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A Natureza Da Luz

A Natureza da Luz

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ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA - UNIVERSIDADE DO ALGARVE 13.A natureza da luz Os estudos mais recentes revelam que a luz revela propriedades de partícula e de onda. No século XVII, trabalhos contemporâneos de Newton introduziram a natureza da luz como sendo uma onda, esta teoria ainda é válida para descrever o comportamento da luz nas mais variadas situações. 13.1.Difracção O princípio da difracção é utilizado para determinar a posição de uma onda quando a posição anterior é conhecida. Pode ser enunciado como: “Todos os pontos de uma frente de onda podem ser considerados uma fonte de novas ondas que se propagam na mesma direcção com a velocidade da onda original. A nova frente de onda é o envelope de todas as novas ondas, ou seja a tangente a todas elas.” Fonte Este fenómeno pode ser observado quando luz entra numa sala escura por um pequeno orifício e incide na parede oposta. A zona atingida pela incidência directa da luz é superior do que seria previsível segundo o modelo do raio de luz. A fronteira não é definida com precisão, mas sim por uma perímetro com transição gradual. Isto ocorre como consequência da difracção da luz. ADEC - ÁREA DEPARTAMENTAL DE ENGENHARIA CIVIL – 2005/2006 AULA TEÓRICA 13 - 1 ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA - UNIVERSIDADE DO ALGARVE 13.2.Refracção As leis da reflexão e refracção são bem conhecidas desde o tempo de Newton. A lei da reflexão não faz distinção entre as duas teorias (onda versus partícula). A lei da refracção pode ser explicada pela refracção. Considere o seguinte esquema, assumindo que a velocidade de propagação da luz no meio 2 é menor do que no meio 1. B V1 ⋅ t A θ1 D Meio 1 Meio 2 V2 ⋅ t θ2 A lei da refracção deriva directamente da lei da difracção, como pode ser demonstrado: sin (θ1 ) = V1 ⋅ t AD sin (θ 2 ) = V2 ⋅ t AD AD = V1 ⋅ t sin (θ1 ) ADEC - ÁREA DEPARTAMENTAL DE ENGENHARIA CIVIL – 2005/2006 AULA TEÓRICA 13 - 2 ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA - UNIVERSIDADE DO ALGARVE AD = V2 ⋅ t sin (θ 2 ) V1 ⋅ t V ⋅t = 2 sin (θ1 ) sin (θ 2 ) sin (θ1 ) V1 = sin (θ 2 ) V2 Vn = c n1 De onde se obtém a lei de Snell n1 ⋅ sin (θ1 ) = n 2 ⋅ sin (θ 2 ) λ1 = V1 ⋅ t λ 2 = V2 ⋅ t λ2 V2 ⋅ t V2 n1 = = = λ1 V1 ⋅ t V1 n2 Quando dois veículos se avistam ao longe numa estrada, num dia quente, o ar junto ao asfalto está mais quente, logo o seu índice de refracção é inferior ao do ar menos quente que se encontra alguns centímetros acima. Isto faz com que os raios de luz sejam desviados e se crie a ilusão óptica de a imagem ser reflectida no asfalto. n2 n1 13.3.Interferência No início do século XIX foi possível medir o comprimento de onda da luz através da seguinte experiência: luz emitida por uma fonte distante (sol) incide numa tela com duas fendas. A luz que passa pelas fendas é projectada numa segunda tela sem fendas. De ADEC - ÁREA DEPARTAMENTAL DE ENGENHARIA CIVIL – 2005/2006 AULA TEÓRICA 13 - 3 ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA - UNIVERSIDADE DO ALGARVE acordo com o modelo de partícula seria de esperar que na projecção surgissem duas fendas, mas isto não sucede. Na realidade surgem várias bandas de luz e sombra. Isto pode ser explicado pela teoria de onda, como sendo uma interferência de ondas. As zonas de sobra coincidem com interferência destrutiva e as zonas de luz coincidem com interferência destrutiva. Interferência construtiva L ADEC - ÁREA DEPARTAMENTAL DE ENGENHARIA CIVIL – 2005/2006 AULA TEÓRICA 13 - 4 ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA - UNIVERSIDADE DO ALGARVE θ Interferência destrutiva L θ Interferência construtiva L Uma interferência construtiva vai ocorrer, logo poderá ser visível luz quando d ⋅ sin (θ ) for igual a um número inteiro de comprimentos de ondas, logo resulta. d ⋅ sin (θ ) = m ⋅ λ m = 1; 2; 3; … interferência construtiva As interferências destrutivas nos meios comprimentos de onda. d ⋅ sin (θ ) = m + 1 ⋅λ 2 m = 1; 2; 3; … interferência destrutiva ADEC - ÁREA DEPARTAMENTAL DE ENGENHARIA CIVIL – 2005/2006 AULA TEÓRICA 13 - 5 ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA - UNIVERSIDADE DO ALGARVE Exercício: Uma tela com 2 fendas afastadas de 0.1 mm está afastada 1.20 m da tela. Luz com comprimento de onda λ =500 nm vinda de uma fonte distante incide sobre as fendas. Qual a distância entre as zonas de interferência positiva? d = 0.1 mm = 1.10-4 m λ = 500.10-9 m L = 1.20 m sin (θ1 ) = m ⋅ λ 1 ⋅ 500 ⋅ 10 −9 = = 5 ⋅ 10 −3 −4 d 1 ⋅ 10 x1 = L ⋅ θ1 x1 = 6 mm x2 = 12 mm x2-x1 = 6 mm Exercício: Luz branca passa por 2 fendas afastadas entre si de 0.50 mm. A projecção das interferências é observada num ecran a 2.50 m. A distância entre faixas de interferência positiva no vermelho é de 2 mm e no violeta é de 3.5 mm. Qual o comprimento de onda? λ= d ⋅θ d ⋅ x = m m⋅L para o violeta , x = 2.0 mm λ= 5 ⋅ 10 −4 2 ⋅ 10 −3 = = 4 ⋅ 10 −7 m 1 2 .5 para o vermelho, x = 3.5 mm λ= 5 ⋅ 10 −4 3.5 ⋅ 10 −3 = = 7 ⋅ 10 −7 1 2 .5 ADEC - ÁREA DEPARTAMENTAL DE ENGENHARIA CIVIL – 2005/2006 AULA TEÓRICA 13 - 6 ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA - UNIVERSIDADE DO ALGARVE 13.4.Espectro visível As duas propriedades mais evidentes da luz são a intensidade e a cor. A intensidade da luz é a energia por unidade de tempo e está relacionada com o quadrado da amplitude da onda. A cor está relacionada com o comprimento de onda. A luz visível (luz à qual o olho humano é sensível) tem comprimento de onda entre os 400 e 750 nm. Isto é conhecido como o espectro visível e que compreende as cores de violeta a vermelho. azul verde amarelo vermelho IR UV 400 500 600 700 750 nm Luz com comprimento de onda inferior a 400 nm é denominada ultra violeta (UV) e luz com comprimento de onda superior a 750 nm é chamada infra vermelho (IR). 13.5.Dispersão Um prisma separa a luz em diferentes cores porque o índice de refracção do material depende do comprimento de onda. A luz branca é uma mistura de todos os comprimentos de onda, quando incide num prisma, os diferentes comprimentos de onda mudam de direcção com ângulos diferentes. O índice de refracção é maior para comprimentos de onde menores e vice-versa. A separação da luz em todo o espectro é chamada dispersão. vermelho laranja amarelo verde azul violeta ADEC - ÁREA DEPARTAMENTAL DE ENGENHARIA CIVIL – 2005/2006 AULA TEÓRICA 13 - 7 ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA - UNIVERSIDADE DO ALGARVE 13.6.Polarização As ondas transversais oscilam na vertical e na horizontal em simultâneo. Se um filtro cortar as ondas que oscilam uma das direcções, diz-se que a luz foi polarizada. A intensidade da luz é proporcional à amplitude da onda, logo quando luz polarizada é filtrada por um filtro polaróide, a relação entre a intensidade da luz incidente e luz filtrada é dada por: I = I o ⋅ cos 2 (θ ) Quando luz não polarizada passa por um filtro polaróide, a intensidade da luz filtrada é metade da intensidade da luz incidente. I1 = 1 ⋅ Io 2 Exemplo: Luz não polarizada passa por 2 polaróides, o eixo de um é vertical e o do outro faz 60º com a vertical. Qual a intensidade e orientação da luz transmitida? I0 I2 I1 Filtro 1 Filtro 2 Luz polarizada pelo filtro 1, passa pelo filtro 2: ADEC - ÁREA DEPARTAMENTAL DE ENGENHARIA CIVIL – 2005/2006 AULA TEÓRICA 13 - 8 ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA - UNIVERSIDADE DO ALGARVE I 2 = I 1 ⋅ cos 2 (60º) I2 = 1 ⋅ I1 4 Lluz não polarizada passa pelo filtro 1: I1 = 1 ⋅ Io 2 I2 = 1 ⋅ Io 8 ADEC - ÁREA DEPARTAMENTAL DE ENGENHARIA CIVIL – 2005/2006 AULA TEÓRICA 13 - 9