço, de onde podemos observar a Terra, a Lua e os demais planetas em seus movimentos em torno do Sol. Outra razão importante para enfatizarmos e começarmos nosso curso pela observação do céu é que uma das maiores dificuldades no ensino da Astronomia reside justamente na representação espacial dos astros e fenômenos astronômicos, na coordenação de diferentes pontos de vista – da superfície da Terra e do espaço. Sendo assim, optamos por ordenar os conteúdos associados ao eixo temático “A Terra e o Universo” numa seqüência que facilite a construção dessa representação espacial de maneira correta. A seqüência que nos parece mais adequada para isso é a de uma viagem pelo espaço, começando da superfície da Terra, da visão que temos do Universo a partir deste nosso ponto de vista, para então irmos nos afastando, observando a Terra e sua forma esférica do espaço, a Lua, o Sol e os planetas e, por fim, nos afastando ainda mais, ou enxergando mais longe, e observando as estrelas e galáxias. Essa seqüência representa também uma viagem no tempo, já que, em Astronomia, quanto mais longe estiver o objeto observado, mais para o passado estamos olhando, devido ao fato de a luz possuir uma velocidade muito grande, mas não infinita. A galáxia de Andrômeda, por exemplo, está situada a cerca de 2 milhões de anos-luz, o que significa que a imagem que dela obtemos atualmente, aqui da Terra, foi formada por uma luz que partiu dela há 2 milhões de anos, ou seja, uma foto de Andrômeda tirada hoje, aqui da Terra, nos mostra não como ela é atualmente, mas como era há 2 milhões de anos... É importante lembrar também que a observação do céu nos ajuda a retomar o 7 A Terra e o Universo Observação do Céu J. C. Reis, S. R. de Souza, S. M. Bisch contato com a natureza. Na vida urbana, agitada que grande parte de nossa população leva atualmente, esse contato tem sido cada vez mais raro. Vamos então nos debruçar sobre essa nossa grande janela para o Universo – o céu –, apreciar sua beleza e aprender sobre como a humanidade o vem descrevendo e estudando. SOL E LUA Um bom começo Observar a posição em que o Sol nasce e se põe é uma atividade simples e que traz muitas informações interessantes. Para os alunos que acordam cedo para ir à escola, seria fácil ver este fenômeno. Aqueles que acordam tarde podem ver o Sol se pôr. Desejamos aprender sobre o movimento do Sol no horizonte, e isso só se faz com uma observação sistemática, com registros, como fazem os cientistas. Precisamos de uma forma de registrar as nossas observações. Então, vai aí uma sugestão: 1. Escolha um lugar em sua casa ou escola para acompanhar o Sol nascer (ou se pôr). É preciso lembrar que se deve fazer essa observação sempre do mesmo lugar. 2. Observe onde o Sol nasce, ou seja, a posição em que ele irá aparecer no horizonte. Não olhe fixamente para o Sol, isto pode prejudicar seus olhos. Apenas observe sua posição logo que ele nasce, quando os raios começarem a aparecer. Se você optar por observar o pôr do Sol, também chamado de “ocaso”, observe sua posição logo que ele se põe. Não olhe fixamente para o Sol, mesmo usando negativos de filmes fotográficos ou lâminas de raio X, ainda assim é perigoso. 3. Numa folha de papel, faça um desenho do horizonte usando casas, árvores, etc., para marcar a posição em que o Sol nasceu (ou se pôs). 4. Registre nessa folha a data e a hora do acontecimento. 5. Repita este observação noutros dias, uma vez por semana ou uma vez a cada 15 dias. 8 A Terra e o Universo Observação do Céu J. C. Reis, S. R. de Souza, S. M. Bisch Veja a imagem de um exemplo a seguir: Sol nascendo no horizonte, domingo, 6h, 16 de março de 2006. Por exemplo, na figura acima, podemos ver que o Sol está nascendo à direita de algumas árvores e casas. Não é necessário ser muito detalhista no desenho. Se você quiser pode adicionar o nome dos prédios, casas, etc. para ajudar na identificação. Depois de fazer essa atividade, você poderá responder a algumas perguntas: • O Sol, depois de algumas semanas, continua a nascer na mesma posição? • Faz sentido dizer que o Sol nasce no ponto cardeal leste? Por quê? Essa atividade ficará ainda mais interessante se o registro se prolongar durante alguns meses e for feito numa mesma folha. Você poderá seguir o seguinte procedimento: 1. A partir de uma data qualquer, vá registrando numa mesma folha, ou seja, sobre o mesmo desenho do horizonte, a posição em que o Sol nasce (ou se põe). 2. Faça o registro a cada 30 dias. 3. Se possível faça o acompanhamento durante todo o ano (ou pelo menos durante uns 3 meses). O resultado deverá ser semelhante ao que apresentamos no exemplo a seguir, no qual indicamos, primeiramente, a posição do Sol no horizonte em cada um dos meses separadamente, por volta do dia 20 de cada mês, iniciando em 21 de dezembro e indo até 21 de março: 9 A Terra e o Universo Observação do Céu J. C. Reis, S. R. de Souza, S. M. Bisch Fazendo todos os registros numa única folha, o resultado será o seguinte: Observe que a posição em que o Sol nasce se desloca para a esquerda (ou seja, para o norte, já que estamos de frente para o leste) durante o período de 21 de dezembro de um determinado ano a 21 de março do ano seguinte. 10 A Terra e o Universo Observação do Céu J. C. Reis, S. R. de Souza, S. M. Bisch Um Calendário Cósmico Se você der continuidade à atividade anterior e observar o deslocamento do ponto em que o Sol nasce no horizonte por vários meses, poderá perceber que, após 21 de março, o Sol continuará a nascer cada vez mais deslocado para a esquerda (para o norte) até atingir um deslocamento máximo neste sentido, por volta do dia 21 de junho. Nesse dia ele pára de se mover para a esquerda e começa a retornar, deslocando-se para a direita (o sul). Esse instante de parada e inversão do movimento com relação ao horizonte é denominado “solstício”, palavra que vêm do latim, significando “Sol estático”. Após esse instante, durante cerca de 6 meses, o ponto em que o Sol nasce se deslocará cada vez mais para a direita, ou seja, para o sul, até atingir o deslocamento máximo neste outro sentido, por volta do dia 21 de dezembro. Nesse dia novamente ele pára – temos mais um solstício – e mais uma vez inverte o sentido do movimento no horizonte, reiniciando todo o ciclo. Temos assim dois solstícios: o solstício de junho, em que o ponto de nascimento (ou ocaso) do Sol atinge o máximo deslocamento para o norte, e o solstício de dezembro, em que o ponto de nascimento (ou ocaso) do Sol atinge o máximo afastamento para o sul. Quando o Sol nasce bem no ponto intermediário entre os dois solstícios, bem no meio do caminho entre eles, temos um instante especial, denominado “equinócio”, palavra de origem latina significando “duração igual do dia e da noite”. Na verdade temos dois equinócios: um quando o Sol, ao nascer, passa por este ponto intermediário e está se deslocando para a esquerda (do sul para o norte), e outro quando passa por este ponto intermediário e está se deslocando para a direita (do norte para o sul). O primeiro ocorre por volta do dia 21 de março e o segundo, em geral, no dia 23 de setembro. Entre um equinócio de março e outro, um ano terá se passado. Assim como entre dois equinócios de setembro, entre dois solstícios de dezembro ou entre dois solstícios de junho. Podemos, portanto, usar esse movimento do Sol com relação ao horizonte como uma forma de calendário? É claro que sim. Na verdade foi exatamente com base na observação dos movimentos do Sol e suas conseqüências, como o surgimento de determinadas estrelas no céu, antes de o Sol nascer, numa época bem determinada do ano, que as mais antigas civilizações, na Mesopotâmia e no Egito, construíram os primeiros calendários. 11 A Terra e o Universo Observação do Céu J. C. Reis, S. R. de Souza, S. M. Bisch PONTOS CARDEAIS Como identificá-los? Certamente você deve ter ouvido falar que o Sol nasce no leste e se põe no oeste. Mas o que queremos dizer com estas palavras: leste e oeste? Se você fez a atividade anteriormente sugerida, de verificar onde o Sol nasce e se põe durante mais de 3 meses, observou que, com o passar dos dias, a posição exata em que nossa estrela nasce, ou se põe, no horizonte vai se modificando. Ou seja, podemos apenas dizer que o Sol nasce no lado leste e se põe no lado oeste, já que a posição de nascimento e ocaso não é única e bem definida, mas varia, e muito!... Mas afinal, e os pontos cardeais leste e oeste, bem definidos, existem ou não? Sim, eles existem. Lembra que explicamos há pouco que o movimento do Sol no horizonte se dá entre dois pontos extremos de máximo afastamento ao norte e ao sul, em que ocorrem os solstícios? E que, no ponto intermediário entre eles, ocorrem os equinócios? Pois bem, o ponto cardeal leste corresponde justamente a esse ponto intermediário, sobre o horizonte leste, que fica bem no meio do caminho entre os dois instantes de solstício. Podemos considerar que é justamente em torno desse ponto médio – o ponto cardeal leste – que o Sol executa o movimento anual de deslocamento para o norte e para o sul ao nascer. Semelhantemente, o ponto cardeal oeste corresponde justamente ao ponto médio, sobre o horizonte oeste, em torno do qual o Sol executa seu movimento de deslocamento ao norte e ao sul no momento do ocaso. Considerando o que foi dito acima, como se poderia então, na prática, determinar as posições dos pontos cardeais leste e oeste? Seria necessário registrar o nascimento e ocaso do Sol durante um ano inteiro, ou pelo menos durante seis meses, para saber onde ficam esses pontos médios? Não, há uma maneira bem mais simples. Lembra que dissemos que o instante em que o Sol nasce (ou se põe) neste ponto intermediário é considerado um instante especial, denominado “equinócio”, e que temos dois equinócios, um ocorrendo por volta do dia 21 de março e, o outro, do dia 23 de setembro? Pois bem, basta então observarmos o ponto em que o Sol nasce, ou se põe, nos dias de equinócio. Nestes dias, e somente neles, o Sol nascerá bem no ponto cardeal leste e se porá no ponto cardeal oeste. Uma atividade interessante, de determinação dos pontos cardeais, será então a seguinte: 1. Escolha uma das datas de equinócio, 21 de março ou 23 de setembro (você pode, também, fazer a atividade para as duas datas). Não é necessário que seja tão exato, ou seja, se no dia estiver chovendo ou nublado, pode-se fazer a atividade um dia antes, ou no dia seguinte. 12 A Terra e o Universo Observação do Céu J. C. Reis, S. R. de Souza, S. M. Bisch 2. Usando a mesma forma de se fazer registros das atividades anteriores, marque a posição em que o Sol nasce (ou se põe). 3. Observando a posição em que o Sol nasce no equinócio, teremos certeza que estaremos olhando para o ponto cardeal leste. (Mais uma vez, vale a pena lembrar que não é necessário olhar para o Sol diretamente. Isto pode fazer mal para seus olhos! Olhe um pouco antes de o Sol nascer ou logo depois de ele se pôr, quando ainda vemos seus raios.) Observando a posição exata em que o Sol se põe no equinócio, teremos certeza que estaremos olhando para o ponto cardeal oeste. 4. Olhando então de frente para o ponto leste, vamos abrir os braços. Nossa mão esquerda apontará para o ponto cardeal norte, nossa mão direita, para o sul e nossas costas, para o oeste. Você pode registrar as paisagens destes pontos para não esquecer. 5. Você também pode fazer o seguinte: olhando inicialmente de frente para o leste, girando a cabeça para a esquerda, você estará olhando para o ponto cardeal norte; girando a cabeça para a direita, estará olhando para o ponto cardeal sul. Pronto..., agora você tem uma forma de encontrar aproximadamente os pontos cardeais. Há outras formas de encontrá-los, como, por exemplo, usando uma bússola. A vantagem da bússola é que não precisamos esperar a data do equinócio para encontrarmos os pontos cardeais. A desvantagem é que precisamos conhecer a chamada “declinação magnética” do lugar, mas isso já é assunto para outro curso. Outro método muito interessante, também baseado no movimento do Sol, é o que usa o chamado “gnômon”, que nada mais é do que uma haste fixada na vertical sobre uma superfície plana e horizontal. Observando a sombra projetada por essa haste sobre a superfície em pelo menos dois instantes durante o dia, um pela manhã, outro a tarde, em que a sombra apresente o mesmo tamanho, é possível determinar os pontos cardeais. Este método está muito bem explicado no livro “O Céu”, de Rodolpho Caniato. As Estações do Ano Será que existe alguma relação entre o movimento do ponto de nascimento (ou ocaso) do Sol no horizonte, os equinócios e solstícios e as estações do ano? Sim, a relação é total! Vimos que, num dia de equinócio, as durações do dia e da noite são iguais, e, neste dia, isto acontece em toda a Terra. Em qualquer outro dia, antes ou depois do equinócio, isso não ocorre. À medida que o Sol se desloca para o norte, ou para o sul, também variam a duração do dia e da noite, tanto no hemisfério sul da Terra, quanto no hemisfério norte, só que de maneira inversa: após o equinócio de março, a medida que o Sol vai se deslocando para o norte, a 13 A Terra e o Universo Observação do Céu J. C. Reis, S. R. de Souza, S. M. Bisch duração do dia aumenta no hemisfério norte da Terra e diminui no hemisfério sul. Portanto, o Sol começa a ficar mais tempo acima do horizonte e a aquecer mais o hemisfério norte do que o hemisfério sul. Por isso, o equinócio de março marca o início da primavera para o hemisfério norte e do outono para o sul. No equinócio de setembro acontece a mesma coisa, só que ao contrário: como o Sol, neste equinócio, está se deslocando para o sul, após ele a duração do dia vai aumentando no hemisfério sul e diminuindo no hemisfério norte. O Sol passa a aquecer mais o hemisfério sul e menos o norte. O equinócio de setembro marcará, então, o início da primavera para o hemisfério sul e do outono para o hemisfério norte. Nos solstícios, quando o Sol atinge o máximo afastamento ao norte, ou ao sul, a diferença de duração entre o dia e a noite também é máxima: no solstício de dezembro, em que o Sol está no máximo afastamento ao sul, a duração do dia no hemisfério sul é a maior de todo o ano e, inversamente, é a menor de todo o ano para o hemisfério norte. Por isso, o solstício de dezembro marca o início do verão para o hemisfério sul e do inverno para o norte. O inverso ocorre no solstício de junho: ele marca o início do inverno no hemisfério sul e do verão no norte. É importante notar também que, quando a duração do dia é maior num dos hemisférios, a inclinação dos raios solares ao incidir sobre o solo neste hemisfério tende a ser menor, isto é, os raios solares tendem a incidir mais perpendicularmente sobre a superfície, o que também contribui muito para que o aquecimento seja maior. Na tabela a seguir, resumimos as relações que há entre as estações do ano e os equinócios e solstícios. A data em que eles ocorrem varia um pouco devido aos anos bissextos, que adicionam um dia ao calendário: Evento Data Equinócio de 20 ou 21 de março março Solstício de 21 ou 22 de junho junho Equinócio de 22 ou 23 de setembro setembro Solstício de 21 ou 22 de dezembro dezembro Estação que inicia Hemisfério Sul Hemisfério Norte Outono Primavera Inverno Verão Primavera Outono Verão Inverno 14 A Terra e o Universo Observação do Céu J. C. Reis, S. R. de Souza, S. M. Bisch TAMANHOS APARENTES Sol e Lua Quando o Sol nasce, ele parece ter um tamanho maior do que quando está próximo do zênite1. Será que o Sol muda de tamanho? E a Lua? Quem já não ficou encantado com uma magnífica Lua Cheia nascendo? Mas, por mais linda que ela esteja ao nascer, quando se aproxima do zênite, parece ter um diâmetro menor. Então? Será que a Lua muda de tamanho? Vamos esclarecer essa "confusão". Primeiramente, é bom lembrar que quando falamos em tamanho de um corpo, é importante deixar claro a que estamos nos referindo: se a um comprimento seu, uma área, um volume, à sua massa, ou alguma outra coisa... No caso dos astros, do Sol e da Lua, estamos nos referindo ao seu diâmetro, já que estes astros são esféricos e, quando vistos da Terra, têm a aparência de um disco. O Sol e a Lua não variam seu diâmetro com o passar dos dias de tal forma que pudéssemos perceber. A rigor, o Sol, com o passar de milhões de anos, terá seu diâmetro alterado. Como o tempo de vida de uma pessoa é insignificante frente a isso, é impossível notarmos essa variação. Portanto, na prática esses astros têm seus diâmetros reais fixos. Então a que se devem essas alterações aparentes no diâmetro desses dois astros? O tamanho aparente de um objeto depende de um fator muito importante: a distância ao observador, ou seja, a distância entre quem vê e o que é visto. Vamos a uma pequena atividade que nos ajudará a verificar melhor este fato. 1. Você precisará de uma régua e da ajuda de uma pessoa. 1 Zênite: ponto “mais alto” do céu, que fica bem na vertical, acima de nossas cabeças. 15 A Terra e o Universo Observação do Céu J. C. Reis, S. R. de Souza, S. M. Bisch 2. Peça à pessoa para ficar a uma certa distância de você. Por exemplo, a uns 50 m (cinqüenta metros). 3. Segure a régua com uma das mãos e estique seu braço, segurando a régua na direção vertical à frente do seu rosto. 4. Feche um dos olhos e use a régua para estimar a altura da pessoa. Veja a imagem: 5. Agora peça à pessoa para se aproximar e, do mesmo jeito, meça novamente a sua altura com a régua. Veja a outra imagem: Na primeira medida vimos algo “estranho”. Sabemos que normalmente uma pessoa (adulta) tem mais de 1,50m (um metro e meio). Mas vimos que a altura dada pela régua foi de apenas alguns centímetros (talvez uns 2,0 cm). Como pudemos “encaixar” uma pessoa de 1,50 m, ou mais, num espaço tão pequeno? 16 A Terra e o Universo Observação do Céu J. C. Reis, S. R. de Souza, S. M. Bisch É a distância! A distância faz com que o tamanho aparente varie. Na verdade não “encaixamos” a pessoa com a régua, e sim a sua imagem. O que estávamos medindo com a régua não era o tamanho real da pessoa, mas apenas o seu chamado “tamanho aparente”, ou “tamanho angular”. Se chegássemos junto à pessoa e medíssemos o seu tamanho real com a régua, veríamos que ela tem mais que 1,50 m de altura. Sempre que medimos o tamanho de um objeto à distância, o que conseguimos medir diretamente é apenas o seu tamanho aparente. Só se soubermos a distância que nos separa desse objeto poderemos calcular o seu tamanho real. Você aprenderá a fazer isso por meio de um método simples, usando semelhança de triângulos, em outra atividade preparada pelo CeFoCo, associada ao módulo “Medindo a Terra e o Universo”. Na atividade de agora o que pudemos comprovar foi que, variando a distância, o tamanho aparente de um objeto se altera, basta comparar a primeira e a segunda medida que fizemos. No nosso exemplo, verificamos que, diminuindo a distância até a pessoa, o seu tamanho aparente aumenta, há uma chamada “proporção inversa” entre o tamanho aparente e a distância. Então essa é a explicação para a variação do tamanho aparente do Sol e da Lua: quando nascem no horizonte eles estão mais próximos e, quando estão no alto, no meio do céu, ficam mais distantes? Não! Na verdade, se analisarmos com atenção essa questão, concluiremos que, quando estão no alto, no meio do céu, o Sol e a Lua encontram-se cerca de um raio terrestre mais próximos de nós do que ao nascer (você seria capaz de demonstrar isso?), embora um raio terrestre seja uma distância pequena em comparação com a distância da Terra à Lua e mais ainda com relação à distância da Terra ao Sol, de modo que esta variação relativamente pequena na distância pouco altera os seus tamanhos aparentes. Uma outra situação importante em que uma grande diferença de distância faz com que o tamanho aparente seja totalmente diferente ocorre quando comparamos o Sol com as estrelas. A aparência do Sol, com todo seu brilho, seu tamanho, seus raios e seu calor é totalmente diferente da aparência de uma estrela, que é pequena, parece ter pontas e possui uma luz fraca, que pisca e parece fria. No entanto, se fosse possível viajar até uma estrela e chegar até próximo a ela, tão perto quanto estamos do nosso Sol. Por exemplo, se viajássemos até Alfa do Centauro A – uma das mais próximas de nós –, e chegássemos até uma distância igual a que nos encontramos do Sol, veríamos que ela é muito semelhante a ele: uma imensa bola de gás incandescente, brilhante e muitíssimo quente. Sim, é isso mesmo, o nosso Sol é uma estrela e as estrelas são sóis. A única coisa que faz com que a aparência entre o Sol e as estrelas seja tão diferente é a distância. Mesmo Alfa do Centauro A, a estrela de porte médio, semelhante ao Sol, mais próxima de nós, acha-se a uma distância que é cerca de 260.000 vezes maior que a distância da Terra ao Sol. Como vimos anteriormente, há uma proporção inversa entre o tamanho aparente e a distância, portanto, se Alfa do Centauro A está 17 A Terra e o Universo Observação do Céu J. C. Reis, S. R. de Souza, S. M. Bisch 260.000 mais distante que o Sol, seu tamanho aparente será 260.000 vezes menor que o do Sol!... Não é, portanto, de se estranhar que ela pareça tão pequena e insignificante quando comparada ao Sol. Mas voltando à questão do tamanho aparente do Sol e da Lua, o motivo para que estes dois astros tenham um diâmetro que parece ser maior quando estão baixos, próximo ao horizonte, do que quanto está altos, no meio do céu, é um fator “psicológico”!... Não se espante. É isso mesmo. E vamos comprovar com mais uma atividade. 1. Pegue um tubo com um diâmetro de aproximadamente 2 ou 3 cm. E de uns 20 cm de comprimento. Estes valores não precisam ser exatos. Pode ser de qualquer material. Papel, cano de PVC, plástico, etc. 2. Em um dia de Lua Cheia, espere a Lua nascer. Observe a Lua pelo tubo como se a estivesse observando por uma luneta. Alterne a observação. Uma hora com o tubo, outra hora sem o tubo. 3. Repita o procedimento para quando a Lua estiver próximo ao zênite, bem no alto do céu. Então? O que você pode concluir? Se você tiver prestado atenção, perceberá que quando observada através do tubo, tanto ao nascer como quando ela está no meio do céu, ela tem o mesmo tamanho!... A impressão que temos de que ela é maior quando nasce se deve exclusivamente ao fato de que, quando observada próximo ao horizonte, junto com outros “objetos”, tais como montanhas, árvores, prédios, etc., nosso cérebro nos induz a pensar que a Lua é maior do que realmente é. Quando nosso satélite natural está próximo ao zênite, sem a companhia de nenhum destes objetos ao lado, ela parece menor. Se você quiser ter certeza disto, experimente tirar uma fotografia daquela Lua Cheia maravilhosa nascendo. E depois tire uma foto quando ela estiver no zênite. Você verá que o tamanho da Lua na foto é o mesmo. Ora, afinal a máquina fotográfica não tem cérebro para ser enganada (ao menos por enquanto), não é mesmo? 18 A Terra e o Universo Observação do Céu J. C. Reis, S. R. de Souza, S. M. Bisch AS FASES DA LUA Quantas fases tem a Lua? A Lua é o nosso satélite natural e uma das imagens mais cativantes do céu, pois é de fácil observação. Mesmo a olho nu é possível observar alguns detalhes. Entre os vários fenômenos relacionados ao nosso satélite natural, a sua mudança de fase é o mais simples de se acompanhar. Nosso satélite, ao longo de cerca de 28 dias, tem sua imagem modificada. Suponhamos que no início do mês vejamos a Lua completamente iluminada. Chamamos esta imagem de Lua Cheia. A partir daí, o disco iluminado da Lua vai diminuindo. Depois de 7 dias temos aproximadamente a metade da Lua iluminada. Nesta fase temos a Lua em Quarto Minguante. Mais alguns dias e a parte clara continua diminuindo, até que, ao completar mais 7 dias, desaparece completamente. Esta é a fase da Lua Nova. A partir da fase da Lua Nova, ao longo de mais 7 dias nosso satélite volta a ficar, aos poucos, iluminado, sendo que no sétimo, teremos a Lua em Quarto Crescente, com metade de sua face iluminada. Por fim, 7 dias depois, temos a Lua Cheia novamente. Temos que ter em mente que as modificações na imagem de nosso satélite natural se devem a modificações nas posições da Terra e da Lua com relação ao Sol. A Lua não diminui de tamanho, nem tem uma parte "arrancada". Nem temos duas Luas (uma Cheia e outra Minguante, ou Crescente). Muitas crianças, no seu desenvolvimento intelectual, passam por um período em que pensam exatamente assim; pensam que temos duas luas no céu. Costuma-se dizer, principalmente em livros didáticos mais antigos, que a Lua tem quatro fases. Contudo, se entendermos a palavra “fase” como “aparência”, “aspecto”, a Lua não tem quatro fases e sim inúmeras fases, pois sua aparência muda continuamente. Isso mesmo! Mas, tradicionalmente, no Brasil, somente quatro nomes são usados para descrever as fases da Lua: Cheia, Minguante, Nova e Crescente. Na verdade, cada dia vemos a Lua no céu com um aspecto ligeiramente diferente. Reflita um pouco sobre isso e observe mais atentamente nosso satélite. Para os nossos propósitos, vamos salientar que essa repetição nas fases da Lua serviu, e ainda serve, para marcar o tempo. Muitos calendários foram inspirados nas fases da Lua. O ciclo de cerca de 29 dias (de uma Lua Cheia até outra Lua Cheia, por exemplo) inspirou o nosso mês. Hoje não usamos mais as fases da Lua como referência para nosso calendário oficial, mas diversos povos ainda utilizam este método, como os israelitas, por exemplo. A Igreja Católica Romana usa as fases da Lua para encontrar a data da Páscoa todos os anos. Como o calendário que usamos – que se chama “Calendário Gregoriano” – não utiliza mais as fases da Lua, há uma discrepância entre este e o calendário lunar que é usado para a 19 A Terra e o Universo Observação do Céu J. C. Reis, S. R. de Souza, S. M. Bisch data da Páscoa. É por isso que a data deste evento religioso judaico-cristão não acontece sempre no mesmo dia do ano. Sobre a Lua ainda pairam diversos mitos, lendas, histórias diversas... Este astro nos fascina mesmo depois de os astronautas terem pousado em sua superfície. Música e poesia sempre cantaram e contaram os encantos de nosso satélite. De nossa herança indígena e africana temos um grande número de histórias que falam deste astro e de sua relação com os humanos, com os animais, com as plantas. Então, nesta próxima atividade, iremos contar histórias, e encantar corações. Vamos fazer uma observação da Lua! De preferência uma Lua Cheia. Não é preciso equipamento especial. Só nossos olhos. Nesta atividade não estamos interessados em medidas. Somente em contemplação. Depois da atividade, talvez no outro dia, vamos sugerir às crianças que façam uma redação sobre uma história da Lua. Por exemplo, poderia ser sugerido que elas escrevessem sobre como a Lua foi parar no Céu, ou por que a Lua é "manchada". As crianças bem pequenas não precisam escrever, podendo contar a história. Nesse momento não deve ser feita nenhuma pesquisa, mas apenas permitir que as crianças dêem asas à sua imaginação. Deve ser uma atividade na sala, dentro do tempo da aula. Com certeza muitas histórias interessantes aparecerão. Após esta fase podemos agora pedir às crianças que "entrevistem" adultos (pais, tios, avós, etc.) sobre os mesmos assuntos. Depois as crianças podem falar na sala sobre a "explicação" que os adultos deram. O professor não precisa fazer a comparação. Ele pode dizer: “Agora vamos ver o que os outros sabem sobre a Lua.” Nada de dizer o que está mais certo ou errado. Por fim, na última fase da atividade, sugerir uma pesquisa. Aí sim, uma pesquisa em livros, revistas ou outras fontes disponíveis. Nada muito extenso ou complicado, apenas uma busca introdutória sobre o que é a Lua, como ela apareceu e algumas características, como por exemplo, suas manchas. Também podemos pesquisar a história da exploração lunar. Se as crianças já tiverem um conhecimento prévio do assunto, nenhum problema. Só vem a melhorar a atividade. 20 A Terra e o Universo Observação do Céu J. C. Reis, S. R. de Souza, S. M. Bisch AS CONSTELAÇÕES Um tema geralmente pouco explorado, mas muito interessante ao se trabalhar o eixo temático “Terra e Universo”, é o das constelações, por diversas razões: envolve atividades práticas muito atraentes de observação e reconhecimento do céu a olho nu, possui uma importância histórica muito grande, servindo de fundamento para a descrição e compreensão da diferença entre planeta e estrela e do movimento planetário e ainda propicia o desenvolvimento de interessantes atividades interdisciplinares e multiculturais. Uma constelação nada mais é do que um agrupamento de estrelas que, por tradição (em geral muito antiga), costuma-se associar a um objeto ou ente mitológico de grande significado para as civilizações que os imaginaram projetados e presentes no céu. Temos assim, por exemplo, a constelação do Órion, o gigante caçador da mitologia grega, e a constelação do Cruzeiro do Sul, imaginada no tempo das grandes navegações e viagens dos exploradores espanhóis e portugueses (para quem o símbolo cristão da cruz tinha um significado especial) aos mares do sul. Mais recentemente, a União Astronômica Internacional, que congrega os astrônomos profissionais de todo o mundo, decidiu padronizar o que era tradição e dividiu todo o céu em 88 constelações. Na concepção moderna, usada na Astronomia atual, as constelações correspondem não mais a agrupamentos de estrelas e figuras mitológicas, mas a regiões bem definidas e delimitadas do céu, mas que tentam guardar correspondência com as tradicionais constelações imaginadas pelos povos antigos. Propomos, a seguir, diversas atividades relacionadas às constelações: CONSTELÁRIO Constelário é o nome dado a uma caixa onde representamos uma constelação. Construir o constelário é muito fácil. É uma atividade lúdica que nos ajuda a reconhecer uma determinada constelação no céu. São duas etapas: 1. Construção e utilização do constelário, que pode ser feita em qualquer horário. 2. Identificação da constelação no céu, a noite. Para construir o constelário precisamos dos seguintes materiais: • caixa fechada, por exemplo, uma caixa de sapatos; 21 A Terra e o Universo Observação do Céu J. C. Reis, S. R. de Souza, S. M. Bisch • • • • uma ferramenta para fazer pequenos furos, por exemplo, uma tachinha; tesoura; cola; uma folha de papel com uma constelação impressa. A caixa pode ser pequena ou grande. Na prática as caixas maiores, como as caixas de sapatos, são mais interessantes, pois com elas podemos representar mais estrelas. O mais interessante é que, de uma maneira simples e concreta, temos a constelação “em nossas mãos”. Materiais do Constelário Constelação para o Constelário Para exemplificar, escolhemos a constelação do Cruzeiro do Sul (em latim Crux). A figura com a constelação impressa foi obtida por meio de uma carta celeste2. Desta carta recortamos apenas uma parte referente à constelação da Cruz. Podemos notar duas estrelas próximas ao Cruzeiro do Sul que fazem parte de outra constelação chamada “Centauro3”. Observe-as na figura acima. 2 Carta Celeste: representação, sobre uma superfície plana, de uma região do céu, com a indicação dos astros fixos (as estrelas) por meio de pontos. 3 Centauro: figura mitológica, metade homem, metade cavalo. 22 A Terra e o Universo Observação do Céu J. C. Reis, S. R. de Souza, S. M. Bisch Construção e utilização do constelário Siga as seguintes etapas: • Tire uma cópia desta página e recorte, pela linha tracejada, a imagem a seguir: Folha para o constelário obtida por meio de uma Carta Celeste • Cole a figura em uma das extremidades da caixa, como na imagem abaixo: • Agora, utilizando uma tachinha ou outro objeto pontiagudo, fure os pontos. Eles representam as estrelas mais brilhantes. Na imagem acima já estão furados. 23 A Terra e o Universo Observação do Céu J. C. Reis, S. R. de Souza, S. M. Bisch • Faça um orifício na outra extremidade da caixa, utilizando a tesoura ou outro objeto pontiagudo, centralizando o furo como na imagem a seguir. É através deste orifício que você irá olhar e observar a constelação representada. • Agora tampe a caixa e direcione o Constelário para uma lâmpada ou para uma região clara, como uma janela durante o dia. Olhe através do orifício. Você verá a seguinte imagem: Imagem vista através do Constelário pronto Pronto! Podemos observar a constelação do Cruzeiro do Sul, a menor das 88 constelações reconhecidas pela União Astronômica Internacional (UAI). Por acordo internacional, as constelações recebem nomes latinos: o Cruzeiro do Sul é chamado de Crux, o Centauro de Centaurus. Suas respectivas abreviações são Cru e Cen. E aqueles dois pontos que estão do lado da cruz? Fazem parte de qual constelação mesmo? Representam estrelas da constelação do Centauro. Quais são os nomes destas estrelas? A que está mais à esquerda é a estrela alfa4 da constelação de Centauro, também chamada Rigel Kentaurus. A estrela que está mais próxima à Cruz é a beta do Centauro ou Hadar. Observe-as na próxima figura: 4 Alfa - prefixo empregado antes do nome da constelação para designar a sua estrela mais brilhante. No caso da constelação de Centaurus (Centauro), podemos usar a denominação científica aportuguesada Alfa do Centauro, que corresponde à nomenclatura científica latina Alpha Centauri: Rigel Kentaurus. A estrela “beta” é a segunda mais brilhante da constelação. 24 A Terra e o Universo Observação do Céu J. C. Reis, S. R. de Souza, S. M. Bisch Alfa e Beta de Centauro e o Cruzeiro do Sul Por que as estrelas são conhecidas por nomes estranhos como Hadar? Acontece que as estrelas mais brilhantes do céu receberam nomes próprios, grande parte deles dados pelos astrônomos árabes da Idade Média, como é o caso de Hadar, entretanto outros povos, como os gregos, também deram nomes às estrelas, usados até hoje. A seguir temos uma imagem da representação mitológica do Centauro. As antigas civilizações olhavam para o céu e criavam suas lendas, mitos e histórias. Cada povo ou tribo tinha as suas próprias constelações e, para memorizá-las, criavam histórias relacionadas a elas. Dessa forma ficava mais fácil para um navegante ou caçador se orientar pelo céu. A maioria das constelações ocidentais é de origem grega ou romana, e podemos aprender suas ricas histórias quando estudamos Astronomia. No entanto, ao se olhar para o céu, grande parte das constelações é de difícil reconhecimento. Por exemplo, a constelação do Centauro: precisamos de uma imaginação bastante fértil para enxergar esse ser mitológico associado ao conjunto de estrelas que lhe é designado. Observe a concepção artística da constelação do Centauro na imagem a seguir: 25 A Terra e o Universo Observação do Céu J. C. Reis, S. R. de Souza, S. M. Bisch Constelação de Centauro e o Cruzeiro do Sul Já identificou as estrelas alfa e beta de Centauro? Nesta concepção, elas representam uma de suas pernas, mas a constelação é formada por outras estrelas. Embaixo do Centauro encontramos o Cruzeiro do Sul. Quando você for identificar a constelação no céu, faça como na brincadeira de criança, onde ligamos os pontos e encontramos um desenho. Ligue as estrelas e tente encontrar a constelação. No caso do Cruzeiro do Sul fica fácil. Já algumas constelações como Centauro, Virgem, Sagitário, etc. levamos um tempinho imaginando. Não se preocupe se não visualizar neste momento. O importante é identificar as estrelas mais brilhantes e, a partir delas, encontrar toda a constelação, outras constelações e outros objetos celestes. Que tal identificar os nomes das estrelas que compõem a constelação do Cruzeiro do Sul? 26 A Terra e o Universo Observação do Céu J. C. Reis, S. R. de Souza, S. M. Bisch A estrela mais brilhante da constelação é Acrux, Alfa do Cruzeiro, o ”pé“ da cruz, também conhecida como a Estrela de Magalhães, em homenagem ao navegador português, Fernão de Magalhães. Depois temos a Mimosa ou Betacrux, a Gacrux, ou Gama da Cruzeiro, também conhecida como Rubídea, por ser avermelhada e lembrar a cor de um rubi, a Pálida, ou Delta do Cruzeiro, e a Intrometida, que parece atrapalhar a formação principal da cruz. Veja: Você notou que foram usadas letras do alfabeto grego (alfa, beta, gama e delta) para identificar as estrelas que compõem o Cruzeiro. Pois bem, essa é uma das maneiras usadas pelos astrônomos para identificar as estrelas de uma constelação: a mais brilhante é denominada de alfa, a segunda mais brilhante, beta, a terceira, gama, e assim por diante, seguindo o alfabeto grego. Assim, por exemplo, Alfa do Centauro, significa a estrela mais brilhante da constelação do Centauro, Beta do Centauro, a segunda mais brilhante, e assim por diante. O melhor da atividade do Constelário é que ela pode ser realizada em qualquer horário. Usaremos a constelação do Cruzeiro do Sul como exemplo. No final desta atividade, duas constelações estarão preparadas para serem usadas na construção do constelário. A constelação do Órion, onde encontramos as Três Marias, e a constelação do Escorpião, que observamos melhor no inverno. Essas constelações foram obtidas por meio de um programa de computador muito bom e gratuito chamado Stellarium5. Existem outros programas como esse, fáceis de usar. Para quem tem pouca familiaridade com computadores, contudo, inicialmente será um pouco complicado. Se necessário, peça ajuda a alguém que esteja mais acostumado. 5 Stellarium - programa de computador encontrado por meio da página web: www.stellarium.org. Esse programa mostra um céu realístico em 3 dimensões. Com ele, é possível gerar cartas celestes. 27 A Terra e o Universo Observação do Céu J. C. Reis, S. R. de Souza, S. M. Bisch Identificação da constelação no céu Agora chegou a etapa da identificação da constelação no céu. Você se lembra como encontrar o ponto cardeal sul? Caso tenha dúvida, volte até a atividade dos pontos cardeais, senão direcione-se para o Sul e espere anoitecer. Vamos observar, a olho nu, o Cruzeiro do Sul e as estrelas alfa e beta do Centauro. A próxima imagem nos mostra como seria essa observação por volta do dia 15 de março, às 20 horas, na latitude de Vitória. Parece que o Cruzeiro do Sul está deitado em relação ao horizonte. Será que observamos a Cruz sempre assim? Numa próxima atividade discutiremos bem essa questão. Você já encontrou as estrelas da constelação do Centauro? A seguir temos a Constelação do Órion, o gigante caçador, e a constelação do Escorpião. Construa o constelário com a constelação do Órion no verão e com a constelação do Escorpião no inverno. Tire uma cópia da folha e corte na linha tracejada. Siga as etapas como no exemplo que demos anteriormente, com o Cruzeiro. Não se esqueça de identificar a constelação no céu a noite. No caso de Órion é a constelação mais fácil de se observar no verão. Ela aparece bem ao alto no céu no início da noite, com as Três Marias ao centro. 28 A Terra e o Universo Observação do Céu J. C. Reis, S. R. de Souza, S. M. Bisch Constelação do Órion para o Constelário Já o Escorpião é bem visível no alto do céu, no início da noite, mas durante o inverno. Sua identificação no céu é relativamente fácil, pois ele é uma das poucas constelações que, de fato, lembra a figura mitológica que lhe dá o nome. A seqüência encurvada de estrelas que o compõem, lembrando também um anzol, ou ponto de interrogação invertido, de fato lembra o corpo de um escorpião. 29 A Terra e o Universo Observação do Céu J. C. Reis, S. R. de Souza, S. M. Bisch Constelação do Escorpião para o Constelário 30 A Terra e o Universo Observação do Céu J. C. Reis, S. R. de Souza, S. M. Bisch BANDEIRA DO BRASIL A bandeira e o Cruzeiro do Sul A nossa bandeira é uma das mais belas do mundo. Seu círculo interno representa o céu da cidade do Rio de Janeiro no dia 15 de novembro de 1889, às 08 horas e 30 minutos – local, data e horário da Proclamação da República. Curiosamente é a representação de um céu diurno, com algumas das principais estrelas e constelações representadas nas posições que estavam, acima do horizonte, naquele dia e horário no Rio de Janeiro. Só que, evidentemente, como era de dia, elas não eram efetivamente visíveis. Embora as estrelas continuem em suas posições durante o dia, seu brilho é ofuscado pelo do Sol. As estrelas estão dispostas na bandeira de uma forma diferente daquela vista por um observador quando olha direto para o céu. É como se estivéssemos olhando para o céu do ”lado de fora“. É uma visão espelhada do firmamento. Observe na bandeira acima que no Cruzeiro do Sul a estrela Intrometida está à esquerda do braço maior da cruz, enquanto que olhando para o céu o que vemos é a estrela à direita do braço maior da cruz. A utilização desta concepção é semelhante às antigas representações onde as estrelas eram representadas no exterior de globos ou esferas celestes. 31 A Terra e o Universo Observação do Céu J. C. Reis, S. R. de Souza, S. M. Bisch Na bandeira temos nove constelações, com um total de 27 estrelas. Cada estrela representa um estado da federação. Entre as nove constelações, temos a do Cruzeiro do Sul. Cada uma de suas estrelas representa um estado diferente. A estrela Acrux representa o estado de São Paulo; a estrela Mimosa, o do Rio de Janeiro; a Gacrux, o estado da Bahia; a estrela Pálida, o estado de Minas Gerais e a Intrometida representa o estado do Espírito Santo. Achou interessante? Proponha a seus estudantes fazer uma pesquisa para descobrir quais são as demais constelações que estão representadas na Bandeira do Brasil e descobrir qual estrela representa cada um dos estados brasileiros, em especial aquele em que vocês moram. Na página web do Observatório Nacional: http://www.on.br/glossario/alfabeto/b/bandeirabrasil.html#, por exemplo, você encontrará todas essas informações. CONSTELAÇÕES Aprendendo a identificá-las no céu... Na atividade anterior, onde montamos um constelário, aprendemos a identificar as constelações do Cruzeiro do Sul, do Órion e do Escorpião. Agora vamos apresentar novas atividades que podem ser feitas com essas constelações, ou com outras. Serão duas atividades simples de observação do céu. Primeiro no decorrer de uma noite, depois com o passar dos meses. Dicas importantes para uma boa noite de observação do céu: - Verifique se o lugar que você irá realizar as observações é seguro. Buracos, animais, insetos e pessoas indesejáveis não devem fazer parte da pesquisa. Portanto, procure um lugar seguro. - A melhor estação para realizar as observações é o inverno, pois geralmente é um período de seca, com poucas nuvens no céu. Entretanto, isto não pode impedi-lo de realizar observações em outras estações. É no verão, por exemplo, que podemos observar algumas das constelações mais bonitas do céu, como a do Órion. 32 A Terra e o Universo Observação do Céu J. C. Reis, S. R. de Souza, S. M. Bisch - Paciência é uma palavra fundamental na vida do astrônomo. Isso porque determinadas observações são marcadas, planejadas, os estudantes ficam na expectativa e, no momento exato da observação, o céu fica nublado. Portanto, alerte seus estudantes sobre este risco para não causar frustrações por parte deles e sua também. - A Lua cheia, apesar de ser bonita, em certa parte atrapalha a observação, por causa do seu forte brilho. Portanto, prefira as noites de Lua Nova ou Minguante. Agasalhe-se bem, mesmo durante o verão, e leve algo para comer e beber. - As observações podem ser realizadas a olho nu ou com o auxílio de binóculos, lunetas e telescópios. Mas não adianta você investir muito dinheiro num telescópio se você não sabe observar o céu a olho nu. A primeira coisa é aprender a entender o céu, o que e como podemos visualizar e depois, se for o caso, utilizar aparelhos de observação. - Os principais objetos celestes que podemos observar a olho nu são as estrelas, a Lua, cinco planetas (Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno), alguns aglomerados de estrelas, nebulosas e galáxias. Nesta apostila vamos nos concentrar nas estrelas, pois elas são o ponto de partida essencial para o reconhecimento do céu. Agora vamos às atividades: Atividade 1: Observação de uma constelação no decorrer de uma noite. Materiais necessários: - folhas em branco e prancheta para apoiar as folhas; - lápis ou caneta; - relógio; - lanterna. Você já observou que as estrelas ficam fixas umas em relação às outras, formando constelações que mantém sempre a mesma forma? Contudo, com o passar do tempo, é possível notar que as estrelas, e, consequentemente, as constelações, modificam as suas posições em relação ao horizonte. Será que de fato isso é verdade? Primeiro verificaremos esta modificação com o passar da noite. Depois, com o passar dos meses. Como faremos isto? Por meio do registro da posição de uma constelação com relação ao horizonte. 33 A Terra e o Universo Observação do Céu J. C. Reis, S. R. de Souza, S. M. Bisch Podemos escolher qualquer constelação que seja fácil de localizar. É essencial que você saiba reconhecer no céu a constelação escolhida. O ideal é que, antes de realizar a atividade, você descubra de que lado do seu horizonte a constelação irá aparecer (lado sul, leste, oeste ou norte). Por exemplo, escolhendo a constelação do Cruzeiro do Sul, você deverá fazer o registro do horizonte sul, pois o Cruzeiro sempre aparece próximo a ele. Saiba algumas dicas para registrar o horizonte: - Procure lugares mais afastados de iluminações artificiais, como postes ou lâmpadas. - Identifique o ponto cardeal mais próximo da constelação que escolheu. - É importante saber ao certo, pois é em relação ao horizonte que perceberemos as modificações esperadas. - Caso fique em dúvida quanto à localização dos pontos cardeais, repita a atividade anterior desta apostila sobre identificação dos postos cardeais. - Registre alguma árvore, casa, muro, edifício, etc., tudo que estiver no horizonte escolhido. - Faça o registro antes do anoitecer. Repare que há duas etapas que devem ser feitas antes de realizar a atividade propriamente dita: saber aproximadamente em que direção a constelação escolhida aparecerá no céu e registrar o horizonte. Na figura a seguir, temos o exemplo de um horizonte ideal: um campo aberto, longe das grandes cidades. Você deve registrar o nome da constelação escolhida, a data que fará a atividade e sua hora de início. É interessante você tirar uma cópia do seu desenho do horizonte, fazendo umas cinco ou seis cópias, de modo que possa registrar a posição da constelação em relação ao mesmo desenho do horizonte em diferentes horários. 34 A Terra e o Universo Observação do Céu J. C. Reis, S. R. de Souza, S. M. Bisch Pode acontecer de não termos disponível um horizonte ideal, mas apenas um horizonte, como o ilustrado abaixo, cheio de árvores, ou ainda com muros altos ou edifícios. Mesmo assim, se é o que você tem disponível, não deixe de desenhá-lo. Após ter feito o registro do horizonte durante o dia, a noite você já pode realizar a atividade. Em nosso exemplo, a seguir, escolhemos observar o Cruzeiro do Sul. Neste caso, basta olhar em direção ao sul e procurar pela cruz verdadeira. Há outro conjunto de estrelas que nos lembra o formato de uma cruz, a chamada “falsa cruz”, cujas estrelas, na verdade, fazem parte das constelações da Vela e da Carina, mas é fácil identificar o verdadeiro Cruzeiro do Sul, pois só próximo a ele encontramos 35 A Terra e o Universo Observação do Céu J. C. Reis, S. R. de Souza, S. M. Bisch Alfa e Beta do Centauro, duas estrelas bem brilhantes que apontam para o topo da cruz, e a estrela Intrometida, à direita do braço maior da cruz. Se você ainda não fez a atividade do Constelário, seria muito interessante fazê-la, pois ajudará bastante na identificação, no céu, da constelação que você vai observar. Se for verão, em vez do Cruzeiro, você pode observar a constelação do Órion, que também é fácil de ser reconhecida, pois contém as “Três Marias” em seu centro. Em nosso exemplo, a data escolhida foi 27 de março de 2006 e a primeira observação foi feita às 18 horas. Neste dia e horário, olhamos para o sul e fizemos o seguinte registro: Ainda estava um pouco difícil de observar a constelação, pois o Sol tinha acabado de se pôr e somente as estrelas mais brilhantes apareciam. A imagem a seguir é a mesma, mas nela destacamos o Cruzeiro do Sul e as estrelas alfa e beta da constelação de Centauro. 36 A Terra e o Universo Observação do Céu J. C. Reis, S. R. de Souza, S. M. Bisch Deve-se continuar a fazer o registro da posição da constelação durante essa mesma noite. Começamos às 18 horas, agora vamos registrar às 19, 20, 21 e 22 horas. Para cada hora você deverá registrar a constelação numa folha diferente. Lembrese de registrar o horizonte em cada folha. Se você tiver seguido a recomendação de fazer a cópia do desenho do horizonte que você fez durante o dia, utilize as cópias que você tirou. Abaixo segue o registro das 19 horas: 37 A Terra e o Universo Observação do Céu J. C. Reis, S. R. de Souza, S. M. Bisch Em relação ao horário anterior, percebemos que mais estrelas aparecem no céu. Não é necessário que sejam registradas todas essas estrelas. Registre apenas a constelação escolhida e mais duas ou três estrelas para também servirem de referência. No nosso exemplo escolhemos o Cruzeiro e as estrelas Alfa e Beta do Centauro. Observe agora o registro das 20 horas: Lembre-se de sempre usar as referências no horizonte para corretamente a posição da constelação. Depois de mais uma hora: registrar Continuando, o nosso último registro da noite, às 22 horas: 38 A Terra e o Universo Observação do Céu J. C. Reis, S. R. de Souza, S. M. Bisch Se for possível, continue a atividade no decorrer da noite, às 23 horas, às 24 horas e assim por diante. Você continuará a perceber a modificação da posição da constelação em relação ao horizonte. Poderemos notar, também, que a constelação do Cruzeiro do Sul parece girar em torno de um ponto. Para encontrar este ponto é necessário utilizar um prolongamento imaginário da distância entre as estrelas do braço maior da Cruz, e repetir esta distância 4,5 vezes (quatro vezes e meio). Chegaremos então ao Pólo Sul Celeste6. Você saberia dizer por que as constelações modificam suas posições em relação ao horizonte, numa mesma noite, com o passar das horas? Atividade 2: Observação de uma constelação com o passar dos meses. Esta atividade é parecida com a anterior, só que agora vamos fixar o horário, por exemplo, 18 horas, e fazer um único registro da constelação sempre ao redor do mesmo dia do mês, em meses sucessivos. Observação: Se o céu estiver nublado ou houver outro impedimento à observação no dia do mês escolhido, não há problema em registrar até três dias antes, ou três dias depois da data escolhida. 6 Pólo Sul Celeste: ponto em torno do qual as estrelas, vistas do hemisfério sul, aparentemente giram, correspondendo à direção para onde aponta o eixo de rotação da Terra. 39 A Terra e o Universo Observação do Céu J. C. Reis, S. R. de Souza, S. M. Bisch Observe o exemplo abaixo. Nele começamos nosso registro no dia 27 de março de 2006, às 18 horas, e seguimos o registro nos meses de abril, maio, junho, julho, agosto e setembro. A constelação escolhida foi a do Cruzeiro do Sul, mais as estrelas Alfa e Beta do Centauro. Note bem a modificação da posição da constelação em relação ao horizonte: Segue o registro dos meses de abril e maio: 40 A Terra e o Universo Observação do Céu J. C. Reis, S. R. de Souza, S. M. Bisch Perceba que já é possível notar que, em cada mês, a constelação escolhida aparece em uma região diferente do céu. A seguir o registro dos meses de junho e julho: 41 A Terra e o Universo Observação do Céu J. C. Reis, S. R. de Souza, S. M. Bisch Continuando, o registro de agosto e setembro: 42 A Terra e o Universo Observação do Céu J. C. Reis, S. R. de Souza, S. M. Bisch Será que se continuarmos a atividade conseguiremos registrar a constelação escolhida nos meses de outubro, novembro, dezembro, etc.? Há algo em comum entre esta atividade e a anterior? O que difere? O que há em comum? A medida que os meses passam, vemos sempre o mesmo céu, com as mesmas estrelas? Qual constelação você escolheu para fazer as atividades? (Lembre-se que deve ser a mesma para as duas atividades.) O resultado que você obteve foi diferente do obtido no exemplo dado nesta apostila? Qual foi a diferença? CARTA CELESTE Na atividade do constelário mencionamos o termo “carta celeste” e utilizamos a seguinte definição: “Carta Celeste: representação, sobre uma superfície plana, de uma região do céu, com a indicação dos astros fixos (as estrelas) por meio de pontos.” Em outras palavras carta celeste é o mesmo que um mapa de uma região do céu. Assim como um mapa que delimita estados de um país. Com uma carta celeste em mãos podemos identificar quais objetos celestes aparecerão no céu num dado dia, hora, mês do ano e latitude. 43 A Terra e o Universo Observação do Céu J. C. Reis, S. R. de Souza, S. M. Bisch Por exemplo, se você fizer uma viagem para Roma no dia 23 de março deste ano, chegando lá no início da noite, por volta das 19 horas, poderia levar consigo uma carta celeste para identificar os principais objetos celestes que estarão visíveis naquela noite, horário e localidade. Carta celeste do céu de Roma no dia 23 de abril de 2007, 19h 03min. Esta carta celeste foi obtida por meio do programa de computador chamado Stellarium. É possível ver o nome do programa na parte superior da figura acima. Há outros programas que geram cartas celestes. Optamos por esse por ser gratuito. Podemos observar também o registro da hora, dia, mês e ano (note que a data está indicada como se costuma fazer em inglês: primeiro o mês, depois o dia e então o ano). Para iniciantes obter uma carta celeste não é trivial. Precisamos de certa habilidade com estes tipos de programas que geram cartas celestes. Vamos com calma. Primeiro vamos fazer um novo exercício de observação. Pegue uma folha em branco e um lápis ou caneta. O exemplo do céu de Roma nos mostra vários detalhes interessantes. Nele observamos o céu de certa região do hemisfério norte. 44 A Terra e o Universo Observação do Céu J. C. Reis, S. R. de Souza, S. M. Bisch Vamos supor que um amigo seu, que more em Roma, viaje para o Espírito Santo também no mesmo dia 23 de março deste ano, com a previsão de chegar aqui às 19 horas. Ele ficará na sua casa e você ficará na casa dele. Será que as constelações que você irá observar em Roma nessa noite escolhida serão as mesmas que ele irá observar no Espírito Santo? Vamos ver: Carta celeste do céu de Vitória no dia 23 de abril de 2007, às 19h. Você consegue perceber algumas diferenças? Quais? Anote na sua folha. Se você não vê diferença alguma, tente encontrar o Cruzeiro do Sul na carta celeste do céu de Vitória. Agora tente encontrar o Cruzeiro na carta celeste do céu de Roma. Você não deve ter encontrado no céu de Roma a constelação da cruz. Por quê? Responda na mesma folha. Converse com seus colegas para encontrar outras diferenças e respostas. O Céu do Hemisfério Sul Após a realização das atividades propostas anteriormente, podemos avançar e aprender a utilizar uma carta celeste. 45 A Terra e o Universo Observação do Céu J. C. Reis, S. R. de Souza, S. M. Bisch Neste ponto, já sabemos que, com o passar das horas e/ou dos dias, o céu se modifica. As estrelas e constelações mudam de posição com relação ao horizonte. Neste primeiro momento, enquanto você estará aprendendo a usar programas para gerar cartas celestes, sugerimos utilizar cópias das cartas que apresentamos nesta apostila. Você encontrará, a seguir, quatro cartas celestes, referentes às quatro estações do ano. As cartas que apresentamos nos mostram as principais constelações e objetos celestes referentes a um dia no meio de cada estação, no horário de 20 horas, para a latitude de Vitória. Como cada estação dura aproximadamente 90 dias, utilizamos uma data intermediária para a obtenção da carta. Por exemplo, fixamos o dia 7 e o horário de 20 horas. Assim, para a observação do céu de verão, vamos apresentar a carta do dia 7 de fevereiro, para o céu de outono, usaremos a do dia 7 de maio, já no inverno a carta do dia 7 de agosto e, na primavera, de 7 de novembro. Assim, teremos em cada carta as constelações que mais se destacam durante cada estação, sempre em meados dela. É importante notar que, nas cartas que apresentamos, não aparecem os planetas e a Lua, pois eles se movem e mudam de posição em relação às estrelas. Sua posição, com o passar das semanas, meses e anos, muda continuamente. Por exemplo, a constelação na qual Marte aparecerá no inverno deste ano, certamente não será a mesma em que apareceu no inverno do ano passado, ou do próximo. A Lua, então, apresenta um movimento muito rápido. Numa única noite podemos perceber seu deslocamento em relação às estrelas. Somente usando os programas que geram cartas celestes, você poderá preparar uma carta específica para uma data e hora e local, em que apareçam indicadas as posições dos planetas e da Lua para aquele dia e horário exatos. Mas, inicialmente, o mais importante é aprender a reconhecer as constelações, que sempre se repetem à mesma hora, no mesmo dia do ano. Se as conhecermos, poderemos identificar com facilidade os planetas visíveis a olho nu. Eles aparecerão como “estrelas” que está “fora de lugar” entre as estrelas das constelações. Para aprender a identificar constelações, devemos partir de referências já conhecidas, como o Cruzeiro do Sul. Os pontos cardeais são fundamentais para a localização dos astros. O Cruzeiro do Sul pode ser um referencial, visto que o braço maior do Cruzeiro aponta para o sul (aproximadamente). No inverno podemos partir do Cruzeiro do Sul e encontrar a constelação do Escorpião. Já no outono, podemos encontrar a constelação do Leão. No verão, partindo das ”Três Marias” encontramos a constelação de Touro, por exemplo. 46 A Terra e o Universo Observação do Céu J. C. Reis, S. R. de Souza, S. M. Bisch Para usar a carta celeste, volte o lado esquerdo do seu corpo na direção em que o Sol nasce (leste), o sul fica à sua frente. Segure a carta na posição do menino, na ilustração abaixo, com a legenda SUL para baixo. Aprendendo a usar a Carta Celeste Nesta posição, o céu que você vê acima do horizonte, à sua frente, é mostrado na parte inferior da carta. O céu que fica sobre sua cabeça aparece no centro da carta. E o céu que fica atrás da sua cabeça (norte) só será visível se você der meia-volta e inverter a posição da carta (norte para baixo).7 Você deve, em cada estação, utilizar a carta correspondente para encontrar as principais constelações. Registre numa folha quais você conseguiu identificar no céu. Para cada estação do ano haverá dicas de como encontrar algumas estrelas mais brilhantes. Registre o que identificou. Se não conseguir identificar registre o motivo. 7 Crédito da imagem: página web: http://novaescola.abril.com.br/ed/123_jun99/html/era2.htm 47 A Terra e o Universo Observação do Céu J. C. Reis, S. R. de Souza, S. M. Bisch O Céu de Verão Órion é a constelação que mais se destaca no céu de verão. É nesta constelação, do gigante caçador, que encontramos as famosas “Três Marias”. São três estrelas que representam o cinturão de Órion. Estão dentro do quadrilátero de Órion, formado por quatro estrelas bem brilhantes. Duas delas representam seus ombros, as outras duas, suas pernas. No ombro esquerdo da figura encontramos a Alfa do Órion, que se chama Betelgeuse. Seguindo as Três Marias para o leste, encontramos a estrela Sírius, a mais brilhante do céu, depois do Sol, é claro. Ela é a estrela alfa da constelação do Cão Maior. Como todo bom caçador, Órion também tinha seu cão. Seguindo as Três Marias para o noroeste, encontramos uma estrela chamada Aldebaran, a alfa da Constelação de Touro. Esta estrela representa o olho de Touro. Se você identificou todos esses objetos celestes, parabéns. Tente identificar a constelação de Gêmeos. 48 A Terra e o Universo Observação do Céu J. C. Reis, S. R. de Souza, S. M. Bisch Espere o outono chegar e faça o mesmo exercício de observação. Veja a próxima carta. Ela apresenta algumas diferenças em relação a anterior, que identificamos só de olhar rapidamente. O Céu de Outono No outono, outros objetos celestes se destacam no céu. Já podemos nos orientar pelo Cruzeiro do Sul. Por quê? Responda na sua folha. Tente identificar a alfa, a beta e o contorno da constelação de Centauro. Fazendo um prolongamento do braço maior da Cruz, no sentido Acrux- Gacrux para o Norte, encontramos uma estrela chamada Spica, a alfa da constelação da Virgem (Virgo). A constelação da Virgem simboliza fertilidade e o nome Spica significa espiga. É como se ela carregasse uma espiga de trigo em suas mãos. 49 A Terra e o Universo Observação do Céu J. C. Reis, S. R. de Souza, S. M. Bisch Partindo de Spica para o Noroeste, encontramos uma estrela chamada Regulus. Ela é bem brilhante, é a alfa da constelação do Leão. Podemos reconhecer o contorno da constelação do Leão no céu facilmente. Registre todas as suas observações. Utilizando a carta e o céu. O Céu de Inverno Por que o céu de inverno parece ser o mais estrelado? Responda na sua folha. A constelação que marca o inverno é a constelação de Escorpião. É uma das constelações mais fáceis de identificar seu contorno. A estrela alfa se chama Antares que significa “Rival de Marte”. Isto porque o brilho e a cor de Antares são semelhantes ao do planeta Marte. 50 A Terra e o Universo Observação do Céu J. C. Reis, S. R. de Souza, S. M. Bisch Ao olharmos para oeste do Escorpião, encontramos a constelação da Libra, ou constelação da Balança. É a única constelação zodiacal que não representa um animal. No céu parece um triângulo. Ao olhar para leste do Escorpião, encontramos a constelação do Sagitário, um ser metade homem, metade cavalo. É uma constelação bem rica em estrelas. É um pouco difícil imaginar este ser ligando os pontos. Tente assim mesmo. No inverno observe também o Cruzeiro do Sul e Centauro. Lembre-se de suas anotações. O Céu de Primavera Faremos um exercício diferente na Primavera, pois as estrelas bem brilhantes não 51 A Terra e o Universo Observação do Céu J. C. Reis, S. R. de Souza, S. M. Bisch se encontram no alto do céu e sim na direção Norte. A constelação mais importante é a constelação de Pégaso, o cavalo com asas da mitologia greco-romana. Olhe para o Norte e verá quatro estrelas, formando aproximadamente um quadrado de brilho médio. A leste de Pégaso, localizamos a constelação de Cisne, também conhecida como “Cruz do Norte”. No latim Cisne se escreve Cygnus. No braço maior desta “cruz” encontramos a estrela Deneb. Ao Sul de Cisne vemos a constelação da Águia (Aquila), onde Altair é sua estrela alfa. Se seguirmos da Águia para o Noroeste, encontramos uma pequena constelação chamada Lira (Lyra). A estrela alfa de Lira se chama Vega. Formamos um triângulo com as estrelas Deneb, Altair e Vega. Uma outra opção para obter cartas celestes é utilizar as cartas celestes da página web: http://www.on.br/revista/conteudo/ceu_brasil/ceu_brasil.html Basta que você utilize um programa de computador para editar imagens. Inverta as cores e imprima. A seguir apresentamos as concepções artísticas das cartas celestes referentes a cada estação. São as mesmas cartas obtidas anteriormente, ou seja, mesma latitude, dia, mês e horário, entretanto mostramos os desenhos das figuras mitológicas associadas à cada constelação. 52 A Terra e o Universo Observação do Céu J. C. Reis, S. R. de Souza, S. M. Bisch Céu de Verão 53 A Terra e o Universo Observação do Céu J. C. Reis, S. R. de Souza, S. M. Bisch Céu de Outono 54 A Terra e o Universo Observação do Céu J. C. Reis, S. R. de Souza, S. M. Bisch Céu de Inverno 55 A Terra e o Universo Observação do Céu J. C. Reis, S. R. de Souza, S. M. Bisch Céu de Primavera 56 A Terra e o Universo Observação do Céu J. C. Reis, S. R. de Souza, S. M. Bisch MONTANDO CONSTELAÇÕES As constelações e suas histórias Nesta atividade vamos montar constelações usando a brincadeira de ligar os pontos e encontrar uma figura. Usaremos as constelações geradas a partir de cartas celestes, e conheceremos algumas de suas histórias. Não se preocupe em gerar as constelações, pois nesta apostila teremos vários exemplos disponíveis para a atividade. Comece com constelações mais fáceis de identificar no céu, como a do Cruzeiro do Sul, Órion, Escorpião, Cão Maior, Touro, etc. No nosso exemplo vamos escolher a constelação de Órion, o gigante caçador. Conta a lenda que Órion estava exterminando todos os animais de sua região, quando Diana, a deusa da natureza, muito triste com o que estava acontecendo, enviou um escorpião para que este envenenasse Órion com sua picada. Ao se encontrarem Órion imediatamente pisou no Escorpião que, mesmo assim, o envenena com sua picada. Então ambos são enviados para o céu. Há uma eterna busca, enquanto a constelação de Órion nasce no horizonte leste, a constelação de Escorpião se põe no horizonte oeste. Tente verificar isso em uma noite. Vamos montar a constelação de Órion. Recorte ou tire cópia da constelação do Órion, a seguir. 57 A Terra e o Universo Observação do Céu J. C. Reis, S. R. de Souza, S. M. Bisch Agora vamos montar a constelação, vamos ligar os ombros até a cintura do caçador, primeiro o ombro direito depois o esquerdo. Então ligamos a cintura, na verdade as “Três Marias”. Da cintura partimos para as pernas. Fica bem fácil construir a constelação assim. Observe que uma estrela parece “sobrar”, entretanto ela representa uma das estrelas da cabeça de Órion e podemos ligá-la ao ombro. 58 A Terra e o Universo Observação do Céu J. C. Reis, S. R. de Souza, S. M. Bisch 59 A Terra e o Universo Observação do Céu J. C. Reis, S. R. de Souza, S. M. Bisch Constelação de Órion montada simplificadamente Esta atividade é bem simples. Principalmente quando já conhecemos a constelação. Representamos apenas as suas estrelas mais brilhantes. Ao procurar a constelação no céu temos muito mais facilidade de encontrá-la. Podemos complementar a atividade escrevendo na imagem o nome da estrela alfa da constelação, no nosso exemplo, Betelgeuse. E também o de outras estrelas, como o nome real das “Três Marias”: Mintaka, Alnilan e Alnitak. 60 A Terra e o Universo Observação do Céu J. C. Reis, S. R. de Souza, S. M. Bisch Por que será que essas estrelas recebem nomes aparentemente complicados? Faça uma pequena pesquisa sobre o assunto. É interessante saber, pelo menos, os nomes das estrelas mais brilhantes das constelações, facilita o aprendizado na hora de identificar as estrelas e consequentemente as constelações no céu. Não esqueça de identificar Órion e as ”Três Marias” a noite. Essa forma de ”juntar os pontos” e encontrar uma figura representativa da constelação é uma das formas de imaginar e reconhecer o céu. Criar constelações é um processo muito particular. Enquanto nós temos 88 constelações, para os chineses, por exemplo, existem mais de duzentas delas, pois é costume local utilizar poucas estrelas para compor um desenho. A constelação do Órion, para eles, é a constelação do ”Tambor”. A seguir temos uma imagem de Órion, numa concepção artística. 61 A Terra e o Universo Observação do Céu J. C. Reis, S. R. de Souza, S. M. Bisch Perceba que há mais estrelas. Identificamos a espada presa em seu cinturão, uma pele, representando a caça, e a clava, que possui estrelas menos brilhantes. Alguns povos não representam suas constelações ligando os pontos. Eles utilizam os espaços vazios entre as estrelas. Por exemplo, algumas das constelações dos tupis-guaranis, utilizadas no cotidiano, são as mesmas de outros índios da América do Sul e dos aborígines australianos. É o caso da "Ema". A Constelação da Ema quando surge em sua totalidade ao anoitecer, no lado leste, indica o início do inverno para os índios do sul do Brasil e o início da estação seca para os do norte. A constelação da Ema se localiza numa região do céu limitada pelo Cruzeiro do Sul e o Escorpião. Sua cabeça é formada pelo Saco de Carvão, nebulosa escura que fica próxima à Cruz. A Ema tenta devorar dois ovos de pássaro que ficam perto de seu bico, representados pelas estrelas alfa e beta da constelação da Mosca. As estrelas alfa e beta de Centauro estão dentro do pescoço da Ema. Elas representam dois ovos grandes que a Ema acabou de engolir. Uma das pernas da Ema é formada pelas estrelas da cauda de Escorpião. 62 A Terra e o Universo Observação do Céu J. C. Reis, S. R. de Souza, S. M. Bisch Conta o mito guarani que a constelação do Cruzeiro do Sul segura a cabeça da Ema. Caso ela se solte, beberá toda a água da Terra e morreremos de seca e sede. Podemos criar nossas histórias. Vamos fazer isso. Escolheremos uma constelação e criaremos uma história com ela. Vamos imaginar, por exemplo, que as estrelas que formam o Cruzeiro do sul podem representar não uma cruz, e sim uma pipa. Mas como essa Pipa foi parar no céu? Escreva sua história e desenhe sua constelação. Lembre-se, não podemos inventar estrelas que não estão no céu. Ao invés de desenhar, você também pode utilizar outros materiais (por exemplo, massa de modelar) para representar a constelação, no entanto deixe bem evidente as estrelas mais brilhantes da constelação. A seguir temos outras constelações para serem montadas. Tente montá-las com auxílio das cartas celestes disponíveis na atividade anterior. Caso fique um pouco complicado, vá até o final desta atividade onde já as temos montadas. Divirta-se com a criação das histórias e lembre-se sempre de identificar as estrelas e constelações no céu. 63 A Terra e o Universo Observação do Céu J. C. Reis, S. R. de Souza, S. M. Bisch Escorpião: Cruz 64 A Terra e o Universo Observação do Céu J. C. Reis, S. R. de Souza, S. M. Bisch Cão Maior 65 A Terra e o Universo Observação do Céu J. C. Reis, S. R. de Souza, S. M. Bisch Touro Leão 66 A Terra e o Universo Observação do Céu J. C. Reis, S. R. de Souza, S. M. Bisch Concepções Artísticas das Constelações 67 A Terra e o Universo Observação do Céu J. C. Reis, S. R. de Souza, S. M. Bisch 68 A Terra e o Universo Observação do Céu J. C. Reis, S. R. de Souza, S. M. Bisch Constelações Montadas 69 A Terra e o Universo Observação do Céu J. C. Reis, S. R. de Souza, S. M. Bisch 70 A Terra e o Universo Observação do Céu J. C. Reis, S. R. de Souza, S. M. Bisch REFERÊNCIAS LIVROS 1. CANIATO, Rodolpho. O Céu. 2. ed. São Paulo: Ed. Ática, 1993. 2. FARIA,Romildo Póvoa (Org.). Fundamentos de Astronomia. 2. ed. Editora Papirus, Campinas,1987. 3. MATSUURA, Oscar Toshiaki. Atlas do Universo. 1. ed. São Paulo: Scipione, 1996. 4. VIEIRA, Fernando. Identificação do Céu, Rio de Janeiro: Fundação Planetário, 1996. 5. MOURÃO, Ronaldo Rogério de Freitas. Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronautica. Rio de Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1987. 6. BOCZKO, Roberto. Conceitos de Astronomia. São Paulo: Ed. Edgard Blücher, 1984. PÁGINAS NA INTERNET 1. OBSERVATÓRIO Nacional. [s.d.]. Disponível em: . Acesso em: 13 Mar. 2007. 2. CAFÉ Orbital. [s.d]. Disponível em: . Acesso em: 13 Mar. 2007. 3. INSTITUTO de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas. [s.d]. Disponível em: . Acesso em: 13 Mar. 2007. 4. SETOR de Astronomia do Centro de Divulgação Científica e Cultural. [s.d]. Disponível em: . Acesso em: 13 Mar. 2007. 5. OFICINA de Astronomia. [s.d.]. Disponível em . Acesso em: 13 Mar. 2007. 6. STELLARIUM. Planetário para computador. [s.d.]. Diponível em: . Acesso em: 13 Mar. 2007. 7. REVISTA Astronomy Brasil. [s.d.]. Disponível em: . Acesso em: 13 Mar. 2007. SUGESTÃO DE LEITURA Revista Astronomy Brasil 71